Volume 2 – Arco 4
Capítulo 1: Império Zarya
A Carruagem partiu de Sagesse rumo ao Império de Zarya. Demoram um pouco para deixar o território de Sagesse. Da capital até a fronteira com Zarya havia cento e quarenta quilômetros. Em pouco tempo de viagem, Tomoe adormeceu, com a cabeça apoiada no ombro de Kamui. A estrada era rodeada por uma floresta de coníferas. Também era pavimentada com pedras, assim como todas as estradas de Sagesse.
Após algumas horas de viagem, eles chegaram à fronteira. Naquele momento já começava a escurecer. Os guardas da fronteira liberam a passagem da carruagem imperial.
— Ei, Sasha, nós estamos quase chegando à capital de Zarya, ou teremos que parar em uma cidade antes?
— Ainda estamos longe de Taygagorod. Teremos que parar em Yeli.
— Hum… estou ansioso para conhecer as cidades de Zarya.
— Vocês vão gostar.
— Sasha, poderia me contar mais sobre Zarya?
— Claro! Zarya é a nação com a maior extensão territorial de todo o mundo. São cerca de doze milhões de quilômetros quadrados de extensão.
— Nossa, é muito grande.
— Nós temos a maior extensão territorial, mas não temos muitos habitantes. Atualmente Zarya tem cinquenta milhões de habitantes. A grande maioria vive na região oeste do país, que é onde estamos agora. A região leste é menos poavada. A cidade com mais habitantes é Gluboky, que atualmente tem vinte mil habitantes.
— Ah, eu conheço Gluboky. Quando pesquisei sobre a Fissure, o Adolphe me contou que a Fissure destruiu a cidade, formando uma cratera profunda onde hoje fica a mina Gluboky.
— Antes era a vila Siniy. Era uma vila pequena que sobrevia das minas localizadas na floresta Tyomnyy.
— Interessante.
— Gluboky se tornou uma cidade importantíssima para Zarya. A mina Gluboky é responsável por uma parcela importante da economia do império. Mas agora ela faz parte do território dominado pelos Nachtagenten.
— Nós vamos expulsar os Nachtagenten do império.
— Sim, nós vamos.
Após um tempo, eles chegaram em Yeli. A cidade ficava em um vale entre duas grandes montanhas e também era adornada por uma extensa floresta de abetos. Quando chegaram já era noite; da janela da carruagem, Kamui avistou as luzes da cidade.
— Chegamos.
— Sim, acho que você vai gostar de Yeli.
— Já gostei da paisagem. É uma bela cidade.
Assim que entraram na cidade, Tomoe acordou e perguntou:
— Onde estamos?
— Chegamos em Yeli. Você dormiu muito, hein.
— Haha, verdade. Essa carruagem é tão confortável que não consegui resistir.
Eles foram até a mansão de Anastasia. A mansão era cercada por um muro de pedras e, nos portões, havia o brasão da família Smirnov, que mostrava a imagem de um abeto. A mansão era cercada por um grande jardim com inúmeras flores e arbustos topiários. O edifício tinha arquitetura neoclássica: as paredes eram brancas e as colunas, vermelhas.
A carruagem parou na entrada da mansão. A entrada possuía uma varanda com uma pequena escada de dois degraus. O piso era de quartzo. Havia também duas pilastras que sustentavam um telhado triangular. Ao descerem, foram recebidos por uma garota de cabelos loiros e curtos, pele clara, olhos verdes, vestida com traje de empregada.
— Boa noite, sou Irina. Sejam bem-vindos à mansão da duquesa Anastasia Smirnov. — disse a garota enquanto fazia uma refêrencia.
— Boa noite, Irina. — disse Sasha.
Kamui e Tomoe também cumprimentaram a empregada. Em seguida, seguiram Irina e entaram na mansão. O hall de entrada era majestoso. Ao fundo havia uma grande escadaria que dava acesso ao andar superior. O piso de quartzo brilhava com um espelho. Nas paredes havia vários quadros e detalhes em gesso com filetes de ouro. Próximo da escada havia dois grandes sofás vermelhos, uma pequena mesa entre eles e um tapete vermelho com detalhes dourados.
Anastasia estava sentada em um dos sofás, lendo um livro. Ela possuía pele clara, cabelos loiros e longos, olhos azuis, e vestia um vestido azul com estampa de lírios brancos. Assim que percebeu a presença deles, Anastasia colocou o livro sobre a mesa, levantou-se e caminhou até eles.
