Akai Sakura Brasileira

Volume 2 – Arco 3

Capítulo 8: De volta a Sagesse

No dia seguinte, Kamui e Tomoe se encontraram com Akila na entrada do palácio RamlKum. Junto com Akila também estavam Seth, Isis e Ayat. A Carruagem estava parada e pronta para partir. 

— É, está na hora de partir. — disse Kamui.

Akila se despediu dos pais e de Ayat.

— Estou indo agora, mas prometo voltar mais vezes.

— Tudo bem, filha. Desejamos a você e aos seus amigos uma boa viagem de volta. — disse Isis.

— Obrigada. Ayat, agradeço por tudo que você fez por mim.

— Oh, alteza, eu só cumpri as minhas obrigações. Não sou digna de elogios.

— Que isso, Ayat. Você é digna, sim. Além de ser minha ajudante, você também é minha amiga.

Após a despedida, eles partiram de volta para Sagesse. Depois de alguns dias de viagem, eles chegaram na cidade. Já era noite quando a carruagem parou na entrada da Academia Sagesse. Na entrada Maya, Liya, Alexia e Suyane agurdavam a chegada deles. Logo após descerem da carruagem, foram recepcionados:

— Bem vindos de volta! — disseram elas.

Kamui, Tomoe e Akila agradeceram a recepção calorosa.

— Foi uma grande missão. Estou feliz que tudo deu certo.

— Eu também. — disse Tomoe.

— Ah, Suyane. Amanhã entregaremos o relatório. Para você.

— Tudo bem.

Após essa conversa, com grande animação, Maya disse:

— Bem, agora temos que comemorar o retorno de vocês. O que acham de irmos ao restaurante Bon Goût?

— Gostei da ideia! 

Assim que Tomoe terminou de falar, Raiden, após sair da espada, disse:

— Eu também vou!

— Raiden! Há quanto tempo. 

— Boa noite, Maya.

Eles foram ao restaurante Bon Goût e sentaram-se todos numa grande mesa. Amélie chegou para atendê-los:

— Boa noite. O que irão pedir?

Kamui pediu um suco, Tomoe e Suyane pediram uma cerveja de Blumendorf. Maya, Alexia e Akila pediram vinho. E Raiden, um saquê.

— Vão querer alguma refeição?

— Sim, queremos uma costela de porco das montanhas. — disse Suyane.

— Certo, anotado.

Após Amélie sair, Maya disse:

— E aí, Kamui. O que você achou do Império Anka?

— Gostei bastante. É realmente a nação do comércio. Todas as cidades por que passei estavam lotadas de comerciantes. A capital, Markaz, é bem bonita. As dunas ao redor da cidade criam um horizonte impressionante. Um ponto negativo é o calor.

Após o comentário de Kamui, Maya deu uma risada discreta.

— Entendo. Para quem estava acostumado com as temperaturas frias e amenas de Sagesse e Blumendorf, Anka pode ser um grande choque.

— Sim…

Eles passaram um tempo conversando. Depois Amélie chegou com os pedidos e os colocou na mesa.

— Bom apetite!

Tomoe encheu sua caneca de cerveja até o topo. E deu um grande gole.

— Ah! como sempre, essa cerveja é incrível. Mas não é a mesma coisa que a da taberna Bergorse.

Suyane deu uma risada curta e disse:

— Verdade. Esses dias eu fui lá. O Egon me perguntou sobre você. Ele está morrendo de saudades.

— Nós precisamos voltar lá um dia para visitá-lo.

— Verdade, Evelyn. 

— Ah, essa costela está ótima!

— Que bom que você gostou, Raiden. — disse Maya.

Eles se divertiram muito. Foi uma noite extremamente agradável. Depois disso, no interior da Muramasa no Kitsune, no quarto, Kamui e Tomoe conversavam.

— Amanhã será um grande dia. Ainda tenho um mau pressentimento. Estou com medo do próximo passo dos Nachtagenten.

— Eu também. 

— Bem, está na hora de descansar. 

Kamui deu um beijo em Tomoe. Depois disso, eles adormeceram.

No dia seguinte, foram ao Palácio de Jaune e depois ao gabinete de Suyane. Kamui bateu na porta da sala.

