Volume 1 – Arco 2
Capítulo 147: Aventura Adolescente
20:33.
Aquela noite tinha um gosto amargo, diferente de tudo que experimentara.
Silêncio...
Katherine não dizia absolutamente nada.
Toda a tarde no escritório, trabalhando separados em dois computadores diferentes. O silêncio incomodava Louis. Sentia-se culpado por deixar aquilo acontecer. Deixá-la sofrer por algo que sabia que a mesma não tinha controle ou poder.
Sua vontade de viver ia embora dia após dia, mas mesmo assim se levantava e seguia até o trabalho. Era a única coisa que sabia fazer, trabalhar e fingir viver... Em sua adolescência, uma vez seu falecido avô por parte de pai o levou para ensiná-lo a dirigir na roça.
Tinha um Ford 147 bege, e, com as mãos naquele volante fino, descobriu uma paixão em dirigir veículos, embora em toda sua fase adulta deixou sua paixão de lado pelo objetivo e eficiência que seus teletransportes o entregavam.
Naquela noite, Louis teve uma ideia. Pediu para que um motorista deixasse um carro na porta da escola. Não iria embora. Iria passear dirigindo algo depois de anos sem tocar em um carro.
Os trabalhos se encerraram. O dia não estava sobrecarregado como o homem costumava deixar para tentar manter sua cabeça o máximo ocupada possível para não idealizar a mesma explodindo com uma munição de calibre doze.
Desligou as luzes... mas não bateu sua palma.
— Vamos — chamou.
Katherine não contestou, somente o seguiu pelos corredores em luzes baixas. Agentes que cuidavam da escola durante a noite rondavam pelos corredores, e dois cumprimentaram Louis. O olhar do homem pardo era autoexplicativo para o diretor: o carro já o esperava.
Chegaram.
Uma Mercedes-AMG E 63 S 2017 preta lhe aguardava. Não deixou claro o carro que queria. Pediu algo confortável e foi o que trouxeram para o diretor dirigir. Abriu a porta do passageiro e estendeu o braço para Katherine entrar. Não entendeu, mas obedeceu o pedido.
Louis foi até o outro lado do carro e entrou. Retirou o sobretudo e jogou-o no banco de trás. Katherine imitou-o quando o mesmo olhou-a e deu um sorriso de rosto. Vrrrrruurm... o som do ronco lhe trouxe um gosto daquele dia tão especial. Mas não tinha como comparar a potência do velho 147 com aquele carro que tinha suas mãos no volante.
Arrancou.
Minutos depois dirigia pela Marginal Tietê Pista Central... Pouco tempo depois subia a Rod. dos Bandeirantes. SP-348. Acelerava. Sentia o carro. Era melhor que uma terapia cara, de casal ou individual, não importava, embora a cada carreta que ultrapassava sua mente gritava para jogar na traseira reforçada.
Katherine não entendeu onde iam. Nunca foram embora de carro, mas tinha certeza que não era naquela direção específica... Minutos depois nas laterais só tinham vegetação e mato alto. Continuava subindo, Vila Perus e Perus já haviam ficado para trás.
Instantes depois entraram no território de Caieiras. Louis continuava acelerando. Queria um lugar calmo, isolado e que não fosse tão distante de casa. Katherine olhava para fora da janela fechada. Via um pouco do reflexo do próprio rosto entristecido dos acontecimentos do dia, quando uma mão firme tocou sua coxa esquerda.
Olhou para Louis. Louis não a olhava. Mas mantinha uma mão no volante, sua atenção na estrada e a outra mão acariciando a pele da "amada". Forçava um sorriso confiante de boca fechada. Queria trazer-lhe uma alegria, mesmo que forçada de volta.
O sexo continuava extinto na relação. Mas uma coisa que Katherine não conseguiu ver além do olhar do agente pardo que passou ao lado no corredor, foi que o homem entregou um comprimido de tadalafila discretamente na mão de Louis.
Tinha medo... não sentia atração. Seu corpo embora não fosse tão velho, não era tão novo para qualquer coisa conseguir deixá-lo duro.
Quando a mulher entrou no carro, no meio tempo que não o olhava, Louis engoliu o comprimido azul. O tempo de viagem era o que criou para o remédio fazer efeito e conseguir entregar a ela o que queria. Uma relação longa, para parecer que ainda amava.
Começava.
