Volume 18
Capítulo 1839: Sangue e Morte
Quando a voz de Shui Meiyin cessou, Yun Che não se levantou em êxtase — ele simplesmente congelou no lugar.
Sua cabeça girou lentamente, o pescoço rígido, os movimentos lentos como se o tempo o tivesse aprisionado.
— Quem é… a Mestra… de quem você está falando? — perguntou com uma voz rouca, quase sem fôlego.
— Mestra Xuanyin — respondeu Shui Meiyin, séria, olhando-o nos olhos.
Os olhos de Yun Che tremeram violentamente.
Seu coração pareceu ser golpeado por um trovão. Levou a mão ao peito, tentando conter o ritmo enlouquecido dos batimentos.
— Não… não pode ser… ela… ela já… — murmurou, a mente mergulhada no caos.
A Estrela Polar Azul havia sido destruída — e, mesmo assim, ele não presenciara a morte de sua família com os próprios olhos.
Mas Mu Xuanyin…
Ela morrera em seus braços. Ele sentira seu último suspiro… e a colocara pessoalmente para descansar nas profundezas do Lago Celestial Congelante.
Como poderia ela estar viva…?
Shui Meiyin envolveu os braços em torno de Yun Che, sua voz suave como neve caindo:
— Sei o quanto a Mestra Xuanyin significa para o coração do Irmão Yun Che… por isso jamais usaria algo assim como brincadeira.
Yun Che permaneceu atônito, o olhar vazio, sem conseguir reagir.
— Que ela ainda está viva não é algo que ouvi de outros — continuou Meiyin — nem uma suposição. Eu… a vi com meus próprios olhos.
— !!!
O coração de Yun Che quase pulou para fora do peito, mas seu corpo inteiro ficou entorpecido — não conseguia se mover.
— Sua aparência, sua aura, o Fênix de Gelo… não há como eu me enganar — disse Shui Meiyin, firme. — E mais… sua energia profunda e sua alma estão muito mais fortes que antes. É como se ela… tivesse renascido.
— Eu só consegui vê-la por um breve instante antes que me notasse. Se não fosse pelo Perfurador do Mundo, ela teria me capturado.
— Depois disso, para ter certeza, fui pessoalmente até o Reino da Canção de Neve e mergulhei no Lago Celestial Congelante.
— Mesmo sem poder descer até o fundo, meu sentido espiritual abrangeu todo o lago… e não encontrei o corpo dela em lugar algum.
— Então só pode ser a Mestra Xuanyin. E o fato de ela não ter se revelado a você… é, provavelmente, pela mesma razão que me faz hesitar — temendo desviá-lo de sua vingança.
Os olhos de Yun Che permaneceram vazios, mas sua alma parecia em chamas.
Queria acreditar. Queria desesperadamente acreditar.
Shui Meiyin jamais mentiria sobre algo assim… mas ainda assim…
— Mas… ela morreu em meus braços… — sussurrou, a voz perdida.
— Às vezes, o que você vê com seus próprios olhos, o que sente com seu próprio corpo… não é o fim de tudo — disse Shui Meiyin com ternura. — Naquela época, o corpo e a alma do Irmão Yun Che morreram no Reino do Deus Estelar. Todos os Deuses Estelares viram isso… e mesmo assim, você voltou para mim, vivo.
O coração de Yun Che disparou violentamente. De repente, levantou-se, o olhar tomado por faíscas.
Espere…
Eu também morri naquele dia… e voltei à vida graças ao poder do Nirvana que o Espírito da Fênix me concedeu.
Fênix… Fênix de Gelo…
O Espírito Divino da Fênix de Gelo…
Compensação…
Poderia ser… que o Espírito da Fênix de Gelo também possuísse o poder do Nirvana?
O Espírito Divino da Fênix de Gelo no Lago Celestial Congelante não era um mero fragmento de alma — era uma verdadeira Fênix de Gelo antiga.
E o espírito dentro de Mu Xuanyin… também era uma alma primordial.
Ele se lembrou claramente — no fundo do lago, quando o Espírito da Fênix de Gelo lhe revelara toda a verdade, havia demonstrado profunda culpa.
E depois de se despedir, ele se desfez, embora ainda tivesse poder divino suficiente para continuar existindo por muito tempo.
E se… como a Fênix, a Fênix de Gelo também possuísse o poder do renascimento?
E se… sua dissipação precoce tivesse sido para entregar seu último poder de origem a Mu Xuanyin, como compensação?
Então…
O coração de Yun Che queimava, a incredulidade cedendo lugar a uma chama de esperança e emoção.
Sua respiração se acelerou, e de repente ele retirou a Pérola Divina do Mar do Sul, apertando-a com força nas mãos.
— Não há erro… é ela… é ela… — murmurou, os lábios tremendo, um sorriso entrecortado nascendo.
