A Voz das Estrelas Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 1 – Parte 1

Capítulo 19: Forte Atração

Minutos antes do encontro derradeiro, Isabella Morgan corria pelas ruas desertas da madrugada ceifando a vida dos soldados que resistiam em interceptá-la.

Tomava certo cuidado para não abrir o ferimento recém-cicatrizado no abdômen, mas lidava com os adversários sem muitas dificuldades.

Mesmo após a separação entre o trio que tinha como objetivo encontrar e derrotar o Marcado de Regulus, a garota não interrompeu o avanço por um segundo sequer.

A euforia estampada na face sorridente a conduzia em velocidade máxima até a mansão onde o responsável pela morte de seu irmão residia.

Suas garras afiadas, fruto do Áster adquirido após ser escolhidas pelas estrelas, retaliavam sem dó quem ousasse se meter em seu caminho.

Mas, no fim de tudo, alcançou o objetivo sem tantas dificuldades, graças à escassez de obstáculos que o inimigo dispunha.

Subiu um poste de energia e se equilibrou no topo com os pés colados um no outro.

— Então é aqui mesmo — disparou entre os dentes afiados que sorriam com escárnio.

Deparou-se com a presença de dois soldados remanescentes que faziam a guarda dos portões. Foi a confirmação sobre o local.

Podia derrotá-los, como fizera com tantos desde a universidade, mas aquilo seria óbvio demais.

— Consigo sentir vocês daqui... — Abriu os caninos ao alargar o aspecto sorridente.

Mas, logo após isso, uniu os lábios em um semblante sisudo. Lançou uma respiração profunda por breves segundos em prol de se concentrar.

Não podia falhar em hipótese alguma.

Tratava-se da rota final até a conclusão do desejo de vingança.

Sem chamar atenção dos soldados em terra, resolveu acionar o modo surpresa e saltou por cima.

Ao conferir o tamanho considerável da edificação sombria, preferiu iniciar a caça do ponto mais próximo à entrada em questão.

Decidido o local onde atacaria, elevou o ímpeto de seu Áster... então, destruiu o teto com um murro agressivo.

A explosão chegou ao teto, estremecendo parte da estrutura interior. No começo do grande corredor principal, escombros foram derrubados.

Aquilo surpreendeu os vigilantes que, de fato, se postavam na passagem de dentro, prontos para lidar com qualquer possível invasão.

As forças definitivas do Marcado de Regulus demoraram a reagir, um prato farto em favor da Marcada de Betelgeuse.

Ela aproveitou a fraca cortina de fumaça e irrompeu ao local fechado sem pestanejar.

Elevou a celeridade e precisão para acertar o primeiro golpe, que derrubou o único soldado que foi até a área do impacto averiguar.

Antes que os outros também pudessem fazer algo, ela girou o corpo e disparou contra eles.

Sem espaço para se proteger, tiveram as gargantas laceradas sem piedade. As paredes brancas do labirinto eram tingidas pelo fresco sangue rubro.

Depois de derrotar os cinco que havia ali, Isabella lambeu os beiços e esfregou as mãos.

Construiu o caminho pelas conexões claustrofóbicas e não encontrou outras forças defensivas. Deviam ser, de fato, os últimos.

Nem por isso desacelerou a corrida que já começava a fazer uma dor fraca tomar conta da costela trincada.

Contornou todas as viradas até que enfim se deparou com os que eram os últimos. Dessa vez, sem erros.

Eles miraram à sua direção e atiraram, porém não teriam sucesso em lidar com a agilidade sobre-humana da adversária mesmo em um espaço tão estreito.

Naquele momento, ao invés de apenas cortar suas gargantas, Isabella decidiu matar dois coelhos numa só cajadada.

Foi assim que, ao erguer o rosto e contatar os alvos pelos olhos afiados, empurrou as garras contra o peito de ambos os soldados.

Um de cada lado, foram carregados pela extensão final do percurso, até atingirem a grande conclusão; uma porta fechada no extremo da passagem.

Num impulso decisivo, lançou os corpos já inertes contra a estrutura de madeira, que foi arrancada violentamente das conexões às paredes.

A potência avassaladora do impacto originou uma pequena explosão.

Uma leve cortina de fumaça preencheu o ponto da destruição, dissipada com os passos fortes da Marcada de Betelgeuse sobre os soldados carregados até os destroços no solo.

— Te achei, seu desgraçado!

O tom acentuado na voz oferecia um breve demonstrativo da ardente mistura de emoções em seu coração.

Com problemas para enxergar por conta do estado febril, Bianca não pôde reconhecer a silhueta turva que tinha acabado de chegar.

Levi observou por cima do ombro, contudo logo girou o corpo inteiro a fim de encarar a inimiga da maneira devida.

