Volume 1

Capítulo 4: Traumas

Três anos se passaram, desde a aventura pelos esgotos da cidade que Gideon e Alaric realizaram. Agora encontravam-se, dentro da residência de Dolbrian, ambos completaram seus 16 anos. Suas vidas não tiveram grandes mudanças, após os acontecimentos passados. Alaric acabou tendo uma grande evolução interna.

Agora ele preparava-se para sair de casa, e ir a algum lugar.

— Onde está indo, Alaric? — perguntou Gideon, que estava sentado em uma cadeira com um livro em mãos.

— Como se você já não soubesse, Gi — caçoou, levantando uma das sobrancelhas. — Embora, que não é, né.

Gideon não gostou da resposta, mas não falou nada. Soltou o livro que estava em sua mão em uma mesa próxima, e fixou seu olhar em Alaric.

— Tô falando sério! Alaric.

— Caramba, tá parecendo uma mãe. — O jovem já estava estressado com as perguntas incessantes de Gideon. — Tsc… Ah, se quer saber. Eu digo, tô indo treinar com o Galdric.

Gideon estranhou, um misto de sentimentos vieram à sua mente, junto, a uma dor em seu peito.

— É Gi, tô indo treinar pra ficar for- 

Alaric foi interrompido antes de completar sua fala.

— Desde quando!? — Gideon levantou-se rapidamente da mesa e colocou a mão em seu peito.

— O que? O que você tem?— Alaric não estava entendendo nada. Ele deu alguns passos para trás, pelo pavor de toda situação.

— Responda! Desde quando você está treinando!? — Gideon parecia bravo, seu coração estava acelerado, quase pulando para fora do peito.

Alaric colocando a mão no queixo e olhando para cima, respondeu: —  Já faz uns 2 anos… Eu acho, pensei que você já sabia, Gi.

Gideon recua. Seu coração já estava batendo em sua caixa torácica, faltava ar em seus pulmões.

— O qu-

Antes de terminar a frase Gideon desaba, e começou a hiperventilar. Sua mente estava confusa.

— Gideon! Vou te ajudar!

Alaric correu desesperado para pegar um copo de água. Ao voltar não sabia o que fazer, então, fez a primeira coisa que veio a sua mente, jogou a água em Gideon. Pareceu funcionar, fazendo o mesmo se acalmar um pouco. 

— O que foi isso, Gi? — Alaric estava assustado.

— Nada, nada. Já estou bem, vai treinar — respondeu, já mais calmo.

— Tudo bem...

Alaric saiu e foi direto ao treino. Ficando Gideon sozinho em sua casa, seu avô havia saído mais cedo.

— O que foi isso? Por que agi daquela maneira, por que eu senti que estava morrendo? Por que eu não queria imaginar ou sequer pensar em vê-lo treinar? 

Alaric já havia saído da casa, e estava caminhando pelas ruas de terra da favela de Reven.

— O que tá acontecendo com o Gi? Bom, não importa agora, tenho que me concentrar no treino — falou, enquanto caminhava até o campo de treinamento.

Alaric começou a treinar, um ano após os eventos do esgoto e enfrentamento com o "Rei dos Ratos". 

Ele decidiu ficar forte para proteger Gideon, então, pediu ajuda a Galdric, amigo de seu avô e guarda da cidade, para o treinar e ensinar os fundamentos da batalha.

"Olha, a dona Andra, sempre em sua vendinha. Ué? Quem é aquele?” pensou, enquanto caminhava e avistou um homem conversando com Andra.

Ele decidiu descobrir quem era. Se esgueirando entre arbustos e caixotes que ficavam na área das vendinhas. Aproximou-se da barraca de dona Andra, decidiu dar uma espiada rápida, para ninguém o perceber. Ao espiar ele descobriu quem era.

— Vovô!? Ele parece tá feliz… Será que ele!? — dizia Alaric, totalmente surpreso. Nunca pensou que seu avô chegaria em dona Andra, ele sempre foi um homem tímido.

— Acha que os dois iriam aceitar? 

 — Claro que sim, senhor Dolbrian. — Andra segurou a mão do ancião. — Eles iriam aceitar qualquer coisa que te fizesse feliz.

"Vovô, seu danadinho, então ela será nossa vó?" pensou e questionou Alaric a si mesmo.

Estando satisfeito com o que havia visto e ouvido, decidiu continuar seu caminho até o campo de treinamento. Engatinhou pelo caminho que tinha vindo, e saiu sem que ninguém o percebesse.

