Volume 4.5
Capítulo 10: Uma Desmiolada e uma Profissional
Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!
— Ah...
Um suspiro melancólico e inadequado ecoou pelo quarto fofo, decorado com inúmeros bichos de pelúcia de todos os tamanhos. Quem suspirava era Maria, que estava deitada na cama, segurando um bichinho de pelúcia de gato em um braço e olhando para uma foto em um medalhão dourado que segurava na outra mão, desanimada de uma forma pouco comum.
— Saah...
O nome do homem que ela amava escapou de seus lábios. Sua voz, que normalmente transbordava de alegria ao pronunciar o nome dele, agora estava carregada de dor e tristeza.
— Será que nunca mais nos encontraremos...? — murmurou pessimisticamente, antes de quase imediatamente balançar a cabeça, enterrando o rosto no travesseiro e se enrolando em posição fetal.
— Só mais um pouco. Só até as férias de verão acabarem... — repetiu Maria para si mesma, segurando o medalhão perto do coração, talvez na esperança de que um dia se reencontrassem — ou talvez temendo esse reencontro.
Toc-toc.
Depois de alguns minutos, Maria ouviu uma batida na porta, então levantou o rosto do travesseiro apenas o suficiente para ver a porta com um olho, e respondeu:
— Sim?
— Masha? Podemos conversar?
— Hmmm! Alya?!
Maria saltou da cama com tanta energia e entusiasmo que o clima sombrio de antes parecia um sonho distante. Para dizer o mínimo, ela superava as coisas rapidamente.
— O-O que houve?!
Era raro a irmã distante de Maria parar em seu quarto — tão raro que isso só acontecia, no máximo, uma vez a cada duas semanas, por isso ela correu imediatamente para a porta. Embora Alisa tenha ficado um pouco surpresa com a rapidez com que sua irmã respondeu, o rosto de Maria se iluminou instantaneamente com um sorriso radiante, como se dissesse: — A Alya está aqui! Nada mais importa!
— Você estava dormindo?
Alisa parecia um pouco preocupada em estar incomodando sua irmã, ao ver o cabelo dela bagunçado, mas Maria estufou o peito com orgulho e sorriu ainda mais, dissipando qualquer preocupação que Alisa pudesse ter.
— Não! Eu só estava rolando na cama! Enfim, do que precisa?
— Oh...
Alisa revirou os olhos, já que sua irmã parecia estar excessivamente orgulhosa de ser preguiçosa.
— Uh...
Ela então fez uma pausa por alguns momentos e desviou o olhar. Mexeu no cabelo, antes de continuar hesitante:
— Você sabe que vamos à praia na próxima semana... e que precisamos de um biquíni? Bem, eu estava me perguntando se você já comprou o seu.
A última vez que as irmãs Kujou foram à praia foi há mais de quatro anos, e como elas não tinham ido nadar por diversão desde então, já haviam crescido bastante em relação aos biquínis antigos. Claro, elas tinham os biquínis escolares, mas até mesmo Alisa sabia que usá-los fora da escola seria um suicídio social. Portanto, ela queria conversar com alguém que estivesse na mesma situação que ela. Em outras palavras...
— Ainda não. Eu estava pensando em comprar um hoje ou amanhã, — respondeu Maria com um sorriso brilhante, já que ela tinha uma boa ideia do que Alisa ia dizer a seguir. Dito e feito, Alisa olhou na direção da irmã, mas imediatamente desviou o olhar mais uma vez e sugeriu:
— Então... que tal irmos juntas? Estou livre agora, então podemos ir...
Alisa convidou Maria para um encontro! O QI de Maria diminuiu em 5 pontos!
— Sim, claro! Vamos lá! Fufufu! A Alya e eu vamos em um encontro!
— Não é um encontro.
— Quando você quer ir? Estou livre o dia todo.
— Oh, uh... Que tal em trinta minutos?
— Ok! Vou começar a me arrumar agora mesmo!
Tão animada quanto um cachorro com o rabo balançando freneticamente — parecia que ela iria começar a cantarolar alegremente a qualquer momento — Maria fechou a porta e começou a se trocar. Era difícil acreditar que essa era a mesma jovem que estava deprimida na cama poucos minutos antes, mas, novamente, Maria superava as coisas rapidamente. Depois de terminar de se arrumar, as irmãs Kujou saíram de casa e começaram sua aventura.
