Volume 2

Capítulo 5: Quanto maior, melhor

Aviso

A Katzenfallen Scan agora e Mahou Scan!

Para ficar por dentro das mudanças entre no nosso Discord!


“Ufa! Finalmente é hora do almoço! Masachika, Hikaru, qual é o plano? Comprei o almoço a caminho da escola hoje.”

“Huh. Bem, isso é novidade.”

“As refeições da escola ficam chatas depois de um tempo, sabe?”

“Eu também trouxe o almoço hoje”, anunciou Masachika.

“Ah, mesmo? Acho que vou pegar algo na cooperativa, então.”

“Eu preciso pegar uma bebida.”

Depois de sair da sala de aula, Masachika caminhou até a máquina de venda automática no primeiro andar, enquanto Hikaru seguia em direção à cooperativa na direção oposta. No entanto, assim que Masachika começou a descer as escadas, uma voz chamou-o de repente de perto.

“Masachika.”

Ele deu um salto, mas imediatamente reconheceu quem era e virou-se com ar de desinteresse.

“Ayano… Precisa de alguma coisa?”

Era Ayano Kimishima, que havia ingressado no conselho estudantil no dia anterior. Ela não era apenas a empregada de Yuki, mas também alguém que Masachika podia verdadeiramente chamar de amiga de infância.

“Peço desculpas pelo incômodo, mas poderia me dedicar alguns minutos?”

Ayano fez uma reverência graciosa enquanto olhava silenciosamente para Masachika com uma expressão neutra.

“…Tudo bem. Devemos ir a algum lugar onde possamos ficar sozinhos?”

“Muito obrigada. Por aqui, por favor.”

Ayano rapidamente se colocou à frente de Masachika e começou a guiá-lo como se já tivesse um local em mente.

Ela nunca muda. É como um ninja.

Masachika pensou enquanto observava suas costas firmes e retas. Apesar de ser extremamente bonita pelos padrões públicos, surpreendentemente, ela tinha quase nenhuma presença... a ponto de você nem perceber que ela estava lá até que estivesse tão perto que pudesse ouvir claramente sua voz suave.

…Pensando bem, dizer que ela não tinha muita presença era muito ambíguo. Mas ela fazia quase nenhum barulho, não importava o que fizesse, e tentava ficar fora do campo de visão dos outros, então você não a notaria chegando a menos que estivesse realmente procurando por ela. Ela desapareceria antes que você percebesse, e então, do nada, estaria bem ao seu lado novamente.

Quer dizer, não é como se ela estivesse fazendo isso de forma maliciosa, então não estou tentando insultá-la ou algo assim, mas…

Não era como se ela se comportasse assim porque estava tentando assustar as pessoas. Isso era apenas quem ela era: silenciosa em todos os aspectos, seja falando, se movendo ou expressando-se. Ela quase nunca iniciava conversas também, então é claro que ela não faria questão de surpreender os outros. Ela começava raramente a conversar com Masachika de livre e espontânea vontade, apesar de conhecê-lo há tanto tempo.

“Por aqui, por favor,” sugeriu Ayano enquanto abria rapidamente, mas silenciosamente, uma porta (era um palpite de qualquer um como ela conseguia fazer isso com uma porta deslizante) para uma sala de aula vazia. Depois que Masachika entrou, Ayano fechou a porta, novamente sem fazer barulho, e acendeu as luzes. Em seguida, ela se colocou à sua frente e fez outra reverência.

“Sei que seu tempo é valioso, então, primeiro, permita-me agradecer por—”

“Sim, sim. Vamos direto ao ponto.”

“Minhas desculpas.”

Ela ergueu a cabeça e olhou diretamente para ele, mas seus olhos estavam um tanto afiados, apesar de sua expressão neutra.

“Yuki me disse que você iria concorrer com Kujou na eleição. Isso está correto?”

“…Sim,” Masachika admitiu com um aceno. Depois que Ayano baixou brevemente o olhar, ela olhou novamente com uma luz fria e distante nos olhos.

“Você desgostou o chefe da família com sua decisão.”

“…!”

Masachika ficou surpreso. O chefe da família de quem ela falava era o avô materno dele e de Yuki. Em outras palavras, o atual chefe da família Suou.

“Ele parecia extremamente irritado com sua decisão de atrapalhar o caminho de Yuki, especialmente depois de abandonar a família Suou.”

“…”

Masachika não ficou surpreso. Claro, seu avô, que valorizava a reputação da família Suou acima de tudo, não ficaria feliz com sua decisão. Não havia como ele permitir que Masachika obstruísse o caminho de Yuki para o sucesso. Afinal, ela iria assumir a família Suou um dia.

Isso obviamente ia acontecer, e mesmo assim nem passou pela minha cabeça? Velho miserável…

Ele reclamou do avô em suas memórias. Aliás, foi seu avô quem insistiu para que Yuki e Masachika dissessem serem apenas amigos de infância quando estavam fora de casa. Masachika achava isso ridículo, mas do ponto de vista de seu avô, ter o futuro chefe da família, Masachika, os abandonando era aparentemente um escândalo que ele queria evitar. Portanto, ele fez Masachika prometer não contar a ninguém que ele tinha algum parentesco com eles se quisesse romper os laços com a família. Essa era a única condição dele. Masachika não tinha obrigação de cumprir sua promessa, mas se ele fizesse algo para irritar seu avô, sua irmãzinha, que ficava na casa Suou, seria a única sujeita à sua ira. Foi o amor de Masachika por sua irmã que o fez manter sua promessa e obedecer ao seu avô.

“E então? Ele te mandou me perguntar se era verdade?”

“…Não. Eu precisava ouvir isso por mim mesma.”

“…?”

Ele levantou uma sobrancelha, seu rosto transbordando de surpresa, já que ele supunha que seu avô a tinha mandado aqui.

