Volume 8
Capítulo 4: Exposta
(N/SLAG: O kanji usado aqui (露) possui múltiplos significados: exposto (verbo), exposição (substantivo), Rússia e orvalho.)
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DING-DONG-DANG-DONG…
Alisa ouviu o som do sino indicando o fim do horário de limpeza enquanto estava deitada na cama da enfermaria.
— Se você não está se sentindo bem, por que não descansa na cama da enfermaria? — Nonoa havia dito isso, quase forçando Alisa a ir para a enfermaria. Mesmo quando chegou a hora da reunião do conselho estudantil, Alisa não conseguiu reunir forças para sair da cama.
Será que é assim que se sente ao ficar procrastinando…?
Se fosse o caso, seria uma estreia em sua vida. Ela pensou vagamente sobre isso, zombando de si mesma, no fundo de sua mente.
Faltar à escola e procrastinar era absolutamente imperdoável. Impensável. Uma mancha em sua vida. E apesar de pensar assim, ela não conseguia encontrar forças para se sentar.
As emoções em seu coração estavam pesadas e opressivas, sem espaço para desprezar suas próprias ações. As palavras que Masachika disse da escada continuavam se repetindo em sua mente. Ela queria acreditar que as tinha ouvido errado.
Mas Masachika tocando piano durante o festival escolar e o olhar que ele dirigiu a Yuki durante o festival esportivo… Tudo se unia para criar uma mistura que impedia Alisa de escapar da realidade.
Ah, talvez aqueles dois…
Já estivessem apaixonados há muito tempo, separados pelas circunstâncias familiares. Yuki, sendo filha de uma família prestigiada, e Masachika, alguém de uma classe média. Talvez suas diferenças de status social os impedissem de namorar abertamente, mesmo com sentimentos mútuos.
Isso explicaria a expressão de Masachika em relação à mãe de Yuki durante o festival esportivo.
Será que Masachika-kun tem escondido algo assim…?
Se fosse o caso, seria ridículo. Nunca houve chance de Alisa intervir entre os dois. Os sentimentos de Masachika por Alisa eram apenas de respeito e carinho que uma pessoa tem pela outra… não de interesse romântico.
Ainda assim, ela foi lá e se apaixonou sozinha, se empolgou sozinha e agora… estava sofrendo sozinha.
— Gh!
Seu peito tremeu, e Alisa, sem querer, sentiu vontade de chorar, mas forçou a respiração para engolir as lágrimas.
Ela não podia chorar. Nonoa ainda estava do outro lado da cortina. Ela não queria mostrar a ninguém esse lado fraco e patético de si mesma, lamentando-se por um amor não correspondido.
Isso mesmo, qual é o problema com um pouco de dor no coração? É um alívio que seja superficial, já que percebi isso cedo.
Ela se deu conta de seus sentimentos e rapidamente aprendeu que o amor era inalcançável. Chorar por algo assim, sentir tristeza por algo tão pequeno, parecia ridículo para ela.
— Uuuu, hic, ugh.
Enrolando-se nos lençóis, ela abafou os soluços que estavam subindo em sua garganta, enterrando o rosto no travesseiro. Ainda assim, incontrolavelmente, as palavras transbordaram de seu peito trêmulo.
— Нет, я не хочу, чтобы это закончилось вот так...
(Não, eu não quero que termine assim…)
Com o último pedaço de orgulho, ela tentou manter isso em segredo de qualquer pessoa. Para garantir que sua voz não tremesse, ela sussurrou baixinho.
— Я люблю тебя… я люблю тебя…
(Eu te amo… Eu te amo…)
Seu coração transbordou, e ela não conseguiu parar suas palavras.
O que importa? O que importa se a dor for superficial? Já é tarde demais. Ele já havia, sem querer, roubado seu coração. Ela não conseguia imaginar um futuro com mais ninguém além de Masachika Kuze. Só de pensar que Masachika não estaria ao seu lado, seu peito parecia que ia desabar.
— Я люблю тебя…
(Eu te amo…)
⋆⋅☆⋅⋆
MUITO OBRIGADA, MIYAMAE-SAMA. GRAÇAS A VOCÊ, EU CONSEGUI ME DESCULPAR ADEQUADAMENTE COM MASACHIKA-SAMA.
