Volume 1
Capítulo 7: Classroom of the Elite
NO DIA 1º DE maio, o sino da manhã soou para o nosso primeiro dia de aula. Pouco depois, Chabashira-sensei entrou na sala segurando um pôster enrolado. Sua expressão hoje estava ainda mais severa do que o habitual. Será que ela havia entrado na menopausa? Pensei. Se eu falasse isso em voz alta, provavelmente ela bateria em meu rosto com um bastão de ferro com toda a força.
— Ei, sensei, você começou a menopausa ou algo assim?
Inacreditavelmente, Ike realmente soltou essa piada. Para ser honesto, foi mais chocante perceber que eu tinha pensado a mesma coisa que ele.
— Certo, a aula da manhã vai começar. Antes de começarmos, alguém tem alguma pergunta? Se tiver, agora é a hora de falar.
Chabashira-sensei ignorou completamente o assédio de Ike. Ela parecia totalmente convencida de que os alunos tinham perguntas a serem respondidas. Imediatamente, vários alunos levantaram a mão.
— Hum, eu conferi meu saldo de pontos esta manhã, mas não vi nenhum depósito. Os pontos são dados no primeiro dia de cada mês, não são? Não consegui comprar suco hoje de manhã.
— Hondou, eu já expliquei isso antes, não expliquei? Os pontos são depositados no primeiro dia do mês. Confirmei que os pontos foram transferidos este mês sem nenhum problema.
— Hum, mas… nada foi depositado na minha conta.
Hondou e Yamauchi trocaram olhares. Ike parecia estar tão chocado que nem percebeu. Eu também tinha conferido meu saldo naquela manhã, mas percebi que ele permanecera o mesmo do dia anterior. Nenhum ponto havia sido depositado. Simplesmente pensei que o depósito ocorreria mais tarde.
— Vocês realmente são tão burros assim?
Ela estava brava ou satisfeita? Eu sentia uma vibração sinistra vinda de Chabashira-sensei.
— Burros? O quê? — Hondou repetiu suas palavras de forma idiota. Chabashira-sensei olhou para ele com severidade.
— Sente-se, Hondou. Vou explicar mais uma vez — disse ela.
— S-Sae-chan-sensei?
Hondou, surpreso com o tom incomumente rígido, afundou na cadeira.
— Os pontos foram depositados. Isso eu sei com certeza. Não há absolutamente nenhuma chance de termos esquecido alguém nesta classe. Pensar assim é ridículo. Entendido?
— Bem, mesmo que digamos que entendemos, ainda não recebemos nenhum ponto…
Hondou, ainda perplexo, começou a parecer insatisfeito. Supondo que o que Chabashira-sensei disse fosse verdade e que os pontos realmente haviam sido depositados, então isso significava…
Havia alguma discrepância, então? Significava que zero pontos haviam sido depositados em nossas contas? Minhas dúvidas vagas rapidamente cresceram.
— Hahaha! Entendi. Então é assim, professora? Acho que resolvi o mistério — Koenji anunciou, rindo.
Ele colocou os pés na mesa e apontou para Hondou com ar de superioridade.
— É simples. Estamos na Classe D, então não recebemos nenhum ponto.
— Hã? Do que você está falando? Disseram que receberíamos 100.000 pontos todo mês—
— Eu não me lembro de ter ouvido isso, e você? — Koenji riu e apontou audaciosamente para Chabashira-sensei.
— Embora ele certamente tenha um problema de atitude, Koenji está exatamente certo. Pelo amor de Deus, quase ninguém percebeu a dica que dei a vocês. Que deplorável.
Em resposta a essa reviravolta, a sala explodiu em tumulto.
— Sensei, posso fazer uma pergunta? — Hirata levantou a mão. — Ainda não entendo muito bem.
Ele parecia perguntar em nome dos colegas, e não por interesse próprio. Justo como esperado do líder de classe de fato. Mesmo agora, ele tomava a iniciativa.
— Pode nos explicar por que não recebemos nenhum ponto? Caso contrário, não vamos entender completamente.
Era verdade.
— Um total de noventa e oito faltas e atrasos. Trezentas e noventa e uma ocorrências de conversa ou uso de celular em aula. São muitas infrações em um único mês. Nesta escola, os resultados da sua classe refletem-se nos pontos que vocês recebem. Como resultado, vocês desperdiçaram todos os 100.000 pontos que deveriam ter recebido. Foi isso que aconteceu.
— Eu deveria ter explicado tudo no dia da cerimônia de entrada. Esta escola mede a verdadeira capacidade de seus alunos. Desta vez, vocês foram avaliados como não valendo nada. Só isso.

Chabashira-sensei falou de maneira robótica, sem qualquer emoção. As dúvidas que eu tinha desde que cheguei à escola foram finalmente confirmadas — da pior maneira possível. Mesmo começando com a enorme vantagem de 100.000 pontos, a Classe D perdeu tudo em apenas um mês.
Ouvi o lápis riscar o papel. Horikita parecia estar anotando no caderno o número de faltas, atrasos e casos de conversa durante a aula, talvez tentando entender a situação.
— Chabashira-sensei. Não me lembro de ter ouvido você explicar isso para nós antes — disse Hirata.
— O quê? Você é incapaz de entender algo se não for explicado em detalhes?
— Claro que não. Nunca houve nenhuma explicação sobre a redução de pontos. Se isso tivesse sido explicado antes, tenho certeza de que evitaríamos atrasos e conversas durante a aula.
— Esse é um argumento bem estranho, Hirata. É verdade que eu não me lembro de ter explicado as regras de distribuição de pontos. No entanto, vocês não aprenderam na escola primária que não se deve se atrasar nem falar durante a aula? Isso não foi ensinado durante todo o ensino fundamental e médio?
— Bem, isso é…
— Tenho certeza de que, em nove anos de educação obrigatória, vocês aprenderam que atrasar-se e conversar em sala são coisas ruins. E agora dizem que não conseguem entender isso porque eu não expliquei? Lamento, mas seu raciocínio é fraco. Se tivessem apenas agido corretamente, seus pontos não teriam caído até zero. Isso se resume à responsabilidade pessoal.
Não havia como alguém refutar esse argumento perfeitamente lógico. Todos sabiam que mau comportamento não compensava.
— Vocês acabaram de entrar no primeiro ano do ensino médio e, honestamente, acharam que receberiam 100.000 pontos todo mês sem fazer nada? Em uma escola criada pelo governo japonês justamente para treinar pessoas talentosas? Isso é impensável. Usem um pouco de bom senso. Por que deixariam isso ao acaso?
Embora Hirata parecesse frustrado, ele olhou a professora diretamente nos olhos.
— Então, poderia ao menos explicar em detalhes como os pontos são adicionados ou deduzidos? Podemos ter isso em mente para o futuro.
— Não posso dizer. Não divulgamos os métodos de avaliação dos alunos. É igual a qualquer outra organização. Quando você entra em uma empresa, cabe a ela decidir se explica ou não como avalia seus funcionários. Mas não sou cruel, nem quero ser fria. Na verdade, a situação é tão patética que darei uma única orientação.
Pela primeira vez, vi um leve sorriso nos lábios de Chabashira-sensei.