“É meu dever como serva abrir caminho para meu mestre, e como serva de Lady Yuki, preciso descobrir as intenções daqueles que se opõem a ela.”

“Que lealdade. O que você é, um samurai?”

Embora ele pudesse estar provocando-a, não havia desprezo em sua voz. Masachika ficou de pé, pois embora sentisse que ela estava exagerando tudo, sabia que ela dizia cada palavra a sério.

Por que eu sequer…?

Masachika refletiu sobre suas ações mais uma vez. Ele ia concorrer com Alisa na eleição, o que significava que estava concorrendo contra Yuki. Masachika Kuze nunca decidiria fazer algo assim quando você realmente pensava sobre isso. Contrariar seu avô e concorrer contra sua irmãzinha, a quem ele amava? O que ele esperava ganhar com isso? A honra de se tornar vice-presidente? Ele não tinha interesse nisso. Ele simplesmente… não podia abandonar Alisa. No final, era só isso.

“Eu confiei em você.”

Ela lançou-lhe um olhar acusatório no meio de sua reflexão.

"Eu confiava que você nunca faria nada para machucar a Lady Yuki... Eu estava errada?"

"..."

A voz angustiada quebrou o coração de Masachika. Ela estava interpretando o papel do vilão — um papel ingrato para aquele a quem servia, a quem amava e respeitava, e estava miserável. Embora possa parecer sem emoção à primeira vista, Masachika sabia que ela era tão amorosa, afetuosa e doce quanto Yuki. Ela não era alguém que tivesse a capacidade de criticar ou culpar os outros, e atacar alguém assim também a entristecia. Ela era uma garota terrivelmente gentil. E ela estava sofrendo. Ela tinha que expressar má vontade quando, na realidade, estava despedaçada. Mas o que mais machucou Masachika foi o fato de que ele era o culpado por essa angústia.

Eu deveria ter feito algo mais cedo...

Sua expressão mudou enquanto refletia sobre seus arrependimentos, então ele encarou Ayano com sinceridade. Ele olhou diretamente nos olhos dela, transmitindo seus sentimentos genuínos do fundo do coração.

"Eu não decidi concorrer para atrapalhar a Yuki. Decidi concorrer na eleição pelo bem da Alya... e como resultado, me tornei um dos oponentes da Yuki. Isso é tudo."

"Mas..."

Ayano hesitou ao olhar para aquele olhar firme, mas então seus olhos quase imediatamente se tornaram afiados novamente.

"Independentemente de como você chegou a este ponto, você ainda está concorrendo contra ela. É tão importante se juntar à Kujou? Vale a pena trair e machucar a Lady Yuki?"

"Sim."

Ela ficou surpresa com a resposta firme dele, especialmente depois de ter sido tão agressiva, e seus olhos caíram em tristeza e perplexidade.

"Eu não sei por que estou fazendo isso... mas ainda vou fazer. Vou fazer o que for preciso para fazer da Alya a próxima presidente do conselho estudantil. Foi isso que prometi a ela que faria," Masachika acrescentou sinceramente.

"Isso é porque você tem sentimentos por ela? Você gos—?"

"Não."

Ele pôde responder claramente a isso. Ele não estava ajudando Alisa porque estava apaixonado por ela. Mas então por que ele estava ajudando-a? Ele não entendia realmente o motivo. Ele estava determinado mesmo sem conhecer o motivo.

"Eu sozinho tomei essa decisão. Yuki não tem nada a ver com isso, e eu nem estou pensando na família Suou."

"..."

"Então diga ao velho que é melhor ele não culpar a Yuki por isso. Se ele tiver algum problema, ele sabe onde me encontrar."

Os olhos de Ayano se arregalaram de choque, e ela estremeceu.

"...Muito bem."

Ela se curvou profundamente. Então, com a cabeça ainda baixa, ela perguntou:

"Por favor, me diga mais uma coisa antes de ir. Você ainda sente o mesmo pela Lady Yuki agora? Como você se sente em relação a ela?"

"A Yuki é a pessoa mais importante do mundo para mim. Nada mudou," Masachika respondeu prontamente. "Então, por favor, esteja lá por ela, ok? Eu sei que não estou em posição de estar pedindo isso, mas por favor."

"...Muito bem. Estou verdadeiramente feliz por você sentir assim, Masachika," ela respondeu enquanto seus longos cabelos escondiam sua expressão. Ela então virou-se e caminhou até a porta atrás dela. "Muito obrigada pelo seu tempo hoje. Nos vemos por aí."

Ela se curvou mais uma vez na frente da porta antes de se retirar da sala... embora normalmente ela esperasse que Masachika saísse primeiro.

"Eu me pergunto se a desapontei…," murmurou ele para si mesmo, sentindo como se a porta aberta fosse simbólica para o que ela sentia por dentro.

Acho que, sem contexto, toda a conversa me fez parecer um canalha que acabou de trair sua namorada. Sabe, o tipo de cara que diz coisas como: "Alya precisa de mim. Mas você? Você vai ficar bem sem mim." ...Quer dizer, eu sou um canalha, mas mesmo assim.

Depois de um pouco de autoironia interna, ele passou as mãos pelos cabelos.

"Eu sabia que isso ia acontecer, mas... ainda dói."

Os olhos hostis de sua amiga de infância dilaceraram seu coração ainda mais do que ele imaginava. O fato inegável de que suas ações machucaram as duas pessoas mais próximas a ele era angustiante. No entanto, estranhamente, ele não se arrependia do que tinha feito. Ele ainda sentia que sua decisão de ficar ao lado de Alisa era a coisa certa a fazer. Isso não significava que a dor fosse diminuída de forma alguma, no entanto.

"Ah..."