— Vrum, vrum! Vamos lá!
No instante em que Maria estendeu a mão para pegar a de Alisa, Alisa a afastou friamente.
— Eu não vou segurar sua mão.
— Ah.♪
Maria fez um beicinho e correu atrás da irmã, que começou a andar à frente, de forma indiferente.
— Vamos, Alyaaa! Espera por miiim! Você está andando rápido demais!
— Não, você que está andando muito devagar.
— Você só vai se sentir ainda mais quente nesse sol se andar tão rápido. Vamos, vamos com calma e conversar.
— Não tenho nada que eu queira conversar.
— Alya! Como você pode ser tão fria?!
Elas continuaram com essa troca até chegarem à estação de trem mais próxima e se dirigirem à plataforma, atraindo atenção durante todo o caminho.
— Masha, por aqui.
— O quê? Mas estaríamos mais perto das escadas se embarcássemos por aqui.
— Não me importa. Vamos pegar o vagão exclusivo para mulheres.
— Hmm... Tudo bem. ♪
Maria seguiu relutantemente Alisa até o próximo vagão. Obviamente, ela sabia o que eram os vagões exclusivos para mulheres e também entendia que alguns criminosos participavam de atos de assédio contra pessoas inocentes, mas ela nunca havia sido tocada por um desses indivíduos antes, então a realidade ainda não tinha se manifestado para ela. Em outras palavras, ela não tinha noção do perigo.
...Tecnicamente, ela quase havia encontrado alguns pervertidos no trem no passado, mas sua irmãzinha intimidadora dava uma surra neles ou a vice-presidente ameaçadora do conselho estudantil quebrava os pulsos deles antes que pudessem encostar nela. Assim, ela nunca foi uma vítima graças a elas, mas, em contrapartida, ela não tinha consciência da ameaça.
— Você precisa pegar os vagões exclusivos para mulheres, especialmente quando estiver sozinha no trem. Entendeu? E se não houver, fique alerta o tempo todo. Nada de ficar mexendo no celular.
— Sim, senhora. ♪
Ainda assim, seguir o conselho da irmã preocupada e da amiga era talvez uma das virtudes de Maria. Mas depois que ela concordou em ser cuidadosa, uma ruga repentina surgiu em sua testa.
— Alya... Alguém te tocou?
— Hã? De jeito nenhum. Nunca baixo a guarda, diferente de você.
— Hmm... Eu geralmente também estou atenta. Saah-kun é o único homem que eu deixaria me tocar!
Maria fez um beicinho, estufando as bochechas e colocando as mãos nos quadris de maneira ofendida.
— É... Claro... — Alisa murmurou, frustrada, enquanto examinava Maria dos pés à cabeça. Não era surpresa que ela estivesse cética, afinal, a roupa que Maria usava naquele dia deixava os ombros e a barriga expostos, o que não transmitia exatamente a ideia de “cautela”. Sua pele suave, saudável e de tom branco leitoso estava atraindo uma quantidade incrível de olhares, e ainda assim Maria, alegremente, colocou uma mão no chapéu e posou casualmente, indiferente ou inconsciente dos olhares.
— Ah, minha roupa? É fofa, né?
— Eu admito que é fofa, mas eu não usaria.
— O quê? Mas é ventilada, então vai te manter fresca em dias quentes como este.
— Você vai pegar um resfriado. — Alisa respondeu secamente e lançou um olhar mortal para os homens que estavam olhando de forma rude ao redor delas. Após prontamente agarrar Maria e arrastá-la para dentro do trem, elas viajaram por cerca de quinze minutos e desembarcaram em uma estação grande onde costumavam ir para comprar roupas. Em seguida, se dirigiram ao grande shopping do outro lado da rua. Mas, assim que pegaram o elevador até o andar das roupas femininas, os olhos de Maria instantaneamente começaram a brilhar enquanto ela observava as diversas peças de roupa.
— Aquela roupa é tão fofa!
E ela imediatamente entrou em uma loja que obviamente não vendia biquínis... Alisa prontamente a segurou pelo pulso e a impediu, como se tivesse previsto que sua irmã faria isso.