ENTENDI. QUE BOM OUVIR ISSO. E PODE ME CHAMAR DE NONOA, A PROPÓSITO. NÃO PRECISA DESSA COISA TODA DE SAMA.
ENTÃO… NONOA-SAN, MUITO OBRIGADA.
DE NADA, FIQUE À VONTADE PARA VIR ATÉ MIM A QUALQUER MOMENTO PARA CONSELHOS.
Enquanto trocava mensagens com Ayano, Nonoa ouviu a voz de Alisa, que vazava fracamente pela cortina.
Ugh… como esperado, os tipos que reprimem suas emoções são meio chatos.
Ao ouvir a voz de Alisa, que tentava controlar suas emoções, Nonoa não conseguia entender o que estava se passando por dentro dela.
O que Nonoa desejava era uma explosão pura, intensa e descontrolada de emoções. Ela queria ver uma erupção poderosa de sentimentos que abalasse seu coração imutável. No entanto, sabia, por experiência, que uma explosão de emoções comuns não faria seu coração tremer. Então, pensou, por que não tentar com Alisa, alguém com quem ela tinha certo grau de amizade, ainda que não tanto quanto com Sayaka…
Bem, meu alvo principal é o Kuzecchi de qualquer forma. Tenho que atirar algumas pedras, mesmo que seja chato.
Preparar o palco era essencial. Para isso…
Agora, vamos aos toques finais.
Aproveitando o estado vulnerável de Alisa com um controle mental básico. Justo quando Nonoa estava prestes a se aproximar e diminuir a distância com Alisa—
Bzz
Seu celular, segurado na mão, sinalizou uma mensagem recebida.
NONOA-SAN, AINDA ESTÁ LIMPANDO?
O remetente era Hikaru. Ao ver a mensagem, Nonoa se lembrou de que hoje era o dia da prática de banda no clube de música leve.
Ugh… talvez eu pule hoje.
Olhando para a cama, estava prestes a responder quando seu celular vibrou novamente.
VOCÊ NÃO VAI PARA O CLUBE DE MÚSICA LEVE HOJE?
A remetente da próxima mensagem era Sayaka. No momento em que Nonoa reconheceu o nome, agarrou seu celular com as duas mãos e rapidamente digitou uma resposta.
VOU, TÁ? VOCÊ TAMBÉM VAI?
SÓ UM POUCO.
ENTENDI. VOU CHEGAR LÁ LOGO~.
Terminando com uma enxurrada de adesivos em formato de coração, Nonoa guardou o celular e gritou pela cortina.
— Alisa~? Estou indo para o clube de música leve, ok?
Não houve resposta ao seu chamado. Contudo, sem se importar, Nonoa, fazendo de conta que era uma amiga atenciosa, fez barulho de propósito ao sair da enfermaria.
Certo, vamos com tudo~♪.
Com isso, Nonoa se dirigiu imediatamente para a sala de música, correndo rapidamente pelo corredor. Em sua mente, os pensamentos sobre Ayano e Alisa já haviam desaparecido por completo.
⋆⋅☆⋅⋆
— Bem, então, bom trabalho, pessoal.
— Sim, bom trabalho.
— Bom trabalho~.
— Obrigado pelo esforço.
Tendo terminado suas tarefas no conselho estudantil, Masachika deixou a sala do conselho. Com uma expressão carrancuda, olhou para o corredor agora escuro.
Alya não apareceu no final…
Uma mensagem foi enviada para o grupo de bate-papo do conselho estudantil dizendo que ela se atrasaria um pouco, mas foi só isso. Maria também não conseguiu alcançá-la por telefone. Várias tarefas pós-festival esportivo os mantiveram ocupados, e eles anteciparam que seria um dia agitado.
Era difícil imaginar Alisa negligenciando suas responsabilidades, então os outros membros do conselho estudantil estavam mais preocupados do que irritados. E quanto a Masachika…
Pensando bem, faz tempo que não converso muito com a Alya desde o festival esportivo.
Por conta de vários problemas familiares, ele não teve tempo para se preocupar com mais nada e pensou que Alisa talvez tivesse percebido isso e o deixado em paz. No entanto, ver sua ausência inexplicada do conselho estudantil hoje sugeria que havia mais coisas por trás disso.
