Volume 1
Capítulo 11: Entendendo os Céus Para Andar na Terra
– Como assim?! – pergunta Novah bem intrigada.
– É isso mesmo! Ele é igual uma pessoa normal!... Como pode isso!? – falou Paragor.
– Mas Licans tem que ter aura! Esse tipo de coisa não existe! – afirmou Novah, duvidando das conclusões do Anão.
– Ora menina! Se não acredita, então vai lá olhar nos olhos dele você mesma! – respondeu Paragor.
– EU NÃO!... Digo… Não vou fazer isso… Até porque isso não faz diferença! Sendo Lican ou não, ele veio do nada! E não sabemos que tipo de risco ele é.
– Hum… Mas não acredito que seus problemas nesse caminho virão dele, menina… A guerra em Monte Lyli está cada vez pior. Vai ser complicado passar por aquele lugar.
–... O que você andou ouvindo por aí velho!? – perguntou Novah.
– … Então… Parece que os dois lados estão quebrando o tratado de Brahvati... – respondeu Paragor, um pouco preocupado.
– Será mesmo!? – falou Novah – Faz tempo que não tem nenhuma guerra! E agora deve ter uma cambada de soldados rasos falando bosta nas tabernas pra se mostrar. Ou até um refugiado sem ter o que fazer, falou uma bosta dessas depois de beber até cair!
– Foi o que eu pensei também. – falou Paragor – Mas foram os soldados Reais que falaram isso. E eles falaram isso com uma cara que… Sabe… Sei lá… Talvez seja melhor vocês pensarem em ir beirando a orla.
– Não tem como! Vão ser mais três meses de viagem no mínimo! – afirmou Novah.
– … É… Eu sei… Mas se vocês chegarem lá e confirmarem isso!?... Tenta repensar e ir por onde te falei menina! – pediu Paragor.
– Tá ok velho! Vou ver o que posso fazer! – respondeu Novah.
– Bom… Vamos tomar café, nos arrumar e nos despedir! Quanto mais rápido você começar a viajar, mais rápido eles vão começar a pagar!
Assim, Paragor e Novah começam a distribuir o pão e o café para todos os enfermos e a todos os que ajudam nos afazeres da casa. Mas após todos receberem seus mantimentos, Paragor e Novah perceberam que o homem-cão não estava em nenhum dos lugares em que eles haviam passado.
– Aquele cachorro ainda deve estar procurando as cordas! – fala Paragor – Vamos lá nos quartos de tranqueiras! Ele com certeza ainda tá lá remexendo o lixo!
Novah concordou e seguiu Paragor até o quarto, onde ele havia mandado o homem-cão. E ao chegarem lá, eles viram o homem-cão sentado lendo um livro sobre a história antiga desse mundo. Vendo isso, Paragor falou para o homem-cão.
– Hum… Você sabe ler!? Bom… Pode ficar com isso se quiser, garoto!
O homem-cão tomou um susto, já que estava entretido com o livro que acabara de achar. E ainda tímido, ele respondeu.
–... O... Obrigado!... E… Eu… Eu queria pedir mais uma coisa… Mas sem abusar de vocês por favor!
– O que você quer!? – respondeu Novah sem olhar diretamente para ele.
– Eu sei ler mas… não entendo direito essas histórias! – falou o homem-cão – Vocês podem me explicar!?
– Hum… Estamos com pressa, garoto! – fala Paragor – Mas temos o tempo do café! Eu te explico tudo que der nesse tempo e aí vocês zarpam para fora daqui.
O homem-cão concorda, e todos descem para tomar seu café antes de se organizarem e saírem.
E agora no café, Paragor fala para todos.
– Ééé!... A gente tenta adiantar a viagem… Mas já deve ser a terceira vez que paramos pra explicar alguma coisa!... Bom... Provavelmente é pra ser assim mesmo!... Mas e então, garoto!? O que você quer saber?
– Bom… Aqui fala sobre o início do mundo e fala sobre os deuses… Mas eu num entendi direito... – falou o homem-cão.
