Volume 2

Capítulo 86: Reencontrando Trevas

Após um dia exaustivo de trabalho, Anwen Peng voltou para casa, exaurido. Cada músculo doído protestava a jornada árdua. Alaric até o convidara para "recuperar-se" com a ajuda da bebida ambar. No entanto, o detalhe que o jovem havia esquecido era que Peng não bebia.

Decidindo que era melhor descansar no conforto de sua própria cama, o guarda optou por ir para casa. Ele se encontrava em seu modesto quarto, decorado com algumas cômodas, um guarda-roupa e, é claro, a cama. Ao lado desta, uma janela era tampada por uma cortina vermelha, filtrando a luz do luar que se infiltrava pela fresta.

— Alaric... Esse garoto... — Ele não conseguia evitar remoer o fato de não ter feito nada para ajudar o jovem que enfrentara Xiong sozinho. — O que estou fazendo com minha vida?

Além da frustração por suas próprias fraquezas, outro sentimento o assolava: a preocupação pelo destino daquele jovem.

— Desde quando...? — Ele se perguntava, sem encontrar uma resposta clara, quando começara a se importar tanto com Alaric. — Será que eu…

 

—-----------------//—-----------------— 

 

Após encontrar o jovem jogado no beco, molhado, pálido e tremendo de frio, Peng caminhou pelas ruas com ele desmaiado em seus braços, sem saber ao certo para onde deveria ir. Entre todos os estabelecimentos da vila, apenas a taverna de Chen estava aberta naquela hora tardia. A última esperança.

— Chen! Me ajude! — Peng gritou enquanto adentrava a taverna com Alaric nos braços. — Ele está péssimo... Muito mal!

— Peng? — Chen, ocupado atendendo alguns clientes, virou-se confuso ao ouvir o chamado, até que seus olhos se fixaram no jovem nos braços do guarda. — Rápido, leve-o para os fundos!

Seguindo as instruções, Peng atravessou o tumulto de mesas e pessoas, seguindo o barista até a porta que levava aos fundos da taverna.

Ao adentrar, ele foi guiado por Chen por alguns corredores até chegar a um modesto quarto de descanso. Lá, uma cama simples de solteiro e uma cômoda ocupavam o espaço.

— O coloque na cama — ordenou Chen, apontando para a mobília. 

— Tem certeza? Ele está todo sujo e molhado — preocupou-se o guarda, lançando um olhar ansioso para o barista.

— Não fale bobagens, Peng. O coloque na cama logo!

O homem obedeceu, conduzindo cuidadosamente o jovem até a cama e depositando-o com gentileza. Alaric ainda tremia, sem mostrar sinais de recuperação da consciência, ele estava claramente em estado crítico.

— Aqui, o seque como puder — disse Chen, entregando algumas toalhas nas mãos do guarda. — Vou mandar preparar um chá quente.

— Obrigado, Chen — agradeceu Peng, pegando as toalhas, mas ainda mantendo uma expressão tensa no rosto. — Por favor, peça para prepararem alguma refeição leve.

O barista sorriu e assentiu com a cabeça, encarregando-se das tarefas designadas antes de sair do quarto.

Peng começou a remover as roupas molhadas do jovem. Deixá-lo vestido só pioraria seu estado, podendo até levar à hipotermia. Assim, peça por peça, despiu Alaric até que este ficasse apenas de cueca.

— Meus deuses... Pelo que você passou, rapaz? — ciciou Peng ao observar o estado lastimável do jovem. 

Os ossos de Alaric eram visíveis, estava visivelmente desnutrido, como se não comesse há dias. Além da magreza debilitante, seu corpo era uma tapeçaria de cicatrizes; não importava para onde Peng olhasse, sempre havia um novo ferimento.

— O quanto você sofreu...? — murmurou Peng, para si mesmo enquanto secava de forma meticulosa, o jovem dos pés à cabeça.

Com a secagem completa, o guarda cobriu Alaric até o pescoço com um cobertor. Assim, gradualmente, o semblante sofrido do rapaz começava a se desfazer, relaxando enquanto a tremedeira cessava.