A Masha disse que a chamaria de novo… acho que vou procurar um pouco também.
Com isso em mente, antes de ir para casa, Masachika decidiu verificar os lugares onde suspeitava que Alisa pudesse estar.
— Ela não está aqui, né…?
Depois de passar por várias salas de aula e até pela sala dos professores, Masachika espiou na segunda sala de música, murmurando para si mesmo no corredor.
Seria hilário se ela já tivesse ido embora, mas…
Ele sabia que isso não era possível. E saber disso só aumentava sua preocupação.
Bom, por enquanto, vou verificar a sala de aula de novo.
Virando-se rapidamente, Masachika encontrou alguém inesperado.
— Ah, se não é o Kuze.
Quem o chamou com um tom teatral foi Yusho Kiryuin, o presidente do clube de piano. Há um mês, durante o festival escolar, ele orquestrou uma confusão envolvendo toda a escola, acabou com um corte de cabelo bem curto como punição por parte de sua prima Sumire, e recebeu uma suspensão de um mês. Ao ver a pessoa com quem teve um confronto feroz durante o festival escolar, Masachika instintivamente franziu a testa.
Masachika nunca gostou do narcisista e egoísta Yusho, e durante o festival escolar, eles criaram várias lembranças ruins juntos. Além disso, ele estava preocupado com Alisa.
— É… até mais.
Masachika olhou brevemente na direção dele e passou rapidamente. No entanto—
— Espere um momento.
Yusho rapidamente se posicionou à frente de Masachika, inclinando-se inexplicavelmente contra a parede e lançando um olhar lateral, aparentemente desnecessário. A atitude excessivamente teatral fez Masachika querer comentar se ele não teria lido demais mangás shoujo ou dramas românticos. Apesar da irritação, Masachika conseguiu se controlar e disse.
— Ei… Não temos exatamente o tipo de relacionamento onde conversamos normalmente, né? …O que você quer?
— Hum? Não é como se fosse grande coisa.
— Eu vou te acertar com toda minha força, careca manchada.
Ao ouvir esse termo impiedoso, a bochecha de Yusho se contraiu ligeiramente. Infelizmente, ou talvez tristemente, ele pareceu perceber que o comentário de Masachika havia acertado em cheio, e sua reação se transformou em uma risada, ao invés de raiva.
Afinal, Yusho, que tinha levado um corte de cabelo militar de Sumire, tinha deixado o cabelo crescer durante sua suspensão, mas as partes onde seu couro cabeludo ainda estava visível demoravam para cicatrizar. O estado de seu cabelo, ralo e irregular, era de fato algo que se encaixaria bem no termo careca manchada.
Resistindo ao impulso de rir com a descrição precisa, Yusho estendeu os braços dramaticamente e deu de ombros.
— Bem, bem, zombando das características físicas de alguém... é por isso que os plebeus são...
— Nunca ouvi alguém com esse visual me chamar de plebeu antes.
É claro que Masachika não faria um comentário sarcástico sobre alguém que nasceu com certas características devido a doenças ou acidentes além de seu controle. No entanto, Yusho havia trazido isso sobre si mesmo. Como alguém atualmente irritado com a situação, Masachika sentiu-se compelido a dizer algo nesse sentido.
Ou melhor, mesmo me chamando de plebeu... ele não percebe que a Yuki e eu somos irmãos?
De repente, ao considerar isso, Masachika reavaliou seus pensamentos.
Não importa o quão parecidos sejam seus sobrenomes, seria extremamente raro alguém chegar à conclusão de que eles podem ser irmãos. A maioria das pessoas consideraria isso uma mera coincidência ou, no máximo, pensaria neles como parentes distantes. Quem os identificou imediatamente como irmãos foi Nonoa, a anormal.
Enquanto Masachika ponderava sobre esses pensamentos, Yusho parecia ter recuperado a compostura e iniciou uma conversa casual, como se nada tivesse acontecido.
— Não imaginei que você estaria aqui depois da escola. Será que os rumores sobre você se apresentando com o Clube de Música de Câmara são verdadeiros?
