Volume 1 – Arco 3
Capítulo 30: Top8
Em um dojo, no segundo distrito, Karen treinava seu filho, Drake, para as finais do torneio, que seria televisionada para todo mundo.
— Agora é oficial, ele vai saber onde você está. — disse Karen, pressionando uma espada de madeira contra a de Drake.
— Eu acho que ele já devia estar sabendo de antes, não pode ter sido só uma coincidência ninguém ter me enfrentado na luta anterior da contra o Yuki — explicou Drake, recuando.
O som de alguém batendo na porta foi ouvido, os dois deram uma pausa para o treinamento e Karen foi abrir a porta, ao abrir a porta ela se assustou.
— Quanto tempo, Karen. Embora você more no distrito que sou dono, parece que você sempre evita esse encontro… — falou um homem de cerca de dois metros, com o cabelo branco raspado e pele clara, com uma espada dentro da bainha, pendurada em sua cintura — Então aquele é o Drake.
— O que quer aqui, Hunter? — A mãe do garoto de óculos franziu sua testa, com raiva.
— Se acalme, eu quero dar um recado para o Drake, sabe? Tem um número oculto que vive me ligando… — Ele tirou o celular do bolso. — Sempre que eu atendo essa pessoa pergunta do Drake, então falei que hoje ela poderia falar. Ops, que coincidência, ele está me ligando agorinha!
— Drake, não fale com ele! — gritou.
— Relaxa, vou colocar no viva-voz e você também vai ouvir, nervosinha… — Hunter atendeu ao telefone e colocou no viva-voz. — Olá, Excalibur.
Drake arregalou seus olhos, pois nunca teve a chance de falar com o seu pai depois de Excalibur o dominar.
— Olá, Drake está aí?
— Sim, Karen também está ouvindo.
— Perfeito. Olá, minha família, como estão? Ansiosos para as finais? — disse Excalibur, com um tom de voz amigável.
— Como ousa ter contato com a gente, seu verme de merda! — gritou Karen.
— Você deveria me agradecer, na verdade, já sei tem anos que vocês dois moram aí, mesmo assim não movi um dedinho pra pegar minha Ybytu de volta. Aliás, estou ansioso para ver você enfrentar uma outra excalibur, ainda superior a sua em nível no momento, Drake.
— Por que não veio buscar ainda? — perguntou Drake.
— Porque assim é mais divertido, sei que uma hora você vai vir me entregar, afinal, todos os Excalibur’s tem o mesmo objetivo, me matar. E é assim que eu vou juntando, por enquanto você pode usar, o papai deixa. — O tom de deboche na voz de Excalibur é notável.
— Podemos ir logo ao assunto, Arthur? — indagou Hunter.
— Você é sempre inconveniente, Hunter, estragando uma reunião familiar como essa… Ainda bem que no nosso torneio nacional eu te humilhei. — exclamou Excalibur, que deixou Hunter tremendo de ódio. — Mas enfim, eu vim perguntar para você, Drake. Sua mãe já te contou a história da Excalibur da morte do gelo, Teon?
— Por que ele precisaria ouvir essa história terrível?
— Porque o demônio de Geller está em Solária neste exato momento.
A frase dita pela maldição assustou a todos, até o dono do distrito.
— Yuki é a maldição de Geller? Mas como? Geller é uma pessoa diferente. — exclamou Hunter.
— Não, Geller está do meu lado nesse momento, mas o demônio dele está aí, e não está no Yuki não…
— Explica logo o que você quer falar. — exclamou Drake.
— Antes do seu papaizinho me libertar do selo e me dar o corpo dele, eu obviamente ainda estava selado e não conseguia me mexer pra recuperar meus fragmentos, mas eu tinha uma única esperança, o meu braço direito, uma maldição que perdeu seu corpo com a trindade, mas não foi exilada. Essa maldição se chamava Aiden.
— Aiden… É o nome do mentor do Yuki! Então ele é o demônio! — gritou Drake.
— Embora o Aiden tivesse como objetivo me trazer o receptor que pudesse me tirar do selo, que no caso era Arthur, seu pai. Aiden nunca deixou de se desiludir sobre a Excalibur do Gelo, que significa a morte. Mas quando voltei a liberdade, eu proibi Geller e seu demônio interior, Aiden, de dominar o nível 2 desta Excalibur.
— Qual a razão?
