A Aurora Dourada Brasileira

Autor(a): W. Braga


Volume 1

Capitulo 19: CELEBRAÇÃO & PRENÚNCIO

Passou-se um Ciclo Lunar: a alegria pela derrota da criatura das trevas aliviou a todos e, então, uma grande celebração aconteceria na cidadela, no palácio real, em um dos seus grandes salões.

Vários convidados viriam de muitas partes do reino de Tanys e de alguns reinos aliados.

O lindo salão de celebrações estava sendo preparado e, naquele momento, estava repleto de flores perfumadas. Várias mesas, cobertas por tecidos nobres e claros, foram espalhadas e cortinas de tons claros foram postas.

Em outra parte da esplendorosa cidadela: no Templo das Três Luas, próximo ao altar, uma jovem curvada fazia suas orações cantando belíssimos cânticos.

Acendia incensos, para aromatizar e ofertar à entidade mística.

Era Niara agradecendo ao ser divino pela proteção, pela força concedida, por todas as vidas salvas e lamentando pelas vidas de inocentes perdidas.

Ainda agradecia com muita alegria pela vida d’Os 7.

A jovem princesa de Tanys, sem perceber, era observada pela estranha figura encapuzada.

A qual se escondia na penumbra de certos locais no salão. Andava lenta e cuidadosamente, evitando chamar atenção da sacerdotisa, o término das orações da filha de Andinara.

Niara se levantou, deu alguns passos para trás, virou-se e lentamente saiu do salão.

Sem tirar os olhos da linda herdeira do trono, a misteriosa figura observava tanto ela quanto qualquer outro que ali entrasse.

Sem muita demora, a criatura desapareceu no meio das sombras.

O anoitecer havia chegado: acompanhado por suaves ventos, céu estrelado e pelo brilho do luar.

Os convidados da rainha estavam chegando. Todos com trajes muito nobres de festejo, tanto os homens como as mulheres, cada qual com sua guarda pessoal.

Eram recebidos pelos conselheiros e nobres do palácio real.

Cantos líricos eram entoados, acompanhados pela melodia de diversos instrumentos, de cordas, de sopro, embelezados por vozes femininas.

Além dos cavaleiros reais de Nincira, faziam a guarda do salão cavaleiros de outros reinos.

Outra mesa imensa estava repletas de frutas nativas e alimentos para todos os gostos: carne assada de animais de grande e pequeno porte, assim como várias bebidas e sucos.

Também era servido um delicioso e suave viéves aos convidados presentes. Todos esperavam a entrada d'Os 7.

Na parte mais alta do salão, encontrava-se a rainha Andinara, belamente vestida, e a sua jovem e bela filha, a sacerdotisa Niara, ao seu lado. Ambas muito felizes, mostravam isso com a expressão dos seus rostos.

Quando todos os convidados haviam chegado, foi soado uma pequena e suave tuba, dando início ao festejo. Sem demoras, outras três tubas tocaram, anunciando a entrada dos heróis do reino.

Eles adentraram dois a dois: primeiro Darion e Zabuana, seguidos por Igor e Damário e Ferrety e Franchine, logo em seguida. Por último, entrou Walery.

Todos usavam trajes reais vindos de seus reinos e consigo traziam suas armas místicas.

Quando todos já estavam diante da rainha e da sacerdotisa, curvaram-se e depois se levantaram.

— Hoje estamos comemorando a vitória daqueles que tiveram esperança, coragem e deram o sangue para defender a cidadela e o povo. Não serão esquecidos, cavaleiros honrados e corajosos que lutaram com fervor e fé. Os 7 terão nossa gratidão eterna por evitarem o fim do nosso povo, da nossa terra, das nossas alegria e paz. — disse Andinara, cheia de alegria em seus olhos e em seu coração. — Teremos sim de reconstruir as casas, as ruas e as plantações. E faremos isso sabendo que muitas vidas foram salvas. Eu, rainha do reino de Tanys, curvo-me perante vocês para agradecê-los. E entrego essa insígnia para cada portador dos objetos místicos.

Ela ergueu um dos objetos para que todos pudessem ver, era o numeral 7, como se fosse um distintivo dourado, brilhava como o próprio sol.

A rainha Andinara e sua filha desceram uma pequena escadaria e aproximaram-se deles.

Então, curvaram-se perante Os 7 e todos ali presentes repetiram o gesto.