— Podem entrar.

Eles entraram e sentaram-se nas cadeiras que ficavam em frente à mesa de Suyane.

— Bom dia, princesa Suyane. 

— Bem, vou te apresentar o relatório da nossa missão. Os Nachtagenten atacaram de forma diferente dos atentados em Blumendorf e Sagesse. A Nerfertari e Qiang realizaram várias batalhas em algumas cidades de Anka. O plano de Nefertari não focava apenas em invocar a criatura lendária de Anka, para depois atacar a capital. Ela tentou conquistar as cidades. Ela até conseguiu invocar a Hankum, mas nós derrotamos tanto ela quanto a criatura. Por fim, Qiang conquistou Vaha em um ataque surpresa, enquanto estávamos ocupados com a Nefertari em Markaz. Depois fomos a Vaha e reconquistamos a cidade. Lutamos com Qiang, mas ela acabou fugindo.

— Hum… que bom deu tudo certo. Mas não podemos baixar a guarda. Com certeza eles devem estar planejando algo mais. Eles não se darão por derrotados mesmo após perderem três vezes. 

— Então foi isso, obrigado por nos ouvir.

— Eu que agradeço. 

Eles se despediram da princesa Suyane. Do lado de fora do palácio, Tomoe disse:

— E agora, o que iremos fazer?

— Que tal fazermos uma visita à Academia Sagesse?

— É uma ótima ideia.

Eles foram à Academia Sagesse. Na recepção encontraram Camille.

— Bom dia.

— Bom dia, Kamui e Evelyn. Há quanto tempo. Em que posso ajudá-los?

— Estamos só fazendo uma visitinha.

— Hum… Entendo, fiquem a vontade.

— Obrigado.

Após conversarem com Camille, eles foram para a biblioteca. Ao chegarem, encontraram Adolphe, que estava sentado à sua mesa lendo um livro. Havia também  vários livros empilhados sobre a mesa.

— Oh, Kamui e Evelyn, há quanto tempo.

— Olá, Adolphe.

— Como foi a missão de vocês em Anka?

— Foi um sucesso. Agradecemos muito pela sua pesquisa sobre a Hankum. Foi de grande ajuda.

— Que bom. Os Nachtagenten conseguiram quebrar o selo dela, ou vocês os impediram a tempo?

— Eles conseguiram. Aquele bicho era assustador. Era gigante e com uma força extraordinária. Ela também tinha uma capacidade regenerativa enorme.

— Hum… interessante. Há poucos relatos sobre ela. Afinal, dentre as criaturas lendárias, ela é a mais antiga. Conte-me mais sobre ela.

— Para derrotá-la, tivemos que cortar a cabeça dela e depois quebrar o cristal que estava dentro da cabeça dela.

— É muito interessante. Acho que vou pesquisar mais sobre ela. Quem sabe eu faça uma viagem a Anka para aprofundar os estudos.

— Foi uma conversa agradável. Tenha um bom dia, Adolphe.

— Agradeço pela conversa.

Após falarem com Adolphe, foram à sala de treinamento. Lá estavam Akila e Alexia. Akila treinava contra alguns bonecos de madeira.

— Bom dia!

— Bom dia, Kamui e Evelyn. — disse Alexia

— Oh! Kamui, bom dia.

— Bom dia, Akila.

— Já que você está aqui, acho que é uma ótima hora para nossa revanche.

— Hum… é uma boa ideia.

— Dessa vez eu vou vencer.

— Haha! vamos ver.

— Certo, eu serei a juíza da luta de vocês. — disse Alexia.

Eles se posicionaram no centro da sala e sacaram as espadas.

— Vamos lá. Lembrando que o uso de magias supremas está proibido. Não seria nada legal explodir essa sala. E outra: não queremos problemas com a Maya.

— Verdade. — concordou Akila.

Após isso, Alexia levantou a mão direita e disse:

— Lutem!

Kamui foi quem deu o primeiro golpe. Com sua espada eletrificada, avançou como um raio na direção de Akila. Ela bloqueou o ataque com rapidez. Em seguida, Kamui recuou um pouco. No contra-ataque, Akila correu e desferiu vários golpes com a Khopesh. Kamui conseguiu se esquivar da maioria, porém um dos golpes o acertou.

