Volume 1
Capitulo 9: Sombra
Após alguns minutos caminhando em silêncio desconfortável, eles chegaram a um pequeno riacho escondido entre as árvores.
A água era clara, e o som suave da corrente quebrava o silêncio da floresta. O ar ali parecia mais leve, embora Seth ainda sentisse a estranha pulsação do próprio Etheryn vibrando sob a pele.
Mirror parou perto da margem, os olhos fixos na água que refletia a luz dourada da manhã.
— Aqui serve. — disse, virando-se para ele.
Seth olhou em volta, um tanto desconfortável.
— A gente vai treinar… aqui?
— Sim. O lugar é calmo, e afastado de tudo o suficiente pra se algo sair do controle.
— Ah, ótimo. — murmurou ele, sem saber se devia se sentir mais tranquilo ou preocupado.
Mirror se ajoelhou à frente do riacho e fez sinal pra ele se aproximar.
— Primeiro, vou te ensinar a acessar o mundo do seu Kor. Senta aqui, de frente pra água… e fecha os olhos.
Seth obedeceu, ainda meio relutante. O chão úmido e frio o fez estremecer quando cruzou as pernas e se ajeitou.
Mirror cruzou os braços, observando.
— Respira fundo. Não pensa em nada. Só foca no som da água.
Ele obedeceu, inspirando lentamente. O barulho do riacho parecia se misturar ao som do próprio coração. Aos poucos, o ar ao redor mudou, ficando mais denso, familiar, mas diferente.
Então, os sons ao seu redor cessaram. Confuso, disse:
— Mirror? Não tá rolando nada! Tem certeza que é assim?
Ele não teve resposta, então abriu seus olhos.
— Mirror? Não tá me ouvindo?
Mas, notou que não estava mais em frente ao riacho, Seth estava em um grande campo de crisântemo.
— Ué? Onde eu tô? Isso aqui é o mundo do Kor ou algo assim? — disse Seth, enquanto andava pelo local.
O chão sob seus pés era coberto por crisântemos.
No começo, o campo era vivo, flores azuis, vermelhas, amarelas e roxas se estendiam até onde a vista alcançava. Seth caminhava devagar, tentando entender onde estava. O vento suave trazia um cheiro doce, quase familiar.
"É aqui… dentro do meu Kor?"
A cada passo, as cores mudavam. O azul se apagava, o vermelho escurecia, e os tons vivos perdiam força, como se o mundo ao redor estivesse sendo drenado.
Seth parou, olhando para o próprio reflexo em uma poça entre as flores. O céu, que antes era um azul profundo, agora estava cinza. Pesado.
Ele ergueu o olhar quando o primeiro trovão rasgou o ar acima dele, as flores ao redor começaram a secar, virando brancas e quebradiças. O vento aumentou, espalhando pétalas mortas pelo chão.
— O que é isso…? — murmurou, a voz ecoando de um jeito estranho, como se o ar não o quisesse ali.
De repente, sentiu uma presença atrás dele, Seth se virou devagar. A alguns metros, havia alguém parado entre as flores mortas, alguém idêntico a ele.
Mesma altura, mesma roupa, mesmo corte de cabelo, mas havia algo errado, um sorriso largo demais, que se estendia de uma ponta à outra do rosto. Os olhos, o branco substituído por um negro profundo, e a pupila, fina e ciano, com um leve brilho. O cabelo, antes azul e vermelho, agora era completamente ciano.
A cópia inclinou levemente a cabeça, como se estudasse Seth com curiosidade.
Então falou:
— Demorou pra chegar até aqui.
A voz saiu distorcida, múltiplas camadas sobrepostas, como se várias vozes falassem ao mesmo tempo, ecoando, arranhando o ar, cada sílaba se partindo em ruídos metálicos.
Seth deu um passo para trás, o coração acelerado.
— Quem… é você?
O sorriso não mudou.
— Eu? — disse a cópia, dando um passo à frente. — Eu sou você. Ou melhor… o que vocês chamam de “Kor”. Mas pode me chamar de Sothre.
