Volume 7
Capítulo 6: A Senpai que é Ruim para o Coração e a Senpai que é Boa para o Coração
Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!
— Entendo, então Suou-san estava tramando algo assim.
— Sim, isso mesmo. Por isso, gostaríamos que Sayaka-san participasse da competição de hipismo em uma equipe com Takeshi-kun e Hikaru-kun. Desculpe pelo aviso em cima da hora...
No dia seguinte, após obter a aprovação de Takeshi e Hikaru para participar da corrida, Alisa e Masachika visitaram Sayaka, da Classe F, durante o intervalo.
Depois de ouvir a situação explicada por Alisa, Sayaka ajustou lentamente os óculos e disse.
— Bem, eu não me importo, mas... foi bastante descuidado da sua parte. Você foi completamente derrotada pelo plano da Suou-san...
Baixando o olhar e os ombros, Alisa não conseguiu evitar se sentir desanimada. Sayaka lançou-lhe um olhar de lado e continuou.
— Tudo bem ficar para baixo, mas não deveríamos pensar em medidas preventivas para situações semelhantes no futuro?
— Você tem razão.
Às palavras implacavelmente sarcásticas de Sayaka, Alisa não conseguiu oferecer nenhum contra-argumento e simplesmente assentiu em concordância. Vendo isso, Masachika, que não podia ficar de braços cruzados, tentou ajudar.
— Bem, Yuki foi realmente muito boa desta vez. Era difícil argumentar diante de um ponto tão direto e lógico.
Masachika tentou amenizar a situação, mas Sayaka bufou com desdém.
— Mesmo assim, vocês não precisavam seguir a proposta dela tão obedientemente. Se elas usaram a diferença de altura como desculpa para os planos delas, vocês poderiam ter proposto restringir a cooperação apenas a participantes femininas. Afinal, originalmente, nosso grupo só incluía eu e Nonoa, então não havia riscos envolvidos.
— Eu não pensei nisso.
— E mesmo que a proposta dela, de realizar a competição com várias equipes, fosse aceita, vocês poderiam ter solicitado a divulgação dos participantes de cada equipe em troca... Havia inúmeras coisas que poderiam ter sido feitas.
.......
Em resposta às palavras calmas de Sayaka, Masachika e Alisa ficaram sem palavras.
De fato, Sayaka tinha razão.
Naquele momento, devido ao apoio que a proposta de Yuki recebeu tanto de Chisaki quanto de Maria, eles foram completamente arrastados por aquele impulso, e seus cérebros se recusaram a funcionar corretamente. Masachika já havia mudado o foco para quem trazer para o grupo deles, mas, olhando para trás, não havia necessidade de aceitar incondicionalmente a proposta de Yuki.
— Você está certa. Vamos refletir sobre isso.
— Sim...
Sayaka bufou novamente e virou o rosto para longe de Masachika e Alisa, parecendo ainda mais fria e distante do que de costume. Masachika inclinou a cabeça, intrigado. Enquanto isso, Alisa assentiu sinceramente e, olhando para Sayaka, falou.
— Foi muito informativo. Obrigada por cooperar conosco. Você é muito confiável.
— Entendi.
Enquanto respondia com indiferença às palavras de Alisa, Sayaka continuava ajustando os óculos ansiosamente. Ao vê-la assim, uma certa especulação surgiu, fazendo com que Masachika ficasse ligeiramente tenso.
Não, mas poderia ser...?
Ele rapidamente negou aquela ideia, mas, naquele momento, não conseguia pensar em outra coisa.
Seria possível que, porque outra pessoa ocupou seu lugar como membro do time da Alya, ela estava emburrada!?
Enquanto escondia a expressão com o gesto de ajustar os óculos, Sayaka parecia agora estar de bom humor, e Masachika sentia que a imagem que tinha dela desde os tempos do ensino fundamental estava se desfazendo, o que o deixou secretamente perplexo.
⋆⋅☆⋅⋆
— Desculpe, você esperou muito?
— Não, não é grande coisa~.
Era atualmente o intervalo para o almoço. Masachika, que havia sido convocado por Maria, foi sozinho à sala do Conselho Estudantil. Ao abrir a porta e entrar, encontrou Maria sentada sozinha no sofá da silenciosa sala do Conselho Estudantil.
........