— Digamos que vocês parem de se atrasar e não tenham mais faltas… Mesmo que nenhum ponto seja deduzido este mês, isso não significa que seus pontos vão aumentar. Quer dizer que, no mês seguinte, vocês ainda receberão zero pontos. Por outro lado, pode-se dizer que não importa quantas vezes vocês se atrasem ou faltem, isso não faz diferença. Então, na prática, vocês não estão realmente perdendo, certo?
— Tch… — A expressão de Hirata escureceu. A explicação da professora foi tão contraintuitiva que causou o efeito contrário; alguns alunos pareciam incapazes de entender o que ela queria dizer. Aqueles que acreditavam que poderiam melhorar sua situação corrigindo seu comportamento viram suas esperanças desmoronarem. Provavelmente era essa a intenção de Chabashira-sensei — ou melhor, da escola.
O sinal tocou, indicando o fim da aula.
— Parece que falamos demais. Espero que tenham entendido o essencial. Bem, é hora de passar ao nosso assunto principal.
Do tubo que carregava, ela retirou um pôster branco enrolado e o abriu. Prendeu-o no quadro negro com alguns ímãs. Os alunos, ainda confusos, ficaram olhando o pôster.
— São esses… os resultados de cada turma? — Horikita arriscou um palpite. Ela provavelmente estava certa. Do lado, havia números que chegavam a quatro dígitos. A Classe D tinha zero. A Classe C, 490. A Classe B, 650. E no topo estava a Classe A, com 940. Neste caso, 1000 pontos equivaleriam a 100.000 ienes, não é? Todas as turmas aparentemente haviam perdido pontos.
— Não acha estranho?
— Sim. Os números parecem muito uniformes.
Horikita e eu notamos algo estranho.
— Vocês passaram o último mês fazendo o que queriam. A escola não tem intenção de impedir seus desejos. Suas ações, como atrasos ou conversas durante a aula, só afetam os pontos que recebem. O mesmo vale para como usam seus pontos. Como escolhem gastar é inteiramente com vocês. Não impusemos nenhuma restrição.
— Isso não é justo! Não podemos aproveitar a vida estudantil assim! — gritou Ike, que até então permanecia em silêncio.
Yamauchi lamentava-se em agonia, já havia gasto todos os seus pontos…
— Olhem aqui, idiotas. Todas as outras turmas receberam pontos. A quantidade que demos a vocês no primeiro mês deveria ser suficiente para viverem.
— M-Mas como as outras turmas ainda têm pontos? Isso é estranho…
— Já disse, não há nada injusto nisso. Todas as turmas foram avaliadas pelas mesmas regras. Ainda assim, elas não perderam tanto quanto vocês. Essa é a verdade.
— Mas… por que há tanta diferença nos nossos pontos? — Hirata também parecia perceber que os números estavam muito organizados.
— Finalmente entenderam? Vêem por que foram colocados na Classe D?
— A razão de estarmos na Classe D? Nós não fomos simplesmente aceitos nesta escola?
— Hã? Mas as turmas normalmente são divididas assim, certo? — Os alunos trocaram olhares.
— Nesta escola, os alunos são classificados pelo nível de excelência. Os superiores vão para a Classe A, os menos capazes para a Classe D. É o mesmo sistema das principais escolas preparatórias. Em outras palavras, a Classe D é como o último bastião dos fracassados. Vocês são os piores dos piores. São defeituosos. Isso é apenas o resultado de serem defeituosos.
O rosto de Horikita ficou rígido. Ela parecia chocada com essa lógica. Faz sentido agrupar os melhores com os melhores e os piores com os piores. Se misturássemos laranjas podres com boas, as podres rapidamente estragariam as boas. Inevitavelmente, a superior Horikita acharia isso repugnante.
Eu, por outro lado, fiquei aliviado. Isso significava que não podia descer mais.
— No entanto, devo dizer que a Classe D deste ano foi a primeira a gastar todos os pontos em um único mês. Estou impressionada com o quanto se entregaram aos prazeres. Maravilhoso, simplesmente maravilhoso.
O falso aplauso de Chabashira-sensei ecoou pela sala.
— Então isso significa que, uma vez que atingirmos zero pontos, sempre vamos ficar assim?
— Sim. Vocês vão permanecer no zero até se formarem. Mas não se preocupem, vocês ainda terão um quarto no dormitório e refeições grátis. Vocês não vão morrer.
Embora soubéssemos que era possível sobreviver com o mínimo, muitos estudantes não se sentiram confortados com isso. Afinal, havíamos vivido uma vida de luxo no último mês. Restringir-se de repente depois disso seria seriamente difícil.
— Os outros cursos não vão zombar da gente?
Sudou chutou as pernas da sua mesa com um estrondo. Depois de ouvir que as turmas eram divididas por mérito, todos provavelmente acreditariam que a Turma D era cheia de idiotas. O desespero não era irracional.
— O quê? Você ainda se preocupa com sua dignidade, Sudou? Então, trabalhe para tornar sua turma a melhor.
— Hã?
— Os pontos da sua turma não estão ligados apenas à quantidade de dinheiro que recebem por mês. Eles também indicam a posição da sua turma no ranking.
Ou seja… se chegássemos a 500 pontos, a Turma D seria promovida à Turma C. Isso realmente soava como uma avaliação de desempenho corporativa.
— Agora, tenho uma notícia ruim a mais para compartilhar com vocês.
Ela colocou outra folha de papel no quadro. Estavam listados os nomes de todos na turma, com um número ao lado de cada nome.
— Pelos resultados, vejo que temos muitos idiotas nesta turma.
Enquanto seus saltos batiam no chão, ela nos olhou.
— Estes são os resultados do teste curto que vocês fizeram há algum tempo. Sua sensei ficou muito feliz com o excelente desempenho de vocês. Mas me diga, o que vocês estudaram na escola secundária?
Com exceção de algumas notas altas, quase todos ficaram abaixo de sessenta. Mesmo ignorando a excelente pontuação de Sudou, havia Ike, com vinte e quatro pontos. A média era sessenta e cinco.
— Fico muito feliz. Se este fosse um teste de verdade, sete de vocês teriam que desistir.
— D-Desistir? Como assim?
— Ah, o quê? Eu não expliquei isso? Se você falhar em um exame intermediário ou final nesta escola, terá que se retirar. Se aplicássemos essa regra a este teste, qualquer um que tivesse menos de trinta e dois pontos estaria fora. Vocês realmente são burrinhos, não são?
— Q-Qué?! — lamentaram Ike e os outros reprovados.
Uma linha vermelha foi desenhada no papel, separando as sete pessoas em questão do restante da turma. Entre eles, Kikuchi teve a maior pontuação, trinta e um pontos. Qualquer um com nota igual ou inferior à de Kikuchi havia reprovado.
— Ei, não fique brincando com a gente, Sae-chan-sensei! Não brinque sobre nos expulsar!
— Francamente, também estou perdida — disse a professora. — Estas são as regras da escola. Devem se preparar para o pior.
— A professora está certa. Parece mesmo que há muitos idiotas aqui — disse Koenji, com um sorriso presunçoso, polindo as unhas e com as pernas sobre a mesa.
— Que diabos, Koenji? Você também ficou abaixo da linha vermelha!
