Aelum Brasileira

Autor(a): P. C. Marin


Volume 1

Capítulo 3: O Vilarejo de Lumínia

GRIS

 

Rá! Conseguimos: Chegamos em Lumínia. Como que eu fui? Podemos comprar a espada?

— Você cometeu um grande erro como guia, Gris — diz Valefar com uma voz áspera, a qual me faz desanimar no mesmo instante.

Ele me observa de cima a baixo. Valefar tem quase o dobro da minha altura, e olhar para ele causa um desconforto no meu pescoço, tanto por inclinar meu rosto, quanto pelo inevitável sermão que receberei. Isto me lembra de quando nos conhecemos.

— Erro? M-Mas o que eu...

— Quando saímos da Floresta de Prata, você imediatamente relaxou e não percebeu os arredores. Aquele animal vermelho nos avistou e nos seguiu por meia hora até que você o notasse. Se fosse um familiar ou uma besta, não faltariam oportunidades de nos atacar.

Algumas raras vezes, eu já pensei em fugir de Valefar, porém não me orgulho disso.

— Mas eu... eu... — Tenho vontade de argumentar, porém é melhor eu fazê-lo. — Me desculpe, professor, não vai se repetir.

O professor certa vez me advertiu que devemos assumir nossos próprios erros. Ainda que não sejam totalmente nossa culpa, é a diferença do adulto para a criança, e a explicação disso...

— Muito bem, Gris, um homem adulto deve assumir os erros que comete. Não há ninguém no mundo que não cometa erros, mas tem algo que diferencia um garoto do adulto, que é tomar a responsabilidade dos fracassos para si. Se colocarmos a culpa em outras pessoas ou em fatores alheios, como que poderemos melhorar? O tolo que diz nunca errar também nunca melhorará.

Valefar se abaixa e se firma diante de mim com um dos joelhos a tocar o chão. Ele estende sua mão para que eu o cumprimente. — Por isto, a partir de hoje, você é um adulto e pode se considerar um caçador.

— Obrigado, professor. — Eu o respondo com um aperto de mão.

— Eu lhe ensinei a emboscar seus inimigos. Deste modo, com o preparo certo você pode enfrentar animais muito mais fortes que você, antes mesmo que eles percebam, como fez com aquela pantera. Porém, logo lhe ensinarei a combater de frente seus oponentes, pois nem sempre dará tempo para você se preparar. Razão pela qual, o ensinarei a manejar uma espada.

Creio que hoje seja o dia mais feliz da minha vida. Gostaria que este dia nunca acabasse.

Obá! Vou aprender a enfrentar bestas.

— Vamos com calma, porque não é tão simples assim. Pois bem, vou ali encomendar sua espada com o ferreiro e depois vou vender a carne que trouxemos. Enquanto isso, faça o que quiser por Lumínia, desde que não saia do vilarejo. Você está de folga até que a espada esteja pronta, e pode aproveitar como quiser. Só não me siga, pois preciso resolver alguns assuntos sozinho.

— Posso conversar com as pessoas desta vez?

Hum... — O professor cruza seus braços, inclina seu pescoço e contorce sua boca, como se relutante para decidir. — Sim, pode, mas não insulte ninguém e não chame muito a atenção.

— Obrigado, Sr. Valefar.

Hunpf! Veja se não crias confusão — esbraveja Valefar e, logo depois, ele parte ao setor de comércio da cidade.

No exato instante que Valefar deixa o ambiente, eu percebo a uns trinta metros um pequeno animal vermelho, situado em cima de uma casa, o qual foge quando trocamos olhares. Consegui ver melhor agora e é uma raposa vermelha muito bonita.

Até onde sei, raposas não são agressivas com humanos, mas também não se aproximam de cidades. Ela realmente não é normal. Não deve ser um problema: Afinal é uma simples raposa.

Enfim, decido olhar pela cidade e ver se há algo interessante, pois faz muito tempo que não venho aqui e da última vez vi alguns garotos brincarem.