Nessa situação que o fazia lembrar de sua recente interação com Maria, Masachika sentiu um leve desconforto enquanto caminhava em direção ao sofá.
— Então, como posso ajudar?
— Bem... que tal se sentar?
Maria apontou para o lugar ao lado dela. Masachika engoliu seco, pois os pensamentos sobre o que havia acontecido antes do período de provas voltavam à sua mente.
Mas... ela provavelmente me chamou aqui para falar sobre aquele incidente, certo?
Desde aquele incidente, Maria parecia um pouco desconfortável perto de Masachika. Por outro lado, Masachika também não conseguia evitar sentir-se estranho perto de Maria, já que os sentimentos distantes de seu primeiro amor haviam reacendido.
No entanto, ele ainda não conseguia entender por que Maria estava se sentindo desconfortável perto dele.
Se vamos falar sobre isso... eu não posso simplesmente fugir agora. Preciso organizar meus próprios sentimentos.
Com essa determinação em mente, Masachika sentou-se ao lado de Maria. Ele aguardou pacientemente enquanto Maria, que ainda parecia indecisa sobre as palavras, encarava os próprios joelhos. Então, após o que pareceu uma rotação completa do ponteiro dos segundos no relógio, Maria finalmente falou.
— Kuze-kun... você…
— Sim?
Vendo Masachika sentado ereto, com uma atitude sincera, Maria reuniu coragem e decidiu perguntar o que estava em sua mente.
— Você... olha para mim com... pensamentos lascivos?
— Como é?
Masachika ficou surpreso com a pergunta inesperada, e sua mente ficou em branco. Ao vê-lo paralisado, com a cabeça inclinada para o lado, Maria entrou em pânico e começou a gesticular desesperadamente.
— Ah, não! Não é isso! Eu não estou te acusando de nada... É que eu sei que garotos adolescentes são naturalmente assim! Então, eu sei que não é sua culpa...
Enquanto baixava a voz, hesitante, Maria inclinou-se desajeitadamente em direção a Masachika.
— Me desculpe! Até agora, eu nunca realmente pensei nisso e, hum, tenho estado tão, tipo, próxima de você, fisicamente…
Ela levantou a cabeça lentamente e, enquanto evitava contato visual, Maria continuou, envergonhada.
— Kuze-kun, quando algo assim acontece... você deve se sentir incomodado, não é? Você teve que suportar isso... então me desculpe por ser tão insensível e estar sempre grudada em você sem perceber isso!
Enquanto olhava para o topo da cabeça de Maria, que se inclinava mais uma vez, Masachika pensou.
...O que eu devo dizer!?
Simplificando, era um inferno. Para um garoto adolescente, aquilo era nada menos que um inferno.
A sensação era semelhante à de um estudante do ensino médio que tivesse sido pego com revistas eróticas pela mãe. É claro que Masachika nunca havia passado por algo assim... mas, em termos de ter seus desejos e luxúria ocultos apontados por alguém do sexo oposto, sem mencionar alguém que era próximo a você, essa situação parecia um pouco semelhante.
Devo simplesmente aceitar suas desculpas? Mas se eu fizer isso, significa admitir que estou olhando para a Masha com segundas intenções... Não, eu tenho esses pensamentos sobre a Masha. Sinceramente, eu a vejo dessa forma! Mas, como a Masha disse, é só porque sou um adolescente, então não há como evitar…
E, inesperadamente, Masachika negou a si mesmo a oportunidade de dar uma desculpa.
Garotos adolescentes e coisas assim, isso é apenas uma desculpa... Mas a verdade é que não tenho nenhum pensamento impuro em relação a alguém como Nonoa ou Elena-senpai…
Mas, ele tinha pensamentos lascivos sobre Maria. Ele não tinha consciência disso até agora.
Isso, por si só, era a prova mais significativa de que Masachika reconhecia Maria como um interesse romântico. No entanto…
Bom, sim, isso é verdade, mas... eu não sei. Agora que vejo Masha-san como Maa-chan, sinto uma culpa enorme…
Parecia que ele estava maculando aquela garota de suas belas memórias com desejos vulgares... Masachika sentiu um tremendo desgosto por seus próprios pensamentos pervertidos e queria desaparecer por um instante.
— Não, de jeito nenhum, não há necessidade de você se desculpar... Por favor, levante a cabeça.