O vento cessou, e o silêncio que se instalou era sufocante — pesado o bastante pra parecer vivo.
— Isso é impossível. Só porque a gente tem a mesma aparência? Eu…
— Ah, qual é!? — interrompeu Sothre, rindo descontroladamente. Sua risada era um amontoado de vozes, uma mistura de raiva, deboche e loucura. — Eu sou o que você realmente é, Seth! Pode enganar os outros o quanto quiser, mas nunca vai enganar a si mesmo!
— Eu não sei do que você tá falando! — retrucou Seth, tentando recuar.
— Não sabe? — Sothre inclinou o corpo pra frente, o sorriso se abrindo ainda mais. — Então deixa que eu te mostro. Quem sabe assim você para de ser tão fraco.
Num piscar de olhos, ele desapareceu, e quando Seth percebeu, Sothre já estava na sua frente, a mão estendida, pronto para agarrar seu rosto.
Mas antes que pudesse tocá-lo, o chão tremeu. Um turbilhão de vento se formou ao redor de Seth, um tornado de pura energia o envolveu, empurrando Sothre para longe.
Sothre gritou algo, a voz se distorcendo dentro da ventania. Antes de sumir, lançou um último olhar cheio de desprezo.
— Você não vai conseguir manter isso por muito tempo…
O redemoinho se desfez, e Seth caiu de joelhos, respirando com dificuldade. Quando levantou a cabeça, o campo de flores já não existia mais. Agora ele estava em uma vasta planície, calma e silenciosa.
— Seth… — chamou uma voz suave, feminina.
Ele se virou. Uma mulher alta se aproximava, os cabelos longos e brancos balançando como seda sob o vento. Sua roupa era preta, com finos detalhes brancos nas bordas, e seus olhos estavam fechados, mas havia algo acolhedor em sua presença.
— Q-quem… é você agora? — perguntou ele, ainda sem fôlego.
A mulher parou diante dele e pousou a mão em sua cabeça, em um gesto quase maternal.
— Pode se acalmar. Tá tudo bem agora. Eu sou a representação do seu poder.
— Então… você é o meu Kor? — Seth perguntou, confuso. — E aquilo de antes… o que era?
— É… Sim… eu sou o seu Kor. — respondeu ela com um sorriso forçado. — Pode me chamar de Erina. Quanto àquela coisa… era só uma forma do seu medo. Uma projeção do que você tenta esconder.
— Mas… ele parecia tão real.
— Não pense muito nisso.
Ela estendeu a mão.
— Vem. Levanta.
Seth hesitou por um instante, mas segurou a mão dela. Assim que tocou, uma sensação quente percorreu seu corpo, como se o peso do ar sumisse.
Erina o observou em silêncio por um momento. Seu semblante era sereno, mas havia algo de analítico por trás, como se estivesse lendo o que existia dentro dele.
— Sua alma é mais estável do que eu esperava… — disse Erina, com voz suave. — Mas ainda vejo medo. O que exatamente te preocupa, pequeno?
Seth desviou o olhar.
— Acho que tenho medo de machucar alguém…
Erina esboçou um sorriso leve, quase melancólico.
— Essa é uma resposta rara, principalmente entre os Aeternis. A maioria teme perder o controle por medo de cair… você teme cair porque se importa com quem pode atingir.
— E é por isso que eu quero aprender — respondeu Seth, levantando o olhar. — Eu preciso entender isso, lidar com isso. Já que é parte de mim… então eu tenho que saber usar sem machucar ninguém.
Erina o encarou por longos segundos, o silêncio entre eles carregado de um tipo estranho de compreensão.
Então ela se aproximou, pousando uma das mãos sobre o ombro dele.
— Você não tem ideia do quanto isso te diferencia… — murmurou. — O que carrega aqui dentro é intenso, mas a sua mente… está firme o suficiente.
Seth piscou, confuso.
— O suficiente pra quê?
Erina manteve o semblante calmo, a expressão imutável. Quando falou novamente, sua voz parecia ecoar por dentro dele.
