A Aurora Dourada Brasileira

Autor(a): W. Braga


Volume 1

Capitulo 6: O PERIGO TEM NOME

Ao amanhecer, o tempo ainda se encontrava nublado. Com ventos frios que batiam em seus rostos.

Alimentaram-se, arrumaram todas as coisas e montaram em seus devidos cavalos para continuarem a viagem.

Seguindo a estrada, a sacerdotisa emparelhou sua montaria com a de Zabuana e perguntou-lhe:

— Como está seu ferimento na perna?

— Curado e cicatrizado, minha sacerdotisa! Eu lhe agradeço. Graças aos seus conhecimentos a suas ervas sagradas. Me salvaram da loucura ou da morte! — disse ele feliz, sorrindo para ela.

— Eu que agradeço. Corajoso guerreiro das Tribos do Oeste... por arriscar a sua vida para salvar os indefesos! — disse ela sorrindo.

Logo à frente, escutando toda a conversa. Seguia Walery, quando surpreendentemente, sentiu a sua espada vibrar levemente. Rapidamente, colocou a mão no cabo de sua espada mística e puxou-a lentamente. O Olho brilhava bem fracamente, logo, apagou-se.

O príncipe de Vanesia olhou para todos os lados da estrada, mas nada via no meio das árvores. Sabia que algo místico havia passado por eles, pois fato acontecera outras vezes em luas anteriores. Aquilo o deixava apreensivo e ainda mais alerta.

Passaram por vários lugares: vilarejos e povoados, rios, caminhos tortuosos. Sob dias quentes e chuvosos, noites frias e úmidas, mas a determinação era enorme principalmente da sacerdotisa.

Em uma das tardes. Eles se depararam com um extenso e perigoso pântano.

Logo, o príncipe Walery argumentou:

— Alto! Sacerdotisa, você quer mesmo que passemos por este caminho?

— É preciso, pois tenho de encontrar quem está do outro lado!

— Você ficou louca? Não conhece este lugar! É o Pântano de Teltaras. Um lugar de morte, cheio de criaturas das trevas. Mesmo durante o dia é perigoso demais atravessá-lo! É melhor encontrar outra passagem, para sua segurança? — sugeriu Walery, temendo pela segurança de todos, principalmente de Niara.

Niara disse:

— Eu tenho conhecimento desse lugar e sei dos povos antigos de Téryna. Significa onde habitam as trevas...

Porém, o príncipe Darion falou, ironizando:

— Para a segurança da sacerdotisa ou a sua? — ele e Zabuana riram, trocando olhares de deboche.

— Se querem arriscar suas vidas vão em frente, pois eu ficarei e irei por outro caminho! — disse Walery, em tom desafiador.

A Princesa respondeu, sua expressão carregada de preocupação, mas ainda assim serena e corajosa:

— Parem! Precisamos de você também, Walery. Juntos, podemos enfrentar essa travessia. Se você não vier conosco, será nossa perdição... a do meu povo, a de minha mãe e de toda Téryna.

O príncipe Walery olhou bem fundo em seus olhos. Virou-se, olhou para o caminho pântano adentro.

Para muitos, era uma visão aterradora. Pondo firmemente a mão direita no cabo de sua espada que estava na bainha. Sentiu uma força incomum invadir seu corpo, com isso retirou toda a dúvida e o temor de seu coração e de sua mente.

— Está bem, sacerdotisa! Iremos por este caminho. — concordou, demonstrando coragem e confiança. Continuou: — Mas iremos ao amanhecer, pois levaremos provavelmente o dia inteiro para atravessar o pântano, isso se conseguirmos evitar as perversas criaturas ali existentes.

Niara, compreendendo a situação, concordou com um sorriso simples. Então o grupo se afastou um pouco da entrada do pântano e procurou um lugar seguro para levantar o acampamento.

Sem demora encontraram o local. Era uma área bem aberta com solo somente de terra.

Com as tarefas divididas entre os cavaleiros e os príncipes. Rapidamente o acampamento foi erguido... de seis a sete fogueiras foram acesas com os galhos encontrados por perto.