— De quem você ouviu isso?
Masachika não confirmou nem negou a especulação, que deveria ser de conhecimento apenas de algumas pessoas. Em resposta, Yusho respondeu casualmente.
— Eu sou o presidente do clube de piano, sabe? Como chefe de outro clube relacionado à música, rumores como esse chegam até mim.
— Entendi… Mas, infelizmente, estou aqui só para procurar alguém. Então, bem...
Dizendo apenas o essencial, Masachika tentou passar por Yusho novamente. No entanto…
— A pessoa que você está procurando é a Alisa Kujou?
Ao ouvir o nome de Alisa, Masachika parou involuntariamente e olhou para Yusho com uma mistura de desconfiança e cautela.
— Não faça essa cara. Eu só vi a Kujou entrando na enfermaria com a Miyamae.
— Com a Nonoa…?
O nome da pessoa que ele acabara de pensar fez Masachika franzir a testa. Apesar disso, as palavras de Yusho eram, sem dúvida, uma informação útil, então, relutantemente, ele expressou sua gratidão.
— Obrigado. Bem, então.
E desta vez, ele tentou passar na frente de Yusho. Mas…
— Bem, espera aí, Kuze. Você está realmente planejando receber a Miyamae no conselho estudantil?
Com essa pergunta sugestiva, Masachika pensou interiormente: Que chato. Ele respondeu, suprimindo sua irritação.
— Se formos eleitos, então sim.
Recebendo a resposta indiferente de Masachika, Yusho sorriu de forma zombeteira.
— Sério? Você realmente pretende trazer uma entidade tão perigosa para as suas fileiras? Voluntariamente? Isso não soa muito sensato.
Em resposta às palavras de Yusho, Masachika momentaneamente se atrapalhou ao falar… Isso, por si só, era a maior prova de que Masachika, no fundo, reconhecia uma certa validade no argumento de Yusho.
— Você realmente acha que a Miyamae seria uma aliada confiável? Se sim, você está cometendo um grande erro.
Yusho, bem atento aos pensamentos de Masachika, amplificou-os com precisão.
— Miyamae não vai se tornar aliada de ninguém. Para ela, as pessoas neste mundo se dividem em apenas duas categorias: sujeitos importantes para observação e sujeitos que podem ser destruídos. Isso é tudo.
— Ela parece uma pessoa distorcida para você?
— Não parece para alguém com um coração mole como o seu?
O comentário sarcástico, desferido pela resposta calma de Yusho, fez a expressão de Masachika se tornar amarga. Mesmo assim, como alguém que reconhecia Nonoa como amiga, ele não poderia deixar de refutar as palavras de Yusho em silêncio.
Masachika continuou a argumentar.
— Kiryuin… O que você conhece é a Nonoa de antes, né? Ela tem interagido com várias pessoas, vivido diversas experiências, e mudado aos poucos. A Nonoa que eu conheço agora é diferente de como ela era antes.
— Nada mudou. Se algo mudou, foi apenas a maneira como ela se apresenta na sua frente.
— Você…
Para Yusho, que continuava a falar de Nonoa como uma entidade malévola, Masachika finalmente revelou sua raiva. No entanto, Yusho deu de ombros despreocupado em resposta.
— Que saco, você ainda não entendeu, né?
Sacudindo a cabeça, Yusho se afastou da parede e passou por Masachika.
— Uma última coisa. Sua maior fraqueza é que você não consegue evitar forçar a crença na bondade dos outros, Kuze.
Proferindo essas palavras enquanto passavam um pelo outro, Yusho se foi.
Masachika achou aquelas palavras provocadoras, e não podia deixá-las sem resposta. Enquanto Yusho se afastava, Masachika lançou palavras para as costas do rapaz que se afastava.
— E sua grande fraqueza, Kiryuin, é que você não consegue se livrar dessa atitude teatral nem com essa careca sua.
— Gh!
Enquanto Yusho tropeçava à frente, Masachika se dirigiu à enfermaria. Mesmo durante esse tempo, as palavras de Yusho continuavam a ecoar em sua mente.
A aparência alterada da Nonoa… seria tudo isso apenas um ato?