Tomado pela culpa que fazia seu peito doer, Masachika tentou encerrar a conversa. Então, Maria de repente ergueu o rosto com um movimento brusco, e Masachika recuou um pouco.
— A propósito, Kuze-kun!
— Sim?
Maria abriu os braços em direção ao ligeiramente assustado Masachika. Então, com uma expressão séria e corada, ela disse.
— Como um pedido de desculpas... sinta-se à vontade para me tocar o quanto quiser!
— O quê?
— Por ter te feito aguentar até agora... sem se conter, pode tocar o quanto quiser?
— Como essa conversa chegou a esse ponto!?
Normalmente, não seria aqui que você diria: "De agora em diante, tomarei cuidado e evitarei contato físico"? Por que ela tomou uma abordagem tão ativa? Por que, de todas as coisas, ela fez algo que afirmava completamente os desejos pervertidos dele?
— T-Tudo bem! Se for o Kuze-kun, está tudo bem! É constrangedor, mas eu vou fazer o meu melhor!
— Não, não está tudo bem, e você não precisa fazer o seu melhor!
Maria, com o rosto completamente vermelho, olhava ao redor em um misto de pânico enquanto gritava.
Isso é ruim. Ela está exagerando e enlouquecendo!
Maria, que havia perdido completamente o rumo em uma direção estranha, estava fazendo a cabeça de Masachika girar também...
— Eu entendi, eu entendi! Eu entendi seus sentimentos, Masha-san!
Sem a menor ideia de como organizar seus pensamentos, Masachika soltou suas emoções, estendendo as duas mãos à frente para interromper Maria de qualquer forma.
— Mas, por favor, tenha piedade! É verdade que eu vejo a Masha-san de uma forma, bem... desse jeito, mas também sinto um intenso desprezo por mim mesmo por isso! Se eu tocasse na Masha-san agora, provavelmente eu me autodestruiria de tanto ódio por mim mesmo!!
Sem nem entender direito o que estava dizendo, ele fechou os olhos e gritou o mais alto que podia... e então, a sala do Conselho Estudantil foi tomada por um silêncio doloroso. O único som que ele podia ouvir era o tique-taque do relógio, mas, eventualmente, uma risada suave chegou aos ouvidos de Masachika.
Abrindo os olhos lentamente ao som, ele viu Masha rindo com uma expressão um tanto aliviada.
— Masha-san?
— Ah, não, desculpa? Kuze-kun, você ainda é o Saa-kun, afinal.
— ?
Erguendo uma sobrancelha em dúvida, Masachika decidiu que o surto de alguma forma havia se acalmado e relaxou as mãos. Então, com uma expressão racional, Masha inclinou-se novamente em direção a Masachika.
— Me desculpe. Quando percebi que Kuze-kun era um homem, fiquei um pouco assustada.
— Uhh... Bem, isso...
Então ela percebeu meus pensamentos impuros e ocultos, não foi? E ficou assustada porque percebeu que esses pensamentos estavam direcionados a ela, não é?
Pensando nisso, Masachika mais uma vez quis desaparecer. Mas, antes que tivesse a oportunidade de desabar com os cotovelos nos joelhos, sentindo-se deprimido... Masha sorriu e explicou.
— Mas agora está tudo bem. Kuze-kun não fará nada para me machucar. Eu percebi que você ainda é o gentil Saa-kun.
— Eh, bem...
Refletindo sobre as palavras de Masha, Masachika, ainda com a mente confusa, chegou a uma conclusão.
— Será que... você estava me testando?
— Bem... me desculpe? Pode ter acabado soando assim, em retrospecto.
— Acabado... soando assim?
Em resposta à pergunta de Masachika, Masha baixou as sobrancelhas levemente, com um olhar arrependido.
— Eu realmente me senti mal por não perceber a... masculinidade de Kuze-kun. E pensei que estaria tudo bem se fosse Kuze-kun quem me tocasse. Mas... quando vi Kuze-kun mais em pânico do que eu, de alguma forma me senti aliviada.
Rindo suavemente, Maria estreitou os olhos de forma afetuosa.
— Kuze-kun, você realmente não mudou nada... Fiquei assustada pensando que tivesse mudado e acabei agindo de forma estranha.
— Huh... quero dizer, isso é...