Batendo a poeira de seu corpo e dando um sorrisinho de aspiração, se vangloriou:

— O treinamento está dando resultado mesmo, ninguém notou minha presença.

Retornando ao seu destino, o Coliseu do reino, o local de treinamento dos guardas reais e dos guardiões responsáveis pela ordem na cidade, Alaric atravessou a ponte que separava a favela do restante do reino. A disparidade de classes era evidente, com um lado sujo e repleto de guardas mal-intencionados, enquanto do outro lado, na parte comum da cidade, a limpeza e o aroma agradável predominavam.

As ruas eram pavimentadas com concreto ou pedra, adornadas por postes triangulares movidos pela magia, proporcionando uma iluminação segura durante a noite. Flores embelezavam todos os cantos, e as casas, construídas com tijolos vermelhos ou concreto, exibiam uma variedade de cores vibrantes. Os telhados, feitos de madeira resistente ou telhas de barro, estavam intactos, garantindo proteção contra a chuva, algo ausente nas moradias da favela.

Os guardas na área comum exibiam sorrisos e tratavam a todos com cortesia, em contraste com a atitude dos menos favorecidos. Nas ruas, não havia simples vendinhas, apenas lojas imponentes. Era verdadeiramente um paraíso, especialmente para pessoas como Alaric, que sempre se encantava ao atravessar a ponte.

— Nossa! — Ele olhou para um cachorro. — Até os cachorros daqui são chiques.

O cachorro vestia uma roupa de aparência mágica.

— Ei, não sabe que é falta de educação ficar olhando os outros.

Alaric não acreditava no que via e ouvia, apesar de tudo que tinha vivido nunca pensou em ver algo do tipo.

— Você falou!!?? —  questionou enquanto ainda olhava para o cachorro com os olhos arregalados.

— Au au — latiu o cachorro.

— Devo estar cansado. — Alaric colocou uma mão atrás da cabeça e deu uma risadinha. — Desculpa, amiguinho.

Alaric decide parar de perder tempo e começa a correr até o coliseu. Ele nunca deixava de notar, como andar por ruas de concreto era mais confortável e olhar todas aquelas lindas casas, trazia uma paz de espírito imensa. No caminho, ele passa por várias pessoas que ficam o olhando. Sua roupa estava suja, denunciando de onde ele vinha.

— De onde vem esse pobre imundo? — perguntou uma mulher com a mão em sua boca.

— Não sei, deve ser um mendigo órfão. Já falei para colocarem um portão na ponte, para não permitir a entrada da ralé aqui — falou um homem com uma expressão de repúdio em seu rosto.

Alaric escutou, mas já estava tão acostumado com a discriminação que não se importava e continuou seu caminho.

Chegando ao coliseu, ele avistou Galdric.

— Ei, Galdric! — Acenou Alaric.

Galdric o fitou um pouco sério por não reconhecer sua voz inicialmente, mas assim que viu o jovem; aquela expressão apática desabou e um sorriso tomou seu lugar, junto a um aceno de volta. Sem perder tempo, o mesmo, jogou uma espada na direção de Alaric. Ele a pegou e partiu para cima de Galdric.

— Isso garoto, venha com tudo e mostre-me que seu treinamento não foi em vão! — Galdric incentivava Alaric.

Alaric saltou, e em questão de milésimos ele já estava em cima de Galdric. Que desferiu um ataque, fazendo o jovem recuar.

— O que foi garoto? Tá com medo é? 

— E eu ia ter medo de um cãozinho do reino? — Alaric avançou para cima de Galdric ao dizer isso.

Com um balançar de espada, Alaric surpreendeu o guarda, obrigando-o a defender-se com sua própria espada. O barulho do aço chocando-se, ressoou por todo o coliseu. Enquanto as espadas se cruzavam, Alaric decidiu arriscar, saltando para trás e mudando sua postura. 

Na nova posição, ele segurava a espada com a mão esquerda, esticando a mão direita e curvando ligeiramente as costas.

Ao observar a posição de Alaric, Galdric decidiu adotar uma postura defensiva. Um silêncio ensurdecedor era o que reinava, os únicos baixos sons eram de suas respirações. Todos as suas voltas estavam observando o embate intenso.

"Ache sua postura de combate Alaric. Quando você a encontrar, será imbatível", tais palavras de Galdric vinham à mente de Alaric.

— Achou né garoto, você achou — dizia, orgulhoso de seu pupilo.