Ridículo. Não havia necessidade de ouvir as palavras de um vilão como Yusho. Nonoa, amiga, Yusho, inimigo — em quem você acreditaria?
Mesmo pensando dessa forma, tal dúvida não desapareceu.
Em algum lugar em sua mente, Masachika não pôde negar que via certo mérito nos argumentos de Yusho. E uma vez que essa suspeita se enraizou, ela se estendeu, invadindo seus pensamentos.
Alya indo para a enfermaria com Nonoa…? Ela estava se sentindo mal? Por que Nonoa, alguém de outra turma e clube, estava com Alya? Será que ela fez algo com ela…?
O olhar intenso e as palavras dirigidas a ele por Nonoa no banco do parque de diversões, depois do festival cultural, ressurgiram em sua mente. Se eram sinceras ou não, isso ainda era incerto, e se o pensamento racional se aplicaria a alguém como Nonoa também não estava claro.
Mas, falando de forma geral… se uma garota nota que seu crush, Masachika, está próximo de outra garota, Alisa, ela não sentiria animosidade por ela como rival romântica?
Se Nonoa também fosse assim… Não, mas desde então, Nonoa não se aproximou de mim nem nada. Além disso, não foi só agora que decidi deixar de lado meu preconceito contra a Nonoa!?
Masachika afastou os pensamentos de duvidar de sua amiga com vergonha e autodesprezo.
"Sua maior fraqueza é que você não consegue evitar forçar a crença na bondade dos outros, Kuze."
E ainda assim, o comentário de Yusho ressurgiu em sua mente enquanto Masachika se dirigia rapidamente à enfermaria, com a intenção de conversar com Alisa para afastar completamente essas suspeitas. Ou, pelo menos, ele esperava conseguir fazer isso.
— Com licença.
Suprimindo suas emoções inquietas, Masachika bateu na porta deslizante e entrou na enfermaria. A enfermeira, que estava sentada à frente da mesa, levantou o rosto.
— Oh… Seria a Kujou-san?
— Ah, sim. Hum...
— Aqui. Eu estava justamente pensando em acordá-la em breve, então o timing está perfeito.
Dizendo isso, a enfermeira abriu a única cortina fechada e entrou.
— Kujou-san, como você está se sentindo? O Kuze-kun veio te buscar, sabia?
Seguindo a voz da enfermeira, uma conversa suave pôde ser ouvida. Depois de um tempo, ela saiu com uma expressão apologética.
— Desculpe, Kuze-kun. Você veio até aqui, mas… a Kujou-san vai descansar um pouco mais e depois sair sozinha, então não se preocupe.
— Eh?
Foi uma recusa discreta. Masachika, que não esperava ser recusado de um encontro cara a cara, ficou sem palavras. No entanto...
Bem, mas… se a pessoa em questão não quer…
Insistir em seus sentimentos e pressionar só causaria incômodos. Respeitar os desejos de Alisa era o que um parceiro deveria fazer.
— Ah, então… eu vou chamar a irmã dela, Maria-san, tudo bem?
— Sim, isso pode ser uma boa ideia.
Pelo menos, ele chamaria Maria para que Alisa pudesse voltar para casa adequadamente. Enquanto pegava seu smartphone para fazer a ligação...
"Vai fugir de novo?"
Uma voz assim ecoou em sua cabeça. Quando ele parou involuntariamente, a imagem de Yuki veio à sua mente. O sorriso falso que Yuki havia mostrado enquanto faziam compras.
......
Mas ele fingiu não perceber naquele momento. Fingiu não notar. Mesmo sabendo que Yuki segurava várias emoções dolorosas. Porque era a vontade de Yuki. Respeitando a vontade de sua irmã, ele criou desculpas convenientes e fugiu.
Agora, estava prestes a fazer o mesmo de novo?
Deveria realmente recuar só porque Alisa claramente não estava em um estado normal e rejeitou sua presença?
Eu... fiz uma promessa, não fiz?
A promessa que ele fez no dia em que decidiu concorrer na eleição junto com Alisa. Apoiar ela ao seu lado. Não escolher outra pessoa. Foi isso que Masachika jurou.
— Argh! Alya!