Maria desviou o olhar de Kuze, enquanto ele coçava a cabeça e murmurava.
— Como eu disse antes, é verdade que estou em uma situação complicada... então, de agora em diante, por favor, tente não me provocar tanto.
— Fufu, tudo bem. Vou fazer o meu melhor~.
— Mas você tem certeza de que vai conseguir?
— Bem, sabe, eu simplesmente não consigo evitar ficar perto da pessoa de quem gosto~.
Enquanto explicava com seu sorriso habitual e fofo, Maria mudou seu tom e continuou.
— Mas... sim, de agora em diante, vou tentar ao máximo te avisar antes de fazer algo assim, está bem?
— Então você não vai parar de grudar em mim assim, né...?
— Não. Então, hum...
Maria abriu os braços levemente. Ao ver a cena, que parecia estranhamente familiar, as bochechas de Kuze se contraíram.
— Vamos fazer as pazes com um abraço, tá?
Sim, isso mesmo. Assim como eu sou o Saa-kun, a Masha-san também é a Maa-chan.
Certamente, não havia nenhum significado profundo nesse abraço. É como um gesto de quando crianças fazem as pazes após uma briga. Assim como naquela época, quando não havia nada além disso, você deve fazer isso com sentimentos puros e leves.
Sim, sim, é só um abraço para fazer as pazes, não é?
Com esse pensamento em mente, Masachika se sentiu aliviado, inclinou-se levemente para frente e abraçou Maria suavemente. Maria, por sua vez, abraçou Masachika com força, exatamente como nos velhos tempos, quando não havia segundas intenções entre eles. Então, perto do ouvido de Masachika, Maria soltou uma risada satisfeita.
— Я больше не боюсь.
(Eu não estou mais com medo.)
Como se tranquilizada, Maria sussurrou suavemente—
Smooch
— Ei, espera—!
Sentindo a sensação em sua bochecha, Masachika rapidamente se afastou. Em resposta, Maria, com um sorriso travesso que nunca havia mostrado naquela época em que eram apenas crianças, levantou-se, apontou o dedo indicador para os lábios e disse.
— Eu disse que vou tentar ao máximo~.
Com uma piscadela, Maria saiu da sala do conselho estudantil com um andar saltitante. Observando suas costas, Masachika desabou no sofá, enterrou o rosto nos braços e gritou.
— Eu vou morrer!!
⋆⋅☆⋅⋆
Após terminar as aulas naquele dia, Masachika e Alisa, tendo terminado suas tarefas do Conselho Estudantil, trocaram para seus uniformes de ginástica e foram para os fundos do prédio escolar.
Pouco depois de os dois chegarem, Maria apareceu, e alguns minutos depois, Elena apareceu também.
— Oi~. Ugh, hoje está um pouco frio.
Masachika franziu ligeiramente a testa ao ver Elena esfregando levemente os braços com mangas curtas.
— Você está bem? Estamos fazendo um treino leve hoje. Você poderia usar o seu agasalho…
— Ah, eu vou esquentar enquanto treinamos.
— É mesmo? Bem, Alya, Masha-san, se vocês sentirem frio, podem colocar os agasalhos também.
— Eu estou bem.
— Eu consigo aguentar isso.
Masachika se sentiu um pouco preocupado se estava sendo o suficiente atencioso com as meninas. Parada ao seu lado, Elena olhou para Alisa e Maria e falou.
— Mas sério... esses uniformes de ginástica ficam bons.
Ouvindo esse comentário em um tom profundamente contemplativo, Masachika a olhou em silêncio. Elena, com um sorriso travesso no rosto e os olhos semicerrados, como quem dizia gwehehe, continuou.
— Eles são bem atraentes... faz até meu corpo todo formigar…
— Elena-senpai, posso te fazer uma pergunta sobre física?
— Huh? Já indo direto para a piada de física... Isso foi tão na cara—
A mão de Masachika passou repentinamente na frente de Elena, que estava deliberadamente se fazendo de desorientada.
........
— Com licença, eu estava apenas balançando meu braço.
Elena, com uma expressão séria, olhou para Masachika, que havia levantado a mão como se fosse bater nela. Então, ela colocou a mão sobre a boca e olhou para ele com um olhar brincalhão.
— É minha primeira vez, então... por favor, seja gentil?