– Há sim... Então tá… Vamos do começo então – falou Paragor – … Antes até mesmo do começo de tudo que conhecemos… Só havia um lugar… Tão impossível de ser compreendido… Que a mente humana só podia descrevê-lo como um lugar sem lugar, ou então um espaço sem espaço, e até mesmo uma existência sem existir.
– Esse lugar absurdo foi chamado de Não-Mundo. E foi a origem de toda criação da nossa existência que, após ser criada, fez do Não-Mundo sua base… Para que se firmasse e perdurasse, o tempo que fosse necessário perdurar. Então, se o Não-Mundo era a base, o pilar central era a ordem, que residia naturalmente em tudo que passou a existir. Porém, toda essa aparente perfeição teve um defeito… A humanidade!... Nós, com o tempo, fomos trazendo o caos junto a criação. E isso poderia ser a sentença final para toda a perfeição da criação. Mas foi em meio ao ápice do caos causado pela humanidade, que surgiram os primeiros contatos dos deuses com os homens!... Eles vieram dos céus… De pé em cima de um cubo negro gigante... E ensinaram os conceitos básicos de civilização que precisávamos para nos desenvolver e nos organizar. No primeiro contato nós já fomos apresentados a todo o panteão de divindades que ficavam vigiando nossos erros desde o momento da criação.
– Nossa! Você fala quase igual no livro! – Exclamou o homem-cão um pouco impressionado – Mas no livro tem umas palavras esquisitas que me atrapalham.
– Hum... Quando não tô jogando na taverna, ou não tô cuidando desse monte de ferrados daqui, eu leio, garoto! – Respondeu Paragor – Mas a história do começo todo mundo conhece! Se não for por livro, vai por conversa quando se é criança. E pra quem frequenta os templos então, nem se fala!
– E que deuses são esses? – Perguntou o homem-cão.
– Hum... Vocês já acabaram de tomar café não é!? – Respondeu Paragor.
– Hã!? Há é!?... Eu nem percebi... – Falou o homem-cão, um pouco decepcionado por saber que isso significa o fim da história.
– Huumm... Vamos unir o útil ao agradável! Vamos pegar as roupas, os mantimentos e o mais importante… as economias pra vocês chegarem lá vivos! Enquanto isso eu te explico sobre esses deuses e o quanto eles só se preocupam com o próprio rabo!
– Aff... Será que você pode resumir, velho!? O cachorro tá começando agora. Mas eu já escuto sua voz a uma eternidade! – Falou Novah com seu sarcasmo habitual.
– Ááááh... Está com azar menina! O garoto gosta das minhas histórias! E você também gosta! Então vem encher uma coisa mais útil do que o meu saco!
E assim, enquanto eles pegavam tudo que fosse necessário para viagem, Paragor continuou a história de onde ele havia parado.
– Bom... Então de seu altar feito de um metal negro que havia acabado de descer dos céus, os deuses se apresentaram através de uma voz alta que ecoava por todos os lugares do mundo. E assim, podemos listar todos os que estão "acima de nós" segundo esse seu livro.
– Então vamos começar por LISSAR – Falou Paragor – Ele é a divindade dos animais, do ciclo de caça e da união. Ele era sempre evocado por quem precisava de ajuda em uma caçada difícil ou para proteger o gado de alguém.
– Depois vem sua irmã gêmea ILÍVIA… Ela é a divindade das árvores, das plantas e das colheitas. Ela é bem mais famosa que seu irmão, já que tem muito mais gente plantando do que criando gado. Sem falar nos clãs de abraçadores de árvores que vivem nas florestas.
– Já o próximo é TARANTOS...
– Esse eu lembro! – falou o homem-cão com um pequeno sorriso.
– Heim!? Como assim você lembra? – Perguntou Novah intrigada.
– ha! ha! ha! Fica tranquila menina! Essa piada você não vai entender. – falou Paragor.