Estava surpreso. Mas fazia o possível para tornar a segurança em si mesmo inabalável.

Assim, abriu um sorriso característico de jocosidade à frente dela.

— Esperava que aquele garoto viesse primeiro. Me antecipei até aqui sabendo que ele conseguiria entrar. Então poderia me dizer como chegou sendo que eu nem te vi?

Isabella apontou o indicador ao alto.

— Vim de cima! — E aquilo fez Levi semicerrar as vistas. — Isso é ruim, não acha!? Deveria fortificar todas as possibilidades de entrada nesse lugar! Mas já não tem mais forças pra isso, né!?

O Marcado de Regulus sabia que, diferente dos eventos anteriores, já tinha perdido as principais vantagens que concerniam aos efeitos surpresa de seus ataques.

Ainda possuía uma grandíssima, no entanto; seu Áster poderoso. Mesmo assim, era necessário ter muita cautela.

Desde que respeitasse esse eventual cenário, sentia-se apto a lidar com aqueles adversários sem problemas.

Ao menos, em teoria era assim...

— Você tem razão. Porém, não me resta muito escolha, já que vocês se livraram de todos os meus contratados.

— De nada! Graças a isso pude chegar aqui... — Semicerrou os olhos afiados. — Agora, em definitivo, posso oferecer sua cabeça a meu falecido irmão!

— O desejo de vingança... Humanos realmente são falhos e sempre vão tender a se apegarem a tais métodos, não é verdade? — Levi suspirou numa breve pausa e virou o olhar. — Eu não sou diferente nessa questão. Por isso, vou te fazer um favor... Vou te enviar para se juntar a seu amado irmão.

— Pode tentar, maldito!

Isabella abriu as garras junto ao sorriso animalesco.

Sem oferecer tempo ao oponente, impulsionou-se com as pernas de modo que até o piso de porcelanato rachou.

Violenta como de costume, tentou acertá-lo na combinação de força e velocidade.

O caolho, por outro lado, conseguiu desviar sem tantas dificuldades, como no confronto de dias atrás.

Dessa vez mesmo sem usufruir dos comentários precisos de Bianca, ele driblava os cortes agressivos da bestial por meio de passadas rápidas.

A primeira sequência foi findada quando Isabella sentiu as dores do abdômen voltarem.

Em vista disso, Levi largou a menina encardida rapidamente e levantou o tapa-olho obstrutor da vista direita.

Quando ela se abriu, a marca da constelação do Leão cintilou num poderoso tom de azul.

Isabella não pôde evitar a manipulação do tempo, reduzido ao mando do esguio em menos de um piscar.

— Não pretendo me desgastar muito, então... — “Serei rápido”, completou em silêncio enquanto puxava uma adaga da cintura.

A passadas aceleradas, aproximou-se da marcada.

Bianca, que fora do alcance visual dele não era afetada, observou o avanço dele ao abrir os olhos pesados pela dor da febre que a queimava.

Relembrou-se, naquele breve átimo, da sequência responsável por tirar uma vida diante de suas retinas há dias.

— Não... — Sua voz escapou, afônica e sem forças. Não poderia o alcançar. — Para... Por... favor...

Tentou esticar a mão estremecida, mas nem ela poderia tocar o Marcado de Regulus.

Diante de tamanha impotência por conta da doença, a menina soltou fios de lágrimas dos cantos das vistas.

— Dez segundos, hein?... — Levi, na contagem regressiva para liberar o Áster, apontou a lâmina ao pescoço da bestial. — Perfeito.

Quando apertou a força no pomo da lâmina para a empalar e matá-la...

Pare...

A voz ecoou dentro da cabeça dele.

Ecos da mesma palavra se espalharam até as profundezas de sua mente, a fazendo paralisar junto ao corpo.

Os poucos segundos nos quais interrompeu a ação definida foram cruciais para fazer o equilíbrio do Controle Temporal ruir.

Isabella se viu livre do efeito, que para ela se sucedeu em um mero piscar. Não fazia ideia do que tinha ocorrido para o quebrar daquela forma.

Mas ao vê-lo com a lâmina apontada para sua direção, desvencilhou-se do baque para agir rápido.

“Daqui ele não pode desviar!!”, depositou todo o peso do corpo no braço direito, alavancando-o contra o rosto atônito do inimigo.

No puro instinto de sobrevivência, Levi “despertou” do transe da hesitação e acabou extrapolando, de forma inconsciente, o uso do Áster.

Acelerando a velocidade temporal sobre si mesmo, ele executou um giro de corpo mais rápido que o pensamento, fazendo os cortes da garota errarem.

Em seguida a isso, o peso no membro ofensivo a fez ser puxada para frente. O balanço do corpo desapareceu, ocasionando a segunda grande reviravolta em um intervalo ínfimo.