Louis ficou levemente suado, embora o ar-condicionado estivesse ligado. Um pequeno rubor em seu rosto. Mesmo tendo uma pele clara, não era comum tal vermelhidão. Katherine continuava olhando-o. Louis passeava com a mão na coxa, ameaçando ir mais para dentro da saia... mas chegaram.
Uma parada como qualquer outra de viagem de ônibus. Um restaurante, um posto de gasolina e um estacionamento generoso.
Entrou.
Dirigiu até a vaga mais distante e estacionou.
Olhou.
Direto nos olhos da mulher que não sabia como reagir àquilo tudo.
Agiu.
Levou a mão até o rosto da exterminadora... e a puxou quase com brutalidade. Mwmnmrr... beijou-a grunhindo como um animal. Katherine não entendeu, mas também não queria entender.
Sentiu seu corpo ser segurado e dois segundos depois sentava no colo do macho, enquanto o sentia passear com as mãos em sua bunda, forçando-a no colo, beijando-a na boca com muita sede.
Começava a subir a saia curta pelas curvas. A calcinha foi revelada. Com pressa desabotoava a calça. Prririnn... Prririnn... mas uma ligação chegou. Ao entrar no carro, o bluetooth ligado foi conectado no rádio. Não se importou. Jogou a mão na tela e a rejeitou.
Prririnn... Prririnn...
Rejeitou.
Prririnn... Prririnn...
O clima foi destruído.
— Atende, deve ser importante — disse ela, embora a voz mostrasse frustração.
O rosto de Louis era abatido. Katherine saiu de cima, ajeitou a saia e foi o momento que os dois viram quem que ligava... o presidente.
Atendeu:
— Alô, presidente?
— Louis, eu não consigo entrar em contato com Alissa, preciso que fale com ela — respondeu em tom urgente.
Katherine fechou a cara e olhou para a direita, o mais distante que conseguia naquela janela.
— O quê? Por quê?
— O presidente da Argentina me ligou pedindo para enviá-la até uma pequena província de Buenos Aires. Se chama Punta Indio. O exército argentino está lá. Uma espécie de ovo imenso surgiu próximo de um jardim de infância. Testaram munições de calibre alto e não foi efetivo. É uma Calamidade. Consegue mandá-la até lá?
— S-ss... — Olhou para Katherine, quase escutava um choro baixo vindo da direção, mas trabalho era trabalho e sua vida... era trabalhar. — Sim, consigo. Vou ver como é o lugar, e vou comunicar sua filha para ir até lá.
— Obrigado.
Humberto Kubitschek desligou.
Silêncio...
Olhou para a mulher... pensou em falar algo mas não conseguiu. Levou sua mão até a perna... mas antes de tocá-la, ouviu, no mesmo tempo que Katherine puxou o membro, afastando-o dele:
— Vai... liga pra ela. Meu tio pediu — murmurou sem olhá-lo. Era notório o som embargado de lágrimas desoladas.
Louis tentava se manter lúcido. Respirou fundo e achou o contato da mais forte. Ligou... recusado. Ligou de novo... recusado. Mais uma vez.... Mais uma vez. Mais uma vez. Mais uma vez... atendeu:
— É bom que seja importante, se não eu juro que mato você — rosnou do outro lado da linha. Tomava seu típico banho de banheira, se embebedando e escutando músicas calmas para sofrer com mais um livro triste e clichê que acabou de ler.
— Seu pai ligou...
— Isso não é importante.
— Uma Calamidade surgiu na Argentina. Um ovo estranho foi encontrado. Me pediu para enviá-la até lá. Disse que não conseguiu se comunicar com você.
— Claro. Todos daquela família patética estão bloqueados em tudo.
— ...
— Harff... Vou ir me vestir.
— Ok. Quando acabar, me avisa quando estiver na recepção. Só conheço lá, então consigo te teletransportar de lá até a província que tem que ir.
— Não.
— ...Oi?
— Trás o Nino. Fique com ele aí. Vou me arrumar, você me puxa até aí e manda eu e ele até lá.
— ...Pra quê?
— Vou colocá-lo para lutar com a Calamidade. O que mais seria?
— Ah... ok.
Alissa desligou.
Pesquisou pelo lugar no celular, encontrou imagens e não precisava de mais nada além disso.
Louis olhou para Katherine, mas a mulher não olhava-o.
— Vou... Vou buscar o menino, ok?
Viu-a balançar o rosto concordando, embora de costas.
Clap!