Ainda não escureceu, então talvez eles estejam por aqui. Não tenho a intenção de brincar, mas seria divertido os observar.

A cidade está um pouco diferente, porque parece haver algumas casas a mais... Aquela venda não estava lá antes... Receio que o vilarejo esteja crescendo bem rápido.

Noto algumas crianças brincando no mesmo lugar que da última vez, na praça e perto das casas mais humildes. São casas todas feitas de uma madeira escura e a iluminação vem de algumas poucas lamparinas fixadas em postes por toda a praça.

Eu me aproximo das crianças, perto o suficiente para ver a brincadeira, mas ao mesmo tempo longe, para não chamar a atenção. Assim eu sento em um dos diversos bancos de madeira que se encontram pela praça, cuidadosamente situado no local mais escuro e difícil de ser notado.

Ao observar todo o ambiente, percebo um garoto e uma garota nas sombras das casas, eles são mais velhos que eu, e parece que mais ninguém os percebeu além de mim. Estão bem próximos um do outro, e a mão dele está em volta da cintura dela, como se não quisesse que a garota escapasse, já as mãos da menina pressionam contra o peito do garoto e vira seu rosto para o lado.

O comportamento da garota é estranho, pois ao passo que empurra o menino, ela não parece querer sair dali, tendo em vista está sorrindo e solta algumas risadinhas.

Eles se aproximam mais e mais. É certo eles ficarem tão perto assim? Tipo, as bocas deles já se encostaram. Isso é estranho.

Tenho quase certeza que eu não deveria olhar, mas a curiosidade me vence por completo e debruço meu corpo mais adiante para ver melhor. É quando a garota me nota.

Desvio o rosto por instinto. Não tenho certeza se ela me notou e novamente sou pego pela curiosidade: Será que ela me notou? Quando me dou conta, meus olhos já estão fixos no casal novamente. Porém, agora o garoto também cruza olhares comigo, e não seria exagero compará-lo a um tigre que teve sua presa subtraída.

É certo que se eu fosse mais discreto, eles não me notariam. Porém eu acho que relaxei. É triste reconhecer, mas o professor realmente tem razão: Eu costumo me descuidar quando me sinto seguro.

 Mesmo de longe, posso ouvir o garoto resmungar e puxar a menina pelo braço. Os dois saem do meu campo de visão. Que coisa estranha foi essa? Talvez eu deva perguntar ao professor mais tarde.

Livre das distrações, volto minha atenção ao meu plano original. As crianças brincam de algo, eles têm aproximadamente a minha idade, são seis, no caso, quatro meninos e duas meninas. Eu me pergunto como funciona esta brincadeira.

Parece que a loira precisa encostar nos demais, mas eles fogem. Ela tenta encostar no ruivo com sua mão direita, mas ele é bem ágil e salta para trás no exato momento para evitar o toque.

Ela deve ser a mais nova deles, com uns oito anos de idade eu creio, e claramente está em desvantagem.

O que será que acontece se ela tocar alguém? Vamos, garota, você consegue. Encoste em alguém para eu saber o que acontece.

Vai, vai, errou! Agora ela vai conse... Não, a morena desviou. Isto parece meio injusto, pois a loira vai se cansar mais rápido, tendo em vista que ela divide seus esforços em vários alvos diferentes, enquanto ela mesma se sobrecarrega.

Creio que seria melhor ela focar em apenas um, no mais fraco, assim ambos cansariam ao mesmo tempo. Não seria um plano infalível, contudo; melhor que nada.

Opa! Ela conseguiu, tocou o garoto de cabelos negros enquanto ele a zombava. Isto que acontece quando se subestima o inimigo. Hahaha.

Agora o de cabelos negros corre atrás dos demais. Entendo, se ele encostar em alguém, esta pessoa passará a pegar os demais. Parece ser divertido.

Fico feliz pela loira, pois ela agora pode descansar um pouco. Digo, e se o de cabelos negros encostar nela novamente? Isso não geraria um problema? Eles encostariam um no outro para sempre.