Ele baixou a cabeça e suspirou enquanto voltava cansadamente para a sala de aula, esquecendo completamente o motivo de ter saído da sala de aula em primeiro lugar.

"Ah, finalmente voltou... Onde está sua bebida?"

"Hã? Oh..."

Somente quando Takeshi apontou isso, ele finalmente lembrou por que havia saído, mas ele não estava com vontade de pegar uma bebida agora. Na verdade, ele havia perdido o apetite completamente.

"Eu posso beber a água que trouxe de casa."

"...? Ah."

Takeshi sentiu que algo não estava certo quando Masachika sacudiu a garrafa de água que trouxera de casa, mas ele não perguntou. Antes que outro segundo passasse, Hikaru voltou com um pão saboroso e virou sua mesa para juntá-la à de Masachika.

"A Alya não está aqui. Por que não ocupa o lugar dela?", comentou Masachika para Takeshi, que trouxera sua cadeira de sua mesa até ali.

"Sinceramente, adoraria sentar na cadeira da Princesa Alya, mas prefiro não ser morto hoje." Takeshi riu amargamente depois de olhar para o assento vazio no final da fileira perto da janela.

"Oh, vamos lá. Ela realmente te assusta tanto?"

"Não ela. Estou falando dos nossos colegas de classe."

"Faz sentido."

Mesmo que os rapazes não o matassem, ainda o machucariam um pouco por causa de seu status como ídolo. Não ajudava que as plaquinhas dos alunos estivessem nos cantos direitos de suas mesas, então era dolorosamente óbvio qual mesa pertencia a quem. A escola acreditava que os alunos começariam naturalmente a cuidar melhor do equipamento da escola se continuassem usando a mesma mesa durante todo o ano, mas isso também tornava mais difícil para os alunos pegarem emprestado as mesas de seus colegas - sem permissão, pelo menos.

Além disso, ver o nome de uma menina na mesa no canto do olho também era perturbador.

Masachika abriu sua marmita.

"O que é isso?"

"O especial de hoje: sobras de ontem."

"Sim, eu percebi isso sozinho."

Na camada superior da marmita de duas camadas estava carne de hambúrguer, que tinha sido espalhada, e comprimida na camada inferior estava arroz branco. Marrom em cima e branco embaixo. Pelo menos havia um pouco de brócolis para dar um toque de cor à carne de hambúrguer... se você conseguisse ignorar sua aparência moderadamente murcha.

"Bem, pelo menos parece bom."

"Definitivamente parece algo que um cara jogaria junto, porém."

"Porque um cara realmente jogou junto." Masachika deu de ombros enquanto seus dois melhores amigos sorriam tortos. Eles sabiam que ele morava sozinho com o pai, então Masachika não se incomodava especialmente com as brincadeiras deles. Ele juntou as mãos.

"De qualquer forma, vamos comer."

"Vamos."

"Até que enfim!"

Eles começaram sua refeição, mas Masachika não estava realmente se entregando à comida como os outros. Ele ainda estava refletindo sobre o que havia acontecido alguns minutos atrás. Ele roboticamente levou seus hashis da marmita à boca. Foi quando Takeshi de repente pegou sua sacola plástica, na qual havia trazido seu almoço da loja de conveniência, e puxou uma revista em quadrinhos, talvez tendo sentido algo sombrio sobre o comportamento de Masachika.

"Ei, dê uma olhada nas modelos desta semana, Blooming. Eles as reuniram todas para uma sessão de fotos."

Takeshi apontou para o grupo de vinte pessoas que estava explodindo em popularidade ultimamente. Mesmo Hikaru, que normalmente mostrava zero interesse em tópicos como esse, se interessou, pois também havia percebido algo estranho em Masachika.

"Eles têm aparecido muito na TV ultimamente, né? Eu pensei que estavam buscando uma imagem mais inocente, mas parece que também estão fazendo modelagem de biquíni em revistas agora."

"Esta é aparentemente a primeira sessão de fotos com todas juntas também... Uau. Sério? Eu não esperava que essa garota fosse tão dotada."

Takeshi sorriu enquanto olhava para uma das modelos em um biquíni.

"E você, Masachika? Tem alguma favorita?"

"Honestamente, não sei nada sobre ídolos, cantores ou o que quer que seja. Já ouvi falar deles antes, mas não sei os nomes de nenhum."

"Vamos lá. Parece um velho. Tem que ter uma atriz ou cantora de quem você gosta."

"Não, sério... Eu nunca fui fã de nenhuma atriz específica, também. Há alguns comediantes que são legais, porém."

"Mano, sério? E sobre dubladoras? Alguma que você goste?"

"Eu não tenho muito interesse em dubladoras..."

“Vocês estão brincando comigo. E você, Hikaru?"

"Você realmente acha que eu iria gostar daquelas garotas cheias de manutenção e chamativas da TV?" Hikaru respondeu com um sorriso sombrio. Aquelas palavras por si só diziam tudo o que precisava ser sabido sobre como ele se sentia em relação às pessoas na TV.

"O que há de errado com vocês?! São homens ou não?! Tem que haver pelo menos uma atriz que você acha bonita!" Takeshi gritou, irritado por eles não conseguirem concordar com ele.

(Shisuii: Rapaz eu entendo meus parças ai, nunca vi graça em mulheres 3D)

"Como você poderia se apaixonar por alguém com quem nunca poderia sair?"

"E quanto às garotas 2D?"

"Sim, mas pelo menos você pode namorá-las vicariamente através dos olhos do protagonista."

"E se a garota que você gosta não for uma das principais heroínas, então o protagonista nunca sai com ela?"

"Takeshi... Você está familiarizado com fanfics? Você ficaria surpreso com o tipo de coisas que algumas pessoas escrevem..."

"Você tem apenas dezesseis anos, sabia?"

