A Voz das Estrelas Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 1 – Parte 1

Capítulo 5: A Águia e a Lira

Perante a marca da constelação da Lira estampada no peito de Layla, Norman experimentou algo próximo do fascínio da noite anterior.

Era como se emitisse luz própria de quase desaparecer na pele pálida dela, graças à coloração azulada de seus pontos e linhas.

Após as palavras de apresentação, ela voltou a cobrir a marca com a alça grossa do vestido.

— Você conhece muito bem de estrelas mesmo. — Sorriu com gentileza.

Norman quebrou aquele pequeno período de paralisia com piscadas rápidas. Balançou a cabeça rápido, virou-se até a escrivaninha e deixou sua bolsa sobre ela.

— Então... — Fez uma pausa para respirar fundo antes de começar o que importava de verdade: — O que é essa provação?

Layla entendeu o momento.

Apanhou o pacote de salgadinhos e voltou a se sentar na beirada da cama com as pernas unidas.

— Basicamente, é o evento transformador para aqueles que são selecionados. — Pegou um biscoito e o encarou com as vistas pesadas. — É o momento em que recebem suas marcas... e despertam o Áster.

— Áster?... — Virou-se de volta à visita, ficando frente a frente com ela.

A garota levantou a cabeça de novo.

— Explicando de uma forma mais simples, esse é o poder que cada marcada desperta. Todos possuem uma habilidade única e específica. Consegue se lembrar?...

Nem precisava perguntar para fazer o garoto puxar os eventos de volta; do acidente ao ato final contra o Marcado de Polaris.

A habilidade dele...

— Mover as coisas com o poder da mente, então?...

Telecinesia.

Norman encarou a palma da própria mão, incapaz de compreender como se sentia com aquilo.

De pouco em pouco, ficava cada vez mais claro.

— E qual é o seu poder? — indagou ao voltar a encará-la.

Layla conservou-se ao silêncio durante alguns segundos. Ele terminou de comer os salgadinhos, então falou:

— Quanto a isso, prefiro deixar em segredo por um tempo.

“É sério?”, torceu uma das sobrancelhas.

— Não se preocupe, prometo que não irei te deixar na mão — Lambeu as pontas dos dedos. — Creio que seja melhor não saber durante este início. Até se habituar ao seu Áster e, é claro, a todo o evento...

O garoto não rebateu àqueles caprichos sorridentes e prendeu uma arfada.

Depois disso, a alva amassou o pacote e, com uma das mãos, lançou-o na lixeira que ficava ao lado da escrivaninha.

Acertou o recipiente e comemorou como se fosse uma cesta vencedora no basquete.

Norman acompanhou a sequência descontraída. Imaginou que até ela poderia ser mais infantil às vezes, apesar de toda a postura e, principalmente, aquela aura.

Quase foi levado a abrir um sorriso no momento. Mas...

— Então... a gente se torna um escolhido, marcado, ou o que seja, sofrendo um acidente?

Voltou a expressar uma feição cabisbaixa, virando seus olhos de canto para o espelho.

Mal conseguia enxergar o próprio rosto.

— Não conheço muito bem os detalhes corretos acerca disso, mas, se há algo em comum entre nós...

 O rapaz entendeu o peso daquelas palavras e da continuação que ela evitou entoar.

Os dois tinham passado por tragédias pessoais. Os dois tinham perdido entes queridos, de um jeito ou de outro.

Já era o bastante para que o significado ficasse claro. E não havia como refutar.

— De todo modo, deixe-me explicar um pouco mais sobre o que conheço da Seleção Estelar. — Respirou fundo, ajeitando a postura na cama. — Como antecipei, somos escolhidos para disputarmos o posto do Rei Celestial que irá se retirar.

— É, claro...

Norman antecipou os problemas que existiam naquela construção, porém deixou que a garota continuasse:

— Entretanto, isso não é tudo. — Ergueu o dedo indicador na altura do rosto. — Um ano. Esse é o tempo que levará para o Rei Celestial se retirar.

Os dois voltaram a se encarar, tensos.

— E o que isso muda...?

Layla abaixou o braço com delicadeza.

— Por óbvio, caso nenhum dos selecionados consiga se tornar seu sucessor dentro desse limite... o universo como conhecemos poderia colapsar.  

