A Voz das Estrelas Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 2 – Parte 2

Capítulo 26: Brilho

Quando o Cosmos se tornou o próprio ambiente, um silêncio retumbante governou o espaço.

Foi sobreposto apenas segundos depois, quando a voz imponente daquele ser místico e inalcançável foi propagada, superando até mesmo o vácuo.

Nenhuma lei da física podia explicar aquele fenômeno.

A realidade deturpada não permitia a qualquer indivíduo tomar partido da lógica em prol de definir tal evento com base em regras ou teorias.

A utopia, rodeada pelo calor de tênues linhas coloridas no meio da vasta escuridão, era tudo que preenchia o cenário; não havia céu e nem terra.

Essa era...

Atualmente, vocês devem me conhecer como o Rei Celestial. Todos aqueles que receberam as Marcas das Estrelas podem me escutar neste exato momento, através desta Singularidade.

Tratou-se do primeiro grande pronunciamento do dito indivíduo.

Em meio a vastidão cosmológica, todos os escolhidos estavam conectados.

Um deles observava o místico evento em completo silêncio.

Sem dar sinais de alarde no semblante carregado, escutou o restante da declaração daquele que se situava acima de tudo e todos no topo do Cosmos.

Ao receber as informações relacionadas aos acontecimentos distantes de seu alcance, fechou os pesados olhos ametistas e exalou um profundo suspiro.

Em questão de segundos, a imagem que o rodeava desapareceu, devolvendo a realidade ao campo de visão.

O uivo arrepiante tomou os ouvidos de volta.

O vento frio, responsável por farfalhar as folhas espalhadas pela área cerrada, fazia as pontas arrepiadas do curto cabelo castanho-claro menearem.

 Após comprovar o retorno à zona florestal, voltou a caminhar pela trilha de terra.

Essa cruzava as grandes árvores, que poluíam parcialmente a visão da abóbada celestial e entrecortavam os feixes de luar que vertiam pelo espaço.

Tendo o corpo magro iluminado de forma esporádica conforme prosseguia, o garoto parou as passadas ao experimentar um formigamento estranho lhe atiçar as costas.

A sensação abrasiva preencheu todo o dorso, dá espinha à lombar, mesmo acobertado por blusa e uma jaqueta de couro.

Nada ocorreu durante alguns segundos.

De repente, durante um simples piscar, a terra se tornou água.

Ele desceu a linha de visão e se deparou com os tornozelos tomados pelo líquido cristalino espalhado pelos arredores até um horizonte infinito.

Os arvoredos também desapareceram; restou apenas o céu estrelado, refletido no remansado tapete aquático.

O ar hermético, que podia ser capaz de arrepiar qualquer um, não o incomodou.

Em alerta, manteve-se inerte.

Até quando esféricas partículas líquidas se desprenderam do véu líquido para subir ao ar, se solidificando na forma de estacas, ele permaneceu.

Até quando foram disparadas simultaneamente contra sua vanguarda, retaguarda e flancos, permaneceu...

Ao invés de se desvencilhar, apenas arregalou as vistas fundas. Um brilho branco irradiou, como se os globos pálidos retomassem a chama da vida.

Então, num piscar ainda mais rápido, uma barreira circular semelhante a um casulo aberto o envolveu.

As estacas de gelo, ao colidirem com a proteção luminosa, foram desfeitas em fótons pequeninos, como se purificadas de volta ao nada.

Quando sentiu o fim da onda de ataques, ele pôde diminuir a intensidade do campo de força.

Então, ruídos de passos lentos na água chamaram sua atenção.

— Isso foi deslumbrante, não acha!? Definitivamente és uma pessoa agraciada! — Uma voz feminina antecipou-se de sua retaguarda.

Ele virou o rosto sem qualquer expectativa.

Encontrou a presença sorridente, que se aproximava a saltos curtos sobre o tapete aquático.

A cada toque das sandálias peroladas, ondulações silenciosas se espalhavam em harmonia.

O liso cabelo era dourado e parecia brilhar solitário no coração da noite. Alcançava a cintura, dançante junto aos movimentos delicados daquela garota.

