Classroom of The Elite Japonesa

Autor(a): Shougo Kinugasa


Volume 1

Extra 12.75: SS Mio Ibuki - Entre Bastidores

30 DE MARÇO. Ibuki estava irritada. Não era preciso dizer que a causa disso era, sem sombra de dúvidas, o filme nada divertido e o casal de idiotas — em outras palavras, Ayanokoji e Karuizawa — sentados ao seu lado.

Deixando rapidamente para trás o cinema que só serviu para aumentar sua frustração, Ibuki soltou um suspiro. Então, pegou seu celular e conferiu o saldo de seus pontos privados.

— Mal me restam alguns.

A quantia mensal de pontos privados era mais do que suficiente como dinheiro de bolso para um estudante do segundo ano do ensino médio. Por isso, normalmente, economizar não deveria ser difícil. No entanto, Ibuki tinha o péssimo hábito de gastar tudo o que conseguia sem pensar nas consequências e, como resultado, sempre estava sem dinheiro.

Justamente por isso, ao lembrar de como seu tempo tão aguardado foi arruinado, sua irritação começou a crescer novamente. Embora os pontos privados fossem repostos com a virada do mês, o final do mês sempre era uma luta. Como passaria o dia de hoje? Como passaria o dia de amanhã? Ela era forçada a encarar esse tipo de batalha constantemente.

Se ao menos o filme tivesse sido satisfatório... As emoções que tentava reprimir começaram a aflorar.

— Ahh, isso é tão irritante.

Como poderia aliviar essa frustração?

Enquanto refletia sobre isso, Ibuki avistou um certo objeto. Era uma lixeira instalada no Keyaki Mall. Sem se importar com as pessoas ao redor, ela se aproximou e deu um chute nela.

Pensou que isso a faria se sentir um pouco melhor. No entanto... Apesar de balançar um pouco, a lixeira não caiu, pois continha mais lixo do que ela esperava. Além disso, seu chute havia sido meio fraco — não exatamente suave, mas também longe de ser forte.

— Você também está tentando me irritar? — Como se estivesse zombando dela, a lixeira apenas se moveu levemente, mantendo sua posição com um ar inocente falso.

A ação que Ibuki acreditava que a ajudaria a desabafar acabou tendo o efeito oposto. O desejo inicial de apenas dar um chute se transformou em vontade de derrubar a lixeira por completo. Se pudesse espalhar todo o lixo dramaticamente pelo chão, com certeza se sentiria melhor.

— Seu desgraçado...! — Dessa vez, mais forte, mais rápido do que antes. Ela imaginou a lixeira como alguém que detestava. Estava prestes a desferir um chute com força suficiente para derrubar Ayanokoji... ou melhor, a lixeira.

— O que você está fazendo, Ibuki?

— ?...!?

Antes que pudesse completar o movimento, uma voz masculina um tanto irritada chegou até ela. Seu corpo congelou, e ela se virou para a direção da voz. Ali estava Katsuragi, de braços cruzados, franzindo a testa com uma expressão desconfiada.

— Por que você está aqui...?

— Como assim por quê? Não há nada de estranho em eu passear pelo Keyaki Mall no meu dia de folga, certo?

— Bom, isso é verdade, mas...

— Pelo que vejo, você está bastante irritada, mas não acho que chutar lixeiras seja uma boa ideia. Se não se esforçar para agir com moderação, isso não trará benefícios para a nossa classe.

— O que quer dizer com beneficiar a nossa classe? Qual é o problema em dar um chute numa lixeira?

Sua postura indicava claramente que não via nada de errado em seu comportamento. Em resposta, Katsuragi diminuiu ligeiramente a distância entre os dois.

— Se você tiver uma atitude inadequada para um estudante e a escola descobrir, receberá uma avaliação negativa. Seja durante a semana, no fim de semana ou até mesmo nas férias de primavera, as consequências serão as mesmas. Achei que nesses dois anos você já teria aprendido isso.

— Falando assim, todo altivo e poderoso...

— Altivo e poderoso? Eu não estava sendo arrogante. Apenas falei sobre bom senso, sobre a decência que se espera de um estudante. Além disso, Ibuki, você...

Enquanto Katsuragi começava seu longo sermão, Ibuki nem sequer tentou disfarçar o estalo de sua língua.

A sensação de ter sido flagrada por uma pessoa problemática começou a dominar seus pensamentos. Ao ver que Katsuragi continuava divagando, Ibuki o interrompeu com um gesto de mão.

— Sim, sim. Eu errei, tá bom, tá bom, então adeus...

Como se estivesse prestes a sair correndo, Ibuki começou a caminhar e tentou passar por Katsuragi, mas ele segurou seu braço.

— O que você está fazendo?

— A lixeira não caiu, mas ficou fora do lugar. Você precisa colocá-la de volta.

