Volume 2 – Arco 1
Prólogo: O Despertar
Volume 2 - O Portador de Eón
O sol irradiava sobre a areia, o vento soprava para o Norte e pranchas elétricas voadoras eram vistas sobrevoando em instantes a extensão do deserto do planeta de Zahrah Alkhulood. O calor era suficiente para distorcer as visões dos viajantes que perambulavam pelas areias sagradas do Oásis Divino. Na civilização de Millennia, nas terras de Zamãnã, um relógio predominava em meio aos edifícios porosos. Uma grande torre com um relógio redondo no topo, que a cada segundo emitia um alto estalo dos ponteiros se movendo. Naquele instante, eram XV - XXXV. (15:35 da tarde)
Em uma pirâmide distante da cidade, havia uma grande quantidade de vento sendo aspirada para dentro dela por cima. Um pequeno homem, comparado a pirâmide, corria até a entrada. Estava vestindo um casaco branco de cientista, e parecia bem preocupado com alguma coisa. Estava atrasado, e cada vez aumentava a velocidade de seus passos para chegar ao ponto designado. Um alto som metálico ecoou pelos corredores da pirâmide, porém o cientista não se importou. Acabou tropeçando em uma pequena elevação no chão, e teve que se apoiar em uma das estátuas no caminho. O cajado nas mãos da estátua se soltou assim que o homem tentou se apoiar nele, e os dois caíram ao chão, levantando poeira.
— O-oh! Desculpe, nosso Deus, tenha piedade…
Os olhos da estátua brilharam em uma cor esverdeada, e então lentamente se viraram para o homem ao chão. A estátua o encarou friamente até que ele devolvesse o cajado nas mãos dela, e então ela segurou seu cajado novamente. O cientista, suspirando, voltou a correr adiante.
Chegando em uma sala sagrada, uma espécie de santuário dentro da pirâmide, o homem parou e se apoiou nos joelhos. Respirou bem fundo, olhou adiante e haviam vários outros cientistas e arqueólogos espalhados pelo local. Um homem de cabelos pretos e ondulados, com vestes também pretas e um espadão preso às suas costas olhou para o cientista, com os braços cruzados.
— Está atrasado, Ahmed — disse o homem de preto. — Não vai me dizer que ainda está atrás da Jade Vortex.
— N-não é nada disso que está pensando! Perdão pelo atraso, capitão Corvo…
— Não sou seu capitão, muito menos seu chefe. Quando terminarmos os assuntos por aqui, eu vou embora de Zamãnã. E nem pense que irei levar você comigo.
— Mas por que, meu senhor? Você prometeu nos ajudar…
— E já estou ajudando. Você sabe, Ahmed, meu negócio não é explorar templos e muito menos estudar essas merdas dos deuses. Estou fazendo isso pelo Rahim, apenas por ele.
— C-certo! — concordou o cientista, e então se aprofundou naquela sala sagrada. Havia uma grande estátua de um faraó sentado em um trono no centro de um lago de areia. A areia descia de uma cachoeira logo atrás da estátua, uma cachoeira apenas de areia. Logo à frente da estátua, havia um caixão dourado coberto por flores rosas com espinhos afiados.
— E então, quando começamos? — perguntou Ahmed.
— Quando Aka decidir aparecer.
Logo após Corvo dizer, um fantasma negro apareceu sobrevoando por trás da cachoeira de areia. Suas vestes deterioradas flutuavam como vapor no ar, conforme o corpo esquelético coberto pelo manto vinha pairando até o chão à frente deles.
— Bem-vindo, senhor Aka. Suponho que já podemos começar o ritual…
— É um prazer — saudou Aka, com uma voz grossa e rouca. Logo após, soltou uma risada um tanto maligna. Sua expressão não mudou desde a última vez que o demônio apareceu. Ainda continuava com o mesmo sorriso sinistro estampado em sua face. — Diga-me o que vocês sabem sobre a tumba.
— C-claro… — começou o cientista. — Em um intervalo de cinco séculos, a energia do faraó emergirá do corpo mumificado, e fluirá através do caixão. Toda vez que este evento acontece, o relógio Eón se recalibra e volta a funcionar. E sempre que o faraó despertar, um nome será exibido no topo da tumba… O nome daquele escolhido a dedo pelo Deus do Tempo para revivê-lo. Ahm… mas nem sempre essas previsões são funcionais e…
Ahmed foi interrompido pelo Ghoul Vermelho.
— É suficiente, sua opinião não vale de nada. Agora podemos começar…
Os cientistas se afastaram do demônio, junto do Corvo e Ahmed. Aka lentamente retirou o capuz, revelando seu rosto calamitoso. Seus chifres emanavam uma aura vermelha que esquentava todo o ambiente. A presença de Aka fazia os corpos dos mortais suarem, e eles sentiam como se estivessem ficando com febre.
Aka abriu os braços, e começou a flutuar diante da estátua. Uma fresta de luz iluminou a tumba abaixo, e as flores foram varridas com o vento que soprou enquanto o demônio se erguia.
— Nomina Speculum…
Quando Aka recitou o feitiço, o ritual se inicou. As tochas que cercavam o local sagrado se acenderam com uma chama esverdeada, foram se acendendo uma por uma em sequência. Da pequena fresta de luz no alto, partículas brilhantes verdes começaram a descer lentamente. Elas foram cobrindo o topo do caixão cuidadosamente, com um pequeno som emitindo delas, como se fossem pequenos cristais de vidro. Quando chegaram até o caixão, formaram o nome daquele capaz de reanimar o faraó. Todos os presentes ali ergueram as cabeças para ter uma visão melhor, e o sorriso de Aka se abriu mais ainda quando ele leu o nome estampado ali. O nome brilhando em verde no topo da tumba do faraó, era San Hiroyuki.
Aquilo só poderia significar que…
— O Portador de Eón despertou!
Notas:
Aviso: Todas as ilustrações utilizadas na novel foram geradas por IA. Perdoe-nos se algo lhe causar desconforto visual.
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