Mas eram seus olhos azul-escuros, profundos como o universo em sua magnificência, que prendiam todo o foco do jovem.

Ela parou de andar assim que ficou a poucos metros de o alcançar. Cruzou os braços atrás das costas, numa pose graciosa e, ao mesmo tempo, segura.

O moreno pôde desprender, com facilidade, a concentração que teve por um instante naquele par de íris misteriosas.

Vê-lo desviar o rosto a fez erguer as sobrancelhas, em manifestação a sua genuína surpresa.

Depois, ele procurou por algum outro detalhe, mas não obteve sucesso em encontrá-lo.

Mesmo que ela usasse um vestido não muito longo sem mangas e com um decote normal de alças finas...

— Oh. — Ao perceber a busca silenciosa dele, o sorriso da loira se alargou. — Por acaso quer saber onde está a minha marca, hein!?

Ela inclinou o torso adiante, no intuito de provocá-lo.

Só que, mesmo sem obter uma resposta verbal, corrupiou-se em alta velocidade sem causar qualquer oscilação na água abaixo.

Levou as mãos, ainda com os dedos cruzados, até o cabelo e o levantou. Mostrou, assim, a continuação do decote no dorso.

Mas estava na nuca, bem abaixo do couro do cabelo, o símbolo dourado procurado pelo rapaz.

O brilho estava ativo, mas era possível ver a composição peculiar daquele que era o desenho de um asterismo.

— E então? Bonita, não acha!? — Ela largou o cabelo, que caiu silencioso e voltou a cobrir suas costas. Retomou a posição frontal em seguida. — Poderia me mostrar a sua também!? Agora fiquei curiosa, sabe!?

— Que tipo de poder é esse?

Às primeiras palavras enunciadas pela afinada voz do garoto, a marcada mostrou os dentes num novo sorriso avantajado.

— Eu que fiz a primeira pergunta! É errado sair querendo saber de tudo e não ter nada em troca, sabia!? Apesar de que... — Executou uma breve pausa. Balançou o indicador para os lados e levou-o até o lábio inferior. — Eu diria que sei bastante sobre você, Gabrielzinho...

O acompanhante, apelidado com carinho, torceu as sobrancelhas ao escutar o próprio nome no diminutivo.

Ainda assim, a compostura sisuda se manteve. A feição que trazia certos arrepios a ela...

Sua curiosidade eufórica só crescia, a fazendo alternar os tipos de sorriso que entregava a cada nova interação.

Agora, era um mais sinuoso, que acompanhava muito bem os cílios muito próximos.

— ‘Cê parece ser bem confiante pra falar com um inimigo dessa forma — murmurou Gabriel, também de olhos semicerrados. — Mas se quer tanto desperdiçar a vida assim...

Ele abriu a mão destra, de onde uma energia poderosa irradiou pelo âmbito. A brisa fria se tornou direcionada à garota, que assobiou.

Perplexa, porém, animada, ela contemplou a luz surgir sobre a palma dominante dele, até que uma espada branca se materializou.

Gabriel empunhou a arma luminosa e, tal movimento, apesar de simplório, despertou novos arrepios dos pés à cabeça da menina.

Ela chegou a se contorcer como se excitada, levando a unha do polegar a ser mordiscada pela ponta dos dentes.

Enrubescida pelo momento, soltou novos sussurros:

— Maravilhoso!... — Estreitou as vistas escurecidas. — Poderia dizer que me apaixonei à primeira vista por você, concorda?...

— Não tenho interesse em romance.

O moreno sacudiu a arma lateralmente

Uma nova corrente de vento foi originada, a ponto de sacudir toda a água que o rodeava.

— Ah, mas você faz completamente meu tipo, sabia!?... — Apertou a outra mão no centro dos seios medianos. — Todavia não desejo entrar em conflito contigo agora. Afinal...

Antes que ela pudesse completar, o rapaz disparou em alta velocidade.

Sem pensar duas vezes, desferiu um golpe superveloz em busca de cortá-la no pescoço.