Impulsionado por uma mistura de raiva consigo mesmo e um indescritível senso de dever, Masachika exclamou. Guardando rapidamente o celular no bolso, ele ignorou as tentativas da enfermeira escolar de detê-lo e abriu a cortina de forma abrupta.
⋆⋅☆⋅⋆
Alisa estava sonhando.
No sonho, ela chorava em uma cama da enfermaria quando Masachika apareceu para buscá-la. Ele diria que tudo era um mal-entendido, que ela era a pessoa mais importante para ele. Dizendo isso, ele a abraçaria gentilmente. Que sonho conveniente...
— Kujou-san, Kujou-san.
Despertada por um leve sacudir, Alisa abriu os olhos. O que encontrou em sua visão foi um travesseiro vagamente iluminado pela luz que passava pelos lençóis brancos.
— Kujou-san, como você está se sentindo? Kuze-kun veio buscá-la, sabia?
— !
Com as palavras da enfermeira, o coração de Alisa palpitou levemente, e ela rapidamente se calou. Intuitivamente, ela sabia o que estava por acontecer. Masachika tinha vindo buscá-la, assim como no sonho, mas essa era uma realidade que não se desenrolaria da mesma maneira.
Ela sabia. Era tudo um sonho. Mas, por enquanto... não queria enfrentar a realidade.
— Eu vou para casa sozinha depois de descansar um pouco. Poderia pedir para ele voltar primeiro?
— Eh... C-Certo... Tem certeza de que consegue ir para casa sozinha?
— Sim.
— Você está bem? Precisa de algo preparado...
— Estou bem.
Com uma resposta breve, Alisa, como se rejeitasse qualquer conversa adicional, se enrolou firmemente nos lençóis.
As emoções descontroladas que haviam fervido em seu peito tinham momentaneamente se acalmado enquanto dormia. No lugar delas, um vazio esmagador agora preenchia todo o corpo de Alisa.
Vazio. Tudo estava vazio. O que ela era. O que estava fazendo naquele momento. Não conseguia encontrar significado em nada disso.
Não, provavelmente não havia significado. Tudo isso era inútil, sem valor, como uma luta consigo mesma...
— Alya!
De repente, ouvindo seu nome ser chamado de forma incisiva, Alisa estremeceu. Logo após, junto com o som da cortina sendo puxada, alguém — não, Masachika — estava ali, próximo.
— Alya...? O que aconteceu?
— E-Ei, Kuze-kun! Não invada o espaço de uma pessoa doente assim!
— Sensei, pode esperar um momento? Se Alya insistir que eu vá embora, eu vou imediatamente.
As palavras de Masachika forçaram a enfermeira a engolir o que estava dizendo. Então, através dos lençóis, Alisa ouviu a voz preocupada de Masachika.
— Alya... Você está bem? Pode me explicar o que aconteceu?
Uma voz gentil que transmitia uma preocupação genuína por ela. No entanto, mesmo isso soava vazio para ela naquele momento.
Essa gentileza... não é algo exclusivo para mim, certo...?
Pensamentos distorcidos assim surgiram em sua mente, apenas para desaparecer rapidamente como bolhas. Se não era algo exclusivo para ela, então qual era o valor disso? Parecia trivial. Sem sentido. Todos esses pensamentos...
— Não me diga... poderia ser que a Nonoa fez algo...?
— ?...?
No entanto, com o tom sério de Masachika que chegou a seus ouvidos, um ponto de interrogação apareceu na cabeça de Alisa. Com esse gatilho, seu cérebro entorpecido começou a recuperar suas funções normais.
— Agora há pouco, Kiryuin me disse que você e a Nonoa estavam juntas...
— Não.
— Eh?
Finalmente respondendo com sensatez, Alisa surpreendeu Masachika com sua resposta.
— Nonoa-san não teve nada a ver com isso... Ela só cuidou de mim quando me senti mal.
— Eh, ah, é mesmo? Uh, então foi tudo um mal-entendido meu — A vergonha e o arrependimento ecoaram na voz de Masachika, e enquanto Alisa levantava suavemente o lençol para espiar com um olho, viu Masachika agachado ao lado da cama, cobrindo o rosto com ambas as mãos.
— Droga... Que vergonha... Estou tão envergonhado agora...