A tarde estava muito fria e as fogueiras eram essenciais para ajudar a esquentar a todos.

O céu estava ainda nublado, mas com pouca chance de chuva. Embora o vento frio fosse constante.

A noite chegou muito rapidamente. O céu sem estrelas não revelava as três luas, que podiam ajudar a iluminar a densa escuridão.

Dessa forma, as sentinelas ficavam ainda mais atentas e apreensivas, assim como s que estavam sentados perto das fogueiras.

Às vezes se escutava os cavaleiros reais conversando com tom de voz sussurrante.

Niara estava na companhia de Zabuana e Darion, enquanto Walery ajudava a fazer a segurança do acampamento.

A sacerdotisa não disse uma palavra aos dois e os mesmos igualmente. Não puxaram conversa com a princesa de Tanys.

Os únicos sons vinham dos estalos dos galhos queimando ou de gritos de animais noturnos. Mesmo onde eles estavam um tanto distante. Podiam ouvir o som tenebroso vindo do Pântano de Teltaras.

Fizeram a ceia da noite e sem muita demora. A sacerdotisa, Walery e Darion, pois então Zabuana realizaria a primeira vigília da madrugada.

As fogueiras eram alimentadas de tempo em tempo, ajudando a clarear o entorno e o centro do acampamento.

Os gritos medonhos ainda eram escutados por todos e, de vez em quando, Niara acordava assustada, despertando também os portadores dos artefatos sobrenaturais.

Em algum momento, os gritos cessaram por um longo período, permitindo que aqueles que tentavam dormir descansassem tranquilamente.

O amanhecer mostrava os raios da grande estrela, que atravessavam as espessas nuvens de chuva.

Naquela hora, todo o acampamento havia sido desmontado e os homens aguardavam somente a ordem da sacerdotisa para partir. Com um sinal de cabeça, ela autorizou a caminhada na direção do maligno Pântano de Teltaras.

Diante da entrada do local... seguiram lenta e cuidadosamente para dentro do pântano, até serem abraçados pela névoa rasteira que os rodeava.

A uma distância segura ficando para trás o ser misterioso e oculto. Que decidiu por tomar outro caminho.

A cada metro que o grupo avançava com seus cavalos. A paisagem ia morrendo aos poucos, o belo campo de outra vista agora ia dando lugar a um pântano tenebroso.

Tudo era cercado de água de odor fétido, podre e escura. Um lugar onde somente criaturas maléficas das trevas habitavam.

O odor era horrível cheiro de carniça e de árvores apodrecidas fazia com que a sacerdotisa usasse parte de sua vestimenta para encobrir seu nariz.

Ela percebeu que somente homens de grande poder e coragem poderiam arriscar suas vidas nesta travessia.

Começaram então... a ouvir gritos vindos de todos os lados, soavam inclusive acima de suas cabeças, como se fossem avisos.

Ouviam sons de asas, mas tinham a visão prejudicada pela neblina que ficou ainda mais densa.

Todos continuaram no único caminho, sempre alertas e apreensivos a todo movimento.

O silêncio do grupo foi interrompido pela jovem sacerdotisa Niara, com tom de voz quase sussurrando e alertando a todos disse:

— Evitem olhar no fundo das águas, pois poderão trazer o mal até nós! — logo que Niara os preveniu. O último dos cavaleiros da guarda real na qual se encontrava na fila. Não tendo ouvido o aviso. Olhou para o fundo daquela água escura.

A água clareou com um brilho encantador. Era possível ver uma belíssima mulher, subindo lentamente em sua direção. Encontrava-se quase nua e assim mostrando sua formosura corporal.

O cavaleiro de Nincira ficou hipnotizado com tamanha beleza. Desmontou de seu cavalo e aproximou-se mais da beira das águas turvas.

Sem que ninguém percebesse o que estava acontecendo. Outras mulheres começaram a aparecer no fundo e a aproximar-se da superfície. Enquanto uma se encontravam na superfície e cantavam uma bela e suave melodia, que somente o cavaleiro hipnotizado escutava.

Porém... em um tempo breve, um dos cavaleiros percebeu que algo estava errado. Olhou para trás e viu o colega próximo das águas.