– Fala sério!... Vocês já chegaram no nível de contar piada!? Agora sim eu tenho que sair daqui! – falou Novah.
– Vamos lá crianças!! – Exclama Paragor – As coisas já estão prontas!!
– Poxa!! – Fala o homem-cão – Mas e os outros deuses que faltam.
– Há garoto! A menina já tá ansiosa pra aproveitar esses olhos novos pelo mundo! depois no caminho vocês conversam sobre o resto! – falou Paragor.
– Hááá, não conversamos não! – Respondeu Novah. –. E agora que você já começou então termina… hum!… heee… talvez seja até bom ele conhecer o panteão de deuses e o tipo de pessoas que os servem.
– Bom...Se é assim...está bem! – falou Paragor – Eu parei no TARANTOS… Bom… TARANTOS é o deus dos mortos, das doenças e governa o submundo, que é um lugar muito abaixo da terra onde os mortos vão para serem julgados por ele. Os necromantes pedem sua ajuda até pra trocar as cuecas! E também é evocado por pesquisadores que querem exterminar uma doença, ou causar uma, dependendo do caso. E também como ele… "julga as pessoas" sempre tem alguém tentando… digamos… subornar TARANTOS. Mas no final, o acordo consegue ser ainda pior que o problema em si.
Agora tem também KÃNUM VAT. Divindade do poder, tanto da mente, quanto do corpo, do dinheiro, da política, etc. Se você quer ter um lugar de poder, então é pra ele que você tem que pedir. Acho que já deu pra perceber que essa é uma divindade popular né!?
Agora vamos pra BRAHVATI, a divindade da harmonia, da honra, da luz pura e da música… Bom… Pelo menos da música e da luz ela faz jus! Mas harmonia e honra… he! he! he!... Aí já é difícil dizer.
– Ué!? Porquê!? – pergunta o homem-cão.
– Bom… Parece que BRAHVATI entende "harmonia" como ditadura... E honra como recurso para manter essa "harmonia", entende?
–... Háa… táa... – respondeu o homem-cão, um pouco decepcionado.
– Não crie grandes expectativas sobre os deuses, garoto! – Fala Paragor.
– Mas… É que… Eles são assim mesmo?... Quer dizer… Nenhum ajuda a gente de verdade? – perguntou o homem-cão.
– Você cuida de você mesmo, garoto!! – respondeu Paragor. – E então, quando você tiver alguma coisa pra oferecer para os deuses... Aí sim você tem que se preocupar com eles... Porque provavelmente eles também vão querer alguma coisa de você.
O homem-cão franziu sua testa, e ficou pensativo. Mesmo assim, Parado não para, e continuou a contar sua história.
– E por último THRÚM. O Imperador dos deuses… O detentor do poder das estrelas… O que deveria consertar toda essa bagunça… Mas ele está pouco se lixando pro mundo dos homens. Tudo que lhe interessa é o seu mundo. Os diversos mundos dos deuses...Todos clamam pelo nome dele, mas só os que podem mudar o mundo são ouvidos. É o que você menos pode esperar alguma coisa garoto.
– Tá… Eu entendi... – respondeu o homem-cão ainda pensativo.
– É garoto!... – falou Paragor – Esse é o espírito quando se trata dos deuses. No final… São só mais um monte de ditadores que também querem mandar na gente.
– É mesmo!? E qual desses "ditadores" que te mandaram o aviso de que nosso novo sócio seria a pessoa certa pro trabalho, velho!? – Pergunta Novah com seu sarcasmo habitual.
–... Eu não sei menina!... Mas seja lá quem for... Você deve os olhos da cara pra ele!
Novah se cala contrariada com a resposta de Paragor, enquanto o mesmo continua a falar para os dois.
– Ânimo vocês dois! Chegou a hora! está tudo aqui dentro das mochilas! Menos o dinheiro!!... Para carregar a grana vocês vão usar isso!