— Pah. Onde exatamente você está olhando, garoto? Olhe de novo.
— Hã? Koenji está… hã?
Começando pelo final da página, Sudou foi subindo até encontrar o nome de Koenji Rokosuke. Inacreditavelmente, Koenji havia empatado no primeiro lugar, com noventa pontos. Isso significava que ele conseguiu resolver um daqueles problemas super difíceis.
— Nunca imaginei que Sudou fosse um idiota como eu! — exclamou Ike, misturando espanto e sarcasmo.
— Ah, mais uma coisa. Esta escola, que funciona sob supervisão governamental, tem uma alta taxa de aprovação para universidades e colocação no mercado de trabalho. Isso é fato conhecido. É muito provável que a maioria de vocês já tenha escolhido uma faculdade ou futuro emprego.
Naturalmente. Esta escola tinha as maiores taxas de aprovação do país. Havia rumores de que era possível entrar em uma instituição ou empresa muito competitiva apenas se formando aqui. Diziam até que se formar nesta escola era como receber uma recomendação para a Universidade de Tóquio, a mais prestigiada do Japão.
— Porém, nada vem fácil neste mundo. Pessoas medíocres como vocês seriam ingênuas se pensassem que poderiam entrar facilmente na faculdade ou empresa de sua escolha.
As palavras de Chabashira-sensei ecoaram pela sala.
— Ou seja, vocês estão dizendo que, se quisermos entrar na empresa ou faculdade que desejamos, precisamos, no mínimo, superar a Turma C? — perguntou Hirata.
— Você está enganado. Para tornar seus sonhos de futuro brilhante realidade, a única opção é superar a Turma A. Esta escola não garante nada para os demais alunos.
— I-Isso é… absurdo! Não ouvimos nada sobre isso!
Um estudante de óculos, chamado Yukimura, levantou-se. Ele havia empatado com Koenji no topo da pontuação, indicando que não havia problemas com suas habilidades acadêmicas.
— Que vergonha. Não há nada mais patético do que homens perdendo a calma.
Como se instigado pelas palavras de Yukimura, Koenji soltou um suspiro.
— Você não se sente insatisfeito por estar na Turma D, Koenji? — perguntou Yukimura.
— Insatisfeito? Por que eu sentiria insatisfação? Não entendo.
— Porque a escola diz que somos tão baixos que basicamente somos delinquentes e fracassados. Nos disseram que não há a menor garantia de que vamos conseguir ingressar no ensino superior ou arrumar um emprego!
— Pah. Que absurdo completo. Isso é tão maravilhosamente estúpido que nem consigo encontrar palavras — disse Koenji, sem parar de polir as unhas ou se virar para encarar Yukimura. — A escola simplesmente ainda não viu meu potencial. Tenho orgulho de ser ótimo, valorizo, respeito e me considero acima de qualquer um. Então, a escola me colocar arbitrariamente na Turma D não significa nada. Digamos, por exemplo, que eu abandonasse a escola — eu ficaria perfeitamente bem. Afinal, tenho cem por cento de certeza de que a escola viria chorando para me aceitar de volta.
Isso certamente parecia algo que Koenji diria. Era exibicionismo? Narcisismo? É verdade que, se você não se importasse com a classificação da escola, realmente não seria grande coisa. Considerando o intelecto impressionante e a capacidade física de Koenji, era difícil imaginar que todos os alunos da Turma A fossem melhores do que ele. Talvez ele tivesse sido colocado na Turma D por causa da personalidade, e não da habilidade.
— Além disso, não me importa nem um pouco se a escola vai ou não me ajudar a entrar no ensino superior ou no mercado de trabalho. Está decidido que vou liderar o conglomerado Koenji. Se estou na Turma D ou na Turma A é algo trivial.
Era verdade: para um homem cujo futuro já estava decidido, entrar na Turma A não era nenhuma necessidade. Yukimura, sem palavras, simplesmente se sentou de volta.
— Parece que suas bolhas estouraram. Se vocês tivessem compreendido a dura realidade desde o início, este longo período de aula poderia ter feito alguma diferença. Seus exames intermediários serão em três semanas. Reflitam sobre isso e tomem cuidado para não desistirem. Confio que vocês encontrarão um jeito de evitar marcas vermelhas nas suas notas. E, se possível, desafiem-se a agir de maneira digna de pessoas habilidosas.
Chabashira-sensei saiu da sala, fechando a porta com certa força para dar ênfase. Os alunos marcados em vermelho ficaram desanimados. Até mesmo o normalmente orgulhoso Sudou estalou a língua e abaixou a cabeça em vergonha.
*
— E se não conseguirmos mais pontos, o que eu vou fazer?
— Eu gastei todos os meus pontos ontem…
Durante o intervalo, a sala entrou em alvoroço… ou melhor, em caos.
— Esqueçam os pontos. E quanto a esta turma? Por que fui colocado na Turma D?! — gritou Yukimura, cheio de ressentimento. Uma fina camada de suor cobria sua testa.
— Espera, isso significa que agora não podemos entrar na faculdade? Por que viemos para esta escola? A Sae-chan-sensei nos odeia ou algo assim?
Nenhum dos outros alunos conseguia esconder sua confusão.
— Eu entendo que todos vocês estejam confusos agora, mas precisam se acalmar — disse Hirata, percebendo que a sala caminhava para a crise, e tentou conter a situação.
— Como vamos nos acalmar? Você não está irritado por ela nos chamar de fracassados?! — disse Yukimura.
— Mesmo que estivéssemos, não seria melhor nos unirmos para tentar dar a volta por cima? — perguntou Hirata.
— Dar a volta por cima? Eu nem concordo com a forma como fomos classificados!
— Eu entendo. No entanto, ficar aqui reclamando não vai nos ajudar agora.
— O que você disse?! — Yukimura avançou rapidamente sobre Hirata e agarrou seu colarinho com força.
— Calma, vocês dois, tudo bem? Tenho certeza de que a professora falou duro para nos inspirar a melhorar, certo?
Era Kushida. Ela se enfiou entre os dois e os separou, pegando gentilmente o punho cerrado de Yukimura. Como era de se esperar, Yukimura não tentou machucá-la e recuou meio passo.
— Além disso, faz apenas um mês que começamos aqui, certo? Como Hirata-kun disse, é melhor se todos fizermos o nosso melhor juntos. Você acha que estou errada sobre isso?
— N-Não, não é… Bem, eu certamente não diria que você está errada, mas…
A raiva de Yukimura praticamente desapareceu. Kushida olhou para todos na turma, e parecia que seus olhos refletiam um desejo sincero de que todos trabalhassem juntos.
— É, é melhor nos unirmos. Certo? Não precisa brigar, Yukimura. Hirata.
— Desculpe. Perdi a calma — disse Yukimura.
— Tudo bem. Eu deveria ter escolhido melhor minhas palavras.
A presença de Kushida Kikyou uniu todos na turma. Peguei meu celular e tirei uma foto do papel com a pontuação total da turma. Horikita, percebendo, olhou para mim com uma expressão de dúvida.
— O que você está fazendo? — ela perguntou.
— Ainda não consegui descobrir como os pontos são calculados. Você também estava fazendo anotações, não estava?
Se eu conseguisse descobrir quantos pontos eram descontados por atraso ou conversa em sala, seria mais fácil bolar estratégias.