— EI! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? — gritou desesperado.

Nesse instante, todos pararam e olharam para trás. A sacerdotisa Niara gritou desesperada:

— PARE! AFASTE-SE DAÍ!

Era tarde demais, uma grande criatura: metade mulher e metade serpente, conhecida pelo nome de Frizias. Saiu do fundo das águas obscuras e agarrou violentamente o cavaleiro real, que soltou um gritou de terror. Ecoando por uma longa distancia.

Com ferocidade, brutalidade e sede de sangue mordeu com força surpreendente o seu pescoço. Fazendo jorrar o liquido quente e vermelho para todos os lados.

Sem vida, o cavaleiro foi levado para o fundo das águas escuras.

Pelos conhecimentos de todos: aquelas bestas segundo os antigos pergaminhos eram de um grande clã de amazonas. Mas os espíritos malignos dos Senhores das Trevas as corromperam. Transformando-as em criaturas nefastas e por isso receberam esse nome.

Nesse mesmo instante, muitas outras saíram também do fundo das águas mortas, três delas atacaram a montaria do falecido cavaleiro.

Devoravam o animal com fome e rapidez.

Algumas, ao saírem das águas turvas continuaram a cantar a bela música hipnotizante.

Outras soltaram gritos de morte. Fazendo os cavalos se assustarem e empinarem. Chegando a derrubar um dos cavaleiros reais de Nincira. O qual foi atacado com extrema violência. Tendo uma morte horrível e dolorosa.

As criaturas vinham de todos os lados e começaram a atacar o grupo ferozmente.

— HOMENS! ÀS ARMAS! — gritou Zabuana. Transformando seu báculo em um machado de duas faces que imediatamente decepou a cabeça de uma das criaturas à sua esquerda. Em com um contra-ataque rápido e mortal.

Usando suas flechas com fogo místico criado por seu arco. Darion disparava com acertos perfeitos. Fazendo as mulheres serpentes queimarem e se contorcerem de extrema agonia.

Mesmo aquelas que pulavam nas águas frias e podres. Continuavam a queimar até terem todo o corpo consumido pelo fogo místico e, por fim, morrerem.

Do outro lado, Walery atacava as criaturas marinhas com ferocidade. Cortando membros ou atravessando a sua espada do Olho de Cristal no corpo das bestas do pântano.

Muitas vezes, o poder da espada, através do seu brilho sobrenatural, varava os olhos e a boca das criaturas atingidas como feixes de luz intensa.

Os gritos de agonia eram enormes e os corpos caíam ao solo seco e sem vida.

Começava, então, uma brutal batalha pela vida.

Subitamente... o caminho em que estavam desapareceu diante deles por causados cantos hipnóticos das mulheres serpentes. Onde alteravam as suas percepções, criando uma espécie de miragem. Sem poder ver a saída, estavam à mercê das criaturas maléficas.

O comandante dos cavaleiros da guarda real que lutava perto da sacerdotisa gritou desesperado e com terror em seus olhos:

— MINHA SENHORA! ESTAMOS CERCADOS E PRESOS... ESTAMOS CONDENADOS.

A sacerdotisa Niara olhou assustada para o príncipe Walery. Ele entendeu o que ela queria dizer com seu olhar.

Com a espada em mãos, empunhou-a a meia altura, olhou para o místico Olho de Cristal. Com um clarão místico, desfez o encantamento de ilusão das mulheres serpentes. Mostrando o caminho por onde deveriam passar e assim escaparem.

— VENHAM TODOS COMIGO! — gritou o príncipe Walery e saiu em disparada em seu cavalo.

Todos ficaram admirados com o poder do Olho de Cristal das montanhas Difanys. Por revelar o caminho que estava oculto pelo poder das criaturas.

O chefe da guarda real disse:

 Minha senhora, como ele fez isso?

— Sem perguntas! Siga-o! — ela respondeu séria.

Niara foi a primeira a segui-lo. Atrás de si estavam respectivamente: o chefe de sua guarda, Darion, Zabuana e os sobreviventes da guarda real.