E Paragor mostra pequenas bolsas diferentes, que são dadas a Novah para que ela amarrasse uma rente a sua coxa, por baixo da calça que ela usava, e a outra rente a suas costas por baixo de sua camisa, seguras por laços que se amarravam em seu tronco.
– Essas bolsas são bem úteis. – falou Paragor. - Não fazem volume e se acomodam ao seu corpo, menina.
Novah vestia uma camisa de mangas longas e algodão simples que era rente a seu corpo, junto com uma calça também simples de algodão já um pouco mais folgada em suas pernas, acompanhada de sapatilhas de couro em seus pés. Além de ter por cima dessas roupas uma espécie de manto que se alongava até quase seus pés, sendo o mesmo aberto nos lados, da altura do ombro até seu fim, nas panturrilhas, e seguro por outro pano que se amarra em sua cintura como um tipo de cinto. E as bouças se acomodaram nas vestimentas de forma tão natural, que realmente não era possível identificá-las por baixo das mesmas.
– E você garoto! Pegue isso! – Continua Paragor
Era uma camisa de pano, também simples, e com as mangas rasgadas, que acompanhava um casaco de couro antigo, e de mangas longas. Além de um par de sapatos de couro, e uma pequena bolsa de pano, que geralmente era usada na cintura para guardar dinheiro. O homem-cão se vestiu com todas as roupas que Paragor acabara de entregar ,e ao terminar Paragor continuou.
– Agora coloque essas pedras dentro dessa bolsa!... Isso irá prevenir um pouco os possíveis assaltantes que vocês vão encontrar no caminho.
– Há! legal!... Agora eu entendi! – falou o homem-cão.
E agora o toque final! – falou Paragor entregando uma bandana de pano fino para Novah.
– E isso serve pra que? – Pergunta Novah.
– Ora! Pra esconder esses olhos azuis gigantes que você tem agora! – explicou Paragor. – Esse pano é fino o suficiente pra você conseguir enxergar , e grosso o suficiente pra ninguém se interessar pelo seu novo visual! E mesmo em lugares afastados evite tirar isso! A gente nunca sabe que tipos de filhos da mãe estão nos espreitando fora das cidades.
– Mas e eu?! – Perguntou o homem-cão. – Nas outras cidades, como a gente vai explicar alguém que nem eu?
– Calma! É verdade que Licans são um show a parte em qualquer lugar. – falou Novah. – Mas no final você só é mais um estrangeiro indesejado que passa pela cidade.
– É verdade! – confirmou Paragor – E vocês dois já vão ter um contexto muito bom quando chegarem em qualquer lugar estranho… Novah! Você vai sempre andar com a mão nos ombros do garoto-cachorro enquanto estiver em público.
–... Hum entendi… PERAÍ?! COMÉ QUE É? – Indagou Novah com medo de, ao tocar o ombro do homem-cão, ter a mesma reação de quando olha nos seus olhos.
– É isso que você ouviu! – afirmou Paragor. – Assim todos vão entender que o garoto é seu guia já que você é cega.
– Caramba! – Falou o homem-cão com empolgação – É uma ótima sacada seu Paragor! Agora já fico até mais tranquilo de entrar nas cidades.
–... Ai!... tá bom!... aff… a gente faz isso então! – concordou Novah.
– Então peguem suas tralhas e vamos pra saída. – falou Paragor.
Assim, Novah e o Homem-cão seguem Paragor até a saída da mansão. No caminho, aquelas pessoas que passavam despercebidas e cuidavam dos enfermos, percebem que finalmente é chegado o momento de sua jovem benfeitora enfrentar o seu destino. E começam, um após o outro, a se despedir de Novah. A comoção era contida, mas sincera, já que Novah havia ensinado a todos ali os primeiros socorros, necessários para que ajudassem uns aos outros dentro daquela mansão em ruínas pertencente ao anão.
Como as pessoas que se despediram dela não sabiam da recuperação de sua visão, Novah prefere manter sempre os olhos fechados, para que ninguém seja tentado a fazer algo que a necessidade os obriguem a fazer.