— Nós viemos para comprar biquínis, certo? Vamos lá.
— O quê? Espera. Eu serei rápida. Só quero dar uma olhadinha. ♪
Mas Alisa continuou a arrastá-la, como se os gritos lamentáveis de sua irmã não fossem problema dela. Ela não hesitou nem um pouco, pois sabia muito bem que sua irmã, de espírito livre, iria para onde quer que algo chamasse sua atenção, se deixada à vontade.
— Ah! Essa é a saia que eu vi na TV!
......
— Oh, eles estão fazendo uma liquidação de fechamento! Alya, tudo está pela metade do preço!
Até Alisa ficou genuinamente tentada quando ouviu isso, mas não tinha intenção de se juntar a uma das intermináveis maratonas de compras de sua irmã, então ela se certificou de continuar olhando para frente e seguir em frente. Só quando finalmente chegaram à entrada da loja de biquínis que Maria finalmente começou a se acalmar.
— Uau! Olha todos esses biquínis fofos!
...Calma como uma criança em uma loja de doces pela primeira vez. Depois de um breve suspiro, Alisa deu uma rápida olhada ao redor e, em seguida, franziu a testa.
— Hmmm? Alya? O que foi?
Alisa fez uma varredura do olhar pela loja mais uma vez... depois inclinou a cabeça curiosamente.
— Sou só eu, ou todos esses são muito reveladores?
— Hmm... Não sei. Todos me parecem biquínis comuns. — Maria apontou para um biquíni de uma peça pendurado na parede.
— Se você está tão preocupada, poderia usar algo assim. Ele---
— Você poderia ver minhas pernas se eu usasse isso.
— Suas pernas?
Surpresa com a observação inesperada de sua irmã, Maria se virou para Alisa com uma expressão completamente séria, apenas para descobrir que Alisa também estava muito séria. Ela piscou por alguns momentos.
— Uh... Alya? Geralmente você consegue ver as pernas das pessoas quando elas usam biquínis. Tipo---
— Não. Isso não é a piscina da escola. Haverá meninos com a gente na praia, certo? Suas coxas devem estar cobertas, assim como costumam estar.
— Um... Então...?
Maria estava oficialmente confusa.
— Precisamos de um biquíni que cubra a barriga e as coxas, Alisa declarou com seriedade, como se isso fosse óbvio.
Isso não é bom, pensou Maria imediatamente. Embora soubesse que sua irmã nunca baixava a guarda perto do sexo oposto, Alisa estava prestes a se tornar a orgulhosa dona de uma roupa de mergulho, se continuasse assim. Do ponto de vista de Maria, como uma mulher, isso era inaceitável, e como alguém que amava sua irmã mais nova, ela queria que Alisa usasse algo bonito. No entanto, recomendar um biquíni para sua irmã só teria o efeito oposto. Era óbvio que Alisa simplesmente criticaria seu gosto para roupas e ignoraria qualquer sugestão que ela fizesse, como ficou claro mais cedo naquele dia, quando Alisa disse que jamais usaria uma camisa que mostrasse a barriga. Portanto...
— Alya, acho que é bom ser modesta, mas existe hora e lugar para tudo.
Dizer que há hora e lugar para algo chamaria a atenção de qualquer pessoa decente — ou pelo menos de qualquer pessoa que estivesse tentando ser decente, e Alisa não era exceção. Suas sobrancelhas se contraíram, e ela olhou para baixo, para Maria, que a encarava diretamente nos olhos.
— Embora estejamos oficialmente indo para a casa de praia a negócios do conselho estudantil, na verdade é só uma viagem social para nos conhecermos melhor. Em outras palavras, é para relaxar e nos divertirmos, então não deveríamos nos vestir de acordo com a ocasião? — argumentou Maria com sinceridade.
— Entendo isso, mas como mostrar mais pele ajuda em alguma coisa?
— Porque, se você se cobrir completamente como se todos fossem estranhos, vai parecer que você nem está interessada em socializar ou fazer amizade com ninguém. Isso pelo menos estragaria o clima. Além disso, você sabe como o Japão tem uma cultura de 'vínculo na nudez', como eles chamam, certo? Como ir a casas de banho e fontes termais juntos, certo?