E nesse momento, Masachika retrucou, dando um corte com a mão na cabeça dela.
— Ugh... Você é terrível, Kuze-kun. Levantar a mão para uma garota…
— E se você despertar o lado M da Elena-senpai por causa disso?
— Então, eu assumo total responsabilidade e te transformo em uma M de verdade.
— Meu Deus, esse kouhai é um monstro! O que você pretende fazer com a Elena-senpai se você a transformar em uma M!?
— Ignorar ela.
— Não acredito... você vai me jogar fora assim!?
Com esse comentário casual, Masachika novamente deu um corte com a mão na cabeça de Elena. Ele fez o movimento parecer mais significativo com um estalo no pulso, mas, na realidade, foi só um toque leve com as pontas dos dedos. Porém, fiel à sua natureza de comediante, Elena se agarrou dramaticamente à cabeça como se estivesse com dor.
— Ugh... As células cerebrais pervertidas da Elena-senpai…
— Esquece isso, vamos começar logo.
Ignorando a senpai que parecia perdida em desejos extravagantes, Masachika virou sua atenção para Alisa e Maria. No entanto, ao fazer isso, percebeu que as duas estavam olhando para Masachika e Elena com expressões indescritíveis.
— O que foi….?
Vendo Masachika hesitar um pouco, Maria inclinou a cabeça e colocou o dedo indicador sobre os lábios.
— Vocês dois... parecem bem próximos, não é?
— Hã? Bem, não é exatamente que sejamos tão próximos…
— Eu nunca vi o Kuze-kun falar tão casualmente com uma garota antes…
— Não, não é bem assim...
Mesmo com a Yuki, ele normalmente agia assim. Ele pensou por um momento e logo percebeu que estava falando com Elena da mesma maneira que normalmente falava com Yuki no modo irmãzinha. Mas, ao mesmo tempo, podia ser verdade que não havia outra garota na escola que interagisse com ele de uma forma tão casual, ou melhor, tão ríspida.
— Ugh, bem, tanto faz. Mais importante, Masha-san, seu estômago está aparecendo.
— Eh? Ah...
Ele conseguiu perceber o umbigo de Maria aparecendo por baixo do uniforme de ginástica e apontou isso enquanto desviava o olhar. Depois de Maria ajustar a roupa, Masachika virou as costas para ela.
— Bem, então, vamos começar com uma simples carona nas costas. Masha-san e Elena-senpai, segurem minha mão e usem a outra para se agarrar ao meu ombro... isso, assim mesmo.
Virado para frente, ele entrelaçou as mãos atrás das costas com Maria e Elena. Foi naquele momento que ele percebeu algo.
Hã? Não é basicamente como um casal se segura...?
Justo quando estava pensando isso, o mesmo pensamento veio de trás dele.
— Eh? Tipo, não é... assim que os casais seguram as mãos~? Que vergonha~.
— Ah, realmente é~.
Com a mão esquerda dele, Elena entrelaçou os dedos com os dele, enquanto a outra mão, que estava ligada à de Maria, foi apertada com mais força, sugerindo algo mais profundo. E na bochecha de Masachika, o olhar frio de Alisa o perfurou.
— Certo, Alya. Pode subir.
........
Fingindo não perceber, Masachika, junto com Maria e Elena, se agachou em uma posição pronta para receber Alisa como a cavaleira. Então, Alisa balançou a perna sobre os braços de Maria e Elena, colocando gradualmente seu peso sobre elas.
— Offu, eu consigo sentir o... bumbum da Alisa-chan contra o meu braço...?
— Você já está em cima? Nesse caso, me dê seus pés…
— Espera um minuto!? Que técnica é essa!?
Enquanto os dedos de Elena e Masachika se entrelaçavam ainda mais apertados, ela deu um grito. Quando Masachika soltou seu aperto com um pequeno suspiro, Elena deu um suspiro de alívio.
— Está doendo... quase fui jogada para o outro lado por causa da técnica dos dedos do Kuze-kun!
— Você realmente nunca aprende, né?
— Ehehe... A Elena-senpai é do tipo que faz piada sempre que pode, sabe...?
— É mesmo?
— Ah, sim.
— É, é verdade.