— Não seria difícil descobrir esses detalhes neste estágio? Além disso, não acho que você resolva isso apenas investigando. Todo mundo na nossa turma chegou atrasado e conversou demais — disse Horikita.
Como ela disse, realmente era difícil concluir qualquer coisa com as informações atuais. Além disso, a postura normalmente calma e composta de Horikita havia desaparecido; ela parecia impaciente.
— Você também quer entrar na faculdade?
— Por que pergunta?
— Bem, quando aprendemos sobre as diferenças entre A e D, você parecia chocada.
— Mas quase todos nesta turma ficaram mais ou menos assim. Se tivessem nos contado desde o início, seria uma coisa, mas explicar agora? Inaceitável.
Bem, ela tinha razão quanto a isso. Provavelmente havia muitos resmungos descontentes vindos das turmas C e B também. Afinal, a escola tratava todas as turmas, exceto a A, como resto.
Tentar chegar ao topo provavelmente era nossa melhor opção.
— Acho que, antes mesmo de começarmos a falar sobre A ou D ou sei lá o quê, deveríamos garantir pontos.
— Os pontos são apenas um subproduto do nosso desempenho. Não tê-los não vai atrapalhar nossas vidas aqui na escola. Temos opções gratuitas em quase tudo, certo? — disse Horikita.
Se você pensasse dessa forma, seria um alívio para os alunos que perderam todos os pontos.
— "Não atrapalha nossas vidas aqui na escola", hein?
Se o objetivo fosse apenas sobreviver, isso não seria um problema. No entanto, havia muitas coisas que só podiam ser obtidas com pontos.
Entretenimento, por exemplo. Se a falta de opções de lazer não fosse um problema, tudo bem, mas…
— Aproximadamente quantos pontos você gastou no mês passado, Ayanokoji-kun?
— Hm? Oh, meus pontos? Gastei cerca de 20.000, aproximadamente.
Isso era trágico para os alunos que já haviam gasto todos os seus pontos. Como Yamauchi, que estava gritando e reclamando em sua mesa. Ike também havia gasto quase todos os seus pontos.
— Infelizmente, eles simplesmente colheram o que plantaram — disse Horikita.
Era verdade que gastar indiscriminadamente todos os 100.000 pontos em um único mês era, de fato, um problema.
— Eles nos induziram a gastar todos os nossos pontos ao longo deste mês, e caímos na armadilha.
Cem mil pontos por mês. Mesmo que todos achassem bom demais para ser verdade, estávamos felizes demais para nos importar.
— Atenção, pessoal. Antes de a aula começar, quero que escutem com atenção por um momento. Especialmente você, Sudou-kun.
A sala ainda estava em alvoroço, mas Hirata conseguiu chamar a atenção de todos ao se levantar no púlpito do professor.
— Tch, o que foi agora? — resmungou Sudou.
— Não conseguimos pontos este mês. Isso é um problema sério e terá um enorme impacto em nossa vida diária daqui para frente. É impossível chegarmos à formatura com zero pontos, certo?
— Está absolutamente certo! — gritou uma das alunas, com a voz cheia de desespero.
Hirata assentiu com um gesto compreensivo.
— Claro. Portanto, precisamos ganhar pontos no próximo mês. Para isso, todos precisamos cooperar uns com os outros. Então, por favor, tomem cuidado para não se atrasar para a aula nem conversar durante a explicação. Além disso, o uso de celulares em sala é proibido, é claro.
— Hã? E por que você tem o direito de nos dizer o que fazer? Além disso, isso supõe que nossos pontos vão aumentar. Se não aumentarem, então é inútil.
— Enquanto continuarmos conversando em sala e nos atrasando, nossos pontos com certeza não vão aumentar. Embora não possamos ficar abaixo de zero pontos, a bagunça será, sem dúvida, considerada contra nós.
— Ainda não estou convencido. Além disso, mesmo que levemos a sério e trabalhemos duro na aula, nossos pontos não vão necessariamente aumentar — Sudou bufou e cruzou os braços em sinal de desafio.
Kushida percebeu isso e comentou:
— Bem, a professora disse que se atrasar e conversar na aula é obviamente ruim, certo?
— Sim, concordo com Kushida-san. É natural evitar fazer essas coisas.
— Isso é só a sua interpretação egoísta. Além disso, vocês não sabem como aumentar nossos pontos. Tente me falar sobre isso quando descobrirem.
— Não acho que haja nada de errado no que você disse, Sudou-kun. Peço desculpas se te fiz sentir desconfortável — Hirata inclinou a cabeça educadamente para o irritado Sudou. — No entanto, Sudou-kun, é um fato que, a menos que todos cooperemos, não conseguiremos mais pontos.
— Faça o que quiser. Não importa. Só não me envolva nisso, entendeu? — Sudou retrucou.
Como se estar na sala o deixasse desconfortável, ele saiu imediatamente. Eu me perguntei: ele voltaria quando a aula começasse? Ou não tinha intenção de voltar?
— Sudou-kun realmente não sabe se comportar. Ele foi o que mais se atrasou. Não poderíamos ganhar alguns pontos mesmo sem ele?
— Sim. Ele realmente é o pior. Por que ele está na nossa turma?
Hmm. Até agora, todos haviam aproveitado a vida de luxo ao máximo. Ninguém havia reclamado de Sudou antes. Hirata desceu do púlpito e, estranhamente, parou bem na frente da minha mesa.
— Horikita-san, Ayanokoji-kun, vocês têm um momento? Quero conversar sobre como podemos aumentar nossos pontos. Gostaria que vocês se juntassem a mim. Podem?
— Por que nos quer? — perguntei.
— Quero ouvir a opinião de todos. No entanto, se eu pedir para toda a turma participar, acho que mais da metade provavelmente não levaria a sério.
Então, ele queria nos pedir individualmente? Duvidava que eu teria alguma ideia particularmente útil, mas supus que não faria mal conversar. Justamente enquanto eu pensava nisso…
— Desculpe, pode pedir para outra pessoa? Não sou muito boa em discutir coisas com os outros — disse Horikita.
— Não vamos te obrigar a falar. Se puder ajudar a pensar em algo, ótimo. Só estar presente já é suficiente — disse Hirata.
— Desculpe, mas não tenho interesse em algo sem sentido.
— Este é o primeiro desafio que enfrentamos juntos como a Turma D unida. Então—
— Recuso. Não vou participar.
Suas palavras foram firmes, mas compostas. Embora tivesse considerado a posição de Hirata, ela recusou novamente.
— E-Eu… entendo. Desculpe. Se mudar de ideia, adoraria que se juntasse a nós.
Horikita já havia parado de olhar para Hirata, que se afastou desanimado.
— E você, Ayanokoji-kun? — perguntou ele.
Para ser sincero, eu ficaria feliz em participar. Pensava que a maior parte da turma estaria envolvida. No entanto, se Horikita fosse a única ausente, ela poderia ser tratada da mesma forma que Sudou.
— Ah… vou passar. Desculpe.
— Não, eu é que peço desculpas por incomodar você. Se mudar de ideia, por favor, me avise.