(Shisuii: Que papinho de vínculo na nudez eu ein…)
— Hmm...
Alisa ficou sem palavras, já que Maria tinha um ponto válido, e obviamente, Maria não ia deixar essa rara oportunidade passar.
— Além disso, vamos a uma praia particular, então não é como se um monte de estranhos fosse te ver de biquíni.
— Masachika e Touya estarão lá.
— Não se preocupe com isso. Touya só tem olhos para Chisaki. E Kuze? Tenho certeza de que ele estará ocupado me observando.
— Hã?
Maria estufou o peito orgulhosamente diante de sua irmã, que levantou as sobrancelhas, perplexa.
— Kuze é um garoto, afinal, e você sabe como eles são. Eles são obcecados por peitos de garotas. Não conseguem parar de olhar. Então... quando ele me vir no meu biquíni fofo, provavelmente não vai conseguir desviar o olhar.
Ela cobriu o peito timidamente com as mãos e se mexeu um pouco, mas sua observação vaidosa e pouco característica fez Alisa esboçar um sorriso rígido e acendeu as chamas da competição em seus olhos azuis.
— Heh... Você está confiante, não? Está sugerindo que esse seu peito volumoso junto com essa barriga fofa te torna melhor do que eu?
Alisa fez questão de enfatizar a palavra "eu" enquanto cruzava os braços, inclinando o corpo para trás como se quisesse exibir sua figura. Em seguida, lançou um olhar significativo para a barriga exposta de Maria e fungou desdenhosamente, mas Maria não se abalou com tal provocação de baixo nível.
— Você ainda tem muito a aprender, Alya. Garotos gostam de garotas com um pouco de carne. Acho que seu corpo bem definido é maravilhoso, no entanto, — respondeu como se estivesse consolando sua irmã mais nova, enquanto destacava orgulhosamente seu peito também. Um dos olhos de Alisa começou imediatamente a tremer de irritação com a atitude incomumente ousada de sua irmã, já que ela tinha muito orgulho de sua aparência. Ela trabalhava muito mais do que Maria para manter sua forma, então era imperdoável ouvir que o fruto de seu trabalho era inferior ao que ela considerava uma maciez excessiva devido a um estilo de vida despreocupado; não havia como ela aceitar isso como um fato.
— Hmph. Quanta confiança hoje, né? Não me culpe se você começar a se sentir envergonhada ao lado da minha figura perfeita.
— Pode ir em frente. Isso quer dizer que você vai comprar um biquíni?
— Hmm?
— Não faria sentido se você não mostrasse sua barriga. ♪ Não se preocupe. Eu também vou usar um biquíni. ♪ Oh, olha. Este aqui ficaria ótimo em você.
Maria já estava escolhendo os biquínis antes mesmo que Alisa pudesse processar o que acabara de acontecer. Foi quando uma vendedora de óculos e cabelo preso se aproximou delas e interferiu.
— Desculpe interromper, mas acredito que esse biquíni possa ser um pouco pequeno para você. Recomendo pegar um tamanho maior, — sugeriu, ajustando os óculos.
— Hã?
Maria se virou prontamente, olhou fixamente para o peito de Alisa e comentou:
— Alya, eles cresceram de novo?
— C-Como se você pudesse falar.
— Sim, acho que você está certa... Você acha que é por causa da comida da mamãe? Eles simplesmente não param de crescer.
Ela desviou o olhar de Alisa, que estava se contorcendo em posições estranhas e olhando diretamente para o próprio peito de maneira preocupada.
— Prepare-se, Alya. Suas costas não vão gostar disso.
— Preparar-me para o quê? ...Essa realmente é a hora certa para termos essa conversa?!
Mas, no momento em que estava prestes a arrancar o biquíni da mão de Maria, a vendedora rapidamente pegou um que era de um tamanho maior e se colocou na frente de Alisa.
— Que tal experimentar este?
— Hã? Mas...
— Você nunca vai saber se não experimentar. Primeiro, coloque este e veja o que acha. Isso deve te dar uma ideia do tipo de biquíni que é melhor para você. Por favor, me acompanhe.
Antes que Alisa percebesse o que estava acontecendo, ela foi gentilmente empurrada para dentro de um provador.