Hum! Parece que não, pois ele evita a loira, a qual tira um tempo para descansar. Deve ter uma regra que você não pode encostar em quem lhe tocou antes. Parando para pensar, isso traz um certo equilíbrio ao jogo.

A loira parece muito cansada, porque ela apoia suas mãos sobre os joelhos como se estivesse prestes a desabar.

Porém, depois de recuperar o folego, ela levanta a face e olha em minha direção, inclina seu rosto um pouco para o lado, de maneira graciosa, diz algo para os demais e decide caminhar na minha direção.

Droga, será que ela está brava por eu tê-los observado também? Valefar não vai gostar se eu arrumar confusão aqui. Creio que é melhor eu fugir. Levanto-me e me preparo para correr.

Hey, onde pensa que vai? — diz a loira. Droga, preciso fugir depressa.

— Quer brincar com a gente?

Brincar?! Parece ser divertido, e talvez eu deva aceitar, afinal o professor deixou eu conversar com as pessoas hoje. Não, melhor não, pois o professor pode ficar bravo.

— Você é mudo? Meu pai diz que algumas crianças não conseguem falar. O papai diz que é isso que acontece quando as crianças não calam a boca. Você é uma delas? Dessas que não conseguem falar, pois não calaram a boca?

— Eu consigo falar! — grito e depois tampo minha boca. Eu não queria ter respondido tão alto. Droga, se ela ficar brava, o professor não vai gostar.

— Eu sou Laura, e como é seu nome?

— Gris. Sou o Gris, o filho do caçador. — Sim, foi assim que Valefar me disse para responder, caso alguém perguntasse meu nome. Todavia eu sempre me sinto bobo ao dizer.

— E então, Gris, vamos brincar?

— V-vamos!

Parece que o nome é pega-pega e, como eu acabo de entrar, há uma regra que eu é que começo.

O mais lógico seria focar no alvo mais fraco e essa seria Laura. Sinto muito, Laura, pois você é muito legal, mas é a verdade. Trocamos olhares, e noto que ela começa a transpirar de preocupação.

Entretanto, eu quero saber até onde que eu consigo ir. Sendo assim, vou focar no mais difícil, o garoto ruivo, pois ele é bem rápido. Acho que eu consigo. Invisto contra ele, e o menino arregala os olhos por tê-lo desafiado.

— Vamos lá! Acha que consegue? — provoca o garoto ruivo, mas não vou me distrair com palavras.

Existe uma desvantagem em ser perseguido, que é o campo de visão, pois o perseguidor tem total visão do local que precisa percorrer, enquanto também tem de quem é perseguido. Portanto, aquele pode prever as oportunidades de emboscar este com muito mais precisão.

Já quem é perseguido, precisa intercalar entre olhar para frente, e ver o caminho, ou olhar para trás, para ver o perseguidor. Já possuo um plano, e é hora de executá-lo. Agora!

O garoto perseguido vira seu rosto pelo lado esquerdo e tenta me ver, mas eu pulo para o lado direito e fico em seu ponto cego.

— Mas onde?!

Ele não me vê, porém ainda pode escutar os meus passos. Quando ele vira o rosto para o outro lado, eu pulo novamente para seu outro ponto cego.

O ruivo olha, mas não me encontra. É quando comete seu deslize. Ele vira todo seu corpo para saber onde estou e perde velocidade ao fazê-lo.

— Peguei você!

— Caramba o Gris é bom. Pegou o Mateus bem rápido — diz o garoto de cabelos pretos.

Hunpf! Certo, você é bom — diz Mateus, com certo desgosto.

Agora descansarei um pouco. Preciso aproveitar este tempo.

Mateus corre em direção ao garoto de cabelos pretos, pois creio que não gostou do comentário.

— Tá ferrado agora, Jonas! — diz Mateus, com um sorriso de orelha a orelha.

Jonas não é mal também. Ele corre muito, mas não é bom em desviar e eventualmente é pego. Ele olha para mim, mas logo desvia o olhar para a garota morena.