"Nunca disse que estava falando de fanfics eróticas," Masachika respondeu com uma expressão completamente inocente.

"Concordo. As garotas na ficção nunca te traem...", disse Hikaru com seu sorriso sombrio.

(Shisuii: A maior verdade desse mundo 2D nunca vai te trair | Azure: Exatamente)

"Hikaru, o que há de errado? Ou estou falando com o Hikaru Sombrio?"

"Hikaru... Odeio ter que te contar isso, mas quadrinhos de corno também existem."

"Masachika, chega!" Takeshi gritou.

"Eu sabia... Todas as mulheres são más!" resmungou Hikaru.

"Você está fazendo parecer que elas mataram seus pais."

"E de quem é a culpa?"

Ele olhou para Masachika com um olhar reprovador, fazendo Masachika perceber que tinha ido longe demais, então ele comentou entusiasticamente:

"De qualquer forma, eu entendi. É o sonho de todo homem namorar secretamente uma ídolo popular."

"C-certo?!"

"Ela é a ídola de todo mundo... é o que todo mundo pensa, mas na verdade ela é só minha."

"Eu sei exatamente o que você quer dizer! Isso faz você se sentir superior a todos os outros."

Eles conversaram sobre fantasias que nenhum deles realmente tinha, mas parecia colocar Takeshi de bom humor enquanto ele abria a revista em quadrinhos mais uma vez e a entregava para Masachika.

"E então? Quem você gosta? Não pense muito. Apenas escolha quem você acha mais bonita."

"Hmm..."

Masachika folheou as páginas. Talvez porque ele fosse um homem. Ou talvez fossem seus instintos como amante de seios? Seja qual for o caso, ele não pôde deixar de apreciar como algumas delas enchiam bem seus biquínis. Takeshi sorriu, aparentemente ciente disso.

"Então você gosta das mulheres mais velhas com corpos em forma de ampulheta, hein? Sou um grande fã das garotas mais jovens — da nossa idade também — mas quando você as coloca em biquínis... Entende o que estou dizendo?"

"Não há homem no mundo que pudesse resistir a um corpo como o dela."

"Certo? Seios estão cheios de nossas esperanças e sonhos, afinal!"

"São bolotas de gordura."

"Você poderia por favor ficar quieto, Hikaru Sombrio?"

Masachika sorriu ironicamente com a troca deles e virou a revista na direção de Takeshi.

"Eu acho que se eu tivesse que escolher alguém, iria com essa garota..."

Ele apontou para uma das modelos e olhou para seus amigos... que tinham expressões de surpresa em seus rostos. Imediatamente, um calafrio percorreu sua espinha como se um vento frio estivesse soprando em suas costas. Masachika, reconhecendo instantaneamente a situação, continuou olhando para frente e começou desesperadamente a lutar por sua vida usando o único método que podia pensar: a lisonja.

"...se não houvesse uma garota extremamente bonita sempre sentada ao meu lado! Porque a garota desta revista não chega nem perto dela!"

"Vou confiscar isso."

"O que diabos...?!"

Uma mão se estendeu por trás e pegou a revista.

Masachika gritou, seus olhos acompanhando a revista até encontrarem o olhar glacial de Alisa olhando para ele. Seus olhos então se fixaram na revista, brilhando com desprezo.

"<отвратительно>"

(Nojento)

"S-sim, uh... Eu não entendo russo, mas consigo perceber que ela está revoltada."

"Que coincidência, Takeshi. Eu também."

"Hahaha..."

Takeshi e Masachika sorriram constrangidos enquanto Hikaru ria como se isso não tivesse nada a ver com ele, mas quando Alisa olhou intensamente para Takeshi e Hikaru, eles rapidamente desviaram o olhar e se encolheram para trás.

"Kuze... Você realmente achou que estava tudo bem, especialmente agora que é membro do conselho estudantil, trazer essas obscenidades como essa para nossa escola?"

"Não, uh... Tecnicamente, Takeshi trouxe consigo."

"Então você deveria tê-lo avisado."

"Sim, senhora."

Masachika recuou, assustado por sua voz estranhamente fria. Depois de olhar com desprezo para os três alunos patéticos por um bom tempo, Alisa soltou um suspiro profundo e colocou a revista na mesa deles.

"Uh... Você está devolvendo isso para nós?"

"Não entenda errado. Eu simplesmente não quero ficar segurando essa sujeira desse tipo o dia todo."

"Espere um segundo. A capa pode ser um pouco lasciva, e há fotos de modelos nas primeiras páginas, mas no geral, a revista está cheia de material puro e saudável."

"Diz o menininho que estava gritando sobre as imagens perversas com seus amigos."

"Mmm... Você me pegou nessa," Masachika disse com um gemido, sabendo que ela estava completamente certa.

"Você é um idiota." Alisa bufou pela última vez enquanto revirava os olhos e voltava a se sentar em sua mesa.

"Se apresse e guarde essa coisa antes que Alya mude de ideia," Masachika sussurrou com raiva.

"Tudo bem... Espere. Desde quando você entrou para o conselho estudantil?"

"Ah, certo. Anteontem."

"Por que você não me contou? O que aconteceu?"

"É uma longa história..."

Os três alunos masculinos se mudaram com medo enquanto sussurravam um para o outro. Alisa olhou para eles com frustração, então apoiou o queixo na mão com o cotovelo na mesa e olhou para fora da janela. Ela pensou no que Masachika estava gritando um minuto antes. Apesar de saber que ele estava apenas tentando lisonjear ela para que não confiscasse a revista deles, ela podia sentir sua pele ficar vermelha.

"<Он действительно идиот>"

(Ele realmente é um idiota.)

Ela sussurrou quietamente como se para distrair-se de como estava se sentindo quente, mas para Masachika, suas palavras duras realmente acalmaram o ar, e ele suspirou internamente aliviado. No entanto...