— Pra que eu permita que use uma parte de mim.
Seth a olhou, surpreso.
— Você confia em mim assim, de repente?
— Eu te conheço, Seth. Desde o instante em que o seu coração bateu a primeira vez. Sei o que há dentro de você e sei que sua mente já é forte o bastante pra não se perder.
Seth abaixou a cabeça, respirando fundo.
— Se você é a representação do meu poder… Você parece tão… gentil? Me disseram que quem tinha esse poder se tornava um monstro ou algo assim.
Erina arqueou levemente uma sobrancelha, surpresa genuína.
— Monstros? — repetiu, num tom entre surpresa e divertimento. — Nunca aconteceu. Nenhum dos que me portaram antes se tornaram e muito menos morreram sendo monstros.
— O que? Então essa história… é mentira?
— Totalmente!
Seth ficou em silêncio por alguns segundos.
— Então o que fez eles criarem essa lenda?
— Eu não sei… Mas agora cabe a você quebrar essa mentira!
Ela se afastou um passo e estendeu a mão. Uma luz azul suave começou a se espalhar ao redor de Seth, como névoa viva.
— Isso é uma fração de mim. Use-a com sabedoria. E lembre-se… o poder de um ser não muda quem ele é, apenas revela o que já existe aqui. — tocou o peito dele com a ponta dos dedos.
Seth sentiu o chão sumir sob os pés, a luz se expandindo até engolir tudo. Antes que tudo desaparecesse, a voz calma de Erina ecoou uma última vez:
— Mostre-me que minha confiança não foi em vão, Seth.
O mundo se desfez em feixes de luz, e a última coisa que ele viu foi o sorriso tranquilo dela, se desfazendo junto com o horizonte branco.
Enquanto Seth desaparecia, sua consciência sendo puxada de volta ao mundo normal, o silêncio tomou o lugar, por alguns instantes, não restou som algum. Ela observava Seth desaparecer, até que uma sombra tomou forma ao lado de Erina.
— Erina… — disse uma voz distorcida, repleta de ecos. — Você sabe que esse teatrinho não vai mantê-lo longe de mim por muito tempo.
Erina permaneceu imóvel por um momento. Então, lentamente, abriu os olhos. Eles eram inteiramente brancos, sem pupilas, emitindo uma luz suave e fria.
— Eu não vou deixar você corromper ele, Sothre. — disse, a voz calma, mas, com um tom cortante. — O fato de você ser o Kor não te dá direito de corrompê-lo.
Sothre soltou uma risada baixa, o som se espalhando como um zumbido.
— Se você não tivesse consciência própria, ele já estaria em minhas mãos
— Daquilo? — Erina ergueu o queixo, o olhar frio. — Você ter surgido como um alterado achei que talvez fosse diferente, mas não… são todos iguais…
— Bom, mas, são eles mesmos que nos criam e corrompem, você apenas pegou a parte saudável que restava pra tomar minha posição, nada mais que isso. — Sothre inclinou a cabeça, o sorriso se abrindo de orelha a orelha. — Além disso… ele vai descobrir alguma hora, então vai ceder a quem realmente é!
— Eu duvido!
— Então é uma aposta? Quem domina ele primeiro, a substituta ou o original?
Por um instante, o ar entre eles pareceu tremer, como se duas presenças colidissem em silêncio.
Então Erina desviou o olhar, o brilho de seus olhos se dissipando.
— Isso é perda de tempo e qualquer forma… ele já está indo. — murmurou. — Até mais, sombra.
Sothre desapareceu em meio a um rastro de névoa escura enquanto a consciência de Seth voltava completamente ao mundo normal.
E, num piscar de olhos, o mundo do Kor se desfez completamente.
Seth abriu os olhos de repente, ofegante, o som da água voltando a preencher seus ouvidos. O riacho corria calmo à sua frente, como se nada tivesse acontecido. Ele piscou algumas vezes, tentando se situar.
Ao virar o rosto, Seth viu Mirror ajoelhada próxima, observando-o atentamente. Os olhos dela estavam fixos nele.