— Sua vez, Suzana!

Ah! Não, sobrou para mim! — diz a morena, a qual bate em retirada.

Jonas corre atrás da garota, mas ela é surpreendentemente ágil e com destreza desvia de todas as investidas. Ela parece ter um domínio muito bom do próprio corpo e dos seus limites, porém depois de um tempo é pega.

Ela olha para o outro garoto, um menino moreno com roupas estranhas. Todavia, antes de correr até ele, Mateus aparece a sua frente, estende sua mão e diz: — Pode descansar. É minha vez.

Suzana aceita a proposta e encosta na mão dele. Eu sei o que significa: ele quer uma revanche. Não consigo conter o sorriso em meu rosto. De fato, não quero que este dia acabe. Obrigado, Laura.

— Então vem! Haha! — Faço um gesto com a mão em provocação.

Não vou virar as costas para ele, pois agora eu sou um caçador.

Mateus investe e tenta tocar meu ombro esquerdo, mas eu me abaixo e esquivo para o lado direito. O ruivo se desequilibra e quase cai. Escuto risos.

Ora, seu! — diz Mateus com raiva.

Ele vai tentar o mesmo novamente. Lado direito dessa vez, já eu vou me esquivar para o lado esquerdo. Não, ele muda seus movimentos e tenta dar um chute. É traiçoeiro. Com isso, eu salto para trás e a perna dele não me toca, mas passa por debaixo de mim.

— Com a perna não vale Mateus! — diz Laura em minha defesa. Obrigado, Laura. Você é a melhor.

— Você acabou de inventar isto — contesta Mateus.

— Não pode mesmo. Alguém vai se machucar assim, e seu pai vai ficar bravo de novo — complementa Jonas.

Enquanto eles conversam, eu pego folego. Mas Mateus logo percebe e corre até mim novamente.

— Agora você já era, seu... — Ele vai chutar novamente, só que desta vez ele quer me machucar. Consigo ver a trajetória do chute e salto para trás. Agora coloco uma das mãos no chão e dou uma cambalhota.

Uow! — Todas as crianças dizem em uníssono.

Mateus fica ainda mais bravo e continua a investir. Esquivo para a direita, depois esquerda, e outro salto para trás. Opa! Ele quase me pegou nesta.

Droga! Quando percebo, estou com as costas viradas contra a parede de uma casa. Mateus esboça um sorriso, e parece que este era seu plano. Claro, me deixei levar, pois ele mora aqui e já brinca com isto há mais tempo que eu. O ruivo conhece este terreno melhor.

No fim, falhei por conta do campo de visão também. Reconheço meu erro. Estendo a mão em direção a ele, já Mateus aceita e a aperta.

— Peguei você, Zé Mané — diz Mateus

— Você foi bem. Hahaha! — eu repondo.

Agora quem...

— Tá fodido, seu palerma! — diz um garoto bem mais alto que eu. Um que não participava da brincadeira. É aquele que estava com a menina. Mas o que eles faziam mesmo?

Agora que está mais perto, eu consigo ver melhor sua aparência. É um garoto enorme, posso ver pelo rosto que ele deve ter uns dezesseis anos, mas é bem robusto e tem o tipo físico de um rapaz de uns dezoito a vinte anos. Possui cabelos pretos e está bem limpo, ele usa roupas caras, portanto deve ser de alguma família importante.

O garoto parte para cima de mim e tenta me dar um soco, mas eu esquivo, igual fiz com Mateus. Ele tenta novamente, mas eu desvio de novo, da forma que Valefar me ensinou.

Ele é grande, porém é mais lento que o ruivo. Sendo assim é só não deixá-lo me agarrar que não significará uma ameaça.

Droga, preciso sair daqui ou o professor vai ficar bravo comigo. Mas a verdade é que não quero ir embora.

Desvio novamente.

— Você é a porra de um macaco? Pare de pular!

Escuto os risos das crianças ao redor. Eu me contenho para não rir também.

