Magic Genesis Brasileira

Autor(a): Rafaela R. Silva


Volume 2

Capítulo 47: Grilhões da herança

Lanças e espadas formavam uma muralha impenetrável diante deles. Os rostos frios, marcados pela rigidez de soldados em alerta máximo, bloqueavam qualquer tentativa de diálogo. Nenhuma palavra, nenhum gesto amistoso, apenas o silêncio cortante da desconfiança.

— Mas o que está acontecendo? — indagou Lenna, os olhos arregalados diante da recepção hostil. — Por que estão nos recebendo assim?

— Calma, garota — disse Ector, avançando um passo à frente, firme. — Sou Ector Brugnar, comandante da Guarda dos Reinos. Exijo falar com o responsável por esse esquadrão.

Assim que sua voz ecoou com autoridade, os soldados, como engrenagens perfeitamente ajustadas, se moveram em sincronia. Separaram-se em duas filas compostas por doze elfos no total, formando um corredor estreito e imponente. Os elmos giraram ligeiramente, mas nenhum desviou os olhos da linha de defesa.

Do fim do corredor, passos lentos e precisos anunciaram a chegada de quem liderava o destacamento.

Era um elfo alto, de postura impecável, que parecia carregar o peso de cada decisão com disciplina forjada ao longo de muitas décadas. Os cabelos castanhos, lisos e curtos brilhavam sob a luz morna que atravessava as nuvens. Sua pele clara tinha o leve tom dourado de quem já conheceu o calor das florestas ensolaradas. Seus olhos eram duros como pedra, atentos a cada detalhe.

Vestia um traje mais refinado que os demais. Uma armadura parcial com ombreiras, grevas e manoplas de um material escuro como ônix polido, marcado por detalhes em cinza grafite. A túnica verde-oliva que caía sob a couraça parecia mais que um uniforme: um símbolo de comando e história. Elegância e robustez se encontravam, mas sem espaço para ostentação.

Quando chegou diante de Ector, parou com a precisão de um ritual ensaiado. Seu olhar percorreu cada rosto do grupo, antes de cravar nos olhos do comandante.

— Ranwen Elran, senhor. Líder do Esquadrão Silvestre do Norte — disse com voz firme e controlada, recolocando a espada na bainha com um movimento silencioso e calculado.

Apesar da formalidade na apresentação, a postura dos soldados não se alterou. Permaneciam firmes, imóveis como estátuas vivas, olhos frios e fixos nos forasteiros. Era uma recepção gélida e quase hostil, ainda mais se considerada a patente de Ector, teoricamente um aliado e superior hierárquico em tempos de necessidade.

— Peço desculpas, comandante — prosseguiu Ranwen, com o mesmo tom sereno, porém inflexível — mas temos ordens claras a seguir. A estabilidade do reino depende da manutenção da ordem e do controle de fronteiras.

A voz de Ranwen era calma, sem hesitação, mas havia algo no olhar, um aviso contido, como se dissesse que nenhuma autoridade externa se sobrepunha à de Nifhéas dentro de suas muralhas. Era inegável que a chegada do grupo havia chamado atenção, e não de forma favorável. Seus modos incomuns e a postura nada reservada apenas reforçavam a desconfiança que já pairava no ar, dando razão à vigilância cerrada.

— Não entendo o motivo de todo esse alarde, meu caro — questionou Cázhor — não que outras raças sejam recebidas aqui com banquetes e flores, mas já estive em Nifhéas antes, e nunca experienciei tamanha agressividade.

— Compreendo, senhor Wilheiman. Creio que houve apenas um mal-entendido. Mesmo assim, peço que nos acompanhe para esclarecer a questão...

— Ah! Então ele conhece o senhor. Que bom!! Vai tudo se resolver — murmurou Lenna, num tom baixo, mais para si mesma do que para os outros. Mas suas palavras não passaram desapercebidas.