Ao escutar o complemento, o jovem engoliu em seco.

Mais um problema pesado. Ou seja, além de lutar pela própria sobrevivência, ainda teria que correr contra o tempo.

Nem sabia como mensurar o tamanho daquele desastre, caso fosse real.

Ainda restava uma pontada de descrença, mas àquela altura nada podia convencê-lo do contrário.

Regras tão simples, mas ao mesmo tempo — e até em maiores proporções — aterradoras. Tinha o corpo todo arrepiado naquele instante.

A amostra grátis do hospital oferecia um ótimo panorama acerca do que viria a seguir, mais cedo ou mais tarde.

E essa linha de pensamento o conduziu à realização do próximo questionamento:

— E sabe... quantos existem?

Layla inclinou o rosto.

— Acerca dos selecionados? Sim e não. — A resposta o fez franzir a testa com dubiedade. — Marcados não são meramente definidos pela quantidade de pessoas escolhidas em si, tampouco as estrelas que os selecionam. São as constelações.

— Como assim?... — Ele levou a mão ao queixo. — Então ‘tá me dizendo que...?

— Você entende rápido. — Esboçou um sorriso. — Há a possibilidade de haver mais de um participante caso estrelas da mesma constelação sejam suas representativas.

Nervoso, Norman subiu mais a mão, cobrindo a boca.

— E são quantas constelações, ao todo?

— Também é algo que não posso determinar.

O que deixava tudo ainda mais complicado.

Como os números poderiam ser maiores ou menores com base naquelas parcas informações, havia a possibilidade de existir centenas de milhares de marcados.

Afinal, o que mais existiam eram estrelas catalogadas, mesmo que constelações fossem mais “contidas” em questão numérica.

Mas isso era considerando unicamente a Via Láctea...

— Isso é loucura — murmurou o devaneio em voz alta, sentia a testa começar a suar só pela aflição.

Pessoas desconhecidas com poderes desconhecidos — e podiam ser inúmeras — em uma luta por um título que superava o conceito de humanidade.

“Por que eu deveria fazer isso?”, indagou a si mesmo.

Layla observou as costas daquele que queria ter como aliado, mas respeitou o período pensativo dele.

Ela também sabia que a situação penderia para a rejeição dele. Sobre se juntar a ela e sobre tudo que envolvia a seleção.

Nada mais natural ao analisar tamanha reviravolta em sua vida cotidiana.

Sendo assim, a alva quebrou o silêncio:

— Sei que está confuso. E que, provavelmente, não deseja colocar-se em risco nisso. — Sua voz soou densa e serena. O garoto virou-se de novo até ela. — Você acabou de perder a família. Passou dificuldades na recuperação no hospital e nem deve ter alguma motivação pessoal para almejar esse prêmio.

Os olhos dele, bem abertos, conferiram a melancolia no semblante cabisbaixo da garota.

— Mas, se puder aceitar meu pedido egoísta... — Abriu a mão e a estendeu na direção dele. — Prometo garantir sua segurança até o fim disso.

Norman não respondeu de primeira.

Perdeu alguns segundos em completa quietude, pensando e pensando mais do que poderia.

— Por que eu?... — A voz dele soou afônica.

Layla hesitou, chegando a quase recuar a mão. Sentiu dificuldades para ser sincera até mesmo com as palavras.

— Porque eu... — Interrompeu a si mesma. Aquilo o deixou mais ansioso para ouvir. — Porque foi você que eu encontrei. Foi como eu disse, sabe? Elas guiam nosso destino... e nossa história.

Diante do sorriso fraco dela, Norman também perdeu todo o empenho que, há segundos, tinha para apenas negar a sua participação naquilo.

— Eu não quero perder. — Layla prosseguiu, com mais firmeza. E até mesmo... — Eu preciso conseguir!

Um tom de urgência.

Aquilo fez o Marcado de Altair repensar de novo. Seus olhos se arriaram, quase encontrando os próprios pés cravados no chão.

“Por que...?”, balançou a cabeça em negação, ainda tentando... “Por que isso foi como... um pedido de ajuda desesperado?”

Era assim que tinha entendido nas entrelinhas da voz e das palavras dela.

