Sessão 7
Capítulo 173 — Eri e...
— Perspectiva de Eri —
“Encontrei você.”
Depois da escola, esperei que ela saísse.
Eu queria encontrá-la cara a cara e descobrir a verdade. Queria que ela me desse uma resposta honesta. Porque, sim, eu quero. Eu perdi minha família, meus amigos e meu amigo de infância por causa dela e de Kondo-kun.
“Ei, Tachibana-san!”
Chamei-a, tentando soar animada. Ela se assustou e me encarou.
“O que foi, Ikenobu-san? De repente assim?”
“É? Não fique tão surpresa. Somos amigas desde o ensino fundamental, certo? Só queria te perguntar uma coisa. Não quer voltar comigo pra casa?”
“Desculpe. Tenho algumas coisas pra fazer hoje.”
Ah… eu sabia, ela tem boa intuição. Essa vadia.
Mas se ela tenta fugir, é porque tem algo de que se sente culpada, não é? O que será? O que será?
“Entendo. Mas não vou te incomodar, é só um minutinho, tá? Não se preocupe, é só uma checagem rápida.”
Sem pedir, agarrei sua mão à força.
Tentei conversar com ela em um parque próximo, mas sem ouvir seus pedidos de “Ai, por favor, para!”, eu a levei à força.
****
“O quê? Me trouxe à força. Por mais que queira falar, isso é demais.”
Tachibana-san me repreendeu com um tom um pouco mais firme.
“Desculpe, mas tudo bem. Tenho certeza de que você me deve muito.”
O rosto de Tachibana-san ficou ainda mais pálido com essas palavras.
“Te devo? Não sei do que você está falando.”
Eu sabia, ela estava fingindo inocência.
Vadia! Mulherzinha má! Gata ladra! Mulher traidora! Uma sequência de xingamentos surgiu na minha cabeça.
“Entendo. Vou soltar logo de uma vez. Bem, vou colocar assim: eu fui ver o Kondo-kun, que está detido pela polícia. Ouvi tudo. Você me traiu por um bom tempo. Tudo.”
Ao ouvir essas palavras, ela ficou ainda mais pálida. É tão fácil de entender. Até acho isso fofo. Mas essa fofura me faz odiá-la cem vezes mais.
“O que isso quer dizer? Eu não sei de nada.”
“É, é, já sabia que você ia dizer isso. Sabia que ia fingir que não sabia.”
Ela parecia estar desesperadamente tentando pensar em desculpas, enquanto escondia o rosto pálido.
“Em primeiro lugar, não tinha como você ter visitado Kondo-kun. Desde que ele foi preso, ninguém além do advogado poderia visitá-lo. Além disso, que prova você tem de que eu te traí? Mesmo que pudesse ver Kondo-kun, que prova tem de que ele seria honesto com você? Não é só ele, transtornado por causa da própria queda, inventando mentiras que nunca existiram? Você deve estar fora de si pra acreditar nisso.”
Ahhh! Eu sabia, Tachibana-san era mesmo inteligente. Consegue dizer coisas que soam convincentes.
Mas sabe, Tachibana-san? Eu não vou facilitar pra você. Você vai ter que sofrer o máximo possível, e depois vai ter que ser destruída. Caso contrário, nunca vai entender o quanto eu sofri. Então, por enquanto, vou recuar um pouco.
“Entendo. Agora que você colocou dessa forma, pode estar certa. Me desculpe por vir tão de repente. Acho que perdi um pouco o controle.”
Tachibana-san me olhou aliviada, sem querer, quando recuei um pouco.
Ah, dar e receber é tão divertido. Isso faz meu coração tão feliz.
Você pode cair no mesmo abismo que eu caí.
Claro, eu não acho que serei perdoada. Fiz algo terrível com Kazuki. A pior sou eu. Mas posso descontar em vocês duas, que brincaram com meus sentimentos.
“Está claro?”
“Sim. Acho que você está certa. Então vou falar com os professores sobre isso.”
O rosto dela empalideceu ainda mais ao me ouvir.
“O quê?”
“Sobre o Kondo-kun. Ele intimidou um garoto chamado Aono Eiji desta vez, não foi? Pode haver outros crimes também. Então vou contar à escola o que Kondo-kun disse durante minha visita. Pode ajudar. Obrigada, Tachibana-san! Você me fez pensar em muita coisa.”
Ela ficou completamente pálida, como se em desespero, e suas pupilas se dilataram.
Isso deve tê-la forçado a agir.
Agora quero ver o que ela vai fazer. Mal posso esperar.
“Bem, até mais. Tachibana-san!”
Saí do local animadamente.
A bola foi passada pra ela.
— Perspectiva de Ai —
Soube, pelo relatório de Kuroi, que a reunião secreta entre Ikenobu-san e a gerente Tachibana terminou com sucesso. Mas agora o propósito de Ikenobu-san está claro.
Ela quer arruinar a gerente Tachibana, mesmo que isso custe sua própria vida.
O vazio envolve meu coração.
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