— Como foi? — perguntou ela, a voz firme, mas curiosa.
Seth piscou algumas vezes, tentando processar o que tinha acabado de vivenciar.
— Estranho… — murmurou. — É possível ter dois Kor… ou algo assim?
Mirror arqueou a sobrancelha, confusa.
— Dois Kor? Claro que não! Isso é impossível.
— É… imaginei. — respondeu ele, desviando o olhar, pensativo.
Ficaram em silêncio por alguns segundos, o som do riacho preenchendo o ar entre eles. Então Seth respirou fundo e levantou.
— Meu Kor disse que posso usar uma parte do poder. — contou, com um meio sorriso.
Mirror se pôs de pé também, ajeitando o cabelo e cruzando os braços.
— Então o que tá esperando? Quero ver se é verdade.
Seth assentiu. Instintivamente, fechou os olhos e se concentrou. O Etheryn dentro dele respondeu quase de imediato, como se soubesse o que ele queria. Quando abriu as mãos, correntes de ar começaram a girar ao redor de seus dedos, depois faíscas cortaram o espaço entre suas palmas.
O chão sob seus pés vibrou. Água do riacho se ergueu em pequenos redemoinhos e, em seguida, chamas azuladas se acenderam por cima, sem que ele precisasse forçar nada. Era natural, completamente intuitivo.
Os olhos de Mirror brilharam.
— Uou, quatro tipos diferentes…
— E agora?
— Bom, agora tenta me acertar. — Disse Mirror, pulando para longe dele.
— Ei calma já?
— Sim!
Assim que Mirror confirmou, avançou sobre ele sem esperar resposta. Mas algo estava diferente, dessa vez, Seth conseguia acompanhá-la com os olhos, cada movimento, cada respiração.
Sem se mover, concentrou seu Etheryn. O ar vibrou, obedecendo à sua vontade, e uma barreira translúcida formou-se diante dele. O golpe de Mirror colidiu com força, gerando uma onda de impacto que sacudiu o chão e fez o riacho próximo se agitar, espalhando respingos por todos os lados.
Mirror pousou alguns passos à frente, surpresa, mas com um leve sorriso.
— Nada mal — comentou. — Não esperava que conseguisse reagir tão rápido.
Seth respirou fundo, o olhar firme.
— Eu tô só começando.
Ele moveu o braço num arco. O riacho ao lado respondeu imediatamente, colunas de água se ergueram e, em seguida, congelaram no ar, disparando contra ela como lâminas.
Mirror desviou com facilidade, pulando e girando o corpo em meio ao ataque. Quando seus pés tocaram o chão, Seth ergueu a mão, e o solo sob ela se moveu, formando um pilar de pedra que subiu em sua direção.
Mirror reagiu de instinto e desferiu um soco. O impacto rachou o pilar de cima a baixo, fazendo-o estourar em pedaços, então, os fragmentos de pedra voaram.
Mas ao olhar para frente, Seth não estava mais onde ela esperava. No instante seguinte, surgiu atrás dela, o braço coberto por descargas elétricas azuladas. Mirror virou rapidamente e o interceptou, agarrando o pulso dele e torcendo o braço antes de jogá-lo no chão, o impacto foi tão forte que levantou poeira.
Ela pisou nas costas dele, imobilizando-o com firmeza, mas sem agressividade.
— Impressionante. Você se adaptou mais rápido do que pensei. Mas ainda não é o bastante, Seth.
— Foi quase… — resmungou ele, rindo entre o esforço. — Já tô conseguindo acompanhar o seu ritmo!
— “Quase” não serve em luta real. — provocou ela, embora houvesse um traço de admiração em sua voz.
— Tá, mas… me solta. Tá começando a doer.
Mirror arqueou a sobrancelha e, com um leve empurrão, o soltou. Seth se sentou, esfregando o ombro.
Ela cruzou os braços, o tom voltando ao normal.
— Você vai precisar entender umas coisas sobre o Kor antes de continuar.
Ele assentiu, ainda ofegante.
— Fala.