"Hmm? Hikaru, o que há de errado?"

Masachika olhou para cima, se perguntando sobre o que Takeshi estava falando quando notou Hikaru encarando intensamente a capa da revista que Takeshi estava tentando guardar. Tanto Masachika quanto Takeshi estavam perplexos com seu comportamento incomum, já que ele tinha uma forte aversão às mulheres. Mas logo, Hikaru apontou para uma das garotas na capa e observou:

"Eu estava me perguntando sobre a garota que Masachika escolheu. Qual era o nome dela mesmo? De qualquer forma, sou só eu ou ela se parece um pouco com a Maria Kujou?"

Masachika imediatamente sentiu um olhar penetrante perfurar sua bochecha esquerda. A fugaz atmosfera gentil despencou e agora estava tão fria e afiada quanto um pingente de gelo.

Heyyy?! O que há de errado com você, Hikaru?!

(Shisuii: Com um amigo desses nem precisar de inimigos | Azure: Slk amigo bom em)

Quando ele olhou para o lado, pôde perceber Alisa o encarando através do reflexo na janela, e um suor frio começou a escorrer por suas costas.

"Nah, não sei não, cara."

Ele tentou disfarçar com um sorriso tenso, mas...

"Ela até que se parece com a Maria, agora que você mencionou."

...Takeshi veio com um ataque de acompanhamento depois de dar uma olhada mais de perto na capa.

Como um cara pode ser tão denso?! Takeshi!!

Masachika estava gritando com eles em sua mente, mas a ventania gelada de antes havia ido embora, então eles pareciam estar se divertindo sem se importar com nada. A ventania, no entanto, não havia desaparecido, mas se transformara em um único pingente de gelo afiado que estava esfaqueando Masachika bem nas costas.

"Certo? Só olhe para o corte de cabelo e o estilo dela. Seus olhos castanhos e cabelos castanhos também se parecem com os dela."

"Além disso, ela é mais velha que nós. Masachika, o que diabos? Eu não sabia que você gostava de garotas como a Maria."

Quanto mais animados eles ficavam, mais dor Masachika podia sentir perfurar sua bochecha...metaforicamente, é claro.

O-oh, droga... Uma palavra errada, e estou morto.

Enquanto seus instintos de sobrevivência soavam ferozmente o alarme em sua mente, ele proferiu desajeitadamente:

"Nunca disse que ela era meu tipo... Além disso, a Masha já tem um namorado."

"Mas você totalmente tentaria dar em cima dela se ela não tivesse, né?"

"Espera. 'Masha'? Desde quando você começou a chamá-la pelo apelido? Quando vocês dois ficaram tão próximos?"

Por que eles estão se unindo contra mim assim?! E por que agora?!

O motivo era porque Masachika geralmente nunca expressava nenhuma interesse no sexo oposto, especialmente quando tratava Alisa e Yuki, talvez as duas garotas mais bonitas da escola, como amigas. Seus amigos homens até secretamente se preocupavam que talvez ele realmente só estivesse interessado em garotas 2D. Então, mesmo que isso talvez não fosse Masachika admitindo que estava apaixonado, seus dois amigos estavam aliviados e um pouco animados para ouvir sobre seu relacionamento com uma garota 3D (real). Masachika, por outro lado, sentia que isso não era da conta deles, o que foi enfatizado pela irritação que sentia.

"Cara, é uma coincidência. Eu nunca olhei para a Masha dessa forma..."

Mas ele não pôde terminar sua frase porque, infelizmente, conseguia se lembrar de muitas vezes em que olhou para Maria dessa forma. Sua consciência naturalmente o impediu e disse: "Que tipo de grande mentiroso você é?"

"Eu, uh... Sim, nunca considerei sequer uma vez namorá-la."

Takeshi e Hikaru estreitaram os olhos para ele, claramente cansados de ver que ele estava claramente tentando se esquivar disso. O olhar de desprezo de Alisa também entrou na mistura. Fazia sentido, afinal. Quem não ficaria desgostoso ao descobrir que alguém estava olhando sexualmente para sua irmã?

"<поросенок.>"

(Porco)

O insulto sussurrado em russo perfurou o coração de Masachika. Ele não pôde reagir, o que significava que não podia argumentar, o que tornava tudo pior.

"E quanto à Yuki? Você tem interesse em namorar ela? É verdade o que dizem sobre não poder namorar sua amiga de infância?"

No momento em que Takeshi pronunciou o nome de Yuki com uma expressão cansada, algo sobre Alisa mudou indiscutivelmente. Seu olhar era penetrante de uma maneira diferente de alguns momentos atrás, enquanto perfurava a bochecha de Masachika. No entanto, ele pensou não em Yuki, mas em Ayano, quando respondeu:

"Você não pode namorar amigos de infância. Na verdade, eu não fiz e nunca sequer consideraria tal coisa. Então, só para ficarmos claros: Yuki e eu nunca seremos um casal, não importa o que aconteça."

"Você já disse isso antes, mas por quê?"

Porque eles eram irmãos. Eles eram irmãos de sangue com os mesmos pais. Isso era tudo, mas era um segredo que ele não podia revelar. Tudo o que ele podia fazer era sorrir estranhamente para Takeshi, que balançou a cabeça como se não fizesse o menor sentido para ele.

"Eu não entendo você, cara... Ela é linda. Ela é educada, tem uma boa personalidade, e ela é um anjo perfeito na classe também, o que não é comum nos dias de hoje."

"Uh, certo..."