Além de saber que ficar inerte à realidade o faria correr perigo de qualquer maneira, sentiu um peso maior retumbar sobre o peito.

E ele já tinha tomado sua decisão. Não iria errar outra vez.

Por isso, surpreendendo-a enquanto estava com a cabeça mais baixa, pegou em sua mão e firmou o aperto.

O rosto dela se reergueu, assim como os olhos noturnos cintilaram.

— ‘Cê ‘tá certa. Não tenho nenhum desejo pra cumprir com essa posição Mesmo assim... — Franziu a testa. — Se não fosse por você, naquele hospital, eu teria morrido antes de poder saber o que ‘tava acontecendo. E como parece saber bastante, acho que... seria bom te ter ao lado.

O sorriso retornou para a curvatura dos lábios dela.

— Então...?

— É. Se for o suficiente pra retribuir... posso tentar te ajudar com isso.

Radiante como nunca esteve, Layla agradeceu:

— Obrigada. Faremos o melhor de agora em diante. — Depois do acordo firmado, os dois soltaram a mão um do outro. — Então, agora que somos oficialmente aliados e você conhece os detalhes básicos, podemos seguir um planejamento.

— O que sugere? — Ele andou até a outra cama e sentou-se, cansado.

— Vejamos... — A alva trocou as posições ao se levantar, caminhando até a janela. — Que tal treinarmos um pouco? Seu Áster, no caso. Precisa se habituar a ele.

Esse era, de fato, o caminho mais lógico a ser traçado durante o princípio.

Mesmo com a natureza dos eventos, a maioria causadora de um uso quase inconsciente, Norman não tinha experimentado tanta dificuldade no controle em si.

Dito isso, convencia-se de que seria capaz de repetir os processos ao natural.

Porém...

— Acho que não precisa.

— É melhor não ser muito convencido.

— Mas eu usei já...

— Em situações de risco de vida, onde a adrenalina era a imperadora de suas ações. — Os olhos de Layla fizeram uma varredura em todo o quarto. — Hm... Vamos testar. Veja bem, tente controlar aquele pacote que joguei no lixo.

Apontou o indicador ao recipiente encíclico, onde o pacote amassado descansava no fundo.

Junto a um resmungo presunçoso, Norman encarou o local específico e levantou a mão dominante na mesma direção.

Permaneceu naquela postura por breves segundos, entretanto nada ocorreu.

O tempo foi passando, ele se esforçava mais e mais, só que os resultados inexistiam.

Chegou ao ponto de se levantar, pressionar o chão com os pés, até contraiu os dedos da mão.

Quando o rosto foi dominado por uma careta, a tentativa forçada deu frutos. Mas o pacote permaneceu dentro, afinal, apenas a lixeira tombou.

Diante da incapacidade inesperada, a frustração o fez se jogar de novo na cama, ofegante.

Por outro lado, Layla projetava um sorriso triunfante.

— Viu? — Abriu a mão como se oferecesse suas condolências. — Ainda precisa melhorar a concentração e dominar o controle. Por isso, iremos treinar a partir de hoje, todos os dias!

Mais animada do que de costume, ela cruzou os braços por baixo dos seios.

E, claro, Norman protestou com um resmungo:

— Todos!?

Torceu para que fosse só uma brincadeira.

— Temos um dia inteiro hoje que não pode ser desperdiçado. Mas eu sei que está cansado, por isso deixarei que descanse um pouco até a noite, onde podemos começar. — Ela se virou e passou por ele com passos curtos, na direção da porta. — Vou tomar um banho, está calor aqui. Ah, poderia separar algumas roupas que eu possa usar? Não se importe com o tamanho, mas que não sejam tão curtinhas, por favor!

Agora, ela já tinha ultrapassado os limites ao se tornar uma mandona. Foi isso que ele pensou no átimo de incredulidade que o levou a indagar:

— ‘Cê ‘tava falando sério sobre ficar aqui!?

— Não tenho outro lugar para ficar. — Virou-se a metade do corpo na porta e indicou a cama: — Pretendo dormir aqui, a propósito. Se não for muito incômodo.

Norman nem teve oportunidade para retrucar, pois ela tomou a liberdade de encerrar o assunto ao seguir pelo corredor.