— Sim. — Ele olhou para seu mestre. — Encontrei — Alaric falava sério, a concentração dele era imensa, o foco era um só: vencer seu oponente.

"Ele é um prodígio, em um ano aprendeu o que eu levei 34 anos. Ele irá me superar rápido" Galdric lembrou de ter falado isso com seu mestre, a algum tempo atrás. Ele deu um leve sorriso enquanto se lembrava.

— VENHA!! ALARIC!!!!!!

Alaric avançava na direção de Galdric. Em silêncio, nada passava por sua cabeça, sentindo uma serenidade imensa. Os ventos faziam seus cabelos vermelhos voarem. Em instantes, ele passou ao lado do homem, que reagiu e o encarou. Alaric estava totalmente focado olhando em seus olhos. Ao reagir o guarda abriu sua própria guarda.

"Acabou para você mestre", pensou Alaric, mas algo aconteceu que nem ele esperava.

No momento em que sua espada voava em direção a Galdric, o guarda sorriu.

— Esquiva Veloz — ao falar isso ele desviou em um piscar de olhos. A espada de Alaric que ia em sua direção passou reto, pelo local onde o guarda estava. — Ataque Veloz.

Nos milésimos que Alaric estava pensando como reagir, sentiu um impacto do lado esquerdo do seu corpo. Era como se um cavalo o tivesse atropelado. O mesmo foi arremessado a três metros de distância, caindo em cima dos caixotes de equipamentos dos soldados.

"O que aconteceu? Isso foi magia? Como? Ele é da classe guerreiro. São apenas brutamontes com uma técnica básica de luta e muita força", pensou Alaric ainda atordoado após o golpe.

Hahaha! não tá entendendo como usei magia? — falou Galdric, enquanto colocava as mãos em suas laterais.

— Como você- 

— Está na sua cara garoto, uma resposta apenas: meus pais; mãe maga e pai guerreiro.

Neste mundo, você já nasce pertencendo a uma classe, mas apenas se seus ancestrais tiveram tido uma classe. Como o pai do Galdric era um guerreiro e sua mãe maga, ele herdou a classe dos dois, criando uma classe única: Guerreiro-mago. O permitindo usar algumas magias e ser habilidoso em lutas corporais e ter habilidades da classe.

— Eu… Sempre irei perder para pessoas como você, então? — perguntou o jovem claramente triste. — Tsc, isso é injusto — dizia ele dando socos no chão.

— Relaxa, amiguinho haha… Ainda é possível você vencer alguém que tenha uma classe, e você também pode adquirir uma classe.

Ele explicou ao Alaric que era possível adquirir uma classe. Bastava você chamar atenção de alguma existência que fosse capaz de atribuir uma classe. Seres que faziam isso eram raros; havia deuses que também eram dotados dessa capacidade, mas eles raramente interagiam com os mortais na terra, graças a barreira.

Isso desanimou Alaric, quem iria dar uma classe a um órfão. O que a pessoa ganharia em troca? 

"Eu só queria ser útil para Gideon… Treino todo esse tempo para isso, mas se chegar alguém com classe, serei mais que inútil. Droga, droga!", pensava o jovem.

— DROGA!!!

— Calma, amiguinho!

O ódio tomava conta de Alaric, algo vinha junto com essa raiva. Sem conseguir controlar suas próprias atitudes, ele levantou em meio aos pedaços de caixotes quebrados. Olhou diretamente para Galdric, proferindo:

— Espadas de luz, apareçam — após o mesmo proferir essas palavras, três esferas de luz surgiram à sua volta. As esferas começavam a tomar forma.

Todos à volta ficaram assustados; nunca tinham visto algo parecido. Galdric não entendia o que estava acontecendo. As esferas esticaram e criaram pontas, cabos; a forma final delas eram espadas que só se eram vistas mais ao oriente daquele mundo, com um fio tão fino e afiado que poderia cortar os ossos de um homem em apenas um balançar leve.

— Assuma guarda, soldado — falou aquele que aparentava ser Alaric. Sua expressão tornou-se neutra, não esboçava nada. As espadas giravam no ar à sua volta.

Sem entender o que estava acontecendo, Galdric assumiu guarda. Em milésimos, após fazer isso, duas espadas de luz voavam em sua direção. Elas cruzavam os três metros a uma velocidade impressionante dilacerando tudo à sua frente, inclusive soldados azarados. 