Ranwen parou no meio da frase. Seu pescoço girou lentamente, e os olhos castanhos fixaram-se nela como lâminas. Num movimento quase imperceptível, três lanças mudaram de posição, apontando diretamente para a jovem maga. Não houve gritos, apenas o som sutil e sinistro do metal se movendo com exatidão.

— Você — disse ele, num tom que gelou a espinha da garota — não é bem-vinda em nossas terras. Peço que se retire.

Os soldados atrás dele fecharam a formação, levando Lenna a recuar instintivamente. O coração da maga acelerou. Seu corpo ficou preso entre o impulso de resistir e o temor de provocar algo irreversível. Os olhos se arregalaram e os dedos tremeram ao deslizar pela barra do manto, como se buscassem um apoio que não existia. Tal atitude apenas relembrava o grupo das marcas deixadas por uma história moldada para ocultar os podres de um governo corrompido. Vladmyr franziu o cenho; seu corpo quase respondeu por reflexo, mas conteve-se, consciente de que qualquer ação impensada poderia tornar a situação ainda pior.

Cázhor estava prestes a intervir quando uma voz cortou o ar.

— Ela está a meu convite — declarou Eduardh, firme e direto.

O silêncio que se seguiu foi imediato. As lanças não avançaram. Ranwen o fitou, levemente surpreso.

— Peço desculpas, senhor...? — indagou, a voz menos afiada, mas ainda desconfiada.

Houve uma breve pausa. Eduardh pareceu resistir à resposta. Seu maxilar se contraiu, como se pronunciar aquele nome trouxesse um fardo antigo e indesejado. Mas o olhar dos soldados era irredutível. Aquilo não se resolveria sem uma afirmação clara.

— Eduardh... Fëanor.

As sílabas saíram tensas, como pedras arrancadas da garganta. No instante em que o nome ecoou, o ar pareceu mudar, como se uma pressão invisível atravessasse o ambiente.

— Fëanor...? — repetiu o soldado, erguendo uma sobrancelha, com um meio sorriso que misturava incredulidade e cautela. — Devo deixá-lo ciente de que poucos aqui ousam pronunciar esse nome sem autorização, e que se passar por alguém da realeza é condenar-se à pena de morte, sem direito a julgamento.

Antes mesmo que Eduardh pudesse responder, do interior de suas vestes, algo se agitou. Um pequeno vulto negro emergiu devagar, espreguiçando-se com suas asas curtas. O filhote de dragão subiu pelo braço de Eduardh e, ao se sacudir num movimento agitado, empurrou o capuz que ainda cobria parte do rosto de seu dono. O tecido deslizou, revelando-o por completo.

“Desde quando ele...” Lenna não conseguiu manter a sua linha de raciocínio.

A visão surpreendeu até mesmo seu próprio grupo. Durante vários dias de caminhada, ele se ocultara sob as vestes, protegendo-se e evitando que notassem as mudanças que ele próprio ainda não compreendia por completo. Agora, exposto à luz do dia, os traços que se revelavam eram raros e incomuns entre as linhagens élficas, uma marca viva e exclusiva da herança real que carregava. O nome causara o primeiro impacto, mas era a aparência atual, inconfundível e exclusiva da linhagem, que selava a verdade sem espaço para dúvidas.

— Perdoe-nos, senhor — balbuciou Ranwen, a voz vacilando, quase num sussurro desesperado. — Nós não... não sabíamos...

Os soldados recuaram como se fossem atingidos por uma força invisível. Um a um, ajoelharam-se diante de Eduardh, com a cabeça baixa e as espadas cravadas no chão, em sinal de respeito absoluto. O som do metal contra a terra foi abafado pelo murmúrio contido de alguns elfos que, à distância, assistiam à cena sem ousar se aproximar.

Eduardh sentiu um peso apertar o peito, desconfortável com a reverência que não buscava. Revelar seu nome dessa forma, exposto e quase temido, fazia cada passo ecoar em sua alma com a lembrança amarga de tudo o que carregava. O passado, mais uma vez, tomava forma, atraindo olhares inquietos. Era uma situação tensa, onde respeito e medo se misturavam, e ele desejava, mais do que tudo, não ser o centro daquele silêncio carregado.