Seus olhos logo se encheram de lágrimas.
— Eu devia ter percebido… devia ter pensado nisso antes…
Somente Mu Xuanyin poderia fazer isso!
Somente ela!
O poder do Nirvana que ele herdara viera de um fragmento do Espírito da Fênix.
Embora lhe devolvesse a vida, custara-lhe tudo mais — seu poder, seu corpo, sua vitalidade.
Mas Mu Xuanyin… carregava a alma original e o poder de origem da Fênix de Gelo!
Após o Nirvana… ela se tornaria ainda mais poderosa.
Sim… era isso!
Ela não estava morta. Sua mestra — sua Xuanyin — ainda vivia.
E o observava, guiando-o das sombras.
Yun Che pousou a Pérola Divina do Mar do Sul sobre o peito e a segurou ali, em silêncio, por muito tempo.
Enquanto isso, no Reino do Mar Profundo das Dez Direções, cada instante era um trovão celestial e um inferno na terra.
No limite leste do campo de batalha, os soberanos da Região Norte e do Mar Profundo liberaram suas armas profundas de guerra.
O som aterrorizante que ecoava vinha da Balista Gigante Glacial do Reino do Mar Profundo das Dez Direções.
Embora não se comparasse ao poder do Canhão do Deus do Mar Titânico, essa arma — criada para proteger um Reino Real — possuía força além do comum.
Cada disparo rompia o espaço e atravessava o corpo de pelo menos um Mestre Dragão.
À frente, os Dragões do Início Absoluto formavam uma barreira colossal.
Mas o Clã do Deus Dragão possuía muitos mestres, e seus níveis superavam os dos Dragões do Início Absoluto.
Mesmo com os Reinos Estelares Superiores da Região Norte reforçando a defesa, a linha foi rompida em múltiplos pontos em menos de um quarto de hora.
Mestres Dragões avançavam rugindo, o ar cheio de sangue e gritos — corpos despedaçados sob caudas e garras colossais.
Várias Formações Profundas de Escuridão, preparadas com antecedência, foram ativadas — aprisionando e ferindo dezenas de dragões — mas seus corpos eram tão absurdamente resistentes que muitos romperam as formações em poucas respirações.
As feridas que pareceriam fatais em qualquer outro ser mal os afetavam.
E então… o céu tremeu com o poder dracônico desencadeado.
Diante dos Mestres Dragões, os Soberanos pareciam minúsculos.
Braços, cabeças e sangue dos praticantes da Região Norte subiam aos céus, enquanto o Reino do Mar Profundo — já em ruínas — se tingia de vermelho, exalando uma aura escura e fúnebre.
— Idiotas…! — rugiu uma voz tomada pela dor e raiva.
Entre os Soberanos Divinos que caíam um a um sob as garras dos dragões, estavam os mesmos jovens que um dia dividiram com ele a glória da Lista dos Soberanos Celestiais da Região Norte.
Eles eram o futuro da Região Divina do Norte… e agora, esse futuro estava sendo despedaçado diante de seus olhos.
— Aaaaaah!
O guerreiro gritou, mas estava completamente suprimido — encurralado por dois Mestres Dragões Chi.
Sem saída, rugiu com desespero, e sua aura de escuridão se intensificou num frenesi caótico, cada golpe da espada imerso em ódio puro, como se quisesse perfurar o próprio coração e arrastar consigo seus inimigos para a morte.
No centro do campo de batalha, dois gigantes dracônicos colidiam, abalando céus e terras.
De um lado, a Deusa Dragão Azure, em sua verdadeira forma.
Do outro, o Imperador Dragão do Início Absoluto, cuja presença fazia até o firmamento estremecer.
Mesmo o poder ancestral da linhagem dracônica não bastava para compensar a diferença de força entre os dois.
— Meu clã sempre respeitou o vosso! — rugiu a Deusa Dragão Azure, sua voz ecoando como trovão. — Um antigo povo que jamais se envolveu com o mundano! Então por que… ajudaram os diabos a trazer calamidade!?
As montanhas se despedaçaram. O chão tremeu.
Os céus rugiram em agonia.
— Cada um cumpre o destino que lhe cabe! — respondeu o Imperador Dragão do Início Absoluto, sua voz ecoando como o rugido de uma era perdida. — Não há mais o que dizer!
ROOOOOAR!!!
O rugido que se seguiu sacudiu as oito direções.
Sob aquela pressão ancestral, o poder da Deusa Dragão Azure colapsou, e seu corpo colossal despencou como um meteoro, abrindo uma cratera de três mil metros no solo.
Ela se ergueu novamente, ensanguentado, rugindo em fúria — mas, em vez de avançar contra o Imperador Dragão, girou o corpo e concentrou poder na cauda, mirando outra presença…
O Deus Estelar de Jade Celestial.