Louis surgiu na sala que Alissa lhe mostrou uma foto do Palace. O terceiro esquadrão levou um susto com a aparição repentina do homem. Jogavam truco paulista no momento, mas as cartas de Thales voaram com seu salto de gato.
No segundo em que o caos do susto se instalava, Louis viu Nino e logo ergueu outra, Clap!
Surgiu em frente ao carro no estacionamento. Mas não só com Nino. Nina e Nathaly também foram puxadas... os três sem entender o que estava acontecendo. Nino com duas manilhas na mão que roubou. Coitado... Nem pôde gritar na orelha do melhor amigo um trucaço.
— Ué? — resmungou Louis, sem entender.
Clap!
Tentou mandar Nina e Nathaly de volta... mas Nino foi junto com as duas.
Clap!
Tentou trazer somente o menino... mas Nina e Nathaly também vieram juntos.
— Ué? — resmungou novamente, tentando entender, enquanto os TriN também olhavam para o diretor, buscando informações enquanto mantinham os olhos arregalados de dúvida.
Brr...
O celular vibrou. Era Alissa mandando uma mensagem. Já havia se vestido e aguardava o teletransporte. Clap! Surgiu. Katherine olhou-a por um momento, mas desviou o olhar para o lado quando viu a prima virar o rosto na direção do carro.
— Que lugar é esse? — questionou ela.
— Longa história — respondeu ele.
— Nem inicie, então. — Olhou para os filhos adotivos. — Por que os três estão aqui?
Louis não quis responder com palavras.
Clap! ... Clap!
Lançou duas palmas. Mandando-os de volta e trazendo-os de volta com os três parecendo passarinhos recém-nascidos. Curiosos com o mundo que ainda não entendiam.
— Não consigo puxar só ele. Os três vêm sempre. Não faz sentido.
— Tá, tá, tá... — reclamou com indiferença, gesticulando com as mãos cobertas pelas luvas, olhos fechados. — Quando acabarmos o trabalho, vou mandar uma mensagem. Você me deixa no meu prédio e os três de volta no Palace.
— Ok.
Silêncio... Os TriN ainda com olhos gigantes.
— Vai nos mandar não?! — abriu os olhos, irritada.
— A-ah, desculpa!
Clap!
Os quatro surgiram na província. Louis viu onde ficava o jardim de infância informado e deixou-os em uma rua chamada Lavalle. Ao surgirem, já viram centenas de soldados armados e tanques de guerra prontos para um embate, mesmo que fosse inútil.
Alissa saiu andando e os três, ainda cheios de dúvidas, seguiram-na.
— ¿Qué está pasando aquí?
Viu um soldado com um uniforme diferente e cogitou que fosse um general ou ao menos alguém com mais influência ali do que um soldado comum. Chegou e perguntou-o. O homem virou-se com um leve susto e todos os soldados reconheceram o Pilar da Humanidade diante deles.
— A-a-apareció este huevo extraño y ninguna munición que probamos logró perforarlo. Sospechamos que se trata de una Calamidad. Nos avisaron de tu llegada, gracias por venir. Si necesitas algo... — gaguejou de início... Qualquer um gaguejaria diante de uma mulher tão forte e bela. Falou tudo com o rosto baixo, não conseguia manter contato visual.
— Váyanse. No tienen de qué preocuparse — cortou-o, mandando se retirarem, o que queria fazer ninguém poderia ver.
— ¿Está seguro? — ergueu o rosto e perguntou.
— Absolutamente.
— Claro...
O homem virou-se e, como muitos já haviam escutado a conversa, começaram a preparar a retirada de equipamentos e maquinários. No tempo que isso acontecia, Nina e Nino encaravam a mulher de costas.
— Espanhol é engraçado, né? — ponderou Nathaly.
— Conversaram em português.
— Conversaram em português.
— Espanhol!
Os dois olharam para ela, afirmando novamente em sincronia.
— Foi em português.
— Foi em português.
Os três se encararam de olhos semicerrados e Alissa chegou de repente.
— Como estão as férias?
Os três encararam-na com o mesmo olhar fechado... Alissa se sentiu coagida.
— ...Tá, tá... Só essa vez, prometo que não vou tirá-los de lá de novo.
— Por que estamos aqui? — perguntou Nathaly.
— Parece que aquela coisa brilhante lá — apontou na direção do ovo de seis metros — é uma Calamidade. Aí fui chamada para eliminá-la.
