Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Delongas


Volume 3

Capítulo 73: Duelo.

“Sabia que o senhor é o assunto do momento?” Macal falou para Tyler.

“Concordo com as palavras do lorde, andei pela cidade e todas as pessoas só falam no senhor.” Rafir completou.

“Não pensei que seria para tanto.” Tyler deu de ombros.

“Não era para tanto? Quando o senhor fez o céu brilhar ontem, toda a cidade viu, muitas pessoas se esconderam debaixo das camas com medo!” Rafir falou.

“Ouvi dizer que toda a guarda ficou alvoroçada pensando que um mago estava atacando.” Macal falou.

Com essa última Tyler só pôde rir, na próxima ele teria que avisar. “Mudando um pouco de assunto o que acham que vai ser a prova de hoje?”

“Não faço ideia, agora o reino está livre de quaisquer ataque de monstros.” Rafir disse.

“Quase todos os nobres estão abertamente do seu lado agora, creio que oito em dez, mesmo agora até os generais estão do seu lado!” Macal falou espantado.

“Os generais?” Tyler estava confuso, pelas suas contas ele ainda não tinha se aproximado de nenhum militar ainda. “Você tem alguma coisa haver?” Tyler perguntou a Rafir.

“Culpado...” Ele deu de ombros. “Quando retornei para casa aquele dia, tive uma longa conversa com meu pai, ele está preocupado com muitas coisas, segundo ele o cenário político futuro não é dos melhores e ainda tem a grande maré.”

“Grande maré?” Tyler perguntou confuso.

“No país do mestre não tem?” Macal quis saber.

Normalmente na terra duas vezes ao ano tem uma maré muito grande que marca o período onde o sol está mais próximo da terra, isso causa uma grande revolta da maré, fazendo com que ela suba muito mais alta que as outras.

“Não, não creio ser a mesma que tem no meu país.”

“Mais ou menos a cada 70 anos um número quase infinito de criaturas sobe das águas e avança sobre a terra, eles comem e destroem tudo por um mês e depois se reproduzem na praia e morrem.”

“E como essas criaturas se parecem?”

“Caranguejos gigantes, mais altos que um homem, uma carapaça tão dura que nenhuma flecha pode penetrar, as espadas quase não tem efeito. Suas garras são grandes e poderosas o suficiente para partir um homem ao meio.” Macal descreveu.

“E como vocês fizeram na época?” Tyler ficou curioso.

“Por incrível que pareça o povo se esqueceu já que depois de 70 anos quase ninguém que viu a primeira vez estava vivo, nosso rei tinha subido ao trono fazia poucos anos, tudo o que pudemos fazer foi evacuar as pessoas o mais longe possível e esperar o mês passar. Foi graças às ações rápidas do nosso rei que o desastre não foi maior.” Macal disse arrepiado.

“Como seu pai sabe que a maré está vindo?” Tyler perguntou.

“Bem, além dos 70 anos estarem perto de acabar, os peixes começaram a sumir e espumas estranhas estão subindo do fundo do mar.” Rafir explicou.

“Quanto eles avançaram sobre a terra, na última vez?” Tyler quis saber.

“Cerca de 50 quilômetros, nada ficou de pé, florestas, cidades, plantações, rebanhos, etc.” Macal disse.

Tyler ainda ficava surpreso em como ele entendia bem a língua desse povo, não era só uma tradução, era mais uma compreensão do sentido da palavra, ele teve certeza de que Macal não disse 50 quilômetros, mas foi como ele ouviu. Agora sabe-se lá porque diabos ele ainda ouvia as xícaras de chá como medida de tempo.

“Vossa majestade, o rei Otaviano I.” Um servo anunciou.

Todos já haviam chegado, fazia mais de uma hora, quando o rei entrou.

“Senhores, diferente do que eu pensei apenas dois nobres estão competindo pelo meu trono, decidi voltar atrás com todas as provas, acho melhor resolver isso logo. Eu proponho um duelo.”

Quando o rei falou aquilo, toda a multidão ficou em silêncio, perplexa.

“Um duelo até a morte?” Hélio tinha uma expressão feliz quando perguntou.

“Se cada um for de acordo, eu não ligo.” O rei apenas balançou a mão como se não se importasse com quem morresse.

“Eu desafio o lorde Newman para um duelo até a morte!” Hélio gritou.

Tyler não podia reclamar, essa foi de longe a melhor coisa que aconteceu. “Eu aceito, não vá reclamar depois.”

“Tem que ser um duelo de espadas.” Hélio falou depois que se lembrou daquelas armas estranhas que Tyler usou contra ele quando se conheceram, ele quase perdeu a mão.

Tyler não era um idiota, ele sabia que Hélio era conhecido como o melhor espadachim do reino, mesmo se esse título fosse falso, não tirava o fato dele ser um ótimo espadachim, esse safado queria tirar de Tyler suas vantagens e levá-lo para seu próprio terreno. Como se Tyler fosse deixar. “Eu não sou um usuário de espadas, eu luto com outras armas, eu sou letal nas minhas próprias habilidades, assim como você se autoproclama o melhor do reino com a espada.” Tyler falou alto para todos ouvirem. “Meu rei, para que esse seja um duelo justo, por que não lutamos com facas ou com as mãos nuas? Assim ninguém terá uma vantagem sobre o outro!”

O rei balançou a cabeça para um lado e depois para o outro, com se estivesse ponderando cada pedido. “O que o lorde Newman falou está correto, proponho uma luta com facas, ambos podem estar com suas armaduras, vou lhes dar tempo para se vestirem adequadamente.”