Hirata provavelmente entendeu o que eu estava pensando. Eu não o rejeitei de forma categórica. Depois que a conversa terminou, Horikita começou a se preparar para a próxima aula.
— Hirata é um cara incrível. Consegue fazer todo mundo agir assim, de uma vez. As pessoas facilmente se deprimem em situações como essa.
— Essa é uma perspectiva, sim. Se pudéssemos resolver tudo facilmente apenas conversando, seria ótimo. Mas, se um aluno sem inteligência tentar liderar a discussão, o grupo mergulhará ainda mais no caos, a ponto de não haver esperança de consertar nada. Além disso, não posso aceitar passivamente a minha situação atual.
— Você não pode aceitar o quê? Como assim?
Horikita não respondeu à minha pergunta. Ela ficou completamente em silêncio.
*
A aula havia terminado por aquele dia. Hirata ficou no púlpito, usando o quadro-negro para se preparar para nossa grande discussão. Por causa do carisma poderoso de Hirata, quase todos na turma haviam prestado atenção, exceto alguns, como Horikita e Sudou. Quando olhei ao redor, notei que eles já haviam saído da sala. Decidi sair também antes que a discussão começasse de fato.
— Ayanokoji!
Yamauchi apareceu de repente debaixo da minha mesa, com uma expressão mortiça.
— O-Oi! Q-Que foi? O que aconteceu?
— Ei, compre isso de mim por 20.000 pontos. Eu não consigo comprar nada! — ele gritou.
Yamauchi colocou o console de videogame que comprara outro dia sobre minha mesa. Para ser sincero, eu nem queria o aparelho.
— Mas se eu comprar isso de você, com quem vou jogar? — perguntei.
— Como eu deveria saber? Vamos, é bom, né? É especial, então é um bom negócio.
— Eu compro de você por 1.000 pontos.
— Ayanokoji! Vamos, você é minha única esperança!
— Por que eu sou o único? De qualquer forma, não posso pagar.
Yamauchi me olhou com olhos marejados, o que me enojou. Olhei para outro lado. Ele deve ter percebido que eu não iria ceder, então imediatamente mudou de alvo.
— Professor! Seu melhor amigo tem um favor a pedir! Compre este console por 22.000 pontos!
Ele estava tentando convencer o Professor a comprar e, sem vergonha, aumentou o preço.
— Deve ser realmente difícil para as pessoas que gastaram todos os pontos — comentou Kushida, observando Yamauchi.
— E você, Kushida? Tem pontos suficientes? Garotas têm muitas necessidades, afinal.
— Estou bem. Por enquanto, pelo menos. Usei cerca de metade dos meus pontos. Perdi um pouco o controle no primeiro mês e gastei demais, então vai ser um pouco difícil me conter. E você, Ayanokoji-kun? Está bem?
— Deve ser difícil não gastar dinheiro quando se é tão popular. Eu mal usei meus pontos, para ser honesto. Nem precisei comprar muita coisa.
— Porque você não tem amigos? — ela perguntou. — Ei… ah, desculpe, desculpe. Não quis ofender — Kushida se desculpou com uma risadinha. Ela ficava muito fofa assim.
— Ei, Kushida-san, você tem um minuto? — perguntou Karuizawa.
— O que houve, Karuizawa-san?
— Honestamente, gastei pontos demais e estou realmente no limite. Algumas das outras meninas me emprestaram alguns pontos, mas queria saber se você também poderia me ajudar. Somos amigas, não é? Só preciso de uns 2.000 pontos.
Karuizawa não parecia muito séria, rindo de leve enquanto pedia ajuda a Kushida. Nesse caso, rejeitar seria a reação instintiva.
— Ok, tudo bem.
Tudo bem?! — repeti mentalmente, mas não era da minha conta. Esse era um problema das amigas envolvidas. Kushida decidiu ajudar Karuizawa sem qualquer sinal de relutância.
— Obrigada! É para isso que as amigas servem, né? A propósito, aqui está meu número. Ok, até mais. Ah, Inogashira-san! Para ser sincera, gastei pontos demais…
Karuizawa se virou e foi atrás de seu próximo alvo.
— Tem certeza? Sabe que provavelmente não vai recuperar esses pontos, né? — perguntei.
— Não posso simplesmente ignorar uma amiga que precisa. Karuizawa-san também tem muitos amigos, então deve ser difícil para ela ficar sem pontos.
— Acho que gastar 100.000 pontos é meio que culpa dela, no entanto.
— Espera, como se transfere pontos? — perguntou Kushida.
— Karuizawa te deu o número dela, não foi? Deve ser possível fazer isso pelo celular.
— Essa escola realmente cuida bem de seus alunos. Ainda tem um jeito de ajudar estudantes como Karuizawa-san.
De fato, transferir pontos era uma mão na roda para Karuizawa, mas será que era realmente necessário dar o dinheiro a ela? Se algum problema surgisse, parecia receita para desastre.
O alto-falante soou com um efeito sonoro suave, e uma voz robótica fez um anúncio:
— Ayanokoji-kun, da Turma D do primeiro ano. Por favor, dirija-se ao escritório da Chabashira-sensei.
— Parece que a professora quer te ver.
— É… desculpe, Kushida. Tenho que ir.
Tinha certeza de que não havia feito nada que justificasse ser chamado ao escritório.
Ao sair da sala, senti o olhar dos colegas perfurando minhas costas. Tímido como um coelho, encontrei o escritório da escola e entrei. Olhei ao redor, mas não encontrei Chabashira-sensei. Confuso, chamei uma professora que se olhava no espelho.
— Com licença, a Chabashira-sensei está aqui?
— Hmm? Sae-chan? Ah, ela estava aqui há um momento.
A professora tinha cabelos ondulados até os ombros, o que a fazia parecer madura. A forma como pronunciou o nome de Chabashira-sensei indicava que eram próximas, provavelmente amigas da mesma idade.
— Ela deve ter saído por um instante. Quer esperar aqui?
— Não, obrigado. Vou esperar no corredor.
Não gostava de ficar no escritório. O que me irritava era a atenção, então o corredor serviria. No entanto, a jovem professora me seguiu inesperadamente.
— Sou Hoshinomiya Chie, responsável pela Turma B. Sae e eu somos melhores amigas desde o ensino médio. Por isso nos chamamos de Sae-chan e Chie-chan.
Essa informação parecia um pouco supérflua.
— Ei, por que a Sae-chan te chamou? Hein? Hein? Por quê? — ela perguntou.
— Não faço ideia.
— Não entendo. Você foi chamado ao escritório sem motivo? Hmm? Qual é seu nome?
Uma enxurrada de perguntas. Ela me avaliou dos pés à cabeça.
— Meu nome é Ayanokoji — respondi.
— Ayanokoji-kun, hein? Uau, que nome legal. Você é bastante popular, não é?
Que professora exageradamente amigável. Agia mais como uma estudante. Se fosse uma escola só de meninos, ela teria imediatamente conquistado todos os corações.
— Ei, você já tem namorada? — ela perguntou.
— Não… eu, hum, não sou exatamente popular.
Tentei parecer relutante, mas Hoshinomiya-sensei continuava se aproximando. Ela agarrou meus braços com mãos delicadas e finas.
— Hmm? Que inesperado. Se estivéssemos na mesma turma, eu nunca te deixaria em paz. Talvez seja porque você é tão inocente? Ou gosta de fazer charme?
