Sessão 5
Capítulo 116 — Eiji e Endo
— Perspectiva de Endo —
Yumi e eu fomos a um fliperama em frente à estação. Era um lugar cheio de memórias — onde nós três costumávamos vir juntos. Eu jogava nas máquinas de pelúcia com a Eri e jogos de luta com a Yumi…
Só tenho lembranças felizes desse lugar. Aqueles dias alegres já ficaram no passado, e por muito tempo deixei de vir aqui. Mas agora, finalmente, consegui voltar.
Mesmo quando segui Kondo e os outros até aquele fliperama perigoso que eles frequentavam, senti repulsa…
“Ei, Kazuki! Vamos jogar aquele jogo.”
Ela apontou para o mesmo jogo daqueles tempos e sorriu.
“Já faz um tempo. Será que ainda lembro como jogar? Acho que esqueci todos os combos.”
“Eu sei, eu sei. Também faz tempo pra mim. Porque eu tinha decidido que, da próxima vez que viesse aqui, seria com o Kazuki.”
Ao ouvir isso, percebi que Yumi sentia o mesmo. Deveria ter consertado tudo antes. O arrependimento pesou no meu peito.
“Eu queria ficar nostálgica, mas... vamos resolver isso com socos e chutes. Nós dois nos machucamos, então esse é o nosso duelo de reconciliação!”
E assim tivemos o que poderíamos chamar de uma cerimônia de paz.
****
“Kazuki é mentiroso! Você não esqueceu os combos!!”
“Não é culpa minha. Meu corpo lembrou sozinho.”
Nosso “duelo de reconciliação” foi cheio de risadas. Yumi ainda não dominava bem os controles, acabou indo pro combate corpo a corpo sem saber direito e virou minha presa.
Foi divertido.
“Valeu, Yumi.”
“Também fazia tempo que eu não jogava, me diverti muito. Vamos jogar air hockey agora!”
Yumi correu em direção à mesa de air hockey, ignorando meu aviso.
Quando comecei a ir atrás dela, meu corpo acabou esbarrando em alguém…
“Oh, me desculpa.”
Ouvi uma voz feminina.
“Não, eu também me distraí…”
O rosto era familiar.
Ichijou Ai — famosa como idol da escola — e Aono Eiji.
Eram meus amigos preciosos.
“Aono... e Ichijou?...”
Minha voz saiu tremida, mista de confusão e vergonha por esse encontro inesperado.
Desde o incidente, eu não tinha mais contato com Aono-kun.
Se eu fizesse algo errado, o bullying poderia piorar, então escondi tudo o que fazia para que Eiji não percebesse.
Ele era minha última ligação com o mundo, depois que até Yumi eu havia afastado.
Por meio dele, acabei me aproximando de Imai e dos colegas — isso me deu esperança para continuar o ensino médio.
Por isso não quis envolvê-lo na minha vingança. Sabendo o quão gentil ele era, jamais escolheria a vingança. Eu seria o único a me sujar.
Eu era quem precisava parar Kondo.
Mas não consegui evitar. Na noite do primeiro dia de aula, enviei uma mensagem para ele.
[Eu acredito em você, Aono-kun.]
Ela não foi lida naquele dia. Talvez ele tivesse desligado o celular pra fugir dos comentários abusivos nas redes. Acho que a mensagem ficou enterrada ali…
“Endo! Que coincidência!”
Eiji me chamou com o mesmo tom de voz de sempre. Aquilo me deixou imensamente feliz.
“Kazuki, eles são seus amigos?” Yumi perguntou, curiosa.
“Meu nome é Eiji Aono. Endo e eu fomos colegas de classe no primeiro ano.”
Eiji respondeu antes mesmo que eu dissesse algo, sorrindo. Então, se aproximou e sussurrou no meu ouvido:
“Ela é sua namorada?”
Yumi pareceu ouvir o sussurro e sorriu de leve.
“Não, não! Nós somos amigos de infância, o Kazuki e eu!” Disse Yumi, sem entender muito a situação.
Eiji riu e comentou: “Que bom pra vocês.”
Ele parecia completamente recuperado de Amada-san.
“Aono-san, e essa garota linda ao seu lado? É sua namorada?”
Mesmo sendo de outra escola, Yumi se interessou pela garota bonita ao lado dele.
“Ah, desculpe o atraso. Sou Ichijou Ai, caloura do Eiji-senpai. E... ainda não estamos em um relacionamento.”
A resposta dela foi espirituosa, e combinou com a de Yumi. Todos nós acabamos rindo.
“Entendo, então vocês também não estão namorando. Ei, já que nos encontramos, que tal jogarmos air hockey em duplas?”
Yumi sugeriu, e ambos responderam ao mesmo tempo:
““Boa ideia.””
Fiquei tonto com a virada repentina dos acontecimentos.
“Ah, vocês dois podem garantir uma mesa primeiro. Endo e eu vamos conversar um pouco.”
Eiji, com naturalidade, acelerou ainda mais o rumo inesperado da situação.
****
“Então... o que você queria me dizer?”
Perguntei com cuidado. Mesmo assim, Eiji estava sorrindo com sinceridade.
“Obrigado, Endo. Me desculpe por não ter respondido sua mensagem, demorei pra conseguir abrir o celular, mas... graças à sua mensagem, eu consegui aguentar. Fiquei feliz por saber que não só a Ichijou-san, minha família, o professor e o Imai acreditavam em mim — mas também você, Endo, que mal me conhecia. Devia ter te procurado antes, mas muita coisa aconteceu. Não quis te incomodar, mas estou feliz por termos nos encontrado hoje, obrigado.”
Ao vê-lo se curvar com tanta sinceridade, tive a certeza de que não havia cometido um erro.
Senti que tudo realmente tinha valido a pena.
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