Ao se livrar do ataque, Levi, sentindo uma dor pontuda na vista da marca, posicionou a adaga na direção oposta à pegada da palma e tentou contra-atacar antes de sofrer os efeitos colaterais.

Isabella rangeu os dentes e, num esforço alucinante, se corrupiou de maneira forçada para cortar acima da área apunhalada.

A adaga acabou perfurando seu antebraço canhoto, lhe trazendo uma descarga intensa de agonia. Em contrapartida, as garras dela atingiram a bochecha de Levi.

Assim, sangue espirrou das feridas dele e, depois que a faca foi puxada de volta, jorrou da perfuração dela.

Isabella caiu no chão, enquanto o Marcado de Regulus cambaleou para trás. No entanto, guiado pela euforia, ele deixou-se levar para um segundo ataque.

A jovem rodopiou sobre o solo, apoiou as palmas sobre ele e se empurrou para retomar a postura.

Quando a adaga foi empurrada na tentativa de a atingir de novo, a marcada desviou o rosto, porém sentiu o corte ardente abrir um traço vermelho bem abaixo do olho.

“Essa voz...”, Levi, quase mordendo o beiço ao experimentar a vista latejar, torceu as sobrancelhas.

Encarou a menina debruçada sobre o plano, incapaz de sequer manter os dois olhos abertos de tanta dor.

“Por que eu...!?”, indignado agora consigo, ele voltou na encarada para a bestial, que ainda sofria com o braço machucado.

A partir daquele momento, o imprevisível reinaria no campo de batalha.

— Não vou permitir! — retrucou àquele pensamento e abriu o olho especial de novo.

O Controle Temporal agiu junto ao cintilar cerúleo. Diferente da ocasião anterior, dispunha de um intervalo menor para aguentar sua manifestação.

Por isso, precisou correr, ainda que um pouco debilitado, na direção da garota.

Para seu desespero, a eficácia do poder se esvaiu em tempo recorde, devolvendo a mobilidade original à bestial.

Mesmo assim, manteve o ímpeto da agressão ao levantar o braço e tentar a apunhalar.

Mas apenas conseguiu fazer um corte médio que rasgou o braço canhoto dela, tirando pouco sangue daferida.

Estalou a língua irritado.

Graças à voz inesperada de Bianca, a vitória fácil desapareceu de seu alcance. E ele nem fazia ideia do motivo para ter sido tão abalado por aquilo.

“Não importa!”, renegou como se fosse uma maldição.

Precisava retomar o controle de alguma maneira, nem que precisasse levar a resistência de seu olho dolorido ao limite.

A situação do outro lado não era tão diferente.

O uso excessivo do Transformismo Animal começava a trazer recaídas a Isabella. Sem contar os ferimentos antigos e os novos, o corpo inteiro latejava de dor.

Forças os ossos e os músculos a fim de elevar sua força física tinha grande preço.

Sabia que em poucos minutos, caso permanecesse daquela maneira, não só perderia constância e precisão. Sofreria severas lesões, a ponto de ficar em risco de vida.

— Que saco... — suspirou enraivecida.

“Ele com certeza está com dificuldades... não posso deixar essa chance escapar!”, ainda assim, estava disposta a superar seus limites.

Depois de recuperar o fôlego, ela posicionou a palma aberta à frente da parte de baixo do rosto, mostrando o brilho escarlate da marca de Órion ali estampada.

Só que, quando piscou os olhos, ele desapareceu de súbito. Nem pôde defender a tempo, sendo perfurada pela adaga no lado esquerdo do peito.

Ao menos, conseguiu segurar o antebraço dele, se empenhando para impedi-lo de afundar mais a lâmina em sua carne.

As garras cravaram sobre a manga longa da camisa social de Levi, até também o perfurar. Os dois lutaram contra as ondas insólitas de agonia, mas algo mudou o panorama.

E, de novo, isso veio do baque sofrido pelo Marcado de Regulus, que perdeu as forças ao sentir o olho pulsar de dor.

Aquilo o fez perder na disputa, o que permitiu à bestial o empurrar para trás. A adaga foi junto, liberando o sangue do local perfurado para escorrer abaixo.

Os dois, ofegantes, mantiveram as posições, afastados.

Isabella tentou pressionar a abertura ardente no peito com a palma. Talvez nem seu Áster pudesse lidar com a cicatrização dessa vez.

No mínimo, foi diminuindo a intensidade do sangramento para não ter um choque de anemia.

Já Levi tampou o olho, de onde já ameaçava verter fios de sangue como da última vez.

Em uma análise rápida, ele se considerava mais próximo de vencer. Por isso, considerou se poupar um pouco.

