Volume 2

Interlúdio 1

Ela estava muito cansada com a caminhada.

Ela estava cansada da inconveniência dessa terra árida, da falta de entretenimento ou satisfação. Caminhando pela estrada, Akari não tinha mais energia. Ela não tinha mais força para falar, para sorrir, para fazer nada além de andar para frente.

“Vamos, estamos quase lá!”

“...Uhum.” Akari não levantou sua cabeça, apenas grunhiu uma resposta silenciosa. A garota caminhando ao seu lado estava tentando encorajá-la, falando com ela alegremente, mas seu coração estava tão desgastado que ela nem tinha energia para responder de fato.

Até a inclinação suave dessa pequena colina estava frustrando-a. À essa altura, ela estava enjoada de praticamente tudo.

“Akari. Olhe.”

Ela arrastou seu olhar do chão e finalmente olhou ao seu redor.

Diante dela estava um brilhante mar azul, cintilando com a luz do sol.

Ela nem sequer notou que elas chegaram ao topo da colina. A vista diante dela a preencheu com uma discreta sensação de conquista.

“Então? É uma sensação ótima, não?”

“……” Akari baixou sua cabeça novamente. Ela pôde perceber, mesmo sem olhar, que a outra garota estava forçando um sorriso.

“Sinto muito. Eu sei que isso tem sido difícil para você. Nós poderemos descansar dentro de poucos minutos!”

“...Uhum.” Akari odiava a si mesma por ser tão sombria ao expressar seus sentimentos.

Em retrospecto, ela também não causou nada além de problemas no caminho até aqui. Até naquela primeira cidade, elas se atrasaram demais para pegar o trem que elas haviam comprado passagens por conta da demora de Akari e acabaram tendo que esperar mais de 12 horas para o próximo. Embora a outra garota tenha dito que elas conseguiram evitar um desastre por causa disso, Akari sabia que ela não era nada além de um peso.

Ela tinha um poder chamado de Puro Conceito, mas tudo que ele podia fazer era consertar objetos e curar ferimentos. E lhe foi dito que ela não precisava usar esse poder. Como sua companheira é uma viajante experiente, ela nunca se machucava.

Akari queria ser feliz, ser verdadeira com seus sentimentos.

Pelo menos, foi assim que ela se sentiu quando a outra garota falou com ela vivamente para animá-la.

Ao invés de apenas notar as coisas ruins, ela queria ser o tipo de pessoa que pudesse inocentemente aproveitar uma jornada ao ponto de parecer simplória. Ela continuou pensando nisso enquanto colocou seus pés na cidade portuária.

Esta era a primeira vez de Akari vendo Libelle.



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