Ela acariciou minhas bochechas. Eu não fazia ideia do que fazer. Ela provavelmente pararia se eu lambesse seus dedos, mas senti que isso me daria expulsão.
— O que você está fazendo, Hoshinomiya?
Chabashira-sensei apareceu do nada. Com um estrondo, bateu em Hoshinomiya-sensei na cabeça com sua prancheta.
Hoshinomiya-sensei se agachou, segurando o crânio, aparente dor.
— Ai! Por que fez isso? — gritou.
— Por se envolver com um dos meus alunos.
— Eu só estava fazendo companhia enquanto ele esperava por você, Sae-chan.
— Teria sido melhor se você o tivesse deixado em paz. Obrigada por esperar, Ayanokoji. Vamos para o escritório.
— O escritório de orientação? — perguntei. — Fiz algo errado? Estou tentando passar despercebido aqui.
— Boa resposta. Venha.
Enquanto me perguntava sobre o que se tratava, segui Chabashira-sensei. Hoshinomiya-sensei permaneceu ao meu lado, sorrindo amplamente. Chabashira-sensei percebeu e se virou, com o rosto parecido com o de um demônio.
— Você fica — ordenou.
— Ah, não seja tão fria! Não vai ser o fim do mundo se eu escutar, né? Além disso, Sae-chan, você definitivamente não é do tipo que dá orientação individual. Arrastar um aluno novo como Ayanokoji-kun para a sala de orientação do nada… Está atrás de algo, será?
Sorrindo, Hoshinomiya-sensei se colocou atrás de mim e pousou as mãos nos meus ombros. Senti uma tempestade se formando.
— Então, Sae-chan, você quer ser dominada por um homem mais jovem?
Dominada por um homem mais jovem? O que isso significava?
— Não diga coisas tão estúpidas. Isso não seria possível.
— Hee, você está certa. Não seria possível para você, Sae-chan — murmurou Hoshinomiya-sensei, com palavras de duplo sentido.
— Por que está nos seguindo? Isso é assunto da Turma D.
— Hã? Não posso ir à sala de orientação? Isso não é permitido? Vamos, eu também posso dar conselhos.
Enquanto Hoshinomiya-sensei continuava nos seguindo, uma aluna se aproximou, uma garota bonita de cabelo rosa claro. Eu nunca a tinha visto antes.
— Hoshinomiya-sensei, você tem um momento? O conselho estudantil quer discutir algo com você.
Ela olhou para mim, mas rapidamente voltou sua atenção para Hoshinomiya-sensei.
— Tudo bem, você tem alguém que precisa de você. Vá logo.
Slap! Chabashira-sensei bateu na bunda de Hoshinomiya-sensei com a prancheta.
— Ai! Ela vai ficar brava se eu ficar aqui mais tempo. Até mais, Ayanokoji-kun! Certo, Ichinose-san. Vamos para o escritório da escola.
Com isso, ela se virou e saiu com a bela Ichinose. Chabashira-sensei coçou levemente a cabeça enquanto observava Hoshinomiya-sensei sair. Logo depois, entramos na sala de orientação, que ficava ao lado do escritório.
— Então… por que me chamou aqui? — perguntei.
— Bem, sobre isso… Antes de começarmos, venha aqui.
Ela olhou rapidamente para um relógio na parede, marcando nove horas, e abriu a porta. Dentro havia uma pequena cozinha de escritório. Ela colocou um bule no fogão.
— Vou preparar chá. Chá verde torrado serve? — perguntou. Peguei o recipiente com o pó do chá. — Não faça nenhum movimento desnecessário. Fique quieto e entre aqui, entendeu? Não faça barulho e fique até eu dizer que pode sair. Se não fizer o que eu mandar, será expulso — disse.
— Hã? O que você quer dizer com—
Ela fechou a porta da cozinha sem explicação, me deixando lá dentro. O que ela estava tramando? Fiz o que me mandaram e esperei. Logo depois, ouvi a porta externa da sala de orientação se abrir.
— Ah, entre. Então, sobre o que queria falar comigo, Horikita? — ouvi Chabashira-sensei dizer.
Aparentemente, Horikita precisava de orientação.
— Vou ser direta. Por que fui colocado na Turma D?
— Isso é direto mesmo.
— Hoje, você nos disse que a escola classificou os alunos superiores na Turma A. Você disse que a Turma D era composta pelos restos, o último bastião dos delinquentes.
— Isso é verdade. Você deve se considerar uma pessoa superior.
Perguntei-me como Horikita responderia. Apostaria que ela objetaria com confiança.
— Resolvi quase todos os problemas no exame de admissão. Não cometi erros significativos na entrevista também. No mínimo, eu não deveria ter sido colocada na Turma D.
Parece que eu teria ganhado essa aposta. Horikita definitivamente era do tipo que se considerava superior. Ela também não era excessivamente egocêntrica. Ela havia empatado em primeiro lugar no teste, como mostrado nos resultados da manhã.
— Você resolveu quase todos os problemas do exame de admissão, hein? Normalmente eu não mostraria os resultados de provas a alunos individuais, mas farei uma exceção neste caso. Por coincidência, tenho sua folha de respostas aqui.
— Você está incrivelmente preparada. É… quase como se soubesse que eu viria aqui para protestar.
— Sou instrutora. Entendo a mente de um aluno, ao menos até certo ponto, Horikita Suzune. Como você disse, foi bem no exame de admissão. Teve a terceira maior pontuação entre os alunos do primeiro ano e ficou próxima das notas mais altas. Foi excepcional. E você está certa: não encontramos problemas significativos em sua entrevista. Pelo contrário, avaliamos você muito bem.
— Muito obrigada. Então… por quê?
— Antes de responder, por que você está insatisfeita com a Turma D?
— Quem poderia ficar feliz com uma avaliação incorreta? Além disso, a classificação da turma impacta muito nossas perspectivas futuras. Claro que estou insatisfeita.
— Avaliação incorreta? Talvez sua autoavaliação esteja alta demais — Chabashira-sensei riu, ou melhor, gargalhou abertamente. — Reconheço que sua capacidade acadêmica é excelente. Você é, sem dúvida, muito inteligente. Mas quem decidiu que pessoas inteligentes são categoricamente superiores? Nunca dissemos isso.
— Mas… isso é senso comum.
— Senso comum? O senso comum não criou a sociedade atual, cheia de falhas? Antes, o Japão confiava apenas em notas para separar os superiores dos inferiores. Como resultado, os incompetentes no topo tentavam desesperadamente derrubar os verdadeiramente superiores. No fim, adotamos um sistema de sucessão hereditária.
Um sistema de sucessão hereditária significava que status social, prestígio e empregos eram passados às gerações futuras. Ao ouvir isso, gemei sem querer. Meu peito doeu.
— Você é uma aluna capaz. Não nego isso. No entanto, o objetivo desta escola é produzir pessoas superiores. Se você acredita que apenas o desempenho acadêmico coloca alguém em uma classe superior, está enganada. Isso foi a primeira coisa que explicamos a vocês. Além disso, pense racionalmente: teríamos aceitado alguém como Sudou se a superioridade fosse definida apenas pelo mérito acadêmico?