— Estou impressionada. Obrigada, — disse Maria, dando um joinha para a vendedora.
— Estou apenas fazendo meu trabalho.
— Uma verdadeira profissional... A propósito, não peguei o seu nome.
— Minhas desculpas. Sou Watanabe, a gerente da loja.
Ela apontou para o crachá em seu peito enquanto ajustava os óculos, fazendo a luz refletir nas lentes da profissional.
— A propósito, vocês duas são irmãs?
— Oh, sim. Sim, somos. ♪ Eu sou a irmã mais velha, aliás ♪, — acrescentou Maria, já que as pessoas sempre pensavam que ela era a mais nova devido à sua estatura menor e rosto jovial. Mas Watanabe não demonstrou nem um sinal de surpresa, acenando com a cabeça como se entendesse completamente.
— Sim, dá para perceber. E vocês estão procurando o biquíni perfeito para sua irmã mais nova, certo?
— Exatamente! Ela escolheria uma roupa de mergulho se eu não estivesse aqui para impedi-la... Espera.
Foi então que Maria de repente percebeu que não ouviu um único som vindo do provador, então ela entreabriu a cortina e espiou lá dentro.
— Alya, está tudo bem?
— O quê...?! O que há de errado com você?!
Alisa de repente se virou completamente perplexa, com uma expressão de desgosto, e o biquíni ainda na mão... exatamente como Maria esperava.
— Anda logo e se troque. ♪ A gerente da loja está esperando por você.
— Mas... Mas isso...
Era natural que Alisa hesitasse, já que o biquíni em sua mão era, de certa forma, o mais biquíni de todos os biquínis existentes. Era preto sólido, sem fitas ou babados. Na verdade, quase não havia biquíni. Era uma fina corda com um pouco de tecido preso a ela. Só isso. Era como algo que você veria uma supermodelo ocidental usar na passarela ou em uma revista.
— Eu não consigo! Não posso usar isso! — ela exclamou, empurrando o biquíni para frente... E a heroína desta história, Watanabe, apareceu de repente.
— Que tal este?
Nas mãos da gerente da loja estava um biquíni rosa que cobria claramente muito mais do que o outro. As bordas tinham babados e eram fofas de um jeito feminino.
— Oh, acho que posso usar este...
Essas realmente eram as palavras de uma garota que afirmava que não iria expor suas coxas e barriga? Alisa estava completamente alheia à técnica de "porta na cara" sendo usada contra ela enquanto aceitava o biquíni que lhe era entregue. Alguns minutos se passaram, e então ela saiu do provador vestindo o biquíni.
— Você está tão fofa. ♪
— Ficou muito bom em você. Esse estilo de biquíni é extremamente popular este ano, mas você é a primeira pessoa que eu vi que conseguiu ficar tão bem nele.
— S-Sério?
Ela provavelmente teria ignorado se fosse Maria dizendo isso, mas até Alisa parecia ter caído no elogio suave da profissional.
— Mas eu acho que rosa é um pouco fofo demais para mim...
— Entendo. Então, que tal este?
Enquanto Watanabe estendia o braço para o lado, outra vendedora apareceu de repente com um novo biquíni. Talvez todos os funcionários lá fizessem um treinamento especial para esse tipo de situação.
— Este aqui tem o mesmo estilo, mas como você pode ver, tem um visual mais elegante com seu padrão floral sobre o azul---
No final, Alisa experimentou seis biquínis graças a Watanabe, que não exagerou nem vendeu demais nenhum item específico.
— Hmm... Este pode funcionar.
Finalmente, foi quando ela experimentou um biquíni listrado azul-céu com grandes babados que os lábios de Alisa finalmente se curvaram em um sorriso satisfeito, e Maria imediatamente aproveitou o momento, sabendo que seria sua única chance.
— Sim, esse biquíni é muito fofo.
— S-Sim, mas...
Alisa se olhou no espelho mais uma vez, como se a empolgação estivesse começando a passar.
— Talvez seja um pouco revelador demais, — ela se preocupou, franzindo a testa.
— O quê? Isso não é nada comparado ao que eu vou usar, — Maria interveio com uma expressão intrigada e levantou um biquíni branco que só tinha algumas tiras segurando-o no meio. Em outras palavras, seu decote ficaria totalmente à mostra para qualquer um ver. Ao ser apresentada a uma escolha ainda mais ousada, Alisa começou a duvidar de si mesma.