— E o que temos a ver com isso? — perguntou Nino.
— Que você que vai matar... — Alissa aproximou o rosto do dele, e o posicionou ao lado, para cochichar bem no fundo da orelha esquerda, enquanto o jovem se sentia acuado. — Vai matar usando o tal olho que disse — cochichou e afastou-se.
Nino ficou sem reação, Rag quase deixou o corpo fugindo de lá.
Minutos depois estavam sozinhos, diante do ovo verde-neon, misturado com amarelo e lilás. Era possível ver uma silhueta. Parecia um mosquito da areia, em proporções imensas. Translucido, meio amarelado com listras pretas no corpo.
— Vamos, chame o olho e destrua essa coisa — ordenou.
Nino olhou-a e voltou-se ao ovo imenso.
— Rag... — chamou e Rag surgiu. O olho que deveria aterrorizar tudo e todos tinha vergonha e receio de encarar Alissa, chegou a olhá-la de canto, mas não manteve mais que centésimos de segundo de contato visual.
— Ahh... O nome dele é Rag, é?
— Sim...
Rag olhou para Nino como se o menino o estivesse deixando de oferenda para um Deus devorar.
— Pera... Desde quando você sabe sobre eles? — questionou Nathaly. Alissa olhou-a.
— Nino me contou... Falou sobre outras coisas também, coisas essas que eu queria ter escutado por outra boca, sabe? — estreitou o olhar olhando a filha. Jogou uma reta. Já havia "conversado" sobre com Nathaly, mas nessa conversa, não havia entrado que ela sabia que os dois eram demônios e parentes da Calamidade 4.
Nathaly travou de vergonha. Rosto bobão paralisado. Rubor ficando em um tom cada vez mais quente... Alissa ignorou e manteve o foco no seu objetivo. Olhou para Rag, e ordenou:
— Então, Rag... destrua a Calamidade.
Sh-hkhk-h-kh-k-hk-h-k-hk-hk-hk-hk!
O ovo foi dilacerado. Não restou nada. Nem sangue do ser que era gerado dentro daquilo restou... Alissa viu e compreendeu imediatamente tudo que as vítimas sobreviventes do massacre relataram. Não restou nada, mas no chão ainda havia, interno dentro da terra, a coloração do ovo excluído da face da terra...
Saiu.
Tzzz-BA-CREECK!
Eram muitos ovos por baixo da areia e terra do lugar. Alissa já havia notado. Ovos desde a praia até aquele lugar, mas devido à quantidade, um foi ejetado da terra. Sob os ovos, havia água, o que ajudava-os a crescer e nascer. Desde que chegou, Alissa já havia matado a "mamãe".
Quando pisou no lugar, controlou cada milímetro, e com o controle, sentiu onde o ser acordado se escondia. Já havia virado papel de carne e sangue viscoso... Melhor Mirlim não ficar sabendo disso...
Os ovos eram interligados. Quando Rag destruiu um, acordou cada uma que repousava esperando o momento de nascerem para espalhar o caos pelo país. Alissa travou o corpo da que avançou na direção de Nino, assim como cada uma abaixo da terra, no tempo que o menino se distraiu, assim como Rag, que olhou na direção da mamãe buscando por aprovação.
A criatura avançou com um ferrão que mais parecia uma lâmina de espada. Nina avançou na proteção do irmão indo com um soco... acertou, mas todos os ossos da mão quebraram. Não atingiu a anomalia, somente a barreira que Alissa criou de gravidade ao redor daquela coisa.
Olhou para o pulso quebrado.
Creck...
Voltou os ossos ao lugar com sua regeneração. Não sentiu muita dor, mas levou um pequeno susto, que passou logo em seguida.
— Doeu?
— Nada.
— Desculpa. Não imaginei que ia, mas foi bem rápida para salvar essa anta que não presta atenção, parabéns — elogiou com um sorriso.
Rag e Nino assumiram um olhar entediado na direção de Alissa.
Trurururruruururu...
Micro explosões foram ouvidas sob o chão. Assim eliminou todas as Calamidades em uma reação em cadeia... não sobrou nada. Mirlim ficaria furiosa se soubesse que mais material de Calamidade foi perdido por preguiça da mais forte... (Tsi...)
— Tá, tá, tá... era só isso que eu queria ver — murmurou e puxou o celular do bolso do short escuro.
— "Só isso"? Sério? — reclamou Nino.