— Tinha nascido dois espadachins incríveis, que poderiam superar até o corpo do Arthur, e eu queria dar para eles as duas Excaliburs que eu tinha sob controle. Então deixei a dos ventos com o meu filho, e fiz, por meio do Aiden encarnado em outro corpo, fazer a espada chegar até o Yuki.
— Então você acha que essa luta vai decidir quem vai ser o seu próximo receptor?
— Não, não quero o corpo do Drake ou do Yuki, eu quero um rival, alguém que compre a vontade da Excalibur e se torne um possível problema pra mim, embora eu ache que não vai acontecer, mas qualquer coisa, esse rival vai juntar muitas Excalibur’s e me dar de graça, enquanto cumpro meu propósito de me libertar do pacto dos oito guardiões.
— Ter um demônio aqui é muito perigoso, você tá planejando o que, Excalibur? — indagou Hunter.
— Relaxem, Aiden é apenas um boneco, ele não tem força pra lutar contra nenhum de vocês, se quiser ir agora lá e matar ele eu deixo, só vai ficar difícil de se explicarem. Eu só o deixei ir porque ele é tão fascinado nessa espada que queria ver a luta final de perto.
— O que você vai fazer com quem perder a luta? — perguntou Karen, assustada.
— Vou matar e pegar minha Excalibur de volta, pode demorar ou pode ser no dia seguinte, depende da minha vontade. É por isso que queria te falar isso, Drake, ou você aceita de vez o fardo das Excalibur’s, ou você morre, ter usado uma vez já foi o bastante para selar seu destino.
— Eu vou vencer, e não vou deixar você matar o Yuki se ele perder, ele não merece morrer só por ter potencial. — exclamou Drake.
— Você ouviu seu recado, Yuki também sabe sobre isso, então não é como se ele fosse desavisado para te enfrentar. Eu tomaria muito cuidado se fosse você, filho.
— Pare de falar como se ainda fosse meu pai.
— Ah, e eu também to ansioso pra ver aquele esquentadinho, avise pra ele que o homem que matou o paizinho dele estará o observando também, eu amo histórias que claramente vão ter um final trágico, e a vida daquele coitado parece que sempre tá num final! Hahahahaha! — Excalibur desligou.
Hunter foi embora. Karen e Drake continuaram treinando, mas agora ambos claramente tinham grandes pesos em suas costas.
Enquanto o dono do segundo distrito andava pelo seu local, ele viu Natsumi correndo pelas ruas em direção a sua casa, como se estivesse com muita pressa.
Na casa de Natsumi, seu pai estava assustado ao ver que Shitzu tinha invadido o local.
— O Sr. se chama Bob?
— Sim, e quem é você, por que invadiu minha casa?
Natsumi entrou na casa as pressas, mas conseguiu não fazer barulho o bastante pra ser notada.
— Prazer, me chamo Shitzu, sou a experiência que deu certo, criada pela Sra. Kageyama. Sua ex-esposa.
— Ela está viva!? — Bob se desesperou.
— A minha mãe não morreu? — Natsumi entrou na conversa.
— Não sei os informar, pois ela sumiu no ano passado após dizer que eu já era a experiência perfeita que ela sonhou. — Shitzu chegou mais perto de Bob. — Ela me pediu para avisá-lo que a filha que você prometeu a ela foi um fracasso, ela era muito fácil de ser manipulada pela realeza e que você é um enganador, pois prometeu uma filha forte para ela. Não sei a razão para que ela quisesse que você escutasse isso, mas ela me disse que eu tinha que falar.
— Essa desgraçada fingiu que morreu pra não pagar pelo crime, como eu nunca tinha pensado nisso, e ainda vem dizer isso da minha filha, espero que essa desgraçada tenha morrido de vez agora. — gritou Bob.
— Não fale assim dela — Shitzu armou um soco, mas Natsumi o segurou.
— Vamos nos resolver no domingo, não ouse encostar um dedo no meu pai senão eu te mato agora.
— Você não tem chance alguma comigo, além de que, você é uma pessoa terrível também. — expressou Shitzu. — Você fez aquele garoto quase morrer só porque é fraca, eu gostei muito dele, se ele tivesse morrido eu matava você.
— Não se intrometa em assuntos que não te interessam. — ameaçou Natsumi.
— Igual você acabou de fazer com minha conversa com seu pai? Eu só vim avisar ele que você é um fracasso e eu sou um acerto, logo eu vou poder utilizar o poder de quebrar o sangue real, e vencer Blair Morgan.