Estamos falando da mesma Yuki? foi a resposta instintiva de Masachika, mas ele se pegou e respirou fundo. Era natural para todos verem ela como uma jovem dama adequada, já que esse era o único lado de Yuki que as pessoas viam na escola. Mal sabiam eles que ela era uma nerd total na realidade. Masachika não pôde deixar de apagar o sorriso do rosto, já que ele estava ciente da verdadeira Yuki, mas ele não podia contar a verdade, mesmo que eles fossem seus amigos. Então ele respondeu de forma ambígua:

"Mas somos plebeus em comparação com ela. Entende o que quero dizer?"

"Oh... Certo. Entendi."

"Mas isso não te impediria de namorar a maioria das garotas desta escola? Não consigo contar quantas vezes pensei que meio que conhecia alguém, e então descobri que, na verdade, ela era filha de algum CEO importante ou algo assim."

"Sim, eu acho. De qualquer forma, eu preferiria escolher alguém mais do meu nível se fosse namorar. E isso é um grande se."

"Cara, estamos falando de relacionamentos no ensino médio aqui. Você não acha que está pensando demais?"

"Então, quando você disse que queria alguém mais do seu nível, você quis dizer alguém de uma família de classe média?"

"Sim, eu acho. E, tipo, alguém divertido de estar por perto? Alguém com quem você pudesse namorar, mas ainda sair como amigos..."

Ele naturalmente relembrou aquela garota enquanto não pensava realmente nas palavras que estavam saindo de sua boca.

"<Т-такие как я?>"

(A-alguém como eu?)

Uma chance remota.

Seu russo escapou para sua mente, infiltrando-se em suas lembranças, e ele respondeu reflexivamente em sua mente como sombrio Hikaru faria. Seu rosto ficou morto sério, e ele olhou para o lado para encontrar Alisa ainda de costas com a bochecha apoiada na mão... de uma maneira incomumente rígida. Depois de olhar um pouco mais, ele percebeu que ela tremia levemente e murmurava em russo como se estivesse cantarolando uma música. Mas quando Masachika esticou os ouvidos... seu rosto ficou pálido.

"Não posso acreditar que eu disse isso. Não posso acreditar que eu disse isso!" Será que ela acabou de dar um gritinho também? Tsk. Consigo ver você sorrindo no reflexo na janela, sabe? Você vai ficar cansada de se expor para mim algum dia? Isso é apenas uma diferença de cultura? Ouvi dizer que os russos eram mais diretos do que os japoneses. É isso? Você apenas diz o que lhe vem à mente se for em russo? ...Sim, eu sei que não é isso.

Ainda com o queixo apoiado na mão direita, Alisa cutucou a bochecha, os lábios se torcendo para cima. Será que ela não percebeu que Masachika estava olhando para ela? Ou talvez ela tenha percebido, mas seu rosto ficou preso assim? Seja qual for o caso, era uma visão muito desafortunada.

"Masachika? Você está bem?"

"Oh, uh... Além disso, como..."

Masachika começou a relembrar mais uma vez depois de ouvir a voz de Takeshi, e a primeira coisa que veio à mente foi o sorriso daquela garota. Enquanto suas memórias do que ela parecia eram confusas, ele sorria inconscientemente. Ela tinha um sorriso fofo que faria qualquer um sorrir também.

"Eu gosto de garotas com um sorriso fofo."

O instante em que ele disse isso, o sorriso da garota em sua mente foi substituído repentinamente pelo sorriso de Alisa daquele dia.

Que diabos? Não.

Depois de sacudir rapidamente o pensamento de sua mente, ele olhou para ela disfarçadamente.

"..."

Suas costas estavam duras como pedra, impressionantemente. Você quase podia ouvi-la congelando, e sua expressão refletida na janela era tão magnífica quanto.

"Oh? Uma garota com um sorriso fofo, né?"

"Sorrisos são importantes, independentemente do gênero. Acho difícil me dar bem com pessoas cujos olhos não sorriem quando riem e pessoas que mal riem."

"O-oh..."

Masachika entendeu exatamente de onde Hikaru estava vindo, mas ele notou Alisa pular no momento em que ele disse isso, tornando difícil concordar com ele.

Por favor, pare, Hikaru... Alya está sendo atingida por todas as balas perdidas.

Hikaru não tinha intenção de prejudicar com o que disse, mas, na maior parte, Alisa era objetivamente alguém cujos "olhos não sorriam" quando ela ria, o que ela "mal" fazia também. Masachika, no entanto, sabia que ela ria bastante quando ninguém mais estava por perto, e enquanto seus olhos não se estreitavam, estavam cheios de alegria... Alisa ela mesma aparentemente não tinha ideia, porém.

"M-mas, tipo, quando pessoas que não costumam sorrir sorriem, isso as torna ainda mais atraentes. O comportamento quase contraditório é o que o torna fofo."

"“Você tem um ponto válido,"" Takeshi e Hikaru concordaram com um aceno. Alisa endireitou um pouco as costas ligeiramente curvadas.

"A intimidade é breve, porém. Você começa a se sentir como estranhos novamente logo após eles pararem de sorrir."

"Verdade. A maneira como as pessoas geralmente agem é realmente importante."

Mas Hikaru e Takeshi se manifestaram mais uma vez, fazendo com que Alisa se curvasse novamente.

Pare já! Você está desperdiçando todo o meu esforço! O corpo da Alya não aguenta mais golpes! Ela vai cair!

Incapaz de suportar mais, Masachika se inclinou em direção a eles e depois indicou Alisa com os olhos enquanto sussurrava:

"Cara, parem com isso. Vocês estão machucando os sentimentos da Alya."

"Hein? Alisa?"

"Não, cara. A princesa Alya não se importa com coisas assim."

Ela se importava. Ela se importava muito. Ela até estava à beira das lágrimas. Seu reflexo na janela deixava isso bem claro. Seus lábios estavam torcidos, mas de uma maneira diferente de alguns momentos antes, e não era porque ela estava tentando segurar um sorriso.