Alissa o olhou com normalidade.
— Quer trabalho na minha sala?
Se estivesse sozinho, até poderia deixar-se levar e dizer "sim"... mas não ia fazer isso na frente da irmã. Virou o rosto quase com biquinho e respondeu:
— Obvio que não!
— Então é só isso — voltou o rosto para o celular... de repente, surgiu na recepção do seu prédio. Olhou na direção do seu recepcionista. O homem prestou continência com o susto abrupto que levou, e Alissa desviou o rosto. Guardando o celular no bolso e seguindo até o elevador.
Os TriN surgiram novamente na sala de onde saíram. Thales deu mais um pulo expressivo de susto, e logo os três que não foram perguntaram quase em uníssono, cheios de curiosidade:
— ONDE ESTAVAM?!
Nino respondeu sozinho:
— Trabalhando.
Samanta, Arthur e Thales aborreceram o olhar.
— Sabia que essas férias eram cilada — resmungou Samanta.
— Melhor irmos dormir então. Amanhã acordamos cedo e tentamos aproveitar o tempo que ainda temos — sugeriu Arthur.
Thales olhou-o e ergueu-se.
— Tem razão, com licença — respondeu, ergueu e segurou Samanta nos braços. A menina ria eufórica de vergonha e surpresa, enquanto o jovem levava-a até um quarto privado aos dois.
Arthur ficou com cara de tacho, e logo levantou-se saindo em silêncio na direção do quarto onde iria dormir sozinho. Não queria precisar ver Nino fazendo o mesmo com Nathaly... Os TriN ficaram sozinhos... e Nathaly, mesmo envergonhada, pediu na frente de Nina, para Nino:
— Quer dormir junto comigo...?
— Eu não, pra quê? — Nino respondeu no automático... Nina arregalou os olhos atrás de Nathaly e quase que o matava ali mesmo... As expectativas de Nathaly oscilaram. O coração parou por um instante. Pensou estar tonta.
— O-o quê? — murmurou sem entender... mas Nino sacou e tentou reverter.
— Tô brincando — respondeu, segurando o queixo com a mão, deixando o rostinho um pouco erguido na direção do seu. — Só vou falar um negócio com minha irmã a sós rapidinho, já volto — finalizou, enquanto puxava Nina pelo pulso e guiava-a até um cômodo vazio.
— Você é retardado?! — gritou em murmúrio, extremamente irritada com Nino, mas Nino nem deu atenção. Só mudou de aparência para a dela, retirou o colar e entregou para Nina. Nina aliviou o estresse. Não havia pensado naquilo. Acreditou que Nino iria dormir com a menina. — Desculpado... — murmurou baixinho, com a aparência dele, desviando o olhar agradecida.
— Vai se fuder! Não repita mais isso com o meu rosto, sua praga — resmungou baixinho.
— Vai você, imbecil — retrucou agora o olhando... quase saíram no soco, mas logo saíram do cômodo indo em direção de Nathaly, que esperava sem entender. Ouviu cochichos, mas nenhuma palavra audível.
— Boa noite pra vocês... — disse Nino, saindo em direção a um quarto vazio.
Nathaly deu tchauzinho com a mão.
Mwah!
Nina segurou o rosto da menina, apertou as bochechas obrigando-a a fazer biquinho e ergueu o rosto ao seu, descendo um selinho rápido, deixando a jovem atordoada de surpresa, e nem deixou recuperar-se dela. Logo segurou-a no colo como Thales ergueu Samanta, e levou a menina que também ria, até um quarto para as duas ficarem a sós.
Clak-Pahf...
Fechou a porta com o calcanhar e colocou a menina com um pequeno arremesso na cama. Nathaly ia erguendo o tronco, mas Nina chegou com um dedo em seus lábios, forçando Nathaly a deitar-se de costas...
— Contenha seus gemidos, por que não vou ter pena, mas não quero que ninguém escute o que é só meu — rosnou subindo por cima dela, aproximando os rostos cada vez mais. Nathaly sorriu e respondeu obedientemente com um sorriso e um mover de cabeça animado.
Nina desceu.
Mwah...
Suas bocas se tocaram. Olhos fechados. Calor aumentando. Vontade estalando. No quarto ao lado, faziam de ladinho... no quarto em questão, começaram com um beijo excitado, cheio de sentimento e emoção.
Apoie a Novel Mania
Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.
Novas traduções
Novels originais
Experiência sem anúncios