A aparição do filhote de dragão por si só já seria suficiente para abalar qualquer soldado. Nenhum deles, em toda a vida, havia sequer sonhado em ver uma criatura dessas ainda viva, muito menos de tão perto. O assombro estampava-se em seus olhos, um misto de medo e fascínio diante do impossível.

Mas o nome Fëanor ecoava com a mesma força, carregando um peso que os fazia vacilar ainda mais. Entre a visão rara e a revelação do sangue que esse nome trazia, a dúvida os atravessava como lâmina. Visivelmente hesitantes, dividiram-se em silêncio, abrindo caminho, como se o próprio ar ao redor tivesse se tornado denso demais para ser rompido.

— Creio que aqui não seja o melhor lugar para o senhor, insisto que nos acompanhe — disse um dos guardas, com a voz firme, porém carregada de apreensão.

A presença de Eduardh dominava o cenário, e seu próprio grupo estava estarrecido com a revelação. Finalmente, tudo fazia sentido. Todo o temor que ele demonstrava em seguir para o reino de Nifhéas se explicava nesse nome silencioso.

"Então era isso que o senhor Sthef quis dizer ao pedir para manter a descrição sobre a participação dele no grupo..." Cázhor, ainda incrédulo, sussurrava para si, sem acreditar totalmente.

A aparição do filhote de dragão e o nome Fëanor provocaram um misto de espanto e tensão entre os populares. Alguns se encolheram nas sombras das barracas e das colunas, os olhos arregalados e a respiração contida, como se a presença de um nobre fosse um peso quase tangível. Outros permaneceram imóveis, fascinados, observando cada detalhe de Eduardh, da postura firme aos traços raros que denunciavam sua linhagem. Pequenos murmúrios percorriam a multidão. Alguns eram de admiração e reverência, enquanto outros carregavam desdém. Braços cruzados, cenhos franzidos e olhares de reprovação denunciavam o ressentimento de quem não aceitava a autoridade da realeza ou julgava injusto o privilégio que ela representava.

Mesmo diante desse turbilhão de reações, os guardas avançaram, liderados por Ranwen. O grupo seguia a estrada que se estendia diante deles. Ela parecia absorver cada passo, prolongando-se por milhas além do que a visão alcançava. O silêncio era pesado, quebrado apenas pelo ritmo dos passos contra o solo morno e irregular, cada toque ecoava entre as paredes baixas e arbustos nas margens.

Lenna caminhava em silêncio, o rosto marcado por uma frustração contida. Apesar de Eduardh se declarar seu amigo, parecia que ele não confiava nela ou não se sentia seguro o suficiente para compartilhar tal informação. A sensação de exclusão queimava no peito de Lenna, misturada ao peso do julgamento silencioso e desconfiado que sentia a cada passo. Eduardh, por sua vez, percebia a distância, mas se conteve, resistindo ao impulso de correr até ela para esclarecer tudo. Não era o momento.

Vladmyr apertava o punho, seu olhar uma mistura de surpresa e ressentimento. Cázhor tentava disfarçar a surpresa, mas a dúvida e a incredulidade o consumiam internamente. Ector, sempre firme, mantinha a compostura, porém seus olhos denunciavam uma leve preocupação e desconforto.

À medida que caminhavam, a mudança no ambiente se tornou visível e palpável. À frente, já se podia distinguir a entrada do posto da guarda, marcada com precisão quase geométrica, sinalizando a linha que separava os elfos silvestres da região nobre, território controlado pela classe burguesa e pela alta nobreza. Embora ambos os lados apresentassem construções bem organizadas e alinhadas, a diferença no material e na finalidade era clara. Do lado dos silvestres, casas simples, robustas e funcionais se entrelaçavam com a natureza ao redor, refletindo trabalho e conexão com a terra. Já do lado nobre, mansões e pequenos castelos ostentavam riqueza e poder, cada pedra e ornamento lembrando a todos da hierarquia e dos privilégios antigos.