— Tch…
Apesar de ser uma das principais escolas preparatórias do país, este lugar permitia que os alunos se matriculassem por motivos que não eram apenas acadêmicos.
— Além disso, você pode estar sendo precipitada ao afirmar que ninguém ficaria feliz com uma avaliação incorreta. Pegue a Turma A, por exemplo. Eles estão sob enorme pressão da escola e também são alvo de extrema inveja das turmas inferiores. Competir todos os dias com esse tipo de pressão é muito mais difícil do que você imagina. Há alunos que ficam felizes por serem avaliados incorretamente em um nível inferior.
— Você está brincando, né? Não consigo entender esse tipo de pessoa.
— É mesmo? Acho que a Turma D também tem alguns desses alunos. Estranhos que ficariam felizes por serem colocados em um nível baixo.
Era quase como se ela estivesse falando comigo.
— Você ainda não me deu uma explicação. Fui realmente colocada na Turma D? Alguma coisa deu errado na avaliação? Por favor, verifique novamente — disse Horikita.
— Sinto muito, mas você não foi colocada por engano. Você está definitivamente na Turma D. Você está nesse nível.
— É mesmo? Então perguntarei à escola novamente, em outro momento.
Aparentemente, ela não ia desistir. Horikita apenas concluiu que sua professora titular não era a pessoa certa para perguntar.
— Você receberá a mesma resposta de qualquer pessoa em posição superior. Além disso, não há motivo para se decepcionar. Como disse esta manhã, é possível que uma turma ultrapasse a outra. Você poderia, conceitualmente, chegar à Turma A antes de se formar.
— Não consigo imaginar que será fácil, no entanto. Esqueça ultrapassar a Turma A; como esses imaturos da Turma D conseguiriam ganhar mais pontos? Não vejo como seria possível.
Horikita dizia a verdade. A diferença de pontos era esmagadora.
— Não sei. Só você pode decidir como seguir por esse caminho. De qualquer forma, Horikita, há algum motivo especial para você precisar estar na Turma A?
— Bem… acho que isso basta por agora. Com licença. Mas saiba que ainda não estou convencida de que fui classificada corretamente.
— Entendido. Levarei isso em consideração.
Uma cadeira rangeu no piso, sinalizando que a conversa havia terminado.
— Ah, isso me lembra. Convidei mais uma pessoa para a sala de orientação. É alguém ligado a você.
— Ligado a mim? Não, você não quer dizer... onii—
— Pode aparecer, Ayanokoji — disse a professora.
Aquele era um péssimo momento para me revelar. Talvez eu simplesmente não fosse.
— Se você não sair, eu mando expulsá-lo.
Putz. Uma professora não devia brandir expulsão como se fosse uma ameaça corriqueira.
— Quanto tempo pretende me fazer esperar?
Com um suspiro, entrei na sala. Naturalmente, Horikita ficou surpresa e perplexa.
— Você estava ouvindo nossa conversa? — ela me perguntou.
— Ouvindo? Eu sei que vocês conversaram, mas não escutei nada direito. As paredes são surpreendentemente grossas.
— Isso não é verdade. As vozes chegam bem até a cozinha.
Aparentemente, Chabashira-sensei queria me arrastar para o centro da história.
— Sensei, por que está fazendo isso? — Horikita percebeu que aquilo tudo havia sido planejado e claramente se irritou.
— Porque achei necessário. Agora então, Ayanokoji, vou explicar por que o chamei aqui.
Chabashira-sensei colocou de lado as preocupações de Horikita e voltou sua atenção para mim.
— Então, com licença... — murmurou Horikita.
— Espere, Horikita. Seria do seu interesse ficar e ouvir. Pode lhe dar uma pista de como alcançar a Turma A.
Horikita parou em seco e voltou a sentar.
— Seja rápida. — disse ela.
Chabashira-sensei riu baixinho enquanto folheava a prancheta.
— Você é um aluno interessante, Ayanokoji.
— Nah. Certamente não sou tão interessante quanto uma professora com um sobrenome estranho como Chabashira.
— Falaria assim com qualquer Chabashira do país? Hmm?
Se você procurasse outra pessoa com o sobrenome Chabashira por todo o país, provavelmente não encontraria.
— Bem, ao analisar os resultados do exame de admissão, suas notas me chamaram a atenção. Fiquei chocada.
Na prancheta dela, vi uma folha de respostas bastante familiar.
— Cinquenta em Língua. Cinquenta em Matemática. Cinquenta em Inglês. Cinquenta em História. Cinquenta em Ciências. Você até tirou cinquenta no teste curto recente. Sabe o que isso significa?
Horikita, atônita, olhou minha prova e depois voltou o olhar para mim.
— É uma coincidência bem assustadora — disse ela.
— Oh? Você acha que tirar cinquenta em tudo foi coincidência? Ele fez de propósito.
— É coincidência. Não há evidência de que não seja. Além disso, que vantagem eu teria em manipular minhas notas? Se eu fosse inteligente o bastante para tirar notas altas, teria tentado a perfeição.
Enquanto eu fingia inocência, Chabashira-sensei suspirou, exasperada.
— Você realmente parece um aluno odioso. Escute. Só 3% dos alunos resolveram corretamente o quinto problema de matemática. No entanto, você resolveu perfeitamente, usando uma fórmula complexa. Por outro lado, o décimo problema teve taxa de acerto de 76%. Você errou nele? Isso é normal?
— Não sei o que é normal. Foi coincidência, eu digo. Coincidência.
— Pelo amor de Deus! Respeito sua franqueza, mas isso vai te causar problemas no futuro — disse a professora.
— Vou pensar nisso quando chegar a hora.
Chabashira-sensei lançou a Horikita um olhar que parecia dizer: E então?
— Por que você finge não saber? — perguntou Horikita.
— Como eu disse, foi coincidência. Não é como se eu estivesse escondendo que sou um gênio ou algo assim.
— Eu me pergunto. Ele pode ser ainda mais inteligente que você, Horikita.
Horikita estremeceu. Por favor, não diga nada desnecessário, Chabashira-sensei.
— Não gosto de estudar e não pretendo me esforçar. Por isso tiro essas notas.
— Um aluno que escolheu esta escola não diria isso. Porém, alguns alunos entram por motivos diferentes. Você, por exemplo, e Koenji também. Acho que vocês dois ficam bem tanto em D quanto em A.
Esta escola não era a única coisa fora do comum. As professoras também eram estranhas. Instantes antes, Chabashira-sensei já havia perturbado Horikita apenas com palavras. Era quase como se as professoras soubessem todos os segredos dos alunos.
— Que outros motivos você acha que existem? — perguntou Horikita.
— Quer que eu explique em detalhes?
Percebi o brilho afiado nos olhos de Chabashira-sensei. Era como se ela quisesse provocar Horikita.
— Não, é melhor pararmos por aqui. Se eu continuar, posso enlouquecer e destruir todos os móveis desta sala — disse eu.
— Se você fizesse isso, Ayanokoji, eu o rebaixaria para a Classe E.
— Espere, existe uma Classe E?
— Certamente. Claro, o "E" significa "expulso". Ou seja, você seria mandado embora da escola. Bem, suponho que nossa conversa acabou. Aproveitem suas vidas.