Todos começaram a segui-lo, ainda lutando contra as terríveis criaturas para salvar as suas vidas. Finalmente, conseguiram sair do cerco.

A cada galope, a trilha que estava oculta aparecia mais visível à frente deles.

Quando se encontravam muito distantes do lugar onde houve o ataque, eles pararam.

— Como estão todos? — perguntou o príncipe Walery.

O príncipe de Vanesia olhou e viu que, dos vinte cavaleiros da guarda real da sacerdotisa, restavam apenas quinze. Fora Darion e Zabuana, que mesmo feridos pareciam estar bem.

— CUIDADO! Estamos sob ataque novamente! — gritou um dos cavaleiros de Nincira.

Eram as Frizias rastejando rapidamente.

Uma nova batalha iniciou-se, ainda mais fervorosa que a primeira.

— PRÍNCIPE WALERY! TIRE-NOS DAQUI OU TODOS NÓS PERECEREMOS! — gritou Darion, preocupado com a segurança de todos.

Mais uma vez, ele olhou diretamente o Olho de Cristal de sua espada para revelar, pela segunda vez.

O caminho que se havia ocultado novamente. Em questão de segundos, ele viu por onde teria de seguir e começou a cavalgar na direção que o Olho havia mostrado.

Todos juntos, saíram dali seguindo-o e deixando as malditas criaturas para trás. Cavalgaram sem parar por muito tempo.

Vendo que já estavam realmente seguros: a sacerdotisa, seus guardas, Darion, Zabuana e Walery pararam novamente.

O chefe dos cavaleiros reais chegou perto da princesa Niara e disse, preocupado:

— Minha senhora... perdemos mais dois cavaleiros reais e três estão feridos. Sem contar nossos cavalos que estão cansados e machucados. Além disso, perdemos todas as nossas provisões e os cavalos que as levavam.

— Vamos parar para descansarmos e cuidar dos feridos! — falou a sacerdotisa Niara.

— Temos de continuar! — argumentou o príncipe Walery, com expressão do rosto de angustia.

Niara olhou para Walery surpresa, meio cansada e assustada. E questionou:

— Por que está dizendo isso?

O príncipe apontou com a sua espada na direção contrária.

— Olhe! — respondeu seriamente o príncipe Walery.

A sacerdotisa Niara olhou e não viu nada adiante. Repetindo o gesto, os demais olharam e também nada viram.

— O que foi? — insistiu Niara séria.

— Olhe novamente! — pediu, calmamente, Walery. — Bem adiante e para o alto! — o príncipe orientou.

Niara olhou novamente e não pôde acreditar no que via. Ficou aterrorizada com aquela visão.

Uma nuvem sombria de criaturas aladas de diversos tipos: com aspecto mortal, sedentas por carne e sangue. Vinha na direção deles, atraídas pelas lutas e pelo cheiro forte de sangue fresco humano.

— São hordas de Halpines, Itinérias e Entilenias. Criaturas que vivem neste pântano... devoram qualquer ser vivo que tenha carne e sangue quente. Pode ser humano ou animal.

— eram assim que Walery as conhecia. Criaturas das trevas e sobrenaturais. A origem delas era um mistério para os povos das Terras de Téryna. — Vão nos destroçar, membro por membro e arrancar nossos corações enquanto nos comem vivos. Se permanecermos aqui, será o nosso fim!! — completou o herdeiro de Vanesia, com muita seriedade, olhando para a sacerdotisa e para os outros.

— Temos que continuar! — disse a sacerdotisa com muito pavor.

— Nossos cavalos estão muito cansados! — falou um dos cavaleiros da guarda real.

— Então vamos deixá-los para trás e correremos o máximo que pudermos! — respondeu Niara, aflita com aquela situação.

Tinham apenas duas escolhas. Então decidiram por partir o quanto antes, fazendo o possível com os cavalos.

Começou uma longa cavalgada, desesperada pela vida, naquele solo negro e encharcado.

Era puro lamaçal fétido, pois já não havia mais aquela água apodrecida, mas uma terra morta que cheirava à podridão.

Passaram quase a manhã inteira lutando e fugindo. Matando sem piedade muitas das criaturas aladas que apareciam pelo caminho.