Ela lutava sozinha contra dois Soberanos Dragões, recuando sob a força avassaladora deles.
De repente, uma opressão aterrorizante veio por trás — ela sentiu o perigo, tentou escapar, mas era tarde demais.
BOOOOM!
A cauda do Deus Dragão atingiu-a nas costas com um impacto que dobrou seu corpo em dois.
Uma lança de sangue jorrou de sua boca, e a luz desapareceu de suas pupilas.
Antes que pudesse cair, as garras dos dois Soberanos Dragões a atingiram, lançando-a pelos céus como uma estrela quebrada.
— Irmã!!!
O grito partiu o coração de quem o ouviu.
O Deus Estelar do Diabo Celestial desceu em disparada, mas uma garra dracônica rasgou suas costas, abrindo feridas sangrentas.
Mesmo assim, ele ignorou a dor e continuou — sua alma inteira se concentrava em um único ponto: alcançá-la.
Ele a agarrou. No instante final, seus corpos se encontraram.
Ele a envolveu com os braços e derramou sobre ela toda a sua força.
BOOOM!!!
Os dois foram atingidos por uma força monstruosa.
Ouviu-se o estalo cruel de ossos — sua coluna se partiu em dois.
O sangue jorrou como chuva.
Os dois Soberanos Dragões que o haviam enfrentado chegaram logo atrás — mais dois golpes, duas forças de nível oito do Reino Mestre Divino esmagaram seu corpo já dilacerado.
A última centelha de luz em seus olhos se apagou.
ROOOAR!!!
O Imperador Dragão do Início Absoluto rugiu, e seu poder explodiu num vendaval que lançou os quatro Soberanos Dragões para longe.
A Deusa Dragão Azure atacou novamente, e os dois monstros se chocaram mais uma vez — dois titãs, arruinando céus e terra com cada golpe.
A Deusa Estelar de Jade Celestial recobrou a consciência, segurando o corpo sem vida de seu irmão.
O sangue dele cobria suas mãos, escorrendo quente e espesso.
Seu alento morria a cada segundo — e os dedos dela tremiam, impotentes.
— Irmão… irmão… — sua voz se quebrou.
Os lábios do Deus Estelar do Diabo Celestial se moveram pela última vez, emitindo um sopro quase inaudível.
Sua última visão… foi o rosto da irmã.
Morreu em paz, envolto nos braços dela.
Ping… ping…
O sangue gotejava, manchando o corpo da Deusa Estelar de Jade Celestial antes de cair sobre a terra.
— Rose… — murmurou ela, a voz quebrada.
De seus olhos, duas linhas de sangue escorreram silenciosamente.
O vento soprou, espalhando seus cabelos sujos de sangue.
E à frente, os quatro Soberanos Dragões vinham novamente, implacáveis.
Ela levantou o olhar e sussurrou, com ternura e dor misturadas:
— Rose… na próxima vida… eu serei a irmã que te protegerá…
Segurando o corpo de seu irmão contra o peito, ela fechou os olhos — e mergulhou de encontro aos quatro dragões.
Uma luz estelar branca e deslumbrante explodiu em torno dela, expandindo-se com intensidade crescente.
De longe, parecia uma estrela atravessando o firmamento… caindo.
Os outros quatro Deuses Estelares — Chama Celestial, Sol Celestial, Encanto Celestial e Alma Celestial — sentiram o poder e se viraram, soltando um rugido de desespero:
— ASTER… NÃO!!!
Até mesmo Caizhi olhou naquela direção, cerrando os dentes com força.
Ela sabia o que era aquilo…
Cinza Estelar.
PFF! BOOOOM!!!
A estrela caiu — e o mundo explodiu em uma luz branca que cegou céus e mares.
Quatro gritos ecoaram sobrepostos.
Três Soberanos Dragões foram despedaçados e lançados para longe, e o quarto — o mais próximo — teve a cabeça e o peito pulverizados, restando apenas a metade inferior do corpo antes de desabar, morto.
No centro da explosão, os corpos de Aster e Rose se desintegraram completamente, tornando-se poeira luminosa que se misturou à chuva de estrelas.
E assim… o brilho dos Deuses Estelares começou a se apagar.
Caizhi apertou o punho com tanta força que sangue escorreu por entre os dedos.
A dor e a fúria em seu olhar se tornaram quase diabólicas.
Entre os doze Deuses Estelares, além de sua irmã, Aster e Rose eram os mais próximos dela.
Foi em parte por eles que impediu os Seis Deuses Estelares de irem ao resgate do Reino Divino do Paraíso Eterno.
Agora, os doze Deuses Estelares que um dia iluminaram o mundo… haviam caído.
Restavam apenas cinco.
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