No entanto, um muro de água cresceu em sua frente. O espadachim, ainda assim, não freou a investida.

Prosseguiu com o corte em diagonal, fazendo a camada líquida ser dissipada para uma leve explosão.

Só que a garota não estava mais no caminho.

Apesar da surpresa, ele permaneceu quieto enquanto se reerguia.

Nem mesmo precisou caçar a presença dela; apenas se girou à vertente de onde tinha partido ao ataque.

Como se tivessem trocado de lugar, voltaram a cruzar os olhares em meio à quietude.

Sem se importar com a falta de educação de sua paixão à primeira vista, ela estendeu a palma aberta.

E numa toada ainda mais hermética, entoou o complemento do que dizia antes de ser interrompida:

— Eu sei o que deseja, meu querido.

Mais uma vez, somente as sobrancelhas do moreno reagiram na face paralisada.

Diferente da ocasião anterior, essa transmitiu um inédito nervosismo à loira. Em troca, experimentou satisfação ao receber o singelo sentimento.

Dito isso, prosseguiu na fala remansada:

— Sinto lhe informar, mas estou apenas executando alguns testes. De momento, só pretendo observar a esse destino longe do real tabuleiro, sabe? — Fechou os olhos por um instante. — Mas, olha, adorei te encontrar! Tenho certeza de que nos esbarraremos de novo em algum momento. Até lá...

E estalou os dedos defronte a face.

Num piscar, a exemplo do princípio daquele efeito, Gabriel regressou à zona florestal.

Dê seu melhor para satisfazer minha diversão, certo?...

Sem a presença da misteriosa, apenas a voz dela ecoou em meio ao vazio.

Desaparecida a influência perigosa, ele permitiu que a lâmina de luz fosse desfeita em novas partículas esféricas, que subiram rumo ao céu até desaparecerem.

Por um lado, lamentou a chance desperdiçada de derrotar um adversário direto na busca por seu desejo.

Por outro, ficou instigado em vê-la novamente, como a própria havia prometido.

Através de um lamento fraco, voltou a caminhar pela trilha florestal.

Conforme se aproximava das luzes de uma cidade não muito distante, puxou, do bolso da jaqueta, um pequeno colar que portava um redondo medalhão prateado.

Abriu a ínfima moldura metálica para encontrar a imagem gravada em seu interior.

Havia uma menina que sorria enquanto olhava para a câmera responsável por capturar aquele momento.

Seu cabelo curto mal alcançava a metade do pescoço.

Os pontos de maior atenção descansavam nos lindos olhos ametistas, que pareciam manifestar tanta benevolência e alegria quanto o semblante infantil.

Sem dizer uma palavra, Gabriel fechou o amuleto e lhe apertou na palma.

O olhar estremecido, repleto de ódio, voltou a encarar o caminho adiante.

As árvores mais espaçadas daquela área permitiam à lua, em fase crescente, espalhar sua exuberância pelo restante do trajeto.

Após deixar um buquê de flores à frente de cada lápide, Norman recuou três passos e leu o nome dos familiares gravados na estela de pedra.

Em seguida, fechou os olhos por alguns segundos.

Realizou uma rápida prece, mesmo não sendo religioso, desejando o descanso das almas deles.

— Obrigado por tudo. Adeus...

Seus murmúrios só puderam ser escutados por si próprio. Contudo, torceu para que as palavras de despedida, proferidas no mundo real, os alcançasse.

O vento gelado trazia consigo as folhas amareladas do outono. Os volumosos cachos do cabelo escuro dançavam no espaço.

Logo ao lado, os curtos e ondulados fios níveos de Bianca também oscilavam contra o ar.

Através do semblante cabisbaixo, observava as inscrições sem soltar a cálida palma do rapaz.

Não fazia muito tempo desde que a criança também tinha perdido membros de sua família.

Apesar da forma na qual procedeu a ingressão para a Seleção Estelar, jamais deixaria de considerar o homem salvo por sua mãe como um irmão mais velho.

Embora maltratada durante os eventos remotos, sentia-se incapaz de não o perdoar.