Restou a ele fechar a boca que se abriu no impulso, sem conseguir entoar qualquer sílaba a mais.

Roupas e lugar para dormir...

Refletiu com inevitável pesar àquelas condições. Embora parecesse nada demais, havia detalhes incômodos ao jovem.

Afinal, aquela cama era de seu falecido irmão. E as únicas roupas femininas da casa pertenciam a sua falecia mãe.

Vendo aquela sequência de acontecimentos, ponderou sobre como ela poderia tomar as posições dos entes que partiram há alguns dias.

Posições que jamais poderiam ser substituídas, mas que poderiam atormentá-lo pelo resto de sua vida.

Ofegando, Norman se jogou na cama, dessa vez deitado.

De roupas trocadas após o banho, aproveitou o alívio depois de um entardecer inteiro de práticas.

— Você foi ótimo. — Layla se sentava na cama ao lado. — Vejo que não terá problemas em se habituar aos domínios básicos. Podemos ir um pouco mais além amanhã, então descanse bastante.

Ele encarava o próprio teto, quieto.

Desejava evitar, mas no fim acabou virando o rosto esmaecido para a alva.

Ela trajava um vestido verde com saia até os joelhos, o pijama mais confortável que sua mãe tinha.

Ainda tinha o cheiro dela, pensou. Matutou solitário ao voltar a face para cima e exalar um lamento pesado.

Depois de um tempo, voltou a se sentar e apanhou seu celular na escrivaninha. Verificou os e-mails e as mensagens que não conseguiu durante a estadia no hospital.

Deu atenção a um grupo em especial que compartilhava com outros três contatos.

“Claro que eles ficariam sabendo...”, tratou de responder algumas das mensagens que havia perdido, já pensando se deveria repor as aulas ou trancar a matrícula.

De qualquer forma, não queria parar sua vida pessoal por conta daquelas coisas estranhas.

Contava com a chance de nem ser tão recorrente a necessidade de lutar ou algo do tipo.

Em meio ao silêncio, cortado pelo som baixo dos dedos batendo na tela do celular, Layla retornou a se aproximar da janela.

Norman virou de soslaio, encontrando-a na boa observação do céu que tinha daquele cômodo.

Então, após um tempo, desligou o aparelho celular e se levantou para ir até a abertura no outro lado.

Quando parou ao lado dela, observou o mesmo olhar direcionada à abóbada recheada de estrelas.

“Que cheiro bom”, pensou em meio ao tom de melancolia que sempre parecia a rodear quando fazia aquilo.

Uma súbita vontade de a afagar em um abraço fez seu braço esquerdo se levantar lentamente.

Mas caiu em si na hora certa e o retornou.

“Por que quis isso de repente?”, encabulado, ele se corrupiou para evitar a imagem estonteante da sua nova aliada.

Ainda mais estando tão próximo dela.

No fim, acabou sucumbindo à tentação de encarar a extensão superior, que naquele anoitecer era preenchida por algumas nuvens mais escuras.

Permanecer naquela posição, sem piscar por um bom tempo de tão absorto, fez Norman se lembrar de algo.

— Ah... — A voz embargada chamou a atenção da melancólica, que o fitou de canto. — Lembrei que a gente não vai poder treinar muito daqui a dois dias.

Dúbia com a afirmação, Layla não se segurou:

— Por quê?

E depois de um breve momento, o garoto foi enfático:

— Tenho aula na faculdade.

O silêncio contaminou o recinto após a resposta tímida do rapaz.

Tal gestou foi o bastante para desprendê-la da taciturnidade causada pela observação celestial.

Então, levou seus olhos azul-escuros em integridade à vertente do companheiro.

— É mesmo?

Foi assim que conseguiu o interrogar, ainda sem levar fé no que tinha acabado de ouvir.

Sem se decidir sobre esse assunto, Norman escolheu retornar à sua universidade no início da semana.

Como ficava perto de sua casa, a ponto de poder caminhar até lá, imaginou que seria um regresso tranquilo.

Só depois de um ou dois dias indo às aulas após todos aqueles ocorridos que poderia chegar a uma conclusão.

 Você fica aqui até eu voltar. As aulas de hoje não demoram muito.