Diante dessa cena um tanto embaraçosa, uma risada inesperada escapou da garganta de Alisa. Então, ao perceber que Masachika havia erguido o rosto com uma expressão intrigada, ela rapidamente abaixou o lençol, bloqueando o olhar.
Por que estou... rindo?
Apesar de tais pensamentos questionadores, seus lábios de alguma forma se curvaram em um sorriso. Masachika, segurando a cabeça de forma tão patética, parecia incrivelmente engraçado por algum motivo.
— Alya...?
Enquanto Alisa tremia silenciosamente sob os lençóis, Masachika a chamou em um tom duvidoso. Em resposta, Alisa, com um tom neutro, suprimiu suas emoções e respondeu.
— Não é nada... Só ouvi algumas notícias desagradáveis.
— Notícias desagradáveis... Será que tem a ver com a campanha eleitoral?
Masachika fez uma suposição equivocada às palavras vagas de Alisa. Essa interpretação incorreta deixou Alisa sem saber como responder. E, enquanto Masachika tentava interpretar aquele silêncio, seu mal-entendido crescia.
— Claro, perder na competição de cavalos foi um revés para nós. Mas, considerando que a Sumire-senpai e a Elena-senpai se juntaram ao nosso lado como novas aliadas, não foi um resultado tão ruim. Depois de nosso sucesso contínuo até agora, provavelmente ainda enfrentaremos algumas críticas por um tempo, mas não se preocupe com esse tipo de coisa...
Ao interpretar que Alisa estava acamada por ser atacada verbalmente pelos apoiadores de Yuki, Masachika tentava expressar seus pensamentos com sinceridade. No entanto, de alguma forma, aquilo parecia cômico.
Ele realmente não tem ideia...
Quem ele acha que é o responsável por fazê-la se sentir assim?
Pensando nisso, Alisa de repente percebeu que sempre havia sido assim. Masachika sempre agia como se entendesse tudo sobre ela... mas nunca percebia as coisas mais importantes. Era incrivelmente absurdo, e Alisa frequentemente encontrava alegria em superar Masachika...
Fufu, sério... Ele realmente não entende nada.
Ela ficava feliz por ele não perceber seus sentimentos. Contudo, ela também ressentia o fato de ele não perceber seus sentimentos.
Sob os lençóis, enquanto ouvia Masachika falar com sinceridade, Alisa se deixou imergir em emoções conflitantes. No entanto, conforme Masachika continuava a falar, com dedicação, para o bem dela, uma sensação de felicidade gradualmente preenchia seu corpo.
Mesmo que essas palavras estejam fora do contexto, neste momento, a gentileza de Masachika, enquanto ele se dedicava a ela, era... só para Alisa.
É triste que... eu não seja sua parceira destinada.
Para Alisa, Masachika era seu parceiro destinado, mas isso não era recíproco. Era insuportavelmente triste. Era algo tão doloroso que tirava seu fôlego.
Mas... ela não podia desistir.
Então... vamos enterrar esses sentimentos por um tempo.
Masachika era atraído por ela, queria apoiá-la, porque admirava a determinada Alisa Kujou. Ela não podia permanecer nesse estado, se sentindo para baixo. Até o dia em que Masachika se voltasse e percebesse, Alisa precisava permanecer forte. Provavelmente era isso que Masachika também desejava. Então...
— Ainda há mais, sabe? Até eu...
Em uma tentativa de encorajar Alisa, Masachika continuou falando.
E, enquanto ele fazia isso, Alisa, sob os lençóis, estendeu a mão direita, fazendo um pequeno gesto para ele.
— Hm? O que foi?
Inclinado para frente, Masachika aproximou cautelosamente o rosto. Respondendo ao gesto dela, ele se inclinou ainda mais próximo ao rosto de Alisa.
— O quê...?
Ao ouvir a voz de Masachika tão próxima, Alisa se sentou. Ela rapidamente puxou os lençóis sobre ambos, cobrindo Masachika, que fechou os olhos reflexivamente enquanto se apoiava na cama.
— Uwah...!
Com ambas as mãos sobre a cama, Masachika fechou os olhos reflexivamente. Alisa, ainda segurando os lençóis, inclinou-se e abraçou sua cabeça com força contra o peito.