— Esquiva Veloz! — ao ativar sua magia ele desviou, pulando entre as duas espadas que passaram reto. Assim que olhou para o suposto lugar que estaria Alaric, não tinha ninguém.

O tal, tinha aparecido por baixo de Galdric, ainda no ar depois de seu salto. Em um movimento com a espada em sua mão, Alaric cortou até o ar que estava em sua frente gerando um pequeno vácuo. Armadura que suportava até a mais afiada espada do reino, foi cortada igual alumínio fino, a pele na reta do corte foi dilacerada, os ossos foram ultrapassados e enfim chegou ao seu coração. 

Galdric foi arremessado longe, acertando as paredes do coliseu. olhou para Alaric e piscou, assim que abriu os olhos… O garoto já estava bem a sua frente. Sua íris, que era da cor clara, havia mudado um pouco, assemelhando-se a um tom branco fraco, adquirindo um leve brilho.

— Alaric… você… tinha uma classe.. cof cof… afinal. — Ele cuspia sangue, tinha um buraco indo do lado esquerdo de seu tórax até seu coração.

"Espadachim, mago, rei, divino? Qual a sua classe, garoto… Bom, eu não irei descobrir", pensava Galdric.

Os soldados em volta não sabiam como reagir, tinham medo de que a qualquer movimento, o monstro em sua frente os matava. Alaric começava a retomar sua consciência.

— Como!?? Como isso aconteceu!? O que ouve… urgh. — O jovem estava confuso, as memórias dos últimos minutos inundavam sua mente e ele vomitava. Seus olhos haviam voltado à cor normal.

— Não, não! Eu não fiz isso! eu não fiz isso! eu não fiz… — Ele colocou a mão em sua cabeça e se encolheu, enquanto começa a chorar.

— Garoto…

— Galdric! Me desculpe, desculpe….

— Ei... cof cof… não se preocupe…. Você… não tem culpa, tá bom? Eu já estava velho, iria morrer mesmo… mas Alaric... lembre-se… cof cof… torne-se cada vez mais forte e… no fim, descubra suas origens. Seu papel nesse mundo será mais importante que o… de um “Escolhido”. — Essas são as últimas palavras do honrado guarda, que saiu das favelas e chegou o mais alto que poderia nesse reino podre.

— NÃOOOOOOOOO!!!!!! — Alaric ainda não acreditava no que estava acontecendo em sua frente. 

Com ele indefeso e chorando em cima de seu mestre e amigo morto. Soldados do reino se aproximaram, acertando um golpe em sua nuca o fazendo desmaiar no chão de areia do coliseu. O amarraram, e jogaram nos calabouços do reino. Alaric, o garoto que tinha sido resgatado dos esgotos pelo "Escolhido", agora era um assassino, aprisionado.

— Extra, extra, extra. Jornal com a últimas notícias; garoto é preso acusado de assassinato! — gritava o jornaleiro, as notícias se espalharam rápido no reino.

— Eu quero um.

— Claro — disse o jornaleiro.

O homem caiu no chão ao ler a notícia, suas pernas não suportaram.

— Senhor? Senhor! Alguém me ajude! — O jornaleiro estava desesperado.

Uma mulher velha passou pelo local, e levou o senhor para sua casa.

Gideon chegou a sua casa.

— Vovô? O que foi? — Questionou confuso, e prosseguiu: — Senhorita Andra? O que faz aqui?

— Sente-se Gideon.

O garoto não entendeu o porquê disso, mas obedeceu.

— Então? — perguntou curioso.

— Alaric…

Ah! Já ia falar com você sobre ele vovô, ele decidiu treinar, acredita? Haha! Ele ficará forte, mas por algum motivo isso me deixa aflito… — Gideon sorria ao falar isso, enquanto colocava uma mão na cabeça.

Dolbrian ficou quieto, ele não sabia como responder ou dar a notícia, mas não tinha outra escolha. Ele se ajoelhou em frente a Gideon e falou:

— Gideon, o Alaric… Ele foi preso. Acusado de assassinato.

Gideon no instante que escutou arregalou os olhos, sua expressão era de desespero. Agarrou a cadeira que estava sentado e começou a apertar. Soltando suas primeiras palavras:

— Como? Diz que é mentira vô! Diz que é uma brincadeira de mau gosto, por favor… — falava Gideon, claramente querendo acreditar em sua narrativa.

— Queria que fosse Gideon, mas não é. Ele matou Galdric. — Dolbrian chorava ao falar.