Os moradores da região nobre caminhavam com elegância rígida, impecáveis em cada gesto, como se fossem guardiões de uma tradição secular. Parecia não haver brechas para sentimentos. Entre eles, os silvestres apareciam mais discretos, mas firmes, representando a força produtiva e a base trabalhadora do reino. A distinção era clara e visível, e os olhos atentos do grupo captavam cada detalhe, absorvendo tanto a beleza quanto o peso social da divisão.

Quando finalmente chegaram à fronteira dos distritos, uma carruagem aguardava à distância, imóvel e silenciosa. Ricamente adornada com detalhes em prata e dourado que brilhavam sob a luz do sol, os cavalos negros de porte pesado relinchavam e batiam os cascos com ritmo firme, preparados para a severa subida que se seguia. A presença da carruagem reforçava, mais uma vez, a diferença entre os mundos que eles estavam prestes a atravessar.

Os guardas da Ala Nobre Sul assumiriam a custódia dali em diante, mas um recado inesperado chegou:

— A presença do líder do esquadrão silvestre do Norte foi exigida — anunciou o oficial, a voz fria e formal, fazendo a espinha de Ranwen gelar.

Não era comum que as tropas fossem convocadas para outro perímetro. E, dadas as circunstâncias, ele sabia que algo ruim estava por vir.

— Por favor, senhor, nos acompanhe — pronunciou o oficial a Eduardh, com a cabeça baixa em sinal de respeito.

Ele indicou a enorme carruagem e, sem questionar, Eduardh entrou. Sua expressão fechada denunciava que qualquer resistência seria inútil.

— Quanto aos demais — continuou o oficial — peço que sigam para a outra carruagem.

A separação foi rápida e, enquanto a carruagem de Eduardh começava a subir pela trilha íngreme, os olhares do grupo se cruzavam, carregados de emoções confusas, surpresa, medo e frustração. A revelação deixara o grupo incrédulo. Nem mesmo Cázhor, que sempre parecia ter uma resposta pronta para qualquer assunto político, conseguira disfarçar o impacto. Sua expressão séria denunciava mais surpresa do que gostaria de admitir.

A carruagem seguia lentamente, arrastando-se pela trilha íngreme onde Eduardh avançava à frente. O silêncio era esmagador, apenas quebrado pelo trotar compassado dos cavalos e pelo sopro pesado de suas narinas. Não fazia frio ali, mas também não havia calor. O ar era morno, apático, como se o próprio clima refletisse a estranheza da situação.

O interior da carruagem era tão imponente quanto severo. As cortinas espessas, de veludo em tons bordô e cinza fechado, filtravam a luz em feixes melancólicos. Os assentos, largos e rígidos, eram estofados de couro firme, acolchoados apenas o suficiente para manter a postura ereta, como se até o conforto tivesse limites. Os detalhes dourados emolduravam cada curva, os entalhes eram meticulosos, e até os nichos para taças e vinhos exibiam a frieza de um luxo calculado. Nada ali evocava aconchego; tudo exalava poder, disciplina e dureza.

Era ampla, capaz de abrigar com sobra o grupo e os guardas da Ala Nobre Sul. Ranwen, o líder do Esquadrão Silvestre do Norte, permanecia à extrema-esquerda, um tanto isolado. Sua postura era impecável, mas Lenna percebia as ondas de mana que tremulavam ao seu redor. Desde a luta contra Varbbek, uma visão quase sólida da mana se manifestava com mais frequência. E, no caso de Ranwen, não havia como ignorar; o ar parecia distorcer-se em torno dele, como se o temor da convocação que recebera se materializasse em seu corpo, escapando aos poucos como uma névoa invisível aos demais.

Lenna, porém, mantinha-se junto à janela direita, contemplando o horizonte pela fresta estreita das cortinas. A paisagem era de tirar o fôlego. O outono incendiava a terra em laranjas e dourados. Folhas caíam como brasas brandas ao vento. Os campos se estendiam, bem cuidados, entre estábulos sólidos e casas comerciais de arquitetura refinada. Mais adiante, construções delicadas e imponentes se erguiam entre montes e montanhas, algumas tão altas que as nuvens se desfaziam contra seus cumes, rasgando-se em véus brancos contra o céu que ardia em âmbar.