— Boa noite, princesa Sasha, Seja bem-vinda. — disse Anastasia, fazendo uma revêrencia.
— Boa noite, Anastasia.
Kamui e Tomoe cumprimentaram Anastasia com uma reverência.
— Acho que conheço vocês. Certa vez estava lendo uma página do jornal Gazeta Taygagrod que falava sobre dois aventureiros que lutaram contra os Nachtagenten em Blumendorf e Sagesse.
— Nós somos esses aventureiros. — disse Kamui.
— Oh, que honra conhecê-los. Depois quero me contem sobre suas jornadas. Vocês vieram para Zarya por causa da guerra, não é?
— Exatamente, viemos aqui para ajudar a recuperar o térritorio e acabar com os rebeldes.
— Bem, vamos para a sala de jantar. Acredito que vocês estejam famintos após essa longa viagem de Sagesse a Yeli.
Eles seguiram Anastasia até a sala de jantar. A sala possuía uma grande mesa de madeira de abeto maciça. Sobre ela havia um grande forro vermelho com filetes dourados e três grandes castiçais de ouro com oito velas. Ao redor da mesa havia doze cadeiras todas com um estofado vermelho e detalhes em dourado. As paredes seguiam o padrão da mansão, com detalhes em gesso e ouro. Além de terem alguns quadros pendurados.
Anastasia sentou-se na cabiceira da mesa. Ao seu lado sentou-se Sasha, e ao lado dela ficaram Kamui e Tomoe. Em seguida, Irina colocou os pratos e talheres na mesa. Todos os pratos eram de uma porcelana branca e reluzente, com filetes dourados nas bordas. Os talheres eram de prata com detalhes dourados. Além disso, havia taças de vidro e pequenos copos. Em seguida, Irina entrou empurrando o carrinho com os alimentos e as bebidas. Primeiramente ela colocou a bandeija do prato principal e, depois, as bandejas menores. Colocou também uma garrafa de vinho, uma jarra com suco de uva e uma garrafa de vodka. Depois, ela retirou as tampas das bandejas: Primeiro a maior, do prato principal. Ao retirar-lá, um vapor e um arroma tomou conta da sala de jantar.
O prato principal era um Svinya Pikhta, uma espécie de suíno que vive nas florestas de abetos de Taygagrod, cuja aparência se assemelha à de um javali gigante. Depois, Irina retirou as tampas das outras bandejas, revelando frutas, verduras e legumes. Em seguida, serviu a cada um o pedaço desejado do porco e encheu as taças com vinho; também serviu suco de uva para Kamui. Depois fez uma reverência e disse:
— Bom apetite.
Em seguida saiu da sala de jantar empurrando o carrinho. Enquanto saboreavam o delicoso banquete, Anastasia perguntou a Kamui e Tomoe sobre as jornadas deles.
— Kamui, você poderia me contar mais sobre a jornada de vocês?
— Claro. O que você gostaria de saber primeiro ?
— Me conte sobre como foi a luta contra o Ende e a Fissure.
— Ah, sim. O Ende era como um grande dragão de seis asas. Eu não cheguei a lutar contra ele; acho que a Evelyn poderia contar melhor.
— Ele era uma criatura poderossíma. Era muito difícil acertar um golpe nele. Era ágil e se esquivava com rapidez. Para derrotá-lo, os magos de Blumendorf precisaram realizar um feitiço que o deixasse paralizado. Só assim eu consegui realizar o ataque final.
— Nossa, muito interessante. Acho que vou pesquisar mais sobre ele. Pode servir de inspiração para os monstros de minhas histórias.
— Como assim? — perguntou Kamui, curioso.
— Esqueci de contar isso à vocês. Eu sou escritora. Não sou muito famosa, mas adoro criar histórias, principalmente de aventureiros lutando contra criaturas extraordinárias. Sasha é minha maior leitora.
— Sim, já li vários livros da Anastasia. Adoro os livros dela.
— Fiquei curioso para conhecê-los.
— E a Fissure, como era ela?
— A Fissure era uma grande baleia. Ela destruiu um bairro inteiro de Sagesse. Foi uma luta complicada, mas conseguimos vencê-la.
— A Fissure é a mesma que criou aquele buraco onde hoje é a mina Gluboky, não é?
— Sim, essa mesma.
