A Lâmina da Imortalidade Brasileira

Autor(a): Kanino

Revisão: Zezin


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 18: Selamento

—  GWAAARRRR!!!!!

Um grito desesperado ressoou pela ponte. As correntes que surgiram tinham envolvido seu corpo junto ao de Xia. Se debatendo loucamente tentando se libertar das correntes.

Foi nesse momento que o Sr. Hayama e os outros viram Laila olhando para os dois acorrentados. Naquele rosto infantil estava um sorriso arrepiante, um sorriso que deixou o Sr. Hayama apreensivo.

Sua boca se mexeu, porém não conseguia emitir nenhum som depois de olhar para ela. Aquela foi a primeira vez que viu seu sorriso dessa forma. Toda vez que a via sorrindo ele se sentia estranho mas nunca assim.

Laila levantou sua mão para os céus. Uma ação tão simples. Mas deixou aqueles que assistiam alarmados. Eles não sabiam o que estava por vir, entretanto um grito os alertou:

— Se afastem! Ela está conjurando uma formação.

O grito do Sr. Hayama foi alto e claro para avisar a todos. No segundo seguinte o grupo se afastou. Medo estampava seus olhos.

Existem vários tipos de formações, mas nenhuma delas podem ser negligenciadas, por exemplo, uma de ataque poderia destruir Tokyo em segundos. Formações são feitas a partir de combinações de magias de alto nível e requerem muitos recursos quando são usadas.

Além de quem criava a formação era quase impossível saber o tipo que estava sendo usada e, por isso, o Sr. Hayama decidiu se afastar o mais breve possível para não ser pego por ela.

Após todos se afastarem, vários símbolos apareceram em volta da Xia e a criatura. Os símbolos flutuavam no ar e cercavam eles, a quantidade de símbolos ultrapassavam mais de cem e a cada segundo surgiam mais. Os gritos da criatura continuavam como uma besta enfurecida querendo se libertar.

— Que tipos de símbolos são esses? — Mylle nunca tinha visto esses símbolos, então ela perguntou, enquanto os encarava.

— São runas. — Sr. Hayama respondeu.

— Runas?

— São símbolos de uma arte antiga especializada em formações. Cada runa contém um poder natural inigualável sobre a compreensão das leis do mundo.

As runas cercavam Xia e a criatura. Na escuridão da noite o leve brilho delas deixavam uma sensação como se estivessem no meio de um céu estrelado com eles sendo o centro do universo.

As pequenas mãos da Laila começaram a se mover de forma que a primeira vista parecia ser aleatório. Mas com o tempo aqueles movimentos mostraram que não estavam sendo feitos em vão.

As runas que estavam apenas paradas no ar começaram a se movimentar como se estivessem indo cada uma para sua posição. Foi então que, surgiram linhas que saíram das runas começando a conectá-las.

O grito desesperado da criatura ficou abafado, as runas estavam eliminando todo o som que vinha do centro da formação. Com o passar do tempo a formação tomou forma e depois de dois minutos as últimas linhas estavam conectando as runas restantes.

Quando as mãos da Laila pararam, a última runa foi conectada e a formação começou a brilhar. Cada runa brilhava numa cor diferente representando a lei natural que caracterizava. As vermelhas que carregavam as leis do fogo, as azuis com as leis da água, as verdes com as leis das plantas e muitas outras cores brilhavam em tons diferentes cada uma representando sua própria lei natural.

Elas representavam as leis que regiam essa formação. Elas são a verdade desse mundo e nada podia ir contra elas.

— Formação do Selamento Divino A Queda do Imortal.

A voz da Laila não era alta nem baixa, no entanto sua voz pôde ser ouvida por todos naquela ponte. Até mesmo o Henry e seu grupo ouviram as palavras dela. As mãos da Laila se juntaram e formaram um símbolo estranho.

A formação que tinha um brilho multi-colorido apagou e logo acendeu com todas as runas brilhando na cor branca. A intensidade do brilho aumentava a cada segundo. A luz do brilho se tornou tão intensa que o Sr. Hayama e os outros tiveram que cobrir os olhos para não ficarem cegos.

Alguns segundos depois o brilho desapareceu. Sr. Hayama e os outros abriram seus olhos, e demoraram um pouco até se acostumar com a escuridão que voltou na ponte. Com sua visão voltando ele podia ver o que havia acontecido na ponte.

A formação feita de runas tinha desaparecido. Ele não via mais ninguém no local. Quando sua visão voltou completamente viu que tinha duas pessoas caídas no chão. Correndo até eles, podia distinguir que eram Xia e Kishito que estavam deitados lá. Sr. Hayama estava preocupado com eles e checou como ambos estavam. Uma sensação de alívio foi vista em seu rosto logo depois.

— Eles estão bem? — O primeiro a chegar foi Owen.

Em seguida Yago e os outros chegaram perto do Sr. Hayama preocupados com Xia. Eles olharam para ela e depois viram que a criatura tinha sumido e quem estava no chão era Kishito completamente nu.

— Eles estão apenas dormindo. — Sr. Hayama respondeu ao Owen.

— Eu achei que depois que a fênix despertasse desse jeito ele não poderia mais voltar ao normal. Mas parece que a Laila tinha um jeito de reverter isso desde o começo. — Yago olhava incrédulo para  Kishito que estava no chão.

— Laila sempre foi cheia de segredos. Não há como saber o que ela guarda. — Gooruma disse cabisbaixo.

— Outra hora nós podemos discutir isso. Primeiro vamos levá-los de volta e desfazer a zona morta. — Sr. Hayama ordenou olhando para a destruição na ponte.


*****


Vruuummm Vruuummmm

Os últimos barulhos da moto de alta performance chamou a atenção das pessoas que passavam pela rua quando ela parou numa vaga. Em cima dela estava uma mulher usando uma roupa de couro completa de motoqueiro na cor verde-escuro. Quando ela saiu da moto dava para ver a roupa justa em seu corpo que enfatizava as belas curvas do seu corpo.

A mulher nem tinha retirado o capacete e as pessoas ao redor imaginavam como seria o rosto de uma mulher como ela. Apenas por estar em pé ali a atmosfera em volta dela parecia diferente, ela tinha uma profundidade desconhecida que chamava as pessoas ao seu redor ao mesmo tempo que as repelia.

Andando até chegar em frente a entrada de um prédio, a mulher retirou o capacete e as pessoas ao redor ficaram paralisadas. A mulher tinha uma pele morena lisa como um cristal, seu cabelo preto encaracolado espalhado seus ombros e seus olhos negros destacavam uma beleza que não podia ser vista em qualquer lugar. Com apenas uma leve maquiagem em seu rosto ela parecia uma deusa entre os mortais.

O que as pessoas que a olhavam não entendiam era porque ela estava na frente de um prédio como aquele.

Agora faltam quinze minutos para as cinco horas da tarde. Esse é considerado o horário de pico na cidade e muitas pessoas iam e vinham de todos os lados, mas nenhum deles dava muita atenção para esse prédio. O prédio foi construído nos anos oitenta e não parecia ter recebido alguma manutenção nos últimos anos.

A fachada estava toda desgastada e tinha lugares onde a tinta estava solta, em vários lugares haviam pichações de pessoas querendo deixar sua marca na cidade. Histórias ruins sobre as pessoas que moravam nesse prédio eram conhecidas por muitos que se mantinham afastados dali.

Ignorando as pessoas que olhavam para ela, a mulher entrou no prédio usando uma bolsa transversal e o capacete na mão.



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