"<Мне все равно. У меня есть друзья. Это не имеет значения.>"

(Eu não me importo. Eu tenho amigos. Não importa.)

Ela começou a assumir uma frente ousada. Masachika sentiu-se um pouco emocional ao vê-la assim. Na verdade, pode até ter havido uma parte dele que achou fofo vê-la envergonhada pela mudança. Mas ele sentiu pena dela acima de tudo. Ele se sentiu culpado, e isso dilacerou seu coração.

"Só parem, okay? E sigam o meu exemplo... a menos que queiram que as aulas da tarde pareçam um pouco com a Antártica? Porque ela vai ser gelada se não consertarmos isso."

"Er... Sim, tudo bem. Você venceu."

"S-sim, é um bom ponto..."

Depois de conseguir que eles concordassem, Masachika se acomodou em sua cadeira e abriu a boca, mas antes que pudesse dizer uma palavra, Takeshi o deteve com os olhos.

Masachika, deixe isso comigo.

Você tem certeza de que pode lidar com isso?

Claro. Sem problemas.

Está bem. Estou contando com você.

Eles tiveram uma conversa inteira apenas com os olhos antes de trocarem um aceno leve. Takeshi então bufou orgulhosamente e exclamou em voz alta:

"Mas acho que nada disso importa quando se é tão bonita quanto a Princesa Alya!"

"Seu idiota!"

Masachika e Hikaru pronunciaram simultaneamente as exatas mesmas palavras, surpresos pela estupidez paralisante de Takeshi, mas Takeshi simplesmente piscou como se não tivesse ideia do motivo de estarem chateados. Se você procurasse a palavra irritante no dicionário, veria apenas uma foto de sua expressão. Mas antes que Masachika pudesse reclamar, uma voz mais fria e distante se pronunciou.

"Hmph. Então é assim que você me vê."

"A-Alya..."

Masachika virou mecanicamente seu pescoço rígido para olhar para trás e descobriu que a expressão lacrimosa de momentos atrás havia desaparecido; em vez disso, tinha se transformado em um olhar gelado e aterrorizante, sem nenhum sinal de calor. Somente após ser submetido ao olhar gelado de Alisa é que Takeshi percebeu finalmente o que havia feito, e ele ficou paralisado.

"Bem, desculpe por não ser amigável e por não ter charme. Desculpe por minha cara ser minha única característica redentora."

"Hein? Não era isso que eu queria dizer..."

"Talvez eu devesse confiscar aquela sua revista afinal."

"O quê?! Não, espera."

"Entregue."

"...Sim, senhora."

Takeshi cedeu à pressão e entregou submissamente a revista em quadrinhos, que Alisa arrancou de suas mãos antes de voltar irritada para sua cadeira e se sentar. Enquanto uma atmosfera tensa tomava conta da sala de aula, tanto Masachika quanto Hikaru lançaram a Takeshi um olhar reprovador.

"Você me dá nojo."

"Por isso que você não tem namorada."

"Ei?!"

Os clamores patéticos do garoto que atirou no próprio pé se perderam no ar frio que pairava sobre a sala de aula.

 

Alguns minutos antes, Ayano estava caminhando pelo corredor do primeiro andar após falar com Masachika. Ela silenciosamente se movia entre os alunos que iam e vinham, tentando passar despercebida o máximo possível, como uma folha flutuando entre pedras no rio. Em pouco tempo, ela chegou a uma sala de aula vazia sem chamar a atenção de ninguém e bateu três vezes.

"Entre."

"Como desejar."

Yuki esperava Ayano na escuridão além da porta.

"Você terminou de falar com meu irmão?"

"Sim."

"Ótimo... Se sente melhor agora?"

Enquanto Ayano lembrava de sua conversa, uma luz calorosa brilhava em seus olhos.

"Sim... Masachika continua sendo o mesmo homem que guardo próximo ao meu coração."

"Fico feliz em ouvir isso."

Yuki estava aliviada ao ver o olhar revigorante nos olhos de Ayano, especialmente porque ela não tinha escondido sua desconfiança e frustração com Masachika ultimamente. Embora Ayano geralmente tivesse uma expressão vazia no rosto, era uma característica adquirida e não uma falta de emoções. Por isso, Yuki estava tão aliviada que o mal-entendido de Ayano sobre Masachika tivesse sido esclarecido, porque ela sabia que Ayano amava muito tanto ela quanto seu irmão.

"Está bem escuro aqui. Permita-me acender as luzes."

Ayano se aproximou do interruptor de luz ao lado da porta, mas Yuki imediatamente a deteve.

"Oh, não se preocupe com isso."

"...Você tem certeza?"

"Sim. Não quero chamar atenção desnecessária. Além disso..."

Yuki pausou brevemente, abaixou ligeiramente o olhar, afastou as franjas antes de posar com presunção.

"...a escuridão torna isso muito mais legal."

"...Peço desculpas, mas ainda não entendo muito o apelo," Ayano respondeu com a máxima sinceridade à tentativa de ser ousada de Yuki.

"Não se preocupe com isso. Você tem muito tempo para aprender."

"Obrigada."

Yuki acenou generosamente de volta para ela.

"De qualquer forma, o que meu irmão disse?"

"Ele disse que ainda pretende concorrer com Kujou."

"Imaginava isso. O que mais?"

"Ele me disse para dizer ao chefe da família: 'Não culpe Yuki por isso. Se ele tiver um problema, sabe onde me encontrar.'"

"Oh, meu Deus. Entendi."

Yuki reconheceu instantaneamente que seu irmão estava cuidando dela. Seus olhos se arregalaram em surpresa por um breve momento antes de um sorriso surgir em seus lábios.

"Impressionante... Parece que ele está levando isso a sério." Yuki parecia feliz do fundo do coração e poderia assobiar uma música a qualquer momento.