Ao terminar a reverência, a senhora de Nincira olhou para cada um com um lindo sorriso, dirigindo-se para o lado de um dos cavaleiros.

Nesse momento, ela entregou a cada um deles, que a agradeceram com sorrisos de alegria e honra.

A rainha virou-se para todos e disse:

— Então, que hoje seja um dia especial em que comemoraremos essa grande vitória por todo o reino! — anunciou a rainha, muito contente, trocando olhares com Walery que estava ao seu lado.

Eles comemoravam com viéves, que era servido em belas taças feitas de ouro.

As tubas tocaram mais uma vez e uma linda chuva de pétalas de rosas brancas foram jogadas sobre eles, por lindas moças, iniciando o festejo que durou a noite inteira e todo dia seguinte.

Assim, a alegria, o amor e a paz voltaram para a cidadela e em muitas partes de Téryna, pois o feito realizado pelo os portadores dos objetos místicos se espalhava rapidamente.

Em um dos muitos campos verdes do reino de Tanys, a estranha figura caminhava lentamente no meio da vegetação verde rasteira. Fazia estranhos sinais com suas mãos e falava palavras já esquecidas pelos humanos há muitas luas.

Quando, do alto, surgiu uma enorme ave de rapina, nela havia uma cela de montaria.

Essa linda e colossal ave pousou com precisão e suavidade.

O ser misterioso encostou a mão em seu bico, demonstrando a relação próxima que tinham.

Rapidamente subiu em seu dorso e, com uma única palavra em um dialeto que somente a ave entenderia, ordenou que ela voasse.

A ave bateu suas asas e, com um impulso, começou a voar, indo na direção informada por seu misterioso mestre.

 

Enquanto todos comemoravam naquela noite, na sacada do salão estava Walery olhando para as estrelas e para as três luas.

Quando seus pensamentos foram interrompidos por passos suaves.

Era Niara lindamente vestida, mais como uma princesa do que como uma sacerdotisa.

Ela encostou-se ao beiral da sacada e olhou também para as três luas.

Mesmo aparentando serenidade, o olhar da jovem escondia uma aflição, a qual o herdeiro de Vanesia percebeu.

— Alguma coisa errada princesa?

— Está tudo bem, príncipe, fique tranquilo! — disse ela, tentando disfarçar.

Antes que ele argumentasse alguém a chamou.

Era sua mãe, a rainha, que disse:

— Estão aí vocês dois. Entrem, vamos comemorar a grande vitória.

— Vá, logo irei! — disse Walery, sorrindo. Niara retribuiu com outro sorriso.

Lentamente, a garota se afastou do beiral e do príncipe.

Ele a viu se juntar à mãe e voltar para dentro do salão.

Walery tinha seus pensamentos agora voltados para as preocupações da sacerdotisa, imaginando se seriam por causa da criatura que fugiu ou pelas novas revelações em seus sonhos.

 

Nas duas luas seguintes: uma nova alvorada já dava início, em uma terra desconhecida, dentro de um grande salão em um enorme templo.

Conhecido por poucos como o Templo do Senhor da Estrela Maior, uma misteriosa figura com uma vestimenta branca, usava uma capa com capuz, de forma que a vestimenta cobria tanto o corpo como o rosto.

 Era a mesma que seguia os passos da sacerdotisa do Templo das Três Luas, aproximou-se de uma grande pia que ficava ao centro do local.

Suas bordas eram cobertas de ouro e pedras preciosas e, dentro dela, havia água cristalina, mística e sagrada.

Ao olhar no interior da pia, nas águas via-se o mar principal, que banha o litoral das terras de Téryna... surpreendentemente, começou a ficar cor-de-sangue e, logo depois, só se via a mais profunda escuridão.

Aquele fato fez a relembrar do sonho profético que havia testemunhado na caminhada da sacerdotisa.

Era um aviso sobre algo terrível que viria a acontecer. Isso deixou aquela figura estarrecida e a fez sair dali rapidamente com os seguintes pensamentos.

“O que significava esse sinal?”

“Havia relação com o sonho profético da sacerdotisa ou era coincidência?”

“Que forças das trevas eram tão poderosas, o suficiente para fazer com que as águas sagradas da pia ficassem cor-de-sangue?”

“O que aconteceria nas próximas luas nas terras de Téryna?”

A pessoa misteriosa indagava a cada passo que seguiam em uma direção ainda desconhecida.

 

Obrigado por acompanhar essa história. Continua no volume 2.



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