Volume 1 – Arco 1
Capítulo 43: Conseguindo informações
Um homem voou por cinco metros antes de cair no chão. A queda não o machucou, mas o golpe no peito causou uma crise de tosses, o deixando sem ar.
— Cof… Cof…
Ele inspirava e expirava, puxando ar para os pulmões enquanto se arrastava pelo chão em uma tentativa de se afastar das pessoas que o acertaram.
Enquanto isso, andando em sua direção, essas pessoas o seguiam lentamente, causando um caos psicológico cada vez maior. Essas duas pessoas nem ao menos pareciam mostrar o mínimo de dificuldade para agir. Um era um homem, que parecia ter por volta de vinte anos e exibia um cabelo prateado até os ombros, carregando em uma das mãos uma garrafa de bebida. Seu terno desabotoado e a barba por fazer o deixavam com um visual desleixado.
Alguns passos atrás dele, estava uma mulher morena com cabelo encaracolado e mesmo no meio de tanto caos, se destacava por sua beleza. Ela usava uma calça jeans e uma jaqueta preta com um cachecol branco enrolado no pescoço.
Em volta dos dois, tinham várias pessoas os encarando. Eles não eram pessoas comuns e sim guerreiros experientes que frequentavam o bar casualmente. Quando o casal começou a agir, queriam reagir imediatamente, mas, não agiram precipitadamente porque o bar estava cheio de pessoas comuns.
Assim como esperado de um local de encontros para guerreiros, o Pequeno Dourado não era nada simples. Embaixo do bar, existia uma formação chamada Formação de Dispersão de Comuns.
Esta formação age na mente das pessoas comuns, induzindo medo e horror. Essa formação era ativada automaticamente quando uma magia ofensiva era projetada no seu entorno, com sua única finalidade sendo impedir que pessoas comuns se envolvessem com os guerreiros caso algo acontecesse.
Quando as últimas pessoas comuns saíram do bar, um dos guerreiros que estava observando tudo foi a frente.
— O que vocês pensam que estão fazendo? Não conhecem as regras do Pequeno Dourado?
— Não me importo com as regras desse lugar! Se não quiserem morrer, não se intrometam e logo vocês voltarão a continuar seja lá o que estiveram fazendo. — A mulher morena tomou a frente e disse com arrogância.
Isso incitou a ira dos guerreiros em volta, principalmente o que tomou a frente. Seu rosto distorceu e ele deu outro passo a frente, apontando para a mulher.
— Sua vadia! Quem…
No entanto, antes que pudesse terminar de falar, sentiu algo atravessando sua garganta. O Sangue jorrou da boca e começou a engasgar enquanto percebia a sombra da morte. Os olhos dele se abriram e, com um olhar assustado, viu o que atravessou sua garganta. Uma faixa branca de três centímetros de largura, além de todas as expectativas. Essa faixa aparentava ser comum, mas, teve força e afiar o suficiente para atravessar a garganta de uma pessoa.
A faixa recuou, manchada em sangue, voltando para perto do seu dono. Os guerreiros que estavam em volta e queriam agir pararam, assustados enquanto observavam a faixa voltar a se enrolar no pescoço da mulher como um cachecol, desta vez, manchado.
Um guerreiro morreu numa questão de segundos sem nem ter como reagir, o que deixou eles sem saberem o que fazer. O bar Pequeno Dourado era considerado neutro principalmente porque os guerreiros que frequentavam tinham o mesmo nível de poder mas, a mulher na frente deles nem deveria ser citada na mesma frase e se ela quisesse poderia matar todos. Quando pensaram sobre isso, uma gota de suor frio escorria da nuca até a ponta da coluna.
Com os guerreiros a sua volta não planejando mais se meter, o homem de cabelo prateado chegou perto do homem caído no chão.
— Parece que sua proteção se foi! — Ele bebeu outro gole da garrafa. — Se você me disser o que eu quero, a dor vai ser menor. Que tal começar?
"Seus desgraçados medrosos!" O homem caído no chão viu o medo no rosto dos guerreiros que estavam em volta e os amaldiçoou em sua mente.
Ele se lembrou de como os dois começaram tudo isso, entrando no bar aparentando ser apenas duas pessoas comuns que estavam ali para beber. O homem de cabelo prateado parecia bastante ordinário e bebia uma garrafa atrás da outra desesperadamente.
Guerreiros normais não agem desse modo no bar Pequeno Dourado, sempre atentos a tudo ao redor porque apesar de ser considerado um lugar neutro, do lado de fora o assunto é diferente.
Assim, o homem não deu muita atenção para os dois, concentrando-se na conversa com outros dois guerreiros e obtendo informações. Ele fazia parte de uma organização que vendia informações e no momento que os dois o atacaram, estava passando um assunto sobre uma pequena organização no Japão, que estava ganhando muita atenção nas últimas semanas.