A exemplo do companheiro, fechou os marejados olhinhos verdes e repetiu o adeus silencioso — ainda que não houvesse qualquer lápide em nome do falecido.

Percebendo a atitude da menina, permaneceu ali durante alguns segundos.

Nenhum deles proferiu uma palavra sequer.

Quando o momento foi encerrado, voltaram pela trilha principal do cemitério.

Amedrontada graças a considerável quantidade de pessoas reunidas nas capelas próximas à entrada, aproximou o corpo trêmulo e apertou-se no braço de Norman.

Capaz de caminhar com tranquilidade entre os desconhecidos, ele largou a mão da menina e a trouxe para mais próxima.

Passou a conduzi-la com as palmas sobre seus ombros. Afagada pelo gesto carinhoso dele, foi capaz de passar por todos até alcançar o portão aberto.

A alguns metros da entrada estava Layla, o rosto alvo parcialmente sombreado pelo chapéu de crochê.

Observava o céu ciano repleto de nuvens níveas.

A borda do vestido sem manga e gola alta ia até os joelhos. Balançava a exemplo do rabo de cavalo branco, que caía ao início das costas.

Não demorou até os olhos azul-escuros notarem a chegada da dupla.

Um tênue sorriso se projetou em recepção a eles.

— Como foi? — Lançou a pergunta.

— Foi normal. — O aliado estreitou as sobrancelhas. — Então, realmente vamos?...

— Os conflitos que aqui ocorreram certamente chamaram a atenção, ainda mais após o pronunciamento do... Rei Celestial.

Norman inclinou o rosto com certa dubiedade quando Layla executou a pausa repentina.

Apesar disso, não proferiu algo até ela concluir:

— Sei que deve ser difícil deixar a casa na qual morou durante toda a vida com seus parentes, mas não podemos arriscar.

— Tudo bem, não tem problema. Mas poderia me dizer pra onde planejar ir?

— Numa cidade, bem ao Sul... Lá tem uma casa que pertencia a minha falecida vó. — Ajeitou as mechas do cabelo sobre o rosto. — Podemos ficar lá por um tempo. Marcados podem aparecer em qualquer lugar, não há uma fórmula de precisão exata para determinar isso. Só posso utilizar meu Áster a cada dia, então...

— Temos que ficar em alerta sempre. Sei bem disso.

— Isso é ótimo.

Na sustentação do contentado semblante sorridente, a Marcada de Vega deixou o companheiro de lado.

Agachou-se frente a frente com a menina, ainda envolvida no antebraço canhoto dele.

— Está tudo bem para você?

— Sim... Vou com vocês. — Bianca assentiu. O amedrontado olhar de outrora não existia mais. — Como gratidão por terem me salvado, vou ajudar vocês!

A marcada experimentou leve surpresa ao receber a declaração da criança.

— Fico agradecida por isso. Tenho certeza de que ele cuidará bem de ti. — Lançou um olhar convencido para o rapaz, que a encarou sem dizer nada.

E nem precisava lembrar disso.

O caminho a favor de salvá-la foi escolhido pelo próprio, em conflito ao desejo do falecido Marcado de Regulus.

Encabulado perante as brincadeiras da parceira, limpou a garganta em prol de retomar o assunto principal:

— Aliás, podemos ir de metrô. É mais rápido, e...

— Metrô? Diz aquele transporte sobre trilhos, subterrâneo?

Defronte a curiosidade peculiar demonstrada pela garota, Norman arregalou os olhos e pegou-se incapaz de respondê-la a princípio.

Não obstante, a garotinha apertou seu braço, de modo a chamar-lhe a atenção.

— Maninho... O que é um mêtro? — Inclinou levemente a cabeça à esquerda, projetando uma expressão dúbia.

Cercado pelas duas incompreendidas, o rapaz não encontrou outras saídas.

Só fechou a boca aberta e, mediante uma voz cansada, questionou:

— Vocês nunca andaram de metrô?...

— Conheço o tipo. Contudo nunca experimentei uma viagem. Estou curiosa quanto a isso. — A mais velha abriu um sorriso animado ao comentar.