Foi a determinação dele para sua nova inquilina, assim como depois entregou algumas informações para ela sobre os cômodos, comida etc.

— Tomara que ela fique de boa até eu voltar — pensou em voz alta, mas com as sobrancelhas retorcidas em um pressentimento ruim.

De todo modo, não tinha mais volta. Apenas continuou até o campus aberto, onde se dirigiu a sua primeira aula após a tragédia.

Sem a tala no braço, já se sentia revigorado fisicamente — apesar do fim de semana inteiro de desgaste com os treinos do Áster.

Não entendia muito bem, mas seu corpo parecia estar bem melhor do que antes do acidente.

Evitou pensar muito naquilo, só para não ter que lidar com as tais lembranças.

Só tinha mantido uma faixa na testa, em prol de esconder a marca.

No caminho para a sala, ninguém o questionou. Tampouco colegas da própria classe foram até ele.

No fim, a vida sempre continuava, independente de algum ocorrido pessoal.

Poderia ser assim com qualquer um, então nem se incomodou.

Sentou-se em uma das cadeiras entre a frente e o fundo da sala.

Era o melhor lugar para não chamar o olhar de outras pessoas.

— Norman!! — Um garoto tomou a cadeira ao lado. — Você voltou, mano! Senti sua falta! Como ‘cê ‘tá, mano?

O tom de voz inicialmente eufórico se tornou brando, porém o cacheado logo reconheceu.

Virou o rosto até encontrar seus óculos de grau, destacando os olhos castanhos, e o cabelo arrepiado que brilhava graças ao gel.

— Willian... — Um de seus poucos amigos. Ao ver como suas vistas estavam arregaladas em preocupação, ele respondeu: — Me recuperando.

— Saquei. Ah, e sinto muito por... você sabe. — O jovem encontrou dificuldades em pôr os sentimentos para fora.

— Fica tranquilo, Willian. — Norman apoiou o rosto no punho cerrado. — Essas coisas acontecem...

A tristeza era explicita na frase que soou em meio a um fraco lamento.

— Err... — Willian ficou sem jeito.

Quando o clima começou a ficar tenso no silêncio entre os dois...

— Norman! — Outro chamado, dessa vez de uma garota, os envolveu.

Antes que pudesse se virar para olhar, foi abraçado no pescoço com força.

— Eu ‘tava tão preocupada! Você ‘tá...? — Ela engoliu a pergunta que faria.

Norman, também a reconhecendo, assim como o outro rapaz que tinha chegado com ela, abriu seu primeiro sorriso.

Fraco, mas, ainda assim, um sorriso.

— Eu ‘tô melhorando. Valeu por se preocupar, Helen.

Ela também sentia, mais do que qualquer um, a melancolia na voz e no semblante do rapaz.

Porém, antes que pudesse dizer algo para tentar o animar, um pequeno burburinho se formou do corredor e chegou ao interior daquela sala.

Com passadas graciosas, a garota esbanjava um fascínio singular a todos que tinham suas vistas possuídas por ela.

A entrada na classe trouxe a muvuca para dentro. Então, os três que rodeavam o cacheado encararam a passagem.

— Ooooh!! — Willian levantou-se da carteira com um sorrisão, batendo as mãos na mesa. — Que linda!! Que gata!! Quem... quem é essa!!?

À medida que ele expressava suas impressões, o rosto de Norman subiu. E, aos poucos, as sobrancelhas se ergueram, assim como os lábios se afastaram.

Sorridente, a estonteante garota de cabelo branco, envolto em um rabo de cavalo, abriu alas para ficar ao alcance...

“Só pode ser brincadeira”, estarrecido, Norman chegou a mostrar os dentes sem perceber.

— Olá, pessoas. — Ela se aproximou das carteiras naquele canto onde estavam reunidos os quatro amigos. — Espero não estar atrapalhando!

Layla acenou com a mão enfaixada a todos. Porém, os globos semelhantes ao céu da noite só contemplavam ele...

Norman, ainda sem conseguir recuperar o controle na faceta, via um de seus maiores temores ser concretizado.

Opa, tudo bem? Muito obrigado por dar uma chance À Voz das Estrelas, espero que curta a leitura e a história!

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