— Primeiro: usar o Kor pra moldar o ambiente gasta menos Etheryn do que criar algo do zero. — disse ela, apontando para o riacho. — Tipo o que você fez com a água e o gelo. Isso é bom.
— Hm. — ele acenou com a cabeça. — Faz sentido.
— Agora a segunda parte é mais importante. Existem duas formas além do Kor comum: o Alter-Kor e o Kor-Ascen.
— O que é isso?.
— O Alter-Kor nasce quando alguém é consumido por sentimentos negativos. Raiva, culpa, medo… coisas que distorcem o controle sobre o Etheryn. — Ela pausou, encarando o reflexo na água. — Quando isso acontece, o poder cresce, mas o portador se corrompe junto. O Etheryn fica instável, destrutivo… e a pessoa perde o equilíbrio.
— Tipo o que aconteceu com você?
— Não. Aquilo foi outra coisa.
Seth ficou em silêncio por alguns segundos, assimilando a ideia.
— Então… é tipo uma versão corrompida do Kor?
— Sim. Mais forte, mas mais perigosa. — respondeu Mirror, com a voz calma. — E a outra forma, o Kor-Ascen, é o oposto disso.
Ela olhou para ele, o olhar mais suave.
— O Kor-Ascen acontece quando o portador se aceita completamente. Seus defeitos, falhas, medos… tudo. Quando isso acontece, o Kor se funde de forma total com o ser. É quando alguém atinge o auge do seu controle de Etheryn.
— Isso é possível mesmo? — perguntou ele, curioso.
— Sim, mas quase ninguém chega lá. — respondeu Mirror. — Dizem que alguns nesse estado podem dobrar a própria realidade. Mas é o tipo de coisa que contam pra criança dormir ou coisas do tipo.
Seth riu, um pouco sem acreditar.
— Daqui a pouco vai falar que daria pra explodir um sistema solar ou coisa assim.
Mirror o olhou de lado e respondeu, sem hesitar:
— Isso já aconteceu.
Ele a encarou, surpreso.
— Oi? Você tá brincando… Né?
— Queria. — respondeu ela, com um sorrisinho. — Mas sim, já aconteceu.
— É... eu acho que o futuro vai ser pior do que eu esperava.
O silêncio que seguiu foi leve, com o som da água e o farfalhar das folhas preenchendo o ar.
Seth se jogou na grama, olhando o céu entre as árvores.
— Acho que comecei a entender por que disse que aqui era melhor pra treinar, além do que você tinha dito antes.. — disse ele.
Mirror se aproximou e se sentou ao lado dele.
— Aqui é tranquilo. E… o barulho da água me ajuda a pensar. — respondeu, olhando o riacho.
— É engraçado. — comentou ele, olhando pra ela. — Você age toda fria, mas parece mais calma aqui.
Ela desviou o olhar, disfarçando o incômodo.
— Você fala demais.
— E você disfarça mal quando tá sem resposta. — provocou Seth, rindo.
Mirror suspirou, mas o canto da boca dela denunciou um leve sorriso.
— Aproveita pra rir agora. Amanhã o treino vai ser pior.
— Ótimo. — respondeu ele, tranquilo. — Assim posso te alcançar mais rápido.
Ela virou o rosto, tentando esconder o sorriso.
— Você sonha demais.
— Mas teimoso o bastante pra continuar tentando. — respondeu ele, sincero. — E Graças a isso, você tá aqui e mesmo que negue, nós somos amigos.
Mirror levantou-se, ajeitando o cabelo, disfarçando o leve rubor que começava a subir.
— Idiota… vamo embora que vou pensar bem no que te passar nos próximos dias.
Seth levantou-se, rindo. Os dois caminharam lado a lado pela trilha, o som do riacho ficando distante. O silêncio entre eles já não era mais desconfortável, era familiar, como se, pela primeira vez, estivessem em sintonia.
— O que acha de ir pra minha casa? Você tem que conhecer o Green e a Laly!
— Melhor não…
— Vamo! Vai ser legal, eu prometo!
— Hm… Então tá bom…
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