Seria o suficiente...

— Eu te disse — resmungou, forçando um sorriso entortado. — Vou te mandar para o mesmo lugar que mandei o seu irmão!...

Isabella cravou um dos caninos no beiço, a ponto de tirar mais sangue dali.

Ergueu o rosto pálido, os olhos arregalados detrás dos óculos trincados.

Quando tudo parecia rumar para o triunfo do Marcado de Regulus em definitivo, outro ruído estranho se pronunciou pelo salão.

No pensamento de virar o rosto para checar de onde o som viera, Levi foi atingido por um pedregulho nas costas.

Experimentou o choque alavancar uma nova onda de agonia por todo o torso, até o lançar contra o chão.

“O qu...!?”, incrédulo, boquiabriu incapaz de sugar o ar por alguns segundos.

Até que, nesse breve período...

— Cheguei a tempo...

Norman, também arfante, passou da região devastada na entrada do grande recinto, sua palma dominante aberta e levantada.

— Você...

O murmúrio de Isabella soou fraco, mas o tom de perplexidade foi captado pelo rapaz.

Ele, após conferir o cenário bem por alto, cravou as vistas entrefechadas na criança derrubada metros após os combatentes.

Um turbilhão de furor o contaminou, mas tratou de se controlar ao cerrar os punhos.

— Seu maldito!! — Levi vociferou, reerguendo-se todo torto do piso gelado. — Todos são sempre iguais!! Sempre tentando me atrapalhar!!

Perdendo as estribeiras como nunca visto, causou uma paralisia repentina naqueles que o rodeavam.

Norman estalou a língua, considerando uma oportunidade perdida para se aproximar de Bianca.

No pior dos cenários, ao menos reconhecia que tanto o Marcado de Regulus quanto a de Betelgeuse pareciam muito debilitados.

Aquilo poderia o auxiliar. Pediria desculpas depois, porém usaria Isabella em prol de alcançar Bianca e a tomar para si.

Já pensava em oferecer algum sinal à bestial, mas acabou interrompido pelos gritos que vieram de Levi:

— Não vou deixar que arruínem meu desejo!! — Apontou a adaga ensanguentada na direção do garoto. — Serei eu o vencedor dessa Seleção Estelar!! Eu vou me tornar o novo governante!! E então...!!

Ele mesmo engoliu o complemento das lamúrias enfurecidas. Foi quando tirou a mão de frente do olho arregalado, já com o pranto de sangue em queda.

Dela, surgiu o brilho azulado, indicativo de que seu poderoso Áster viria a ser utilizado.

Isabella, no novo acréscimo de tensão, esforçou-se em prol de se reerguer.

Naquele caso, seria muito difícil de prever alguma ação sem uma consequência pesada.

Para Norman, as possibilidades continuariam escassas enquanto aquele poder irritante não fosse inibido.

E apesar dos últimos casos, ainda não tinha total confiança em sua Telecinesia. O que tentasse a partir de então, no encontro derradeiro, seria de tamanho risco...

“Mas eu vim aqui sabendo disso”, rebateu consigo próprio, deixando que o suor frio do nervosismo escorresse até a ponto de seu queixo.

Tinha que tirá-lo do caminho de qualquer jeito. Era só nisso que precisava focar por enquanto.

Quando o brilho branco na marca em sua testa ameaçou renascer, sem que qualquer um esperasse, uma forte explosão estilhaçada se pronunciou no salão.

De imediato, o olhar de todos foi direcionado às grandes janelas superiores, até então ignoradas. Não por menos... Ninguém jamais conceberia algo parecido ocorrendo.

A causa foi a de uma pessoa, que acabara de atravessar as divisórias de vidros pelo ar, fazendo-as quebrar em toda a extensão.

Segundos depois, viram-na seguir o rumo da travessia completa da largura do salão, sendo puxada pela gravidade.

No fim, colidiu contra a lateral da escadaria no outro extremo do local, prendendo a atenção abismada de todos.

Nenhuma palavra foi entoada por qualquer um do trio.

Apenas quando reconheceram a identidade da jovem lançada de maneira surpreendente, com a roupa cheia de cortes rasgados e o cabelo todo desgrenhado...

— Layla?...

Norman foi quem disparou o mussito estupefato. 

E Layla, que mal conseguia abrir um dos olhos escuros, levantou-se tingida por um semblante nada aprazível.

Era óbvio pelo contexto, mas nada ainda estava muito claro para os demais.

Mesmo com eles parados ali, em um conflito aterrador, ela só tinha olhos para o local de onde tinha entrado — sem a devida vontade — no salão.

Opa, tudo bem? Muito obrigado por dar uma chance À Voz das Estrelas, espero que curta a leitura e a história!

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