Ele nao teve nem mesmo tempo para reagir, pois o homem de cabelo prateado o acertou com tamanha força que ficou impossível revidar. Com apenas esse ataque, o enviou voando depois que não teve uma pergunta respondida. O homem não era um guerreiro habilidoso, pois seu foco era em coletar e distribuir informações.
— Me pague o suficiente e você vai ter qualquer informação! — O homem falou depois de cuspir em direção ao homem de cabelo prateado.
— Eu não tenho tempo pra isso. — O homem de cabelo prateado não gostou da resposta, apesar de ser o justo.
Claro, ele não se importava com isso. Em um movimento rápido, pisou na perna do homem e um som agonizante soou.
Crack…
O barulho do osso quebrando reverberou por todo o bar, quebrando o silêncio causado pelo medo. Contudo, o homem no chão não gritou, apenas mostrando a dor em sua expressão facial distorcida.
O homem de cabelo prateado continuou com o pé em cima da perna do homem no chão e tomou mais um gole da garrafa, desdenhando do fato do homem no chão se segurando para não gritar.
— Tem certeza que vai aguentar essa dor insuportável? — O homem de cabelo prateado comentou com toda a calma.
— Aaahhh!
O homem no chão gritou desesperadamente após o comentário. Ele tinha suportado a dor dos ossos se quebrando mas uma dor insuportável surgiu em seguida e, não aguentando mais, finalmente gritou.
O homem de cabelo prateado retirou o pé e olhou para o homem no chão com calma como se já tivesse feito isso muitas vezes.
— Me ajudem! Por favor, me ajudem! — Depois de suprimir um pouco a dor o homem no chão pediu ajuda cerrando os dentes.
Nenhum dos guerreiros que estavam no bar se mexeu. O poder que a mulher mostrou anteriormente foi o suficiente deixá-los com medo. No entanto, entre esses guerreiros tinham guerreiros habilidosos que se usassem tudo que tem poderiam conseguir uma chance de salvar o homem no chão.
Seria bastante arriscado se eles agissem e tinham setenta por cento de chance de conseguir isso. Mas agir para salvar uma pessoa sem ter nenhum retorno era inconcebível para guerreiros como eles. A vida e a morte dos outros não lhe diziam respeito a não ser que tivesse um preço.
Não era incomum encontrar pessoas como aquele homem pedindo ajuda numa situação desesperadora como essa e por isso eles estavam apenas esperando. Todos eram iguais, primeiro pedem ajuda e depois eles oferecem o que eles tem de mais precioso. Esses guerreiros esperavam para saber o que o homem iria oferecer enquanto faziam várias simulações em suas cabeças de como salvar o homem no chão.
Não demorou muito até esses guerreiros ouvirem o que queriam.
— Por favor, me ajudem! Eu tenho dois Orbes do Espírito de Fogo com sessenta por cento de pureza. Eu dou ele a vocês se me salvarem!
Quando o homem falou sobre os Orbes do Espírito de Fogo, os olhos dos guerreiros habilidosos e até mesmo daqueles mais fracos, brilharam com a ganância.
Orbes do Espírito são itens essenciais para encantar armas. Uma arma encantada com estes Orbes de Espírito tem sua proficiência em relação ao controle do usuário sobre o elemento dela aumentado.
Por exemplo, se uma arma for encantada com um orbe do elemento fogo, toda magia de fogo do possuidor da arma utilizar será fortalecido.
Essas Orbes de Espírito são encontradas em vários locais pelo mundo, mas, elas são normalmente encontradas com uma pureza de até trinta por cento. Uma orbe entre trinta a cinquenta por cento são extremamente difíceis de encontrar e uma com sessenta por cento são muito raras.
Cada arma só pode ser encantada uma vez e de acordo com a pureza será o aumento no poder do elemento do usuário. Comprar um Orbe com sessenta por cento necessitaria milhões de dólares, então, quando esses guerreiros ouviram sobre, se prepararam para usar suas vidas para tentar conseguir esses orbes.
O espírito de batalha surgiu em todos os guerreiros, no entanto, não eram tolos, apesar de cegos pela ganância, também sabiam que seria difícil derrotar a mulher. Mas, se pudessem usar uma chance para pegar o homem no chão e fugir, seria o cenário ideal. Por isso, os mais fracos ficaram parados para ver se teriam uma chance para conseguir o orbe.
Depois do homem oferecer os orbes como recompensa, dois guerreiros andaram em direção a o homem no chão.
O homem de cabelo prateado viu os dois guerreiros se aproximando e tomou outro gole da garrafa.
— Vai precisar da minha ajuda, Letícia? — O homem de cabelo prateado perguntou sem o mínimo de nervosismo.
— Não precisa, eu sou o suficiente! — A mulher chamada Letícia disse quando ficou entre os dois guerreiros e o homem de cabelo prateado.