— Tenho certeza de que ele tem um bom motivo para não ter falado nada a nós, garota. — A voz grave de Ector rompeu o silêncio, firme, mas carregada de apreensão.

Lenna apenas fez um gesto breve com a cabeça, confirmando que ouvira. Seus olhos, porém, continuaram fixos na paisagem, presos à janela, refletindo um brilho triste.

Vladmyr, sentado ao seu lado, também sentia o peso da situação. Podia não se dar tão bem com o elfo, mas, à sua maneira, o considerava um companheiro. A rivalidade que cultivavam havia se convertido em algo próximo da amizade, áspera e cheia de provocações, mas ainda sustentada por um estranho respeito. E ver Lenna tão abalada pela ausência de Eduardh o atingia de uma forma confusa. Não por ciúmes, mas por algo mais cru. A dor de testemunhar alguém que se sente deixada para trás, de novo, como se nunca fosse digna de confiança.

O olhar dele se desviou para a mão da garota, repousando sobre o estofado.

"Quero confortá-la. Não quero vê-la sofrer por mais ninguém..."

Era desejo e, ao mesmo tempo, uma ordem que se impunha a si, um peso que se chocava contra a rigidez de soldado que cultivara por anos. Cada fibra de seu corpo parecia resistir, mas, mesmo assim, sua mão se moveu, hesitante, em direção à dela, como se atravessasse uma barreira invisível entre a disciplina e o impulso.

— Ele deve estar se sentindo sozinho lá... — Lenna murmurou, num fio de voz que parecia ter atravessado todas as muralhas de Vladmyr.

O gesto dele cessou no ar. Recuou, disfarçando a ação.

— Ele sabe que estamos aqui. Só acredita que pode aguentar tudo sozinho... — Sua resposta veio firme.

As palavras carregavam um duplo sentido claro. Lenna percebeu e a compreensão a atingiu como um toque suave. Não era apenas sobre Eduardh. Era sobre ela mesma.

Com um suspiro breve, deixou o horizonte escapar dos olhos e se apoiou no ombro de Vladmyr. O gesto simples, de se aninhar ao lado dele, fez com que o oficial perdesse parte da rigidez que lhe era natural. A surpresa em seu peito foi imediata e agradável. Ele sorriu, acreditando que fosse apenas isso, um instante de conforto silencioso.

Mas, quando já acreditava que Lenna voltaria a se fechar no silêncio, sentiu seus dedos finos e quentes entrelaçarem-se aos seus, que ainda repousavam sobre o estofado. O toque foi tímido, hesitante, e aos poucos os envolveu em um calor íntimo que nenhum dos dois esperava.

Vladmyr ergueu levemente as sobrancelhas, surpreso, inclinando sutilmente o rosto na direção dela. Porém, não hesitou. Correspondeu com uma delicadeza contida, pressionando sua mão apenas o suficiente para que Lenna soubesse que ele estava ali, e não a deixaria sozinha.

— Chegamos. — Foi nesse instante, quando o entardecer já tingia os céus de rubro e púrpura, que a voz de Cázhor se ergueu, firme e carregada de expectativa.

A carruagem desacelerou diante dos portões dos Fëanor. A entrada era monumental. Jardins vastos, fontes cintilantes, estátuas em mármore, estufas floridas, pátios de treino, bibliotecas e casas auxiliares que compunham um território inteiro, muito além de uma simples mansão. Tudo ali exalava grandeza e rigor.

No entanto, por trás da beleza estonteante, algo no ar se mostrava pesado. A atmosfera parecia segurar a respiração, como se as próprias paredes do domínio guardassem segredos não ditos.

As dobradiças do portão rangiam alto, metálicas. Os paredões se arrastavam como um presságio, convidando-os a entrar.

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