Sessão 7

Capítulo 151 — A Presidente Encurralada

 


— Perspectiva da Presidente Tachibana —

   Acabei não indo à escola. Os membros do clube me mandaram mensagens que pareciam gritos. Quase todos do clube foram interrogados. Nessas circunstâncias, eu só fui deixada de lado porque faltei. Não, não, não. Talvez estejam tentando aproveitar minha ausência para causar caos entre os membros do clube.

   Se os membros forem pressionados demais, o clube pode acabar se desintegrando como o do time de futebol. Todos estão desconfiados e se olhando como inimigos.

   Alguém pode já ter nos traído. Mas desenvolvemos uma contramedida. Tentamos ficar o mais em silêncio possível e agir como vítimas dos falsos rumores que estão se espalhando. Culpamos o time de futebol e fazemos deles os culpados. Tentamos silenciar os membros não envolvidos e afastá-los pelo medo.

“Vocês são iguais. Vocês que tentam fechar os olhos também são culpados.”

   É isso que estamos dizendo a eles. A punição em massa do time de futebol deve assustar a todos.

   Basta mantê-los com medo. Assim, todos não terão escolha a não ser obedecer, e saberão que precisam me ouvir para sobreviver.

   Além disso, eliminei todas as provas. Kondo-kun, o macaco, é tão estúpido que nem percebe que está sendo manipulado por mim.

   Também há notícias virais nas redes sociais que uso para coletar informações. Aparentemente, uma das mães idiotas do time de futebol protestou contra a escola e postou uma gravação de áudio na internet. Que estupidez. Mas essa é a maior oportunidade que Deus me deu.

   Se a notícia crescer o bastante, a escola ficará ocupada lidando com isso. Se isso acontecer, a investigação sobre o clube de literatura será adiada. Nesse meio-tempo, poderemos lidar com a situação. Quando tivermos mais tempo, será mais fácil manter as bocas fechadas.

“Não se preocupe, não se preocupe. Eu consigo resolver se for à escola amanhã e cuidar disso. Eu consigo…”

   Digo a mim mesma, forçando-me a manter a calma.

   Volto minha atenção para o site de postagens de novels no meu celular. Minha história me encara de volta, sem uma única visualização.

 

— Perspectiva de Eri —

   Cambaleando no caminho de casa, fui parada por um homem de terno.

“Com licença, você é Ikenobu Eri-san, certo? Posso fazer-lhe algumas perguntas?”

   Ele é educado, mas um pouco assustador.

   Por um momento pensei que fosse policial, mas ele não tinha essa aura.

“…Chamando alguém assim do nada…”

“Mil desculpas. Meu nome é Aoyama, sou detetive particular. Gostaria de lhe perguntar sobre o caso de Kondo-kun.”

   Ao ouvir essas palavras, senti um arrepio, como se o sangue tivesse voltado pelo meu corpo.

   Eu estava prestes a fugir, mas as palavras seguintes dele me atraíram como uma fruta doce, e inconscientemente parei meus passos.

“Na verdade, tenho boas relações com alguns policiais. Se você responder só uma pergunta, posso providenciar um encontro com o Kondo-kun.”

     Se você pode… fazer isso, pode me perguntar não somente uma coisa…

   Quis dizer isso, mas as palavras não saíram. A possibilidade de vê-lo é minha última esperança…

“Você promete?”

“Claro.”

   Eu duvidei, mas se for só responder, não deve ser tão arriscado.

“Entendido.”

   Apegando-me a essa esperança, aceito a proposta suspeita do homem.

“Então, apenas uma pergunta: como você e Kondo-kun se tornaram amigos?”

“O quê? Só isso? Isso… basta?”

“Sim, se você me disser, poderá ver o Kondo-kun amanhã.”

   Sem pensar, minha resposta saiu naturalmente.

“Foi num grupo de estudos que uma amiga organizou, e nós nos aproximamos lá…”

   Ao ouvir isso, seu rosto ficou levemente rígido.

“Posso saber o nome dessa amiga?”

“Bem, ainda estudamos na mesma escola, mas quase não nos vemos mais. É a Tachibana-san. Ela é a presidente do Clube de Literatura…”

   O detetive de terno sorriu com satisfação e me entregou seu cartão de visitas.

   No verso, havia uma anotação pedindo para eu encontrá-lo amanhã às 16h30 em frente à delegacia onde Kondo-kun supostamente estava detido.

“Até amanhã…”

“Ah, obrigada.”

   Ao se afastar, ele se virou.

“Mais uma coisa. Seu encontro com Kondo-kun pode ter sido uma armadilha…”

   No começo, eu não entendi o que ele quis dizer.

   Mas não consegui parar de tremer conforme as palavras se espalhavam pelo meu corpo.

   Quando percebi, o detetive já tinha desaparecido em algum lugar.

 

— Perspectiva de Kuroi —

   Relatei minhas descobertas para Ojou-sama. Aoyama é um pseudônimo que uso com frequência.

   Ai-Ojou-sama é realmente uma pessoa assustadora. Sua intuição é afiada demais.

   A mulher, Tachibana, estava envolvida? Ainda não há provas definitivas, mas uma conclusão pode ser tirada:

   Ela é, muito provavelmente, a mente por trás de tudo.

   E Ojou-sama…

“Será que ela vai até usar essa Ikenobu Eri? Para se aproximar da verdadeira mentora por trás disso tudo…”

 

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