— Consegui te acertar!

— É, você conseguiu.

Após a comemoração de Akila, a luta continuou. Kamui aplicou eletricidade em sua katana e, em seguida, utilizou um totem para se aproximar de Akila. Após sair do totem, ele lançou a magia Raio. Akila bloqueou o ataque criando um escudo de areia. Depois, com sua espada ela lançou vários jatos de areia contra Kamui. Ele se defendeu dos jatos criando um escudo elétrico. Em seguida, Kamui correu na direção da Akila. Ele foi muito rápido e conseguiu acertar um golpe em Akila. Como resultado, a espada de Akila voou e caiu no chão. Com isso, Alexia disse:

— Kamui é o vencedor.

— Ah… você me venceu de novo.

— Obrigado pela luta. Foi divertido.

— Depois quero mais uma luta!

— Ok, depois nós marcamos outra.

— Bem, está bem divertido, mas temos que ir.

— Tchau, Kamui e Evelyn.

— Tchau.

Depois do duelo com Akila, eles saíram da Academia. O sol ainda estava alto. Com um grande sorriso, Tomoe perguntou a Kamui:

— Então, o que vamos fazer agora?

— Com a magia de teletransporte podemos ir para qualquer lugar em poucos segundos, não é?

— Sim. Para onde você gostaria de ir?

— Que tal fazermos uma visitinha à taberna Bergorse?

— Nossa! Isso é uma ótima ideia. Vamos fazer isso.

— Eu também quero conhecer!

— Tenho certeza que você vai gostar, Raiden.

Com a magia de teletransporte, eles foram para a taverna Bergorse. Do lado de fora era possível ouvir a animação da taverna. Conversas, gargalhadas e música. Ao abrirem a porta, Egon, do balcão, os reconheceu.

— Kamui e Evelyn, há quanto tempo! Tem uma semi-humana com vocês também.

Eles cumprimentaram Egon e sentaram-se nos bancos próximos ao balcão.

— Quem é você?

— Prazer, meu nome é Raiden. Também sou conhecida por Inazuma no Kitsune. Sou o espírito da Muramasa no kitsune.

— Oh. Perdão por ter te chamado de semi-humana.

— Sem problemas.

— Então, o que vão pedir? 

— Hum… para mim pode ser um suco.

— Eu quero uma cerveja.

— Eu também.

— Certo, vou pegar para vocês.

Depois de um tempo, Egon retornou com as bebidas e as colocou sobre o balcão.

— Aqui está!

Eles agredeceram e saborearam as bebidas.

— Então, o que andaram fazendo?

— Ah, muitas coisas. Em Sagesse eu treinei muito. Hoje sou um guerreiro muito mais forte. Acho que você deve ter ficado sabendo sobre Sagesse?

— Do ataque dos Nachtagenten? Sim… fiquei. Eles causaram um grande caos na cidade. Também ouvi falar que uma baleia gigante atacou a cidade.

— Sim, O nome da baleia era Fissure, e eu e a Evelyn lutamos contra ela.

— Oh! não esperaria menos de vocês. Haha!

— Depois de Sagesse partimos para o Império Anka.

— Ah o Império Anka. Vocês devem ter sofrido com o calor de lá, não é?

— Sim, sofremos. Haha!

— Vocês visitaram a taberna Zahrgece?

— Sim, visitamos. A Alya contou que conhecia você.

— Haha. Somos grandes parceiros. Então o que fizeram, lá?

— Tente adivinhar.

— Lutaram contra os Nachtagenten novamente?

— Exatamente. Também lutamos contra mais uma criatura lendária. O nome dela era Hankum. Ela era uma serpente gigante. Foi uma luta difícil, mas conseguimos derrotá-la. 

— Legal. Obrigado por compartilharem a jornada recente de vocês.

— Ah! a cerveja daqui continua boa como sempre.

— Que bom que você está gostando, Evelyn.

— Vê se não exagera. Siga o exemplo da Raiden: ela bebe mas não fica bêbada igual você.

— Ah, que deixe de ser chato. Deixa eu curtir.

— Hum… Realmente essa cerveja é ótima.