Ninguém ali queria que aquilo fosse verdade, mas era.

Vamos resgatá-lo! — Estava determinado ao falar isso.

Dolbrian se surpreendeu com as palavras de Gideon, mas sabia que não era possível lutar contra um reino, praticamente sozinho.

Dolbrian abaixou a cabeça.

— Vô? Não me diga que você não vai fazer nada!? — Ele não acreditava no que via. — Como você pode ser tão covarde! Ele é seu neto também, ou eu pensei que era…

— Ele é! Mas não posso arriscar você também, seja realista Gideon! não podemos lutar contra o reino sozinho… Não seja prepotente! 

— Covarde! Eu não serei como você, eu salvarei Alaric se preciso.

— Não irá! Não quero perder meu outro neto, não agora…. — Dolbrian estava começando a ficar irritado.

— Não escutarei palavras de um falso avô, que não salva seu neto, quando precisa. — Essas palavras nunca tinham sido ditas antes.

Andra parou na frente de Gideon. Ela estava observando tudo, mas decidiu agir e deu um tapa nele.

— Respeite seu avô! — Tentava botar juízo na cabeça de Gideon.

O mesmo, após o tapa, sai correndo.

— Gideon!... Eu sou fraco, fraco. Não posso nem salvar meu neto, de novo na mesma situação de anos atrás… — Dolbrian lamentava toda situação.

— Você não teve culpa naquela época, igual não tem agora, você só não tem como agir. E, Gideon logo voltará para te pedir desculpas, ele é um jovem gentil. — Tentava acalmar Dolbrian, enquanto passava a mão por sua cabeça e o abraçava.

Ele olha para ela e a beija.

— É isso que me preocupa, ele é gentil demais e inocente demais. Ele pensa que pode enfrentar o mundo…

— Acho que por isso que ele é o "Escolhido", né? —  falou ela tentando animar o ancião.

— Sim é, pensarei em algo…

Gideon estava em uma viela da favela do reino, sentado em cima de uma caixa, pensando em como salvar seu irmão. De repente seu coração acelerou novamente, o ar começava a faltar como da outra vez. Era algo que ele não conseguia controlar.

Uma figura se aproximava. Gideon tendo aquela crise, não percebeu. A figura segurou sua mão, o fazendo se acalmar.

— Quem é você? — perguntou Gideon, assim que retomou todos os sentidos.

— Eu- …você qu- quer salvar seu irmão, né? 

Tais palavras fazem ele arregalar os olhos, como ela sabia? Ele não entendia, as únicas pessoas que sabiam sobre a relação dos dois era Dolbrian e Andra, então como?

— E-eu vi — falou ela como uma resposta para todas as dúvidas de Gideon.

— Viu? Como? Onde? — Eram tantas questões de Gideon.

Ela ergueu a mão e apontou para sua cabeça, como se tivesse dizendo: Aqui.

Gideon já tinha ouvido algo parecido, de pessoas que viam coisas em suas próprias mentes, como uma visão do próprio futuro. Ele estava desesperado e, aceitaria ou acreditaria em qualquer coisa.

— Você quer salvar seu irmão? — perguntou ela novamente.

Gideon em seu desespero respondeu: 

— Sim. — Ele não tinha opções.

Ela se aproximou mais dele, deu um beijo em sua bochecha e segurou sua mão novamente.

Ele não entendia o que estava acontecendo, mas seu coração estava acelerado. O que era esse sentimento em seu peito? Era algo novo para ele, ficou vermelho ao sentir isso.

— En- então vamos salvá-lo — falou ela, baixinho.

Um garoto conhecido como "escolhido" e uma garota desconhecida, partiram para o calabouço do reino, para salvar seu amigo assassino. Terão que lutar muito, e talvez no final consigam seu objetivo, Talvez.

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Notas:

Notas:

Aviso: Todas as ilustrações presentes na novel foram geradas por IA — já que atualmente não possuo recursos para contratar um ilustrador. —  Reconhecemos que a IA não é perfeita, portanto, a ocorrência de erros é inevitável. O objetivo é simplesmente proporcionar uma representação visual do que o autor imaginou inicialmente. Lembre-se de que as ilustrações são apenas uma interpretação básica e, por vezes, podem não estar totalmente em conformidade com a descrição fornecida. Recomendamos que considere sempre a descrição como a verdade principal, utilizando as imagens como um guia básico. Pedimos desculpas antecipadamente caso algo cause desconforto visual.

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