Acompanhado de uma voz exasperada e fria, Masachika deu uma leve cutucada nas pernas dela com o pé. Então, Masachika e Elena separaram as mãos unidas, permitindo que Alisa, que tinha tirado os sapatos e as meias, colocasse delicadamente os pés descalços sobre eles.
U-Um... tocar os pés descalços da Alya assim... é...
— Uau, então é assim que os pés bonitos da Alisa-chan se sentem!?
A voz tola de Elena dissipou quaisquer pensamentos impuros, e Masachika ajustou suas posições de mãos com uma sensação composta. Diz-se frequentemente que o fato de outra pessoa estar envergonhada pode atuar como um mecanismo de calma, mas parecia que Masachika conseguia manter a calma quando alguém por perto expressava pensamentos lascivos.
— Certo, vamos levantar agora. Preparados? Vai!
Os três sincronizaram a respiração e se levantaram simultaneamente.
Então, Maria e Elena colocaram as mãos nos ombros de Masachika, acrescentando mais peso sobre ele.
Hm. Isso está...
— Ah, me dá um segundo…
— Ugh, está meio pesado... Quero dizer, é rude dizer isso, mas está meio pesado!
Apesar de se sentir um pouco instável, Masachika conseguiu manter o equilíbrio.
— Bem, por enquanto, vamos tentar nos mover assim.
E enquanto estavam naquela posição, tentaram caminhar para frente, para trás e para os lados. No início, sincronizar os passos foi uma dificuldade, mas com Masachika liderando e dando comandos, elas gradualmente pegaram o jeito.
— Certo, próximo. Alya, tente ficar em pé um pouco.
— Eh? ...Tem certeza?
— Sim. Você pode ter que ficar em pé se houver um jogo de pegar faixas na competição.
— Entendido... Certo, lá vou eu.
Com isso, Alisa levantou os quadris e ficou em pé sobre as mãos dos três — nesse momento, Elena soltou um grito.
— E-Espera um minuto! Isso está seriamente dolorido! Minhas mãos... minhas mãos estão escorregando!
Assustada com a voz dela, Alisa rapidamente se abaixou, e os três a soltaram.
— Ufa, isso doeu~ ...O peso dela sobre meus braços quando ela ficou em pé não é brincadeira.
— Bem, o peso todo da Alya estava sobre nossas mãos…
— É... e acho que metade disso foi culpa do Kuze-kun.
— Eu acho que o problema aqui é a Elena-senpai fazer piadas de assédio sexual.
Virando-se para Elena, que estava mexendo nas mãos com ressentimento, Masachika percebeu que a barriga de Maria estava aparecendo novamente e rapidamente desviou o olhar.
— Masha-san, sua barriga está aparecendo de novo.
— Ah, mouu.
Enquanto Maria ajustava suas roupas com entusiasmo, Elena assentiu com um olhar compreensivo.
— A Maria-chan tem peitos grandes, sabe? Então, a camisa dela naturalmente sobe, não tem como evitar.
— Gfguu.
Masachika, surpreso com o comentário direto, não conseguiu encontrar uma forma de responder. Sem ninguém para impedi-la, Elena voltou sua atenção para Alisa.
— A propósito, Alisa-chan também é bem grande... Eu achava que era bem dotada, mas agora não tenho tanta certeza…
— Uhm! Você realmente poderia se abster de discutir essas coisas na frente de um cara!?
Virando o rosto em exasperação, Alisa levantou a voz em protesto. Elena, sem parar, sorriu e se inclinou para olhar o rosto de Masachika.
— Hmm~? É mesmo~? O Clube de Conjunto de Sopros é sempre assim, sabia?
— Que ambiente adorável, onde o assédio sexual da presidente do clube é comum.
— É um harém maravilhoso cheio de sorrisos sem fim!
Com um semblante insatisfeito, Elena olhou para Masachika, que estava transbordando de ressentimento. Então, como forma de retaliação, ele disse em um tom sarcástico.
— Um harém, hm…
— É, é um harém. E daí?
— Eu ouvi boatos de que, durante o acampamento de treinamento do Clube de Conjunto de Sopros, você disse coisas como "Vamos tomar banho juntas hoje à noite" para as outras meninas, mas quando chegou a hora do banho, você foi a primeira a terminar e deixou todas as outras para trás.
— Oi, pare com isso.
— E também tinham rumores de que você disse "Não vou deixar vocês dormirem esta noite", mas você foi a primeira a cair no sono antes da meia-noite.