Que sarcasmo incrível.
— Eu também vou embora. Está quase na hora da reunião do corpo docente. Vou fechar a porta, então, por favor, saiam.
Ela nos empurrou para o corredor. Por que Chabashira-sensei chamaria os dois juntos? Ela não parecia do tipo que faz coisas sem sentido.
— Bem. Devemos voltar? — perguntei.
Horikita não respondeu, e eu segui em frente. Provavelmente seria melhor se não estivéssemos juntos naquele momento.
— Espere.
Horikita me chamou, mas eu não parei. Se conseguisse me manter afastado dela até chegar aos dormitórios, estaria livre.
— Sua pontuação… foi realmente apenas uma coincidência? — ela perguntou.
— Já disse, não disse? Ou você tem alguma prova de que eu tirei aquela nota de propósito?
— Não tenho, mas… também não entendo, Ayanokoji-kun. Você disse que gosta de evitar problemas, mas não parece interessado na Turma A.
— Você tem uma fixação extraordinária pela Turma A
— Não deveria? Estou simplesmente me esforçando para melhorar minhas perspectivas futuras.
— Ah, com certeza. Você deveria. É perfeitamente natural.
— Quando entrei nesta escola, pensei que a formatura fosse meu único objetivo. Mas a realidade é diferente. Eu nem estou na linha de partida.
Horikita acelerou o passo e começou a andar ao meu lado.
— Então, por que você está mirando a Turma A?
— Primeiro, quero entender os verdadeiros motivos desta escola. Por que fui colocada na Turma D? Chabashira-sensei disse que eu fui considerada uma aluna da Classe D, mas por quê? Quando descobrir a resposta, mirarei na A. Não, definitivamente chegarei à A.
— Isso vai ser difícil. Você terá que reabilitar os problemas da turma. Tem os atrasos constantes e faltas de Sudou, todos os outros conversando em aula e, claro, as notas dos testes. Mesmo que consiga lidar com tudo isso, você ainda começa com zero pontos.
— Eu sei disso. Ainda assim, acho que a escola errou ao me colocar.
A ansiedade substituíra a confiança que Horikita exibia anteriormente. Ela realmente sabia que era esse o caso? A única conclusão que eu podia tirar de hoje era que "desespero" era uma palavra de duas sílabas. Se seguisse as regras fundamentais da escola, era possível evitar perder pontos. No entanto, ainda não estava claro como transformar essas perdas em ganhos. A Turma A perdera apenas uma pequena quantidade de pontos.
Mesmo que de alguma forma encontrássemos uma maneira eficiente de aumentar nossos pontos, as outras turmas também poderiam descobrir como fazer o mesmo. Como começamos com uma diferença tão grande de pontos, teríamos que competir intensamente com as outras turmas em um tempo limitado.
— Posso entender seus pensamentos, mas não creio que a escola continuará nos supervisionando tão cuidadosamente. Se o fizesse, não haveria sentido na competição — disse Horikita.
— Entendo. Suponho que você poderia pensar assim. Então, vai tentar lidar com essa situação sozinha? — perguntei.
— Sim.
— Não fique tão orgulhosa.
Uma mão acertou meu lado com um golpe seco. Horikita ignorou completamente minha expressão de dor.
— Ai! Olha, eu entendo como você se sente, mas não dá pra resolver isso sozinha. Pense no Sudou. Mesmo que você melhore, o resto da turma vai te arrastar pra baixo.
— Não. Você tem razão em dizer que ninguém consegue resolver esse problema sozinho. Sem a ajuda de todos, nem sequer chegaremos à linha de partida.
— Bom, parece que temos um problemão nas mãos.
— Temos três questões urgentes e principais. Atrasos e conversas durante as aulas são as duas primeiras. A terceira é garantir que ninguém reprove na prova intermediária.
— Acho que vamos dar um jeito nas duas primeiras, mas nas provas…
O teste curto que havíamos feito tinha algumas questões difíceis, mas, no geral, fora fácil. Mesmo assim, alguns alunos falharam. Sinceramente, as chances de passarem no exame de meio de período eram baixas.
— Preciso da sua ajuda, Ayanokoji-kun.
— Ajuda? — perguntei. Horikita me lançou um olhar penetrante. — E se eu recusar? Assim como você recusou o Hirata esta manhã.
— Você quer recusar? — devolveu ela.
— E se eu dissesse que ajudaria de bom grado?
— Eu nunca pensei que você o faria de bom grado, mas duvido que recusasse. Se o fizesse, esse seria o fim. Não importa o que eu dissesse sobre nosso futuro, eu estaria impotente se você se negasse. Então, vai me ajudar ou não?
Eu quis responder como ela fizera com o Hirata mais cedo… Como era mesmo? Enfim, não é como se eu fosse simplesmente recusar alguém que me pedisse ajuda. Por outro lado, se eu dissesse que ajudaria, ela provavelmente me esgotaria até a formatura. Precisava ter o coração de um demônio.
— Eu recuso — falei.
— Eu sempre soube que você ajudaria, Ayanokoji-kun. Sou grata.
— Eu não disse isso! Eu recusei!
— Não, eu ouvi a voz dentro da sua cabeça. Ela disse que você vai me ajudar.
Assustador! Era como se ela pudesse ler meus pensamentos.
— Eu nem sei como poderia te ajudar, pra ser honesto.
Além de ser uma aluna exemplar, Horikita era incrivelmente perspicaz. Provavelmente não precisava das minhas "habilidades".
— Não se preocupe. Não preciso da sua capacidade intelectual, Ayanokoji-kun. Deixe o planejamento comigo e apenas aja conforme minhas instruções.
— Hã? Como assim, "aja"?
— A falta de pontos não te incomoda, Ayanokoji-kun? Se seguir minhas instruções, prometo que veremos um aumento. Eu nunca mentiria.
— Não sei o que você está tramando, mas há outras pessoas em quem você poderia confiar. Se fizesse amigos, eles cooperariam com você.
— Infelizmente, ninguém na Classe D é tão fácil de manipular quanto você.
— Não, há várias pessoas. Por exemplo, o Hirata. Ele é popular e inteligente, seria perfeito. Além disso, está preocupado por você estar sempre sozinha, Horikita.
Se ela estendesse a mão para ele, provavelmente se tornariam bons amigos.
— Ele não serve. Mesmo que tenha talento e capacidade, eu não posso usá-lo. Usando uma analogia… pense nas peças do shogi. Agora, eu não preciso de um general dourado ou prateado. Quero um peão.
Então ela acabou de me chamar de peão? Foi isso mesmo?
— Então, se um peão cooperar, ele pode se tornar um general dourado? — perguntei.
— Uma resposta interessante, mas você não parece ser do tipo que faria esse esforço, Ayanokoji-kun. Além disso, não tem pensado algo como "sempre fui um peão, não quero avançar"?
Ela me atingira com a munição exata. Se eu fosse uma pessoa normal, aquilo teria me magoado.
— Desculpe, mas não posso te ajudar. Não sou adequado pra isso — respondi.
— Bem, entre em contato comigo quando pensar melhor. Vou esperar sua resposta.
Horikita claramente não estava prestando a menor atenção ao que eu dizia.
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CAPÍTULO ATUALIZADO!
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