E terminando com as despedidas, os três chegam até a porta da frente, e Paragor fala aos dois.
– Bom... É aqui que a gente se separa!... Novah!!... Muitas pessoas importantes ficaram pra trás, na esperança que esse dia chegasse, você ouviu?!... Mas muito mais importante do que cumprir seu destino e a nossa vingança… É você cumprir com os ensinamentos dos que se sacrificaram por você naquele dia!!... Então, você pode não conseguir ou até mesmo desistir de fazer com que paguem pelo que fizeram… Mas nunca ouse seguir por um caminho que traga desonra para os que se foram em nosso lugar!!... Foi claro Mestra Novah!!
– … Foi sim, Senhor Comandante Paragor – responde Novah enquanto faz reverência para Paragor, sem tirar os olhos dos olhos dele.
– Ótimo! – afirmou Paragor – Agora de um abraço de "até logo" nesse velho que te aturou por todo esse tempo menina!
Novah sorri e abraça Paragor ,com força, tentando segurar as lágrimas que caiam discretamente em seu rosto. Assim como Paragor, que também tinham lágrimas que escorrem lentamente de seus olhos.
O homem-cão, vendo o quanto Paragor e Novah se importavam um com o outro, mesmo que não demonstrasse, se sente mais confiante sobre a escolha difícil que havia tomado. Decidindo de vez, ajudar essas pessoas que, até dois dias atrás, eram completos desconhecidos para ele. Nesse momento, os dois terminam sua despedida, e Paragor então se vira para o homem-cão, o indagando.
– Garoto-cachorro! ainda não posso confiar minha protegida a alguém que não conheço pelo menos o nome! Então precisamos de um nome pra você garoto!
O homem-cão olhou em direção a floresta de onde havia vindo, e sem muita demora, ele respondeu Paragor com confiança.
– … Shiem! "É exatamente o que eu sou" disse aquela mulher de lá da floresta… então esse também vai ser o meu nome de agora em diante!... Shiem!
– Hum… Parece mesmo um bom nome! – falou Paragor.
– É curto e fácil de lembrar! – comentou Novah, da maneira mais concisa possível para não demonstrar que esse nome já entrou no fundo de seu coração, junto com o olhar do agora nomeado Shiem.
– Mas decidir usar o nome dado por alguém que quase te matou não te incomoda, garoto!? – perguntou Paragor.
–... Bom... Pra falar a verdade eu não sei o que fez ela mudar de ideia… mas… no final… eu senti que... esse nome tinha algum peso que deixou o coração vazio daquela mulher um pouco mais cheio de novo... Então acredito que seria certo manter esse nome! – Explicou o homem-cão que agora se auto intitula Shiem.
Então, Paragor levou sua mão a frente, demonstrando querer cumprimentar Shiem enquanto falava.
– Então que assim seja! Muito obrigado jovem Shiem! Eu estou confiando a tutela de minha protegida a você rapaz! E, cada vez mais, percebo que tomei a decisão correta!
Shiem apertou a mão de Paragor com a satisfação de ter finalmente encontrado um rumo nesse mundo. No entanto, ainda o comprimentando, Paragor continuou seu discurso inspirado para ele.
– Mas você ainda tem todo um mundo de descobertas e decepções para conhecer, jovem Shiem! E você vai cair muitas vezes! Das maneiras mais feias possíveis, garoto! Mas entenda uma coisa! Não importa o quão forte você seja! Não se pode escapar das consequências de nossos atos! Mas podemos sobreviver a elas e aprender. Porque não existe professor melhor do que a vida, garoto.
E assim, Shiem escutou com atenção Paragor e acenou com a cabeça de maneira firme, indicando que ele entendeu exatamente o que Paragor estava tentando lhe dizer.
Chegando ao fim das formalidades, Novah colocou a bandana em seus olhos, e junto a Shiem, ela foi pela rua acenando para Paragor, enquanto se afastava pouco a pouco do lugar que a abrigou por tantos anos de sua vida.