— Espera, o sonho da minha mãe era matar a realeza, você quer matar a Blair?
— Não, eu não quero nada, eu só vou seguir o propósito que fez a Sra. Kageyama me criar, se ela morrer durante a luta eu não ficarei triste, e nem a assembleia nojenta, então não me trará problemas matar Blair Morgan.
— Esse poder que ela te fez ter, vai matar a princesa, como você pode ser tão indiferente sobre isso?
— Blair Morgan não liga para os diversos crimes horrendos que acontecem no meu país, se eu morresse assassinada no meu país seria apenas um dia normal para ela, por que eu deveria me importar com ela? Eu farei de tudo para fazer meu país evoluir, e foi isso que a assembleia e Sra. Kageyama me prometeram.
— Você acredita demais em pessoas sem palavras algumas. — exclamou Bob.
— Você tem uma solução para ajudar o meu país? Por que eles tem, então devo acreditar em quem pelo menos finge que se importa, por isso vencerei Blair Morgan.
— Para vencê-la você precisa primeiro passar por mim, não vou deixar esse poder nojento da minha mãe matar a princesa — ameaçou a garota de cabelos castanhos.
— Então você vai tentar proteger a realeza, o que é você? Uma Burn? Eu tenho nojo de como você pode ter o sangue de alguém tão incrível como a senhora Kageyama.
— Se matar a Blair fosse resolver algum problema eu poderia pensar igual você, mas não vai resolver, então eu vou te mostrar na força física que você está errada, eu tenho que chegar na final, pois fiz uma promessa.
— Não é como se a sua palavra valesse de algo. Bom, veremos então, eu vou embora. Obrigado pela atenção. — Shitzu sai em uma velocidade incrível, como se fosse apenas um vulto.
— Então ela está viva… — Natsumi olhou para sua mão, enquanto seu pai a abraçou.
No quarto distrito, Toby estava no quintal com sua mãe.
— Obrigado por me ajudar no treino, mãe, já que o Sr. Zane não pode… — disse Toby.
— Eu já tinha falado pra ele que quando você conseguisse controlar o pseudo, porém, percebi algo que eu não tinha levado em conta. — explicou Naomi.
— O quê?
— Quando minha pseudo foi criada, eu consegui enfrentá-la de igual pra igual, aceitando meus sentimentos e tendo uma força igual. — Naomi apontou para Toby — Mas você não tem o pé de igualdade, seus sentimentos te abandonaram para o lado sem núcleo, e o pseudo virou o queridinho das chamas, então quando você quase morreu quem te ajudou foi ele, te trazendo pro lado das chamas por um momento.
— Então o que eu tenho que fazer?
— Até domingo eu vou te ensinar como invadir o lado das chamas do pseudo, e lá você vai poder enfrentar ele em pé de igualdade.
Os dois se encararam com empolgação.
No sexto distrito, Ethan treinava com Golias.
— Seguinte, pobrinho, você vai precisar de todos esses pontos para vencer a Blair.
— Certo… Vamos continuar! — ofegante e machucado, Ethan avançava para lutar de novo.
Após os dois terminarem, Ethan caiu no chão exausto.
— Você tem evoluído bem, talvez possa mesmo enfrentar a Blair, seu ódio parece em dia. — expressou Golias.
— Mas e o Toby, você acha que ele pode me causar problemas?
— Eu vou te ensinar uma técnica primordial que não deixará ele te tocar.
— Certo, eu estou pronto! — Mesmo exausto, Ethan queria treinar mais.
— Ótimo, então eu vou te ensinar aquilo que irá humilhar o fracote, o Muro das Lamentações!
Dias de treinamento passaram e o domingo chegou, Toby acordou com uma gritaria em sua rua, ao abrir a janela, viu as pessoas gritando seu nome, todas as pessoas estavam torcendo para ele.
— Toby! Toby! Toby!
— Isso é incrível! — Os olhos do garoto brilhavam.
— Os ingressos eram muito caros para as pessoas do nosso distrito, os nobres vão lotar aquele lugar, mas queria que você recebesse esse apoio pelo menos uma vez antes de ir — Naomi pegou sua bolsa e assoviou. — Vamos, dessa vez eu estarei lá te apoiando.
Toby abriu um sorriso enorme, era como se estivesse vivendo em um sonho.