Peng passou a mão na testa, enxugando o suor, e sorriu ao ver o jovem apresentar uma leve melhora. No entanto, não podia se permitir relaxar completamente. Afinal, embora Alaric tivesse parado de tremer, ainda parecia bastante debilitado. Além disso, a mente do guarda estava cheia de dúvidas: como aquele jovem tinha acabado naquele beco? O que havia acontecido com ele? Estas eram questões que só poderiam ser respondidas quando Alaric finalmente acordasse.

— Onde... — Alaric começou a despertar, abrindo os olhos devagar, a voz ainda saía com dificuldade. — Onde... estou?

— Você está em um lugar seguro... — Para não assustar o jovem, Peng manteve uma distância confortável entre eles. — Apenas relaxe, tá tudo bem agora...

Ao ouvir a voz, Alaric despertou completamente, arregalando os olhos, em alerta. Ele tentou se levantar, talvez para fugir ou atacar, mas seu corpo maltratado não lhe permitiu mover um músculo sequer.

— Se acalme, não há motivo para ficar assustado... Estou aqui para ajudar...

Alaric tentou outra vez, em vão, se debater, reagir de alguma forma, mas todas as tentativas foram frustradas. Percebendo que não conseguia se mover, finalmente parou e encarou o teto.

— Se você... for me matar... faça logo…

Esse era o Alaric de alguns anos atrás, um jovem que havia perdido toda esperança na vida. Peng ficou chocado, sem conseguir expressar qualquer reação além de puro espanto.

— Peng, trouxe o que pediu... O que aconteceu? — Chen não conseguia entender a reação do guarda, até seguir o olhar dele. — Ah, ele acordou... Mas por que dessa expressão, Peng?

— Se ele não vai fazer... faça você... me mate... —  murmurou Alaric, com uma voz fraca, revelando a angústia que o consumia.

— Sério mesmo? Essa é a razão para toda essa reação exagerada? — Se tivesse uma mão livre, Chen a levaria ao rosto. — E você, rapaz, ninguém aqui vai te fazer mal, pode ficar tranquilo.

Alaric estalou a língua, ou pelo menos tentou. Nem mesmo sua própria língua o obedecia, e ele continuou a encarar o teto. Com isso, Peng retornou à realidade, enquanto Chen levava o chá quente e a refeição até a cômoda.

— Peng, o ajude a se sentar — O guarda prontamente obedeceu, correndo para auxiliar o rapaz a se acomodar na cama. — Ao menos tente abrir a boca, você consegue fazer isso, certo?

Alaric, ainda sentindo todo o corpo dolorido, revirou os olhos. Como uma criança birrenta, parecia relutar em aceitar ajuda.

— Se não comer, vai acabar morrendo... — Comentou Chen, aproximando a xícara de chá da boca do jovem. Mas ele a virava, recusando.

— Ótimo... Eu já queria mo...

— Não diga isso! — Tanto Chen quanto Alaric fitaram Peng após o grito. — Nunca peça para morrer! Nunca deseje a morte! Não de forma tão covarde!

O barista ainda o fitando, sorriu orgulhoso, o que fez Peng perceber que havia se exaltado demais, então ele se encolheu. Alaric, ainda parecendo relutante, finalmente aceitou abrir a boca e tomou o chá, seguido pela refeição. No final, as palavras de Peng, ainda que breves, tiveram um impacto significativo no jovem.

Após esse episódio, Alaric ficou sob os cuidados de Chen e Peng naquele quarto por quase um mês, até conseguir recuperar suas forças. No entanto, o jovem raramente falava, limitando-se a respostas curtas de "sim" e "não". Até que chegou o grande dia.

— Você vai gostar de lá, é isolado de tudo e de todos... — disse Peng, enquanto caminhavam por uma estrada de terra batida, cercada por árvores imponentes.

— Hum... — respondeu Alaric.

— Vamos lá, se anime! Além do mais, você terá uma ótima companhia...

Alaric apenas suspirou, cansado de tanto falatório. Juntos, seguiram até aquela casa isolada no meio do nada.