Eles continuaram contando suas histórias à Anastasia que escutava atentamente. Após terminarem de comer, Anastasia pegou a garrafa de vodka.
— Bem, agora que estamos bem alimentados, acho que podemos provar algo mais forte.
No momento que Anastasia disse isso, Raiden comunicou-se telepaticamente com Kamui.
— Ei, Kamui, eu posso sair da espada? Estou curiosa sobre essa vodka.
— Pode sim.
Então, Raiden saiu da espada e, com isso, a sala de jantar foi tomada por um brilho roxo.
— Oh! — exclamou Anastasia, surpresa.
— Prazer, sou Raiden, também conhecida por Inazuma no Kitsune. Sou o espírito da Muramasa no Kitsune.
— Então, o Kamui tem a espada lendária de Hokkai? — perguntou Anastasia.
— Sim, eu tenho ela.
— Nem eu sabia, achei que você tinha apenas uma Katana de ótima qualidade. Ah, eu esqueci de te falar. Eu também sou portadora de uma arma lendária.
— Sério? Que legal, Sasha. Poderia me mostrar?
— Claro!
De um protal, Sasha retirou uma lança branca como a neve, com alguns detalhes azulados
— O nome dessa lança é Metel.
— Ela tem agum espírito selado?
— Tem sim. O nome dela é Svetlana. Vou pedir para ela sair do subespaço. Ela não gosta muito, mas talvez ela venha.
De repente, ao lado de Sasha surgiu uma mulher com orelhas e cauda de lobo. Seu cabelo era cinza, sua pele era branca, seus olhos pretos e seus dentes eram todos pontiagudos como os de um tubarão.
— O que foi dessa vez, Sasha?
— Eu só queria te apresentar para eles.
— Ah… Tá bem. Prazer, eu sou Svetlana, também conheciada por Mochka.
Svetlana sentou-se ao lado de Sasha.
— Hum… essa vodka parece ser das boas.
— Hehe! ficamos tão entretidos na conversa sobre as armas lendárias que esquecemos dela. — disse Anastasia.
Anastásia abriu a garrafa e serviu a bedida para cada um. O rotólo era vermelho e trazia o brasão da família Smirnov; acima do brasão estava escrito Smirnov
— Anastasia, essa vodka é da sua família? — perguntou Kamui.
— Sim, minha família é proprietária da produção dessa Vodka.
— Hum… interessante.
— Eu já vou provar. — disse Tomoe.
Todos beberam praticamente ao mesmo tempo.
— Hum… muito boa — disse Raiden.
— Ah… como eu tinha certeza. Essa é da boa mesmo.
— Já havia bebido dela antes, mas hoje, por algum motivo está melhor ainda.
— Fico contente que vocês tenham gostado.
Eles continuaram conversando por um tempo.
— Acho que está na hora de nos despedimos. Ainda temos muito para andar até Taygagrod. — disse Kamui.
— Ah! Perdão. Eu esqueci de pedir para a Irina arrumar o quarto de hóspedes para vocês.
— Fique tranquila, nós podemos dormir no subespaço da Muramasa no Kitsune.
— Dessa eu não sabia. — disse Anastasia, surpresa.
— Eles têm um amuleto que eu lhes dei para que pudessem adentrar o subespaço. Lá é a nossa casa.
— Interessante. Você poderia fazer algo assim Svetlana?
— Não. Eu até poderia te mandar para lá, como na vez em que você fez o contrato, mas não tenho poder suficiente para criar coisas lá.
— Entendi.
— Então, boa noite. — disse Kamui.
Eles se depesdiram e foram para o interior da Muramasa no Kitsune. Depois no quarto, Kamui e Tomoe conversavam.
— Não esperava que a Sasha tivesse uma arma lendária.
— Eu também não. Gostei de conhecer a Svetlana.
— Eu a achei uma boa pessoa. Ela também tem uma personalidade forte.
— Boa noite, Tomoe.
— Boa noite, Kamui.
No dia seguinte, logo ao amanhecer, eles se despediram de Anastasia.
— Anastasia, obrigado por nos receber.
— Foi ótimo conhecer vocês. Boa viagem!