— Que bom que você gostou!

Eles se divertiram trocando longas conversas. Como de costume, Tomoe acabou exagerando na bebida.

— É… Não adianta te avisar.

— Que? Eu… estou super… bem.

— Bem, temos que ir. Egon, até próxima.

Após saírem da taberna, eles foram para o interior da Muramasa no Kitsune. Tomoe já havia caído no sono. Kamui a carregou nas costas.

— Boa noite, Raiden.

— Boa noite.

Kamui levou Tomoe até o quarto e a colocou no futon. Depois deu um beijo na testa dela e disse:

— Boa noite, Tomoezinha. 

No dia seguinte, eles foram à Academia Sagesse. Camille entregou uma carta a Kamui e disse:

— É uma carta da princesa Suyane.

— Obrigado. 

Kamui sentou-se em um dos sofás da recepção. Tomoe sentou ao seu lado. Ele abriu o envelope e começou a ler a carta.

— Então, Kamui, o que está escrito?

—  A Princesa quer conversar conosco e disse que é urgente.

— Então, vamos lá.

Eles foram ao Palácio de Jaune e seguiram para o gabinete de Suyane. Ao entrarem, encontraram Sasha sentada em uma das cadeiras junto à mesa de Suyane. Após se cumprimentarem, Suyane disse:

— Tenho algo importante para conversar com vocês. Os Nachtagenten fizeram um grande ataque no território do Império de Zarya. 

— Nossa! Isso é muito preocupante. Quando foi isso?

— Foi recentemente, há mais ou menos duas semanas. Além de dois discípulos Nachtagenten. Dois generais Nachtagenten participaram do ataque. Eles se uniram a um grupo de rebeldes em Zarya e, depois do ataque, hoje dominam a parte leste do território do império.

— É realmente uma situação bem complicada. Poderia me falar mais sobre os discípulos e os generais? 

— Sim, os dois discípulos são de Zarya. Ambos já eram líderes de grupo rebelde como Bratstvo. Seus nomes são Boris e Yeva. Já os generais um se chamam Toshiro e Ayaka.

Ao ouvir esses nomes, Tomoe ficou surpresa. Sasha continuou:

— Eles eram muito fortes. O Toshiro é um mago e ele domina três elementos. Fogo, água e gelo.  Ayaka usa um espadão e utiliza algumas magias de fogo.

— Hum… Obrigado pelas informações. Pelo que você contou, Zarya está em uma guerra civil. 

— Pode contar, com a nossa ajuda. Vamos vencer essa guerra. — disse Tomoe.

— Obrigada, conto com vocês.

— Sasha. Eu vou convocar uma reunião de emergência com todas as nações que puderem participar, para discutirmos a situação. Farei tudo  que for possível  para ajudar Zarya. 

— Obrigada.

Mais tarde, no interior da Muramasa no Kitsune. Kamui e Tomoe conversavam no quarto.

— Sabe, quando a Sasha citou o nome dos dois generais?

— Sim, se eu não me engano era Toshiro e Ayaka.

— Então, eu conheço eles. Depois que ela contou sobre os poderes deles, não há dúvida: são generais do exército demoníaco. Foram eles que ajudaram minha irmã no golpe de estado.

— O que? Então sua irmã pode estar ajudando os Nachtagenten. 

— É o que parece. Afinal eles são subordinados dela.  Além disso, já suspeitava disso. Pela arma da Nefertari e pelas magias que ela utilizou em Anka.

— A situação só fica ainda mais complicada.

— Sim.

— Amanhã será um dia bem movimentado. Boa noite Tomoe.

— Boa noite, Kamui.

No dia seguinte eles se reuniram na entrada do Palácio de Jaune. Havia lá uma carruagem do império de Zarya. Era uma carruagem grande, com rodas douradas, laterais azuis com detalhes em ouro. Na porta estava o símbolo do império: uma águia negra de duas cabeças com duas coroas.

— Bom dia.

— Bom dia, Kamui e Evelyn. Tudo pronto?

— Sim, Sasha. Estamos prontos.

— Então vamos.

— Tenham uma boa viagem.

— Obrigado, Suyane.

A carruagem partiu rumo ao Império de Zarya.