Então, ela pressionou gentilmente os lábios sobre o inesperadamente macio cabelo preto de Masachika e sussurrou suavemente.
(N/SLAG: Isso se traduz em Eu te amo (aishiteimasu-愛しています). Não com palavras de eu gosto de você (Suki-好き) ou quer sair comigo?(tsukiatte kuremasu ka?-付き合って くれます か?), como de costume, mas com amor sincero.)
Com palavras não reveladas, mas com um amor sincero e transbordante, Alisa fechou os olhos após confessar seus sentimentos ocultos, afundando seu amor profundamente no coração. Lentamente, ela soltou o abraço, e Masachika ergueu o rosto. Sob o lençol branco imaculado, seus olhares se cruzaram. Em meio à confusão pelo súbito gesto de Alisa, os olhos de Masachika se contraíram, desconfortáveis.
— Uhh, o que está acontecendo?
Diante de Masachika, que exibia uma expressão juvenil condizente com sua idade, Alisa, sentindo-se aliviada, esboçou seu sorriso provocativo de costume.
— É um alívio que você seja tão denso... Bem, já estou bem agora.
Ao dizer isso, Alisa puxou o lençol de repente, e a luz fluorescente da enfermaria caiu brilhante sobre eles. Apertando os olhos instintivamente, ela piscou várias vezes e... atrás de Masachika, avistou a enfermeira da escola, com um sorriso torto no rosto.
— Ei, vocês dois... O que estão fazendo na frente de uma professora?
Sem conseguir responder, Alisa, dominada pela culpa e pelo constrangimento, desviou o olhar inconscientemente. A enfermeira soltou um grande suspiro antes de falar.
— Bem... Não deu para ver exatamente o que vocês estavam fazendo, então vou relevar desta vez. Agora, se você já está melhor, vá para casa.
— S-Sim... Obrigada.
Seguindo a orientação, Alisa calçou os sapatos, pegou sua bolsa e se levantou. Ela se dirigiu à porta e, enquanto se curvava em desculpas, a professora, com um olhar um tanto indulgente, falou.
— Só para avisar... Se usarem a cama da enfermaria para esse tipo de coisa, serão suspensos imediatamente.
— Não vamos fazer isso!
Ao ouvir a veemente negação de Masachika, Alisa finalmente entendeu o significado de "esse tipo de coisa".
— N-Não! Nunca que faríamos algo assim!!
Enquanto Alisa gritava sua resposta, a enfermeira acenou com a mão, com uma expressão desanimada. Apesar de inflar as bochechas em irritação, Alisa fez uma reverência e saiu da enfermaria. Masachika a seguiu, fechando a porta deslizante atrás de si. As luzes do corredor, ao perceberem a presença de pessoas, começaram a piscar.
— Haaah... Vamos para casa, então?
— Sim.
Seguindo Masachika, que parecia um tanto exausto, Alisa se dirigiu à entrada. Durante o trajeto, o aviso da enfermeira ecoava em sua mente.
Esse tipo de coisa... entre mim e Masachika?
Imaginando tal cena sem querer, o rosto de Alisa ficou quente enquanto ela cerrava os dentes com força.
— Impossível!!
— O que foi agora!?
Surpreso com o súbito grito de Alisa, Masachika deu um passo para trás. Evitando olhar para ele devido ao embaraço, Alisa murmurou em russo.
— Правильно... такое надо делать только после свадьбы... По крайней мере, после жениха... Потому что есть риск беременности... К тому же я практически...
(Isso mesmo... esse tipo de coisa deve ser feito só depois do casamento... Pelo menos, depois do noivado... Porque há o risco de gravidez... Além disso, eu sou praticamente—)
Tomada por raiva e vergonha, Alisa continuou a murmurar com um rosto severo, deixando escapar sua confissão vívida. Bem ao lado dela.
Oh, há uma estrela brilhante bem ali. Talvez seja Vênus. Que incrível.
Em resposta ao monólogo sincero de Alisa, Masachika observava o distante cosmos.
NOTA TRADUTOR
Opa! E aí, guys! Como vocês devem ter percebido, os comentários foram removidos, aparentemente por falta de suporte.
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