— Mas minhas pernas...
Mesmo assim, ela não conseguia evitar se sentir preocupada ao olhar para suas coxas expostas. E mais uma vez, Watanabe apareceu do nada com um pedaço de tecido na mão.
— Então, que tal usar essa canga se você está preocupada em mostrar muita perna? Se você comprar isso junto com o biquíni, posso te dar um desconto especial de...
Era como se uma calculadora magicamente aparecesse na mão de Watanabe enquanto ela digitava rapidamente um número na velocidade da luz, e depois mostrava para Alisa.
As palavras "desconto especial" por si só já inclinavam Alisa a aceitar a oferta, e alguns minutos depois, ela estava em frente ao espelho usando a canga. Ela acenou com a cabeça lentamente.
— Certo, vou levar...
— Muito obrigada. Vou pedir para alguém buscar um novo biquíni e uma canga no estoque.
Assim que a gerente da loja, Watanabe, bateu palmas, um funcionário imediatamente desapareceu na parte de trás da loja. Embora o procedimento rápido tenha deixado Alisa um pouco estranha, ela e sua irmã foram juntas ao caixa e compraram seus trajes de banho.
(Shisuii: Rapaz essa Watanabe aí definitivamente não é humana.)
— Muito obrigada. Voltem sempre.
As irmãs Kujou deixaram a loja juntas enquanto Watanabe e seus funcionários extremamente bem-treinados as despediam. Agora que Alisa tinha cumprido seu objetivo, sua mente já estava focada em ir para casa... mas Maria, por outro lado, agia como se estivesse apenas começando; ela olhou para sua irmã com os olhos brilhando.
— Então, qual é o próximo passo?
— Próximo passo? Achei que iríamos para casa…
— O quê? Vamos dar mais uma olhada por aí. ♪
— De jeito nenhum. Você demora uma eternidade.
—Você é tão má. — Maria fez bico, mas suas reclamações não desaceleraram Alisa, que estava indo diretamente para o elevador. No entanto, havia algo na frieza de sua irmã mais nova que estava fazendo Maria se perguntar se havia um motivo específico para ela querer ir para casa.
Hmm... Ah! Talvez ela queira fazer um desfile de biquínis? Eu entendo!
Comprar roupas novas é tão empolgante, afinal!
...Maria podia ser meio avoada de vez em quando, de acordo com seus amigos e familiares, mas ela era dolorosamente inconsciente dessa característica, e nunca admitiria isso, também.
Provavelmente, ela só estava tímida demais para realmente se divertir porque a gerente da loja e eu estávamos lá. Aposto que ela planeja fazer seu próprio desfile de moda quando chegarmos em casa. Uau, só de pensar nisso já me faz querer fazer um desfile também. ♪
Porque tudo fazia sentido em sua cabeça. Tudo o que ela dizia era baseado na lógica do seu ponto de vista. O único problema era que...
— Certo, Alya. Podemos ir para casa, mas quero participar, então você pode me esperar antes de começar o desfile?
— Do que você está falando?
...Maria sempre ia direto ao ponto sem qualquer preparação, então seus chamados comentários avoados simplesmente pareciam extremamente repentinos e aleatórios para o ouvinte. Obviamente, essa não foi uma exceção, já que Alisa não tinha ideia do que ela estava falando e balançou a cabeça, desistindo de tentar entender o que Maria queria dizer. Essa aleatoriedade não era novidade para ela.
— Enfim, aqui. Vou levar seu biquíni para casa comigo.
— Sério? Muito obrigada. ♪
Alisa pegou a sacola plástica das mãos de Maria antes de se dirigir rapidamente ao elevador. Depois que Maria a despediu, ela olhou para o relógio, ponderou silenciosamente por alguns momentos, depois pegou o próximo elevador e desceu para o primeiro andar, onde saiu do shopping sem sequer dar uma olhada em outra loja.