— Hã? E daí? Como se alguém se importasse com isso.

— No mínimo, eu me importo. E o fato de eu me importar significa que a escola também pode se importar.

Dizendo isso, Katsuragi apontou para uma câmera de vigilância.

— Sério, você é tão meticuloso. A escola não está vigiando o tempo todo, muito menos um lugar como este. Ou melhor, quem se importa com a posição de uma lixeira?

— Naturalmente, eu espero que seja assim. Mas é melhor prevenir do que remediar.

Dizendo isso, Katsuragi levou Ibuki de volta à lixeira.

— Que ridículo.

Com a prioridade de se livrar logo daquilo, Ibuki pegou a lixeira com relutância.

— Pronto. Isso é bom o suficiente?

— Não, não está. A posição original era cerca de 20 centímetros mais para a direita.

— Hããã?

— Uns 20 centímetros mais para a direita.

Repetiu Katsuragi, indicando que ela a colocasse de volta no lugar certo. Embora Ibuki estivesse ficando irritada novamente, ela pegou a lixeira com um suspiro exasperado e a moveu cerca de 20 centímetros.

— Está. Bom. Agora?

— Sim. Bem, isso deve ser suficiente.

Satisfeito, Katsuragi virou-se para a câmera de vigilância e fez uma leve reverência.

— Você é um idiota?

Essas palavras escaparam involuntariamente de sua boca diante do comportamento exageradamente cortês de Katsuragi, mas ele não se abalou e começou a se afastar.
Ibuki estava prestes a vê-lo partir, mas algo ficou martelando em sua mente.

— Você já não cumpriu seu objetivo?

— Objetivo?

— Sakayanagi perdeu para Ryuen e foi expulsa. Agora não há mais necessidade de você ficar tão ansioso, certo?

— Entendo. De fato, esse era um dos meus objetivos. No entanto, eu teria preferido alcançar isso com minhas próprias mãos, embora...

Katsuragi parou, cruzou os braços e refletiu sozinho sobre o exame especial de fim de ano.

— Mas isso não significa que meus objetivos desapareceram. Ainda tenho o objetivo de me formar na Classe A.

— Então você também quer aqueles privilégios, é?

— Naturalmente. Aqueles que não desejam esses privilégios provavelmente são minoria. Mas o mais importante não é só isso. Não apenas eu individualmente, mas conquistar a Classe A junto com todos os nossos colegas; essa é a parte essencial.

Katsuragi não pertencia originalmente à classe de Ryuen. Na verdade, o período em que foram adversários foi mais longo do que o tempo que estiveram do mesmo lado. Mas agora, ele respondeu sem hesitação que estava pensando mais na sua classe do que em qualquer outra coisa. Diante desse comportamento, Ibuki sentiu que era uma falsa boa vontade. Em outras palavras, uma benevolência fingida.

— Você está falando sério?

— Claro, estou falando sério.

Em outras palavras, ele não é um puritano. Responde com firmeza que, no momento, tem a determinação de seguir em frente com Ryūen e com a turma.

— Por isso você anda por aí ensinando aqueles idiotas a estudar?

— A expressão "andar por aí ensinando" não é totalmente precisa. Também há um aspecto de responder aos pedidos de ajuda deles. Não consigo simplesmente ignorar esse tipo de gente, faz parte da minha natureza, entende?

— Então, se alguém pedir sua ajuda, você ajuda?

— Bom... suponho que não há nada de errado em dizer isso.

— Então me deixe te dar um chute.

— Não entendi o que você quer dizer.

— É exatamente o que parece. Estou me sentindo incrivelmente irritada agora. Então estou com muita vontade de chutar algo, sabe?

— Que personalidade problemática. Mas, infelizmente, não estou disposto a deixar que me chute.

— Então, quem eu devo chutar?

— Você não deveria chutar ninguém, mas se realmente precisar, acho que o único jeito é encontrar alguém que goste de ser chutado ou alguém que se beneficie disso. Se é que existe alguém assim.

— Entendi... bem, isso faz sentido.

— Além disso, se houver algo mais em que eu possa te ajudar, estou disposto a dar uma mão.

— Hmm...?

Deixando de lado se as ações de Katsuragi eram genuínas ou apenas uma falsa benevolência, era inegável que ele era atencioso e cuidava das pessoas. Chegando a essa conclusão peculiar, Ibuki fez uma proposta.

— Então me convide para comer.

— Como fomos de "chutar ou não chutar" para isso?

— Você disse que me ajudaria, certo? Estou com problemas porque não tenho dinheiro. Olha.

Ela mostrou o saldo de seus pontos privados na tela do celular.

— Você deveria ter mais do que isso, mesmo no início do ano letivo.

— Estou me gabando, mas estou seriamente falida.

— Não se gabe disso.

— Dito isso, me dá algo pra comer. Comer algo gostoso deve ajudar a aliviar meu estresse.