"Sim, sua determinação fez meu útero tremer," Ayano disse, concordando.

(Shisuii: que papinho ein… | Azure: Que papinho....)

"O-oh, uh... 'Tremer', você diz?"

"Sim," Ayano confirmou, como se não tivesse dito nada para se envergonhar.

Yuki fez uma careta.

"Ei, uh... Só para garantir, você não está apaixonada pelo meu irmão... certo?"

"Se você está se referindo a ter interesse romântico por ele, então não. Eu o admiro tanto quanto admiro e respeito você. Não tenho sentimentos românticos por ele, no entanto."

"Oh... Entendi..."

"Eu nunca imaginaria fazer algo tão insolente quanto namorá-lo. Ser usada como objeto já é mais do que suficiente para mim."

"Sim, isso se chama BDSM."

(Shisuii: Interessante meus caros | Azure: Eitaaa)

Yuki olhou para Ayano com desdém por ter feito aquele comentário insano. Contudo, Masachika não estava errado em seu julgamento sobre Ayano; ela era uma pessoa muito doce, incrivelmente afetuosa, no fundo. Isso era verdade. Mas também era alguém cuja admiração excessiva por seus dois mestres muitas vezes se misturava com suas preferências sexuais, tornando seus desejos únicos bastante evidentes. Sempre havia uma parte dela que sentia um lampejo de alegria sempre que Masachika ou Yuki lhe davam ordens. Ayano própria acreditava plenamente que sua lealdade sozinha era o que lhe trazia essa felicidade. Na verdade, ela estava orgulhosa de sentir alegria. Mesmo agora, ela não tinha absolutamente nenhuma ideia do porquê Yuki estava olhando para ela com desdém, então ela inclinou a cabeça curiosamente.

"Peço desculpas pela minha ignorância, mas... o que significa 'BDSM'?"

"Huh? Ah, significa Best Damn Suou Maid”

(Azure: Acharam que ele besteira ne seus bando de safado!)

"Muito obrigada. É uma honra. Enquanto você já está destinada a vencer a eleição, eu vou manter minha disciplina e sempre ser submissa a você para que você possa continuar dominando."

"Uau, ótima escolha de palavras," respondeu Yuki com uma voz monótona.

"Mesmo?" Ayano piscou lentamente. "Há uma última coisa que esqueci de te contar," ela acrescentou.

"Hmm? O que é?"

"Masachika me disse que nada mudou — que você ainda é a pessoa mais importante do mundo para ele."

"O-oh..."

Com uma expressão séria, Yuki de repente correu até a janela de frente para o pátio da escola, puxou a janela de correr com um barulho, depois respirou fundo... e segurou a respiração.

"Yuki? Algum problema?"

"..."

Mas Yuki não respondeu. Ela manteve as mãos agarradas ao peitoril da janela em silêncio por alguns momentos antes de soltar rapidamente o ar dos pulmões.

"Ufa... Por pouco... quase gritei meu amor pelo meu irmão para a escola inteira."

Depois de limpar a boca com as costas da mão, ela fechou a janela e balançou a cabeça com um suspiro profundo.

"Ah... Por que ele tem que ser tão fofo?" Yuki sorriu e encostou na parede como se estivesse se refrescando. Ela cruzou os braços, também pressionando a parte de trás da cabeça enquanto olhava para o teto e refletia.

"Mas... Huh. Nem mesmo a pressão de Ayano conseguiu fazê-lo mudar de ideia..."

"Ele estava preocupado com você, mas parece ter decidido sobre a eleição."

"Yeah... Ele está levando isso a sério, né? ...Heh! Ele realmente planeja concorrer contra mim?"

Apesar de seu próprio irmão concorrer contra ela, a voz de Yuki estava cheia de excitação.

"Agora as coisas estão ficando interessantes. Honestamente, Alya sozinha não tinha chance contra mim."

Alguém poderia considerar isso uma coisa arrogante de se dizer, mas até mesmo Ayano concordou com ela.

"Cheguei à mesma conclusão também. Embora eu não tenha terminado de investigar, parece que a maioria dos alunos do primeiro ano estão prevendo que você vai vencer. Kujou, por outro lado — para ser honesta, achei o que ela estava fazendo imprudente. Sendo uma estudante transferida, ela não tem ideia do seu reinado como presidente no ensino médio."

"Ha-ha-ha! Isso é cruel. Mas sim, meus apoiadores são firmes como rochas. Agora, meu querido irmão... como você planeja reverter isso?"

Seus olhos brilhavam enquanto seus lábios se curvavam para cima em um sorriso que só poderia ser descrito como feroz.

"Você parece feliz."

"Estou. Vou lutar contra aquele prodígio — o prodígio da família Suou, e ele não vai segurar nada. Como eu não poderia estar ansiosa por isso?"

Yuki se afastou da parede e abriu os braços como se fosse dançar.

"Nunca venci meu irmão em nada antes, e agora ele tem um aliado poderoso como Alya? E ele está sério em me enfrentar? Meu coração está cantando. Agora isso é algo que vale a pena fazer. Vem pra cima, Masachika! Porque eu vou te atingir com tudo o que tenho!" Yuki declarou enquanto cerrava os punhos. Ela voltou seu olhar para Ayano. "E você vai me ajudar, Ayano. Porque vamos fazer ele levar isso mais a sério do que tudo que ele já fez antes."

"Muito bem. Farei tudo que estiver ao meu alcance para ajudar."

Uma luz forte brilhava nos olhos de Ayano, fazendo Yuki sorrir com satisfação evidente antes de se virar e expirar enquanto olhava pela janela.

"A propósito, Ayano..."

"Sim?"

Yuki olhou por cima do ombro para Ayano com um sorriso confiante e perguntou:

"...sou só eu, ou eu realmente soei como o último chefe?"

 

 

 

 



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