— Para com isso! Está atrapalhando o meu trabalho!!
Mexendo as mãos em frustração, Elena começou a inventar desculpas, dizendo: "N-Não, era só para ser considerada, para não ficar cansada no dia seguinte."
Ignorando-a, Maria perguntou baixinho a Masachika.
— (Eh? A Elena-senpai é realmente assim?)
— (Apesar da aparência, ela é na verdade tímida e sensível. Além disso, apesar das palavras, ela não se envolve muito em contato físico, ou pelo menos, foi o que ouvi. Sabe, no fundo, ela é uma pessoa sensata.)
— Ei! Eu posso ouvir vocês!
— Eu sei, e esse é o ponto.
— Está parecendo que eu sou algum tipo de...
— Não era isso que eu estava tentando fazer.
— Ahnyway! Não espalhe boatos infundados como esse!
— Não precisa se preocupar. A maioria das pessoas ao seu redor já percebeu que, no fundo, você é uma pessoa sensata.
Enquanto Masachika engolia as palavras "Por isso você ganhou a eleição", ele direcionou um olhar caloroso junto a Alisa e Maria. Elena corou, e seu rosto começou a tremer. Então, de repente, ela cobriu os olhos com o braço direito e rapidamente se virou.
— Uwaaah! Vou processar você por difamação!
— Você precisaria de um gravador de voz para isso funcionar.
Sem nem mesmo virar para responder ao tsukkomi calmo de Masachika, Elena desapareceu atrás da esquina do prédio da escola.
— Eh? Ainda estamos no meio da prática…
Após vê-la partir com uma expressão indescritível no rosto, Alisa olhou para Masachika com uma expressão perplexa. Em resposta, Masachika deu de ombros com uma expressão indiferente.
— Não se preocupe. Ela não é do tipo que desiste no meio de um trabalho.
Ele explicou isso, e alguns segundos depois…
— Ah, ela voltou…
— Viu? Porque, no fundo, ela é uma pessoa sensata.
⋆⋅☆⋅⋆
— Parabéns, bravo herói, por ter chegado até aqui.
— Você não pode me dar as boas-vindas de um jeito mais normal?
Após terminar sua prática secreta depois da escola com os outros, Masachika lançou um olhar cortante para Yuki, que estava sentada tranquilamente na cadeira da sala de estar. Então, ele olhou ao redor para confirmar que uma certa empregada não estava se camuflando no ambiente.
— Você está sozinha hoje?
— Oh? Está dizendo que eu não sou o suficiente para você?
— Não, já estou satisfeito por hoje.
— Quer que eu traga Ayano-pudding de sobremesa, então!?
— Não chame a Ayano de pudim.
Em resposta ao tsukkomi afiado de Masachika, Yuki riu de coração e disse casualmente.
— Enfim, quando você disse que estava satisfeito, quis dizer que esteve lidando com alguém exaustivo? Como... Elena-senpai, por exemplo?
— !
Peço desculpas pela resposta espontânea, mas o nome casualmente mencionado fez as bochechas de Masachika se contorcerem por um momento, e ele percebeu o erro que cometera. Apesar de ter praticado secretamente atrás do prédio da escola para garantir que os membros de sua equipe de competição de hipismo não fossem revelados antecipadamente, Yuki parecia ter percebido tudo e sorriu triunfante.
— Como foi a prática, anii-ja?
— Se você está tentando me enganar, então você melhorou, minha querida irmã.
— Enganar você? Não, não. Na verdade, estou certa disso. Se você está voltando para casa tão tarde a essa hora, essa é a única explicação.
Masachika, que havia sido habilidosamente manipulado por Yuki com um sorriso convencido e essas palavras, riu sarcasticamente.
— Então, você veio inspecionar o inimigo hoje?
— Hmm? É isso que você acha? Eu não planejo perder para ninguém, seja quem for o oponente. Você já sabe disso.
— Hmm, entendi. Então, você está tão confiante de que vai lidar com um oponente que nunca enfrentou antes.
— Não me subestime. Eu consigo avaliar as habilidades do meu oponente até certo ponto apenas olhando para ele. Na verdade, consigo perceber o quanto um mangá se inclina para o erotismo só de ler o primeiro capítulo!