— Não é nada demais, vai por mim. Ainda mais nesse frio... — Ergueu o rosto e observou as árvores secas. — Vai ficar pior ainda lá dentro.

— Sou bem tolerante a climas extremos.

Em vista à expressão confiante da Marcada de Vega, o garoto sentiu que não deveria oferecer mais explicações.

— Então ‘tá bom. — Avançou alguns passos e levou a mão até o ombro dela. — Será bom se irmos antes do anoitecer, e...

Quando achou que a palma aberta havia tocado seu membro exposto, deixou de vivenciar todos os sentidos durante segundos... que pareceram a eternidade.

Raios azulados tomaram conta do campo de visão dominado pelas trevas.

Imagens borradas, como se fossem apagadas com borracha, surgiram num piscar.

O quê?

Pegou-se inapto a compreender o motivo de enxergar aquilo de novo; o carro de seus falecidos pais, onde encontrava a si próprio no banco traseiro.

Bem ao lado do irmão mais novo...

Por quê?

Não recordava a experiência daquele momento em específico. Não condizia com a viagem que tinham feito até o casamento, antes da tragédia ocorrer.

Entre o ponto onde renegou a presença de sua mãe até o despertar no hospital... nenhuma lembrança inserida nesse meio vinha à tona.

Isso é...!?

Conforme mantinha o contato visual com a cena, vislumbrou o instante que uma silhueta escura surgiu em meio à estrada.

Em seguida, mediante cortes abruptos, a perda da direção por parte de seu pai.

Uma torrente de emoções congelantes lhe corroeu.

Foi tão rápido que mal pôde raciocinar.

Hora de... se libertar... para então... eu me tornar livre.”

A frase deturpada surgiu do vazio, no ápice da lembrança desconhecida.

— Norman?

A voz de Layla trouxe o Marcado de Altair de volta do transe peculiar.

Quando a paralisia foi varrida, pôde retirar a palma estremecida de seu ombro arriado.

A garota encarou os atordoados olhos verdes, que criavam uma harmonia perplexa com a boca aberta.

Bianca, em paralelo, experimentou a tremulação repentina se alastrar pelo corpo do jovem.

Pensou em perguntar se ele estava bem, mas foi antecipada pela própria adolescente, que estalou os dedos diante de seu rosto pálido.

— O que aconteceu? Ficou estranho de repente.

A demora em delegar alguma resposta serviu de motivação para a garota se aproximar um pouco mais.

Os olhos azuis conectaram-se em sua abalada linha de visão. Ele moveu os lábios, indicando uma tentativa de resposta.

Voltou atrás ao engolir em seco e decidiu manter-se quieto por mais alguns segundos.

Embora atraído pela habitual influência da nívea, o marcado apenas desviou o olhar.

Os dedos tatearam a testa, coberta por novos curativos que contornavam a cabeça.

— Ah... nada... Só tive uma dor estranha. — Procurou desconversar. — Melhor a gente ir antes que fique de noite.

Nem se deu conta de que repetiu a mesma frase, interrompida por si mesmo, antes de perder contato com o mundo.

A criança o acompanhou, ainda preocupada.

Em contrapartida, Layla sustentou-se na mesma posição, à medida que a dupla se afastava pela calçada recheada de folhas amareladas.

Sem dizer mais nada, encarou a retaguarda do companheiro abrir distância a cada passo largo em direção ao horizonte.

Claramente incomodado, o cacheado levou a palma sobre a cabeça que, aos poucos, abandonava a dor latejante.

“Memórias que eu não lembrava...?”, entrefechou os olhos escuros, sem notar a observação inquieta da atônita menina.

De mãos dadas com firmeza, prosseguiram rumo ao objetivo daquela tarde que se aproximava do fim.

Layla deu a volta e os acompanhou logo em seguida.

Nenhuma palavra a mais foi compartilhada entre qualquer um dos três.

Opa, tudo bem? Muito obrigado por dar uma chance À Voz das Estrelas, espero que curta a leitura e a história!

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