— Entendi.

Katsuragi cruzou os braços e assentiu uma vez antes de abrir os olhos.

— Recuso.

— Espera, por quê? Você não disse que deveria ajudar os colegas com problemas?

— Só se for um problema de verdade.

— Ah, qual é! Eu estou realmente em apuros! Quase não me restam pontos privados!

— Se você não tem dinheiro, pode comer o set de vegetais. A escola oferece medidas adequadas para quem precisa. Não é como se você estivesse em uma situação em que não pode comer nada. Além disso, seus pontos privados serão repostos em abril. Não vejo necessidade de te ajudar agora.

Diante da atitude franca de Katsuragi, Ibuki lançou um olhar fulminante para ele.

— Mas eu quero comer algo melhor.

— Então, no próximo mês, você deveria se organizar melhor e aprender a economizar um pouco.

— Eu já estou economizando. Mas garotas têm vários gastos inevitáveis, sabe?

Ela deu uma desculpa que não se aplicava nem um pouco a ela.

— Entendo. Nesse caso, como homem, não há muito que eu possa fazer. Você deveria pedir conselho para outra mulher que saiba como economizar dinheiro.

Se ela pudesse pedir conselho para alguém assim, nem estaria passando por essa situação. Ibuki pensou em retrucar, mas Katsuragi já havia começado a se afastar.
Por um momento, se arrependeu de ter pensado que ele era atencioso e se importava com os outros.

— Qual é o problema dele...? Ah, céus, ficar irritada só me deu mais fome...

Depois de observá-lo até que ele sumisse de vista, Ibuki segurou o estômago.

— Vou pra casa...

Decidindo que não fazia sentido continuar no Keyaki Mall, ela voltou imediatamente para o dormitório.

*

 

Em vez de voltar para o seu próprio quarto, ela visita um certo quarto e bate com firmeza.

— O que você quer?

A que abriu a porta com uma expressão de aborrecimento foi uma estudante de outra turma, Horikita Suzune.

— Posso entrar um momento?

— E se eu disser que não?

— Então tudo bem.

Ibuki imediatamente virou as costas diante da atitude descontente de Horikita, mas ela rapidamente a deteve.

— Estou brincando. Pode entrar.

— Então deveria ter dito isso desde o início.

Ibuki voltou e entrou no quarto de Horikita.

— Deixe-me adivinhar, você veio jantar aqui de novo, não é? Afinal, é fim de mês.

— Para de tirar conclusões arbitrárias.

— Então estou errada?

— Bem, desta vez não.

Depois de deixar Ibuki entrar, Horikita começou a preparar o chá.

— O momento está um pouco no meio-termo, então relaxe um pouco. Mais tarde, também chamarei Kushida-san.

— Ela também? Toda vez, ela fala, fala e fala sem parar... é irritante.

Como Kushida tem muita informação sobre a escola, nunca lhe faltam assuntos, e suas conversas sempre se prolongam.

— Você também é irritante, sabia? De um jeito diferente, mas igualmente irritante.

Horikita apontou.

— Hã? Não me compare com ela.

Apesar de dizer isso, uma hora depois, Kushida também chegou ao quarto de Horikita para se juntar a elas.

Ibuki, Horikita e Kushida. Ultimamente, essas três têm passado mais tempo juntas. Embora, para Ibuki — ou melhor, para cada uma delas — esse devesse ser um momento desagradável.

— Se não fosse pela comida de graça, eu nunca viria para um lugar como este...

Ibuki murmurou em voz baixa.

— Você disse alguma coisa?

Horikita se virou da cozinha, mas Ibuki respondeu friamente que não era nada. Então, ela se jogou no chão. Enquanto olhava fixamente para o teto do quarto de Horikita, com o qual já estava bem familiarizada, começou a pensar.

Que não deveria continuar vivendo assim. Que não podia continuar vagando por aí. Era isso. Ibuki não queria admitir. O fato de que estava se aproximando de Horikita e Kushida, a quem desprezava. O fato de que estava começando a perceber que aquele espaço estava se tornando confortável para ela. Por isso, seria melhor se distanciar antes que fosse tarde demais.

Ficar sozinha com certeza a faria mais feliz no fim, afinal de contas. Esse era seu jeito de ser, pensou. Mesmo que não se afastasse, Horikita e Kushida acabariam deixando-a de lado de qualquer forma. Ela entendia isso. Era natural, considerando sua personalidade difícil.

Deveria ir embora imediatamente.Nunca mais deveria voltar. Embora tenha pensado nisso por um momento, assim que o delicioso aroma da comida começou a se espalhar pelo ar, parou de refletir sobre o assunto.

Como agora não tinha dinheiro, não podia fazer nada. No final das contas, pensou que se distanciar poderia esperar para outra hora. A irritação de Ibuki misteriosamente desapareceu junto com a comida.

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