— Eu consigo fazer isso também, sabia? Consigo até perceber isso nas primeiras páginas coloridas.
— A proporção de pele nas páginas coloridas iniciais. É assim que se descobre o limite de exposição de um mangá...!
Dizendo isso de maneira provocante, enquanto sua voz tremia, Yuki parecia falar como uma especialista, e Masachika a olhou de forma indiferente.
— E então? O que você veio fazer aqui?
— Hã? O que eu vim fazer, você pergunta? Obviamente…
Yuki levantou-se devagar, bateu na mesa e, com os olhos arregalados, olhou para o irmão e disse.
— É para maratonar o anime que prometemos assistir antes das provas, claro!
— Ah.
— Você esqueceu, não foi!? Esqueceu de mim!
— Não, só tive uma pequena falha de memória.
— Talvez você não tenha memória suficiente? Deveria fazer um upgrade para uma capacidade maior. Compra um HD externo para aumentar o armazenamento, já que está nisso.
— É USB 1.0, então levaria muito tempo para carregar, de qualquer forma.
— Então compre um novo.
— Isso significa que vou ter que ser reencarnado?
— Se isso acontecer, eu vou junto e me reencarno com você.
— Isso parece um fardo.
— Na sua próxima vida, a heroína será sua irmãzinha da vida passada.
— Isso até parece plausível.
— E sua irmãzinha na próxima vida será a heroína da vida passada.
— Isso está ficando confuso de repente.
— A propósito, não é uma reencarnação isekai; é uma reencarnação reversa.
— Hmm?
— E agora, a irmã deste mundo está tentando tomar o corpo da heroína enquanto diz: "Me devolva meu corpo!"
— Para com esse terror repentino! Isso é assustador!!
— E o título será: "Minha Irmãzinha Pode Não Ser Minha Irmãzinha."
— Mas isso vai deixar os leitores que esperavam uma comédia romântica de irmãs em polvorosa.
— Eu gosto de obras onde o verdadeiro significado do título fica claro mais tarde.
— Eu também gosto, mas não era isso que eu estava esperando.
— Enfim, maratonar anime é apenas uma das razões para eu estar aqui.
— Tem outra razão?
— Claro, é para me desculpar por te deixar doente antes das provas!
Masachika ficou sem palavras ao ouvir a explicação dela, dada com uma expressão tão séria. Então, ao olhar para o rosto sincero da irmã, ele soltou um pequeno sorriso irônico.
Bem, se a Alya percebeu, não teria como você não perceber…
Enquanto zombava de si mesmo por dentro, Yuki, que se aproximou silenciosamente, olhou para ele de muito perto.
— Você está melhor agora?
— Sim. Sua perna direita não dói mais, né?
— Sim.
— Que bom.
— É, agora podemos lutar de igual para igual na competição de hipismo, né?
— Que alívio.
Eles trocaram sorrisos ousados, e Yuki, com um sorriso travesso, estendeu os dois braços.
— Então, aqui está o meu pedido de desculpas. Hoje, você pode me adorar à vontade.
— O que tem de diferente nisso?
— É sobre o clima. Ah, a propósito, já que estamos nisso, vamos fazer aquilo mais uma vez — aquele "princess carry".
— E agora você está dando ordens também... Eu só fiz isso por causa de uma onda repentina de adrenalina diante de uma crise…
— Oh? Não consegue? Você acabou de levantar a Alya há pouco, mas não pode me levantar?
— Ah, tá bom, tá bom. Lá vamos nós!
Com determinação, Masachika passou os braços ao redor dos ombros de Yuki e por trás dos joelhos dela, levantando-a de uma vez só.
— Uwaaa~! Oh, isso é incrível, incrível! Você me levantou tão alto~!
— Espe–, para de chacoalhar as pernas!
— Tudo bem, vamos ficar assim até terminar de maratonar o anime!
— Meus braços vão morrer!
— Então vai fazer parte da sua rotina de exercícios para a competição de hipismo. Vai te ajudar na campanha para eleição…
— Onde foi parar a parte de "de igual para igual"?
Como sempre, os dois. Trocando palavras casuais em seu cotidiano. No meio disso tudo, aliviaram as preocupações um do outro... e como irmãos, confirmaram sua intenção de lutar de igual para igual. E assim, chegou o dia da competição deles.