Volume 10
Epílogo: Traição
O sol já havia se posto completamente, e em uma certa sala de aula que tinha como única fonte de luz o brilho que entrava do pátio da escola, Nonoa e Ayano estavam presentes.
— Então, afinal, que tipo de plano era esse incidente, Nonoa-san? — Ayano se dirigiu às costas de Nonoa com uma voz um pouco rígida, mesmo sendo ela quem tinha sido convocada. Nonoa, por sua vez, permanecia em silêncio, olhando para o pátio.
Ela ficou em silêncio por mais algum tempo… antes de se virar de repente, com um sorriso radiante estampado no rosto.
— Hm? Ah, foi mal, foi mal. Estava só perdida em pensamentos por um pouquinho — Nonoa se desculpou, colocando um dedo no canto da boca, ainda com o sorriso brilhante. — Não, sério, que reviravolta surpreendente, né~? Tipo, de jeito nenhum, Alissa sugerindo uma recontagem bem ali do nada~?
Falava de maneira animada, como se estivesse comentando sobre uma partida de esporte qualquer… Mas então, sem aviso, sua expressão se tornou séria, e ela inclinou a cabeça com um leve movimento.
— Mas, sabe, pensando bem, isso parece meio estranho, né~? — Nonoa refletiu, com um tom que não combinava com sua expressão. — Parece que, à primeira vista, Alissa só estava mostrando sua grande integridade, como se não pudesse suportar ser acusada de fraude, sabe? Mas se você pensar com calma, pressionar a vice-presidente do clube de piano na época não trouxe nada além de desvantagem pra ela, né~?
Ela continuou divagando sem responder à pergunta original de Ayano, indo para um assunto aparentemente desconexo. Ayano permaneceu em silêncio, sem dizer uma palavra.
— É assim que as coisas são, né~? — Nonoa continuou diante do silêncio. — Tipo, todo o auditório estava super solidário com a vice-presidente naquele momento; Alissa se esforçando para exigir a recontagem com aquele tom de "Viu? Não houve fraude; peça desculpas~" acabou fazendo ela parecer a vilã, sabe? Na verdade, todo mundo tinha aquele olhar de "Deixa pra lá…" assim que ela começou a pressionar a vice-presidente, não tinham?
Diante do relato detalhado de Nonoa, Ayano ouviu em silêncio, com a expressão habitual impassível, sem interromper ou sequer acenar. Sem se abalar, Nonoa continuou com seu tom totalmente casual.
— Então, fiquei pensando: Alissa sabia que haveria fraude — ela acertou direto no ponto. — Mas não só isso — acho que ela percebeu que não era uma fraude para fazer a vice-presidente perder, mas uma voltada contra ela mesma.
Era uma dedução casual, que fez as sobrancelhas de Ayano se moverem levemente. Ainda assim, Nonoa seguiu com sua análise solitária, sem se importar.
— Porque veja, você só tinha duas opções se quisesse mirar na vice-presidente com fraude: ou tirar as bolinhas brancas da urna, ou fazer com que alguém votasse várias vezes pelo clube de música, certo~? A primeira não é realista, já que Alissa estava vigiando a urna, então só sobra a segunda, não é? Mas, sabe… mesmo que uma recontagem revelasse a fraude, ela não mostraria quem fez, né? Porque os culpados não teriam nenhuma prova física. E se for assim, então não há benefício real em expor a fraude, certo? Na verdade, tudo o que faz é insinuar que ela estava por trás de tudo, e isso seria ruim pra ela~ — Nonoa disse, colocando a mão no queixo pensativamente e olhando para cima antes de continuar. — Ainda assim, acho que não tem como Alissa ter sabido de tudo desde o início, né~? A reação dela quando a vice-presidente gritou "Fraude~!" não parecia um ato. Então, isso significa que ela provavelmente sabia que estava sendo alvo; só não sabia como fariam isso.
Encerrando sua longa hipótese, Nonoa voltou o olhar para Ayano, sorrindo mais uma vez, como se tivesse retornado a si mesma.
— Ah, foi mal, foi mal. Acabei tagarelando sozinha por um tempo — falou alegremente. — O que eu queria perguntar é…
Interrompendo-se com um sorriso amistoso, porém excessivamente brilhante, Nonoa caminhou até Ayano, parando perto o suficiente para o hálito tocar seu rosto.
— Ei, Ayanono — chamou, olhando para baixo, para Ayano.

— Exatamente — a voz de uma garota soou naquele momento, junto com o som da porta deslizante da sala sendo aberta, e o clique das luzes se acendendo.
Na sala, agora repentinamente iluminada, entrou Yuki, seguida de Masachika, Alisa e Yuusho.
— Oh, minha nossa… Que reunião mais distinta temos aqui — Nonoa comentou ao ver aquele desenvolvimento inesperado.
Com Ayano silenciosamente se afastando para ficar ao lado de Yuki, os cinco agora a encaravam.
Ela estava diante de olhares penetrantes, olhares que viram através de todo o seu esquema… E ainda assim, Nonoa não pôde deixar de sorrir genuinamente, como se estivesse acolhendo a situação de coração aberto.
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(Continua no volume 11)
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