‘Agora sim!’ Tyler quase quis pular de alegria. “Obrigado, meu rei.”

Hélio quis bufar de raiva, mas infelizmente não pôde fazer nada.

O salão foi esvaziado e arrumado para receber o duelo.

“Tenha cuidado mestre Newman, aquele Hélio não é fácil.” Macal aconselhou, ele estava visivelmente preocupado.

Pffff!!!! Hahahaha!!!

Tanto Tyler como Rafir caíram na gargalhada.

“O mestre Macal se preocupa demais, sabia que eu também desafiei o lorde Newman para um duelo?”

“Você?” Macal estava surpreso.

“Sim, e sabe qual foi o resultado?”

“Empate?” Macal chutou, ele sabia que Hélio tinha mais fama do que habilidade, mas Rafir tinha sido ensinado pelos melhores.

“Apanhei como um cachorro morto. Prepare-se para ver aquele boçal ser humilhado até a morte!”

“Isso vai ser interessante.” Tyler falou enquanto caminhava para fora do palácio. Ele tinha que ir até o carro para pegar sua armadura, graças a Deus ela tinha chegado a tempo, ele não adivinhou este duelo, era apenas para usar se a missão precisasse.

“Eu tenho uma armadura de pele de fera, ela é leve e resistente. Se o senhor quiser?” Rafir ofereceu.

“Eu agradeço, porém trouxe a minha, vamos procurar um local para eu me vestir.” Tyler falou enquanto puxava uma enorme caixa da caçamba da camionete.

Eles foram até um quarto bem perto do salão.

“Meu Deus do céu!” Macal falou espantado.

“...” O pobre Rafir nem palavras tinha, ele apenas se controlava para não cobrir o chão com sua babá.

“Gostou, o meu general vai ter uma dessas.” Tyler brincou.

Graças ao design elaborado por Denys foi muito fácil colocá-la. “Está melhor do que eu esperava.” Tyler testou os movimentos. Ele tinha usado brevemente antes, mas não tinha se alongado e testado todos os movimentos possíveis.

Ele também escolheu uma boa faca, era uma simples de aço temperado. Era totalmente negra com quase 30 centímetros de comprimento, seu formato era igual a que o Rambo usava nos filmes.

Ele colocou na bainha, ela ficava na parte de trás da cintura, na posição horizontal.

“O lorde Hélio já está pronto.” Um servo veio avisar.

“Obrigado, estamos indo.” Tyler respondeu.

Quando os dois homens estavam saindo na porta, Tyler falou. “Aonde vão?”

“O mestre não está pronto?” Macal perguntou.

“Sim, e daí?”

“Não vai agora?” Rafir quis saber.

“Uma luta começa na mente, deixe aquele babaca esperar um pouco.” Tyler falou. Ele usaria a mesma tática que Musashi usou no seu duelo, Musashi foi sem dúvidas o maior samurai que já existiu, lutando centenas de duelos contra os mais poderosos especialistas do Japão feudal e saindo vitorioso de cada um deles, certa vez quando foi desafiado pelo número um da época eles, marcaram em uma ilha desabitada. Musashi propositalmente demorou para chegar o que perturbou fortemente seu adversário, e para piorar ele não foi com uma espada, mas sim com um pedaço de remo que ele quebrara do barco que veio. Abalado o antigo número um morreu com apenas um único golpe na cabeça.

Depois de 10 minutos o servo voltou. “O mestre já está pronto? Todos, inclusive o rei estão esperando.”

“Minhas desculpas, minha armadura demora para colocar.” Tyler respondeu. “Vamos?” Ele perguntou aos outros.

Macal que ainda estava preocupado balançou a cabeça, enquanto Rafir tinha um sorriso no rosto, ele parecia uma criança que estava indo ver um grande show.

“Até que enfi...” Hélio começou a bravejar, mas sua voz morreu depois de ver Tyler naquela armadura, não era apenas ele, mas todos tinham seu olhos grudados na infinity, mesmo o rei não conseguia desviar sua atenção daquelas linhas douradas, o preto fosco dava uma impressão sombria e poderosa.

Tyler sentiu sua moral se elevar a outro nível. “Mesmo um cachorro como você devia apreciar esse tempo extra de vida que eu lhe dei.”

Aquelas palavras ácidas tiraram Hélio de seu estupor, Tyler sempre o ofendia como se ele não fosse nada e isso o irritava além dos limites. “Velho imundo eu mudo meu nome se não limpar esse chão com sua face ainda hoje!”

“Hahaha, que garotinho zangado. Deixe o papai aqui te ensinar bons modos, vou enterrar você numa fossa para que não fique sozinho.”

“Quê???” Aquilo deixou Hélio tão puto que ele quase avançou.

“Parem de conversa e vamos ao que interessa.” O rei Otaviano falou.

“Está bem.” Tyler avançou até o centro do círculo preparado no meio do salão. “Com capacete ou sem capacete?” Ele perguntou para Hélio.

“Sem.” Ele disse quando viu que estava em total desvantagem.

“Lutem!” Com a ordem do rei os dois homens assumiram posições de combate.

Hélio sacou uma adaga longa e avançou sem restrições, ele não tinha visto Tyler lutando antes e por isso achou que tinha a vantagem.

Tyler nem se deu ao trabalho de sacar sua faca, o dorso de suas mãos eram protegidos de tal modo que mais se pareciam com um soco inglês. Essa luta não era apenas contra Hélio, mas também era contra seus futuros opositores, e hoje ele deixaria um recado bem claro.

“Vem boneca comunista, hoje eu vou te ensinar como um homem de verdade luta!” Tyler gritou alto.



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