“Esse olhar...” Peng observava o olhar de Alaric, que parecia desanimado, como sempre. Mas também, como sempre, havia algo mais, faíscas de ódio latente.

— Oxeng! Está em casa? — Peng bateu na porta, aguardando uma resposta. — Ele deve estar...

O som da tranca sendo desfeita ecoou, seguido pelo ranger da porta se abrindo lentamente. Um jovem, de cabelos negros e olhos verdes escuros como os de Peng, apareceu na entrada. Ele parecia ter acabado de acordar, vestindo apenas uma calça larga, descalço e sem camisa.

— Pai? O que o senhor está fazendo aqui? — Ele desviou o olhar do guarda para o jovem ao lado, que parecia emburrado, com as mãos nos bolsos e o rosto virado. — E quem é esse?

— Lembra que te falei sobre um jovem que havia encontrado? Ele é o motivo da minha visita.

Oxeng pareceu lembrar e suavizou o olhar, adotando um semblante quase de pena. Ele se afastou, abrindo espaço para os dois.

— Então é você. Entrem, ainda tá frio aí fora…

Peng adentrou, seguido por Alaric, que lançou um olhar de relance para Oxeng. O pobre rapaz sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo diante do olhar rancoroso.

— Sinistro... — murmurou ele ao ver Alaric se afastando. — Desculpe, pai, não sabia que você viria hoje, não tive tempo de preparar um chá...

— Não se preocupe com isso... — Peng puxou uma cadeira, indicando para Alaric se sentar, o que ele prontamente fez. Em seguida, ocupou a cadeira ao lado. — Minha visita será rápida hoje...

“Como todas as outras...” pensou Oxeng, forçando um sorriso amarelo enquanto se aproximava. 

— Então, qual é o motivo da sua visita hoje? — perguntou Oxeng, apoiando-se no balcão da pia.

— Você já deve saber... Conversamos sobre isso outro dia... — respondeu Peng, desviando o olhar para Alaric, que permanecia emburrado.

— Entendo... — Ele dirigiu seu olhar para o jovem e sorriu. — Se é isso, tudo bem. Será um prazer dividir essa casa com você, Alaric.

 

—-----------------//—-----------------— 

 

Relembrando brevemente aquele momento do passado, ele começou a compreender um pouco mais sobre por que se importava tanto com o jovem. No entanto, havia algo mais profundo em jogo, uma série de eventos que o haviam marcado. Antes que pudesse refletir mais sobre isso, sua atenção foi desviada por uma movimentação estranha do lado de fora.

"O que está acontecendo?" Graças à luz da lua que iluminava o exterior pela janela, era possível ver as silhuetas passando pela cortina. Era isso que Peng estava observando: várias silhuetas estranhas movendo-se rapidamente.

Um aperto no peito o fez estender a mão na direção da janela. Era como se um alerta de perigo tivesse sido acionado, impelindo-o a se levantar e investigar.

— É hora de cumprir meu dever como retentor da paz. — Ele se dirigiu à cômoda onde seu chapéu com a estrela da autoridade estava guardado, pegando-o e colocando-o na cabeça. — Que os deuses me protejam.

 

—-----------------//—-----------------— 

 

— Alaric, quanto tempo, não é mesmo?

O rapaz, envolto pela elegância e pela ameaça naquela voz, virou-se de pronto, deparando-se com um homem de meia-idade. Seus cabelos negros caíam em cascata até os ombros, sem nenhum pelo a enfeitar o rosto. Os olhos rubros como sangue o fitavam com intensidade, um sorriso sutil brincando nos lábios, revelando presas afiadas.

Vestido impecavelmente de negro, com uma capa luxuosa que parecia tecida com fios de seda, com a forragem vermelha, tudo nele exibia um ar de nobreza e poder. Mas para Alaric, não havia dúvidas sobre quem ele era.

— Vlad Drácula... O que faz por aqui…?

— Ora, jovem... — Ele estava sentado com uma elegância ímpar no banco ao lado do rapaz. — Parece um tanto assustado diante a minha presença...