— Hmm... Será que consigo ir andando até lá? — Maria murmurou para si mesma enquanto seguia um caminho com o aplicativo de mapa do telefone aberto. Seu destino era um certo lugar onde ela ia sempre que tinha tempo livre, e ela fazia isso desde que voltou ao Japão. Embora normalmente fosse de bicicleta, hoje ela iria a pé. Ela iria a pé, e ainda assim...
— Oh? O que é essa loja?
Os olhos de Maria ainda eram atraídos para todas as lojas fofas à vista, e suas pernas naturalmente a levaram para dentro de uma lojinha de bugigangas na rua à direita, como se ela estivesse sendo lentamente sugada para dentro. Depois de dez minutos de "window shopping", ela saiu da loja e virou à esquerda sem nem pensar, apesar de precisar virar à direita para chegar ao seu destino. Ela continuou andando por mais alguns minutos quando...
— Hmm?
De repente, ela percebeu que havia se afastado muito do caminho que deveria estar seguindo, então parou e verificou o aplicativo de mapa no telefone novamente.
— Hmm... Ah, acho que só preciso ir por aqui.
E mais uma vez, ela começou a andar na direção completamente oposta sem hesitar por um momento. Se ainda não estava claro... Maria era extremamente ruim com direções e se perdia facilmente. Normalmente, ela diria a seus amigos e familiares que gostava de passear pela cidade, mas na realidade, ela estava perdida metade do tempo. Claro, ela nunca admitiria isso, porque...
— Oh, meu Deus. Isso é estranho... Cheguei.
...não importa o quanto fosse ruim com direções, de alguma forma, ela sempre milagrosamente chegava ao seu destino. Do nada, ela avistou um local familiar pelo canto do olho, então começou a ir em sua direção de forma um tanto atordoada. Seu destino era o canto de um grande parque com muitos equipamentos para as crianças brincarem. Maria caminhou resolutamente pelo caminho até chegar a um grande equipamento de playground em forma de cúpula, com buracos de todos os tamanhos. Depois de parar brevemente na frente dele, ela subiu até o topo, desenrolou uma pequena folha plástica e se sentou nela antes de escanear brevemente a área como se estivesse procurando por algo.
— Exatamente como eu pensei. Ele não veio, — ela murmurou desanimada, fazendo bico, olhando para o céu como se quisesse esconder a solidão em seu coração.
— Mas tudo bem. Eu vou esperar. O destino é algo que você cria para si mesma, afinal, — acrescentou como se estivesse tentando convencer a si mesma. Ela inflou as bochechas e começou a observar as nuvens passarem silenciosamente. Ela esperou assim por mais vinte minutos sob o sol quente de verão, quando…
— Oh, aí está você! Ei!
Ela deu um salto, surpresa pela voz repentina, mas quase imediatamente percebeu que não era a voz dele, e abaixou o olhar com um toque de decepção. No pé da cúpula estavam sete crianças da escola primária que ela conhecia.
— Maria!
— Onee-chan Maria está aqui!
— Vamos brincar!
Enquanto sete meninos e meninas sorridentes olhavam alegremente para ela, Maria sorriu de volta e desceu da cúpula.
— Parece bom para mim. ♪ O que vocês querem fazer hoje? Desta vez, eu não vou perder ♪, — respondeu animadamente, e assim, ela se juntou às crianças da escola primária e começou a brincar com todo o seu coração. Eles brincaram de esconde-esconde usando todo o parque, jogaram juntos no celular na sombra quando ficaram cansados, e Maria até aproveitou para conversar sobre coisas de meninas com as garotas do grupo. A diversão continuou até o sol começar a se pôr, e as crianças precisaram ir para casa.
— Tchau, pessoal. ♪ — Maria acenou de volta para as crianças até que elas desapareceram na distância. Ela então olhou novamente para a cúpula e sorriu um pouco tristemente. Era como se ela pudesse ver o adorável garoto de anos atrás em pé ali, e isso provocou uma doce dor no coração.
De repente, uma forte rajada de vento soprou, fazendo com que Maria segurasse o cabelo e desviasse o olhar enquanto fechava os olhos. Mas, quando olhou de volta para a cúpula, a miragem do jovem garoto já não estava mais lá.
— Eu vou voltar para te ver em breve, Saah-kun.
Maria deixou o parque com essas palavras, retirando-se do lugar cheio de memórias com um leve franzir de sobrancelhas.
Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!