Também passaram a metade da tarde cavalgando sem parar. Em uma fuga frenética pelo Pântano de Teltaras.

Era quase o fim da tarde quando chegaram próximo ao fim do pântano e todos estavam exaustos inclusive suas montarias.

Ao perceberem que havia um grupo de criaturas aladas: uma visão aterradora, as bestas sedentas por carne humana esperavam-os.

Elas começaram a atacar. Outra batalha pela sobrevivência começou. Para cada criatura que caía ao solo sem vida aparecia outra. Enquanto grande horda que vinha logo atrás continuava a se aproximar cada vez mais.

Os cavaleiros da sacerdotisa, um a um iam caindo mortos ou eram levados com gritos de terror pelas criaturas aladas. Para serem devorados vivos, assim como os cavalos.

Príncipe Walery, montado em seu animal, tentava abrir caminho entre as criaturas, sem muito sucesso.

As flechas nas aljavas de Darion já estavam no fim e Zabuana protegia da melhor maneira possível a sacerdotisa Niara. Junto dos poucos cavaleiros reais de Nincira que ainda restavam e cercavam a sacerdotisa para protegê-la.

Surpreendentemente... algo muito rápido cortou o ar na direção de uma das criaturas. O som era de lençóis sendo balançados pelo vento.

Atingiu-a em cheio, em pleno vôo e bem no meio do seu corpo. Atravessando-a da mesma forma.

Outro estranho objeto também varou o ar. Atingindo outra fera alada, ambas caíram violentamente ao solo e já mortas.

Outras: ainda tiveram braços, cabeças ou asas cortadas. Muitas caíam ao solo, sem vida ou agonizando com uma dor tremenda.

Aqueles objetos misteriosos atravessavam e cortavam tudo em seu caminho.

Com isso, algumas criaturas começaram fugiram de pavor ao ver o fim das demais. Com o ataque misterioso, rápido e letal.

Assim que as criaturas se afastaram. Os estranhos objetos desapareceram. Nem os cavaleiros reais de Nincira, a sacerdotisa e os príncipes viram de onde vieram ou para onde foram os tais objetos cortantes.

Eles se reuniram rapidamente e saíram cavalgando em alta velocidade. Daquele lugar de morte.

Estavam demasiadamente cansados por causa das batalhas e pela longa fuga. Em seus pensamentos ficou a dúvida sobre o que seria aquilo que os salvara.

Quando viram que estavam realmente seguros fora do Pântano de Teltaras. Pararam para descansar e cuidar dos sete cavaleiros reais que sobreviveram.

Eles estavam muito feridos. Até mesmo os príncipes haviam-se machucado nos confrontos com as terríveis criaturas.

Quem cuidava deles era a sacerdotisa Niara, pois sempre trazia ervas medicinais dentro de pequenos potes feitos de metais leves e resistentes. Onde os guardava em uma bolsa: feita de couro amarronzado, pele de um pequeno animal selvagem. Tal bolsa ficava amarrada na cela de seu cavalo.

Todos precisavam ser tratados rapidamente, pois os ferimentos feitos por aquelas aterradores criaturas poderiam levar um homem à loucura ou até mesmo à morte.

Naquele início de noite, não se deslocaram mais. Montaram o acampamento ali mesmo, com o que havia sobrado de suas coisas.

Prepararam e acenderam várias fogueiras para se aquecer e descansaram para continuar a jornada no dia seguinte.

Uma noite silenciosa. O céu mostrava a beleza das três luas em sua forma crescente. Elas ajudavam a iluminar o lugar. O vento frio e suave balançava os galhos das poucas árvores próximas de onde estavam.

Dentro de uma pequena tenda, encontrava-se Niara orando e chorando pela vida de seus cavaleiros reais. Orava para que as Três Luas recebessem as almas daqueles honrados e corajosos homens.

            Ao terminar, ela se deitou e foi descansar.

A madrugada inteira foi parcialmente silenciosa, havia apenas o canto dos ventos e ranger dos galhos secos das árvores. Parecia como uma criança serena que dormia.



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