Alaric engoliu em seco, não podia negar a verdade nas palavras do rei dos vampiros. O jovem estava verdadeiramente desconcertado diante da figura das trevas à sua frente, e havia razões de sobra para isso.

— Estou apenas confuso com sua aparição em um lugar tão desolado... — Ele franziu as sobrancelhas. — Por acaso... Está interessado em minha vida?

Vlad o encarou por um breve instante, mas como esperava, Alaric, mesmo tenso, permanecia firme, sem mostrar nenhum sinal de medo. Isso o fez abrir um sorriso ainda mais amplo, rindo de forma contida.

— Me alegra muito constatar que, mesmo após os anos, sua personalidade permanece inalterada... É reconfortante, devo dizer.

— Isso não responde minha pergunta! — Os olhos de Alaric reforcaram-se, quase empurrando Vlad para trás. — Você tá aqui para me matar!?

Os olhos rubros de Vlad, após a indagação que carregava um certo tom de irritação, desviaram-se para Chen, que acabara de chegar. Ignorando Alaric, o vampiro pediu uma taça de vinho. Mantendo-se virado para frente, contemplando a estante de bebidas, ele prosseguiu:

— Sabe, Alaric, se por acaso eu quisesse tirar sua vida, neste momento você não estaria apreciando a bela melodia que nos cerca, nem se deliciando com os tentadores aromas dos alimentos sendo preparados, ou sequer me observando com essa expressão de espanto. Se assim fosse, seu corpo já estaria sem vida, tão frio quanto a própria morte…

— Não posso discordar... — O jovem admitiu, consciente de que se Vlad Drácula desejasse sua morte, já estaria consumada. — Mas então, qual é o motivo da sua visita?

— Hmmmm... Você vê aqueles homens e mulheres vestidos inteiramente de negro, robustos, como se estivessem prontos para caçar um vampiro... — Ele apertou os olhos ligeiramente e prosseguiu: — Estou procurando pelo mesmo que eles...

Alaric virou-se discretamente para localizar o alvo de Vlad e avistou, sentados em uma mesa ao fundo, o que pareciam ser caçadores da instituição Van Helsing. Mas então, o rei dos vampiros estaria... Alaric estreitou os olhos, ponderando.

— Está em busca de seus vampiros? Veio os salvar?

— Quase correto em sua suposição, diria eu... É verdade que estou atrás de alguns vampiros. No entanto, ao que parece, já não estão mais sob minha tutela…

— O que quer dizer com isso? — Alaric pediu um copo a Chen, que trouxe a taça de vinho para Vlad.

— Quero dizer que os vampiros que estão atacando esta região escaparam do meu controle... — Vlad respondeu calmamente.

Alaric quase saltou da cadeira, os olhos se arregalando.

— Espera... Isso é possível?

Vlad contemplou a taça transparente, o líquido vermelho como seus olhos esperando para ser degustado. Ele levou a mão até ela, delicadamente a agarrou e a levou à boca, provando o sabor adocicado.

— Escapar do meu controle é impossível, por si só, é claro. — Ele balançava a taça com leveza na mão, fazendo o líquido vermelho ondular. — Contudo, a situação muda quando terceiros estão envolvidos…

— Terceiros? — perguntou o jovem, erguendo uma sobrancelha em descrença. — Quem seria maluco o suficiente para se intrometer em seus assuntos?

O rei dos vampiros, ainda observando o líquido ondular na taça, lançou um olhar de soslaio a Alaric e permitiu que seus lábios se curvassem em um singelo sorriso, parecendo carregar certa nostalgia.

— Não sei, existem loucos para tudo... Uma vez conheci um jovem que ousou desafiar minha existência…

O rapaz engoliu em seco, pois sabia que esse tal jovem imprudente era ele mesmo; o Alaric, de alguns anos atrás. Naquela época, ele havia enfrentado muitos desafios por conta dessa ameaça. Enquanto relembrava esses confrontos, algo recente veio à sua mente.

— Vlad, acredito que sei quem pode ser esse tal maluco... — Alaric recordava vividamente do que tinha testemunhado no armazém de Xiong. — E se for quem estou pensando... Posso levá-lo até onde ele faz seus negócios. Mas com uma única condição...