A carruagem partiu rumo a Taygagrod. Após algumas horas de viagem, eles chegaram na cidade ao fim da tarde. Taygagrod era uma cidade portuária. Sendo a maior cidade de Zarya e também a mais populosa. A cidade era cruzada por quatro grandes avenidas com canteiros centrais e várias arvóres. Essas quatro vias dividiam a cidade em quatro setores. Um pouco afastado da cidade, sobre um morro, ficava o palácio Zima. Eles atravessaram a grande avenida. Da janela da carruagem puderam ver melhor as construções. Na margem da avenida, todos os edifícios eram prédios de dois andares, sendo os andares térreos comerciais e os superiores residenciais.
As quatro avenidas eram ligadas por uma grande praça em formato de circurferência. No centro dessa praça havia uma estátua feminina empunhando uma espada para o alto. A estátua era feita inteiramente de pedra. Era uma construção majestosa.
— Nossa! aquela estátua é gigante. — disse Tomoe.
— Aquela é a Matushka Zarya. Ela é uma figura simbólica que representa a nossa nação.
— Interessante.
Após alguns minutos, eles chegaram ao palácio Zima. O palácio ficava no topo de um morro cercado por um muro. Em algumas partes havia torres de vigilância. A entrada tinha um grande portão dourado com o brasão imperial: a águia negra de duas cabeças com duas coroas. Ao redor havia um grande jardim que se parecia com uma floresta devido à grande quantidade de árvores. O palácio tinha dois andares, paredes verdes e pilastras brancas com detalhes em ouro. No topo tremulava a bandeira do Império Zarya. Ela era branca com uma linha dourada e o brasão ao centro.
Quem abriu a porta da carruagem foi um mordomo vestido com um terno preto com linhas brancas. Ele era um senhor de idade avançada, com cabelo curto e grisalho, olhos verdes e pele branca.
— Bem-vinda de volta, pricesa. — disse o mordomo, fazendo uma reverência.
— Estou de volta, Alexei. Ah, esses são Kamui e Evelyn.
Kamui e Tomoe cumprimentaram Alexei. Em seguida, eles entraram no palácio. O hall de entrada tinha duas grandes escadas ao fundo. No teto havia um grande lustre dourado. Nas paredes, havia vários quadros pendurados. No centro da sala estavam os pais de Sasha: Vladimir e Alexandra. Vladimir tinha a pele clara, cabelos longos e loiros e olhos azuis. Vestia um terno azul. Alexandra tinha cabelos longos e loiros, pele branca e olhos azuis. Vestia um vestido branco.
— Bem-vinda de volta, filha. — disseram Vladimir e Alexandra.
— Estou de volta.
— Quem são eles? — perguntou, Alexandra.
— Prazer, eu sou Kamui.
— Prazer, eu sou Evelyn.
— Nós viemos ajudar com a crise causada pelos Nachtageten.
— Ah, eu já ouvi falar de vocês. Vocês lutaram contra eles em Blumendorf e Sagesse. E recentemente em Anka.
Após isso, eles foram para a sala de jantar. Lá havia uma grande mesa com três castiçais de ouro, um forro branco com detalhes em dourado. As cadeiras também possuíam um estofado branco. Sobre a mesa estava um grande banquete com diversas carnes, frutas e verduras. Além de algumas jarras com bebidas.
Vladimir sentou-se na cabeçeira da mesa, enquanto Alexandra sentou-se ao lado dele. Sasha ocupou o lugar junto à mãe. Kamui e Tomoe sentaram-se do outro lado da mesa. De repente, Raiden e Svetlana apareceram.
— Quem é ela? — perguntou Vladimir.
— Prazer em conhecê-lo. Sou Raiden, também conhecida como Inazuma no Kitsune. Sou o espírito que está selado na Muramasa no Kitsune.
— Ah, então você tem a arma lendária de Hokkai.
— Sim.
Raiden sentou-se junto com Svetlana. Desde o jantar na mansão de Anastasia, elas haviam se tornado amigas.
Eles saborearam o delicioso banquete e conversaram por muito tempo. Kamui conversou bastante com Vladimir e falaram muito sobre espadas e outras coisas. Mais tarde, no interior da Muramasa no Kitsune, no quarto, Kamui e Tomoe conversavam:
— Amanhã nossa missão começa com tudo.
— Sim, temos que elaborar um plano bem detalhado. Agora o nível da ameaça aumentou. Já enfrentamos batalhas em Anka, mas nada compara ao que será a guerra em Zarya. Além disso, ainda tem o Toshiro e a Ayaka
— Sim. Ainda tem isso.
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