— Calem a boca, senão vocês serão os próximos! — exclama o garoto.

Os meninos ficam com medo e se calam, já eu aproveito a distração para me afastar. Verifico a rua e vislumbro uma rota de fuga. Há oportunidade para eu fugir, e seria o certo a se fazer, mas o garoto percebe e corre em minha direção.

Eu deveria escapar e é certo que conseguiria, mas não hoje, pois a brincadeira está divertida e não quero que este dia acabe. Desta vez eu não me contenho. Olho para o garoto grande e solto um sorriso. Valefar vai me matar.

Esquivo de outro golpe. Ele é muito lento. Que saco, o professor disse para eu não arrumar confusão e olha no que me meti.

Perdido em pensamentos, eu me distraio e piso em falso em uma pedra, perco meu equilíbrio, e o valentão se aproveita para me dar um murro. Deste não vou conseguir desviar, por isso eu preciso defender! Já consigo sentir a dor do impacto antes de acontecer.

Mas não sinto nada. Não bateu?

Removo os braços bem devagar da frente do meu rosto e vejo um homem de cabelos pretos e roupas verdes com seus mais de dois metros de altura. Ele segura a mão do garoto mais velho com extrema facilidade. O garoto é enorme, porém fica pequeno perto deste homem.

— Você gosta de bater nos menores, não é? — diz meu mentor.

— Você sabe com quem está lidando?

— Com um monte de bosta!

— Seu!

O garoto ameaça avançar contra Valefar, mas pensa melhor e desiste. Bom, ele deveria pensar melhor mesmo, já que o professor é muito forte.

— Vê se ensina seu filho a não xeretar no assunto dos outros — diz o garoto a Valefar, depois ele olha para mim, aponta com o dedo e conclui: — fodido. — Depois da ameaça, o jovem vira as costas e vai embora.

— É, tenho que ensinar algumas coisas para ele sim — diz o professor ao voltar sua atenção para mim.

Droga, eu não lembro de ter feito nada para que tudo isto acontecesse.

— Isso não vai se repetir prof...

Nossa! Você deve ser o caçador, o pai do Gris. Você é enorme. Você caça na Floresta de Prata, Sr. Caçador? Me disseram que você mora lá, e meu pai diz que a floresta é o lugar mais perigoso do mundo, é verdade? O papai diz que tem um monstro na floresta que leva crianças malvadas e devora elas. É verdade que tem um monstro lá? — diz Laura, sem parar para respirar.

O professor se abaixa e responde: — A senhorita gosta de falar, hein. Seu pai é um homem sábio, pelo visto, e ele tem razão, pois a Floresta de Prata é um lugar muito perigoso. É bom você ficar bem longe dela. — Valefar se levanta, coloca a mão sobre minha cabeça, e se curva perante as crianças e também me força a curvar. — Perdão pela confusão, crianças. Podem continuar sua brincadeira, mas o meu filho tem uns assuntos importantes a resolver.

Creio que Laura me salvou de uma bronca, talvez.

— Até mais tarde, pessoal, e obrigado por tudo — eu digo e viro as costas para partir.

— Volte amanhã. Vamos brincar amanhã aqui também — diz Laura.

Olho para Valefar. Eu realmente quero voltar amanhã. Porém, ele faz um sinal de reprovação com a cabeça.

— Sinto muito. Eu não posso, Laura.

— Que pena, mas se mudar de ideia venha aqui brincar com a gente —  diz Laura em um tom desanimado, mas imediatamente o brilho de seus olhos retorna, então ela complementa: — Nossa! Preciso contar para o papai e para a mamãe que eu conheci alguém que entrou na floresta. Tchau, eu preciso ir!

— Tchau, Lau... — Ah, já foi. Ela parece uma tempestade. — Professor!

— O que foi, Gris?

— Eu acho que a Laura será uma santa quando crescer.

Valefar olha para a menina, que corre para longe, e dá um discreto sorriso.

— Talvez você tenha razão. Bem, vamos para estalagem, pois precisamos garantir um lugar.

 

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