— Ora, vejo que está se mostrando corajoso para conduzir essa conversa... — Vlad colocou a taça no balcão e virou-se para encarar o rapaz. — Pois bem, qual é a condição?

— Você deve cessar os ataques nesta área. — Foi direto ao ponto.

— É um pedido um tanto egoísta... Afinal, ao mencionar "esta área", você parece não se importar com o restante do mundo... — observou Vlad.

Alaric torceu o rosto em desagrado. Não era como ele não se importasse, mas sabia que convencer alguém como Vlad a abandonar a sua sede de sangue, e a de seus subordinados, era uma tarefa impossível. Ele só desejava proteger o lugar que chamava de lar.

— Meu caro, acho que você está mal informado. Os ataques vampíricos não são orquestrados por mim, pois proibi qualquer vampiro de atacar outras espécies…

Alaric ficou visivelmente surpreso com essa revelação. Em sua mente, os vampiros eram meros peões executando os desejos de Drácula, movidos por suas próprias necessidades alimentares. Se isso fosse verdade, então não havia motivo para preocupação, pelo menos nesse aspecto. 

Chen colocou a caneca sobre o balcão, e Alaric a pegou, mas antes de erguê-la, seu olhar capturou o próprio reflexo. Com a barba por fazer, aspecto descuidado e visivelmente fraco, ele confrontou sua própria imagem.

— Me diga, Vlad... Está desapontado com o que me tornei?

— Hm? Está se referindo à sua aparência? — Vlad sabia que Alaric estava falando de algo mais profundo, mas decidiu adotar um tom leve para dissipar a tensão. — Devo admitir que está um pouco descuidado, desculpe-me pela franqueza...

— Não era isso que eu estava falando! Humph... — Agora irritado, Alaric levou a borda da caneca aos lábios em busca de algum conforto, e conseguiu acalmar os nervos um pouco antes de colocar o recipiente de volta no balcão. — Quero dizer, minha força... Você deve ter notado que estou... digamos...

— Fraco? — Vlad observou Alaric, que assentiu meio desanimado. — Bem, se estou aqui conversando contigo de forma amigável, é porque ainda me interesso por você... Isso significa…

— Ainda vê potencial em mim? — O jovem tentou ao máximo conter a empolgação na voz.

— Pode-se dizer que sim. — Ele levou a taça à boca, saboreando o líquido adocicado antes de continuar. — O potencial ainda está aí dentro de você. Pelo que posso observar, está apenas bloqueado por algo.

— O que-

Antes que o rapaz pudesse indagar sobre o que poderia estar impedindo sua força, as portas da taverna foram violentamente arrombadas, e algumas pessoas surgiram, com expressões de terror estampadas em seus rostos.

— Um ataque! Os vampiros!

Os olhares de Vlad e Alaric se encontraram, e em silêncio, concordaram. Sem proferir uma palavra, trocaram entendimentos. Antes que pudessem se mover, os membros da instituição Van Helsing, que estavam presentes na taverna, se levantaram apressadamente e saíram correndo. Logo, os gritos de pânico ecoaram pelo ambiente, misturados com os sons agonizantes da morte.

— Jovem, não posso usar toda a extensão do meu poder aqui, com essas pessoas presentes... Então, necessito de sua ajuda.

Vlad não desejava ser reconhecido pelos caçadores, para evitar confrontos desnecessários. Usar seus poderes notórios seria arriscado. Ainda assim, Alaric se perguntava como aqueles caçadores de vampiros não haviam percebido a presença do próprio rei dos vampiros entre eles. Mas não havia tempo para questionamentos.

Os dois se ergueram e avançaram juntos para fora. Ao sair, depararam-se com uma cena de caos desolador. Corpos espalhados por todos os cantos, com vampiros se alimentando vorazmente sobre eles. Homens, mulheres, crianças, todos eram vítimas indiscriminadas. O inferno havia recomeçado ao olhos de Alaric, e só iria piorar.



Comentários