Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Koto Tenske


Volume 3

Capítulo 38: Conhecendo o Shrek.

Mesmo tentando ganhar a amizade da ninfa e dos animais através de comida Tyler ainda não conseguiu fazer com que ela conversasse. Sua irmã era muito mais aberta.

Naquela noite ele tentou fazer um projeto novo, ele percebeu que os guardas reais usavam espadas de madeiras, na verdade chamar aqueles espetos de espada era muita bondade.

Para fazer um pequeno agrado e “reforçar” a amizade entre eles, Tyler resolveu fazer espadas novas!

Na caixa de ferramenta do carro ele pegou aquelas serras de corte, no geral elas são amarelas ou azuis. São leves e flexíveis, e feitas de um aço de alta qualidade.

Ele tinha quatro serras e cada uma podia ser dividida em três pedaços para se adequar ao tamanho das fadas. Tyler cortou o formato básico da lâmina com um alicate e moldou cuidadosamente com a ajuda de uma lima.

Em pouco mais de duas horas ele cortou, moldou e afiou 12 pequenas espadas. Para o punho ele simplesmente enrolou uma linha e depois cobriu com cola instantânea.

Tyler nunca foi de se gabar, mas ele tinha que admitir que era um bom trabalho. As várias cores de linhas diferentes dos punhos deixavam as espadas com um aspecto mais personalizado, era como se Tyler tivesse trabalhado muito em cada uma delas.

****

—Bom dia! —Tyler disse para a ninfa assim que a viu.

—Bom dia... —Jasmin tinha uma expressão curiosa.

Tyler tentou seguir para onde os olhos dela iam, e para sua surpresa ela olhava para sua xícara de café.

—Quer um pouco? —Ele ofereceu.

—... —Ela não respondeu, mas mantinha o olhar fixo no líquido preto e quente.

—Pensei que já fossemos amigos? —Tyler tentava puxar assunto. —Eu tomo isso todos os dias, geralmente eu tomo ele de sementes recém torradas, mas como eu estou na mata tenho que me virar com esses prontos. Quer um pouco, eu tenho muito!

—Se... se tem tanto eu aceito um pouco. —Ela falou com a voz tão baixa que Tyler teve de se esforçar para escutar.

Tyler fez outra caneca e deu a ela.

—Isso é muito bom, com é o nome disso? —Ela não conseguiu manter a fachada.

—Café, é um tipo de chá.

—Ahhh, eu nunca tinha provado nada assim!

—Eu estou curioso, o que as ninfas comem? Já vi sua irmã comendo peixes.

—Eu quase nunca como peixes ou qualquer outra criatura viva, como muitas frutas, sementes, flores, cogumelos e agora tomo café! —Ela disse satisfeita.

—Come mel?

—Sim, algumas colmeias sempre me oferecem um pouco de mel.

—Eu tenho algo que você vai gostar! —Tyler pegou um pacote de M&M na mochila.

—O que são essas sementes? —Ela perguntou para as pequenas bolinhas que ele tinha colocado nas suas mãos.

—Isso se chama chocolate, não há nenhuma mulher em todo o mundo que não goste!

—Posso ver o porquê! —Ela comia satisfeita.

—Eu já estou pronto, se puder mande outros animais para ver se tem algum grupo de caça longe da caverna. —Tyler pediu.

—Sim. —Ela rapidamente atendeu o pedido.

Não foi nem 15 minutos quando um passarinho pousou em seus ombros. —Um grupo grande saiu da caverna, eles vêm em nossa direção! —Ela disse alarmada.

—Quão grande?

—Uns 50.

—Ótimo, eles devem estar procurando as equipes que não voltaram para casa ontem, e se pudermos nos livrar desses já vão ser quase um terço a menos na caverna!

—O que vamos fazer?

—Vamos fazer exatamente como ontem, contudo eu creio que apenas uma simples raposa não será uma isca suficiente para atrair um bando desse tamanho.

Ela assentiu concordando com a observação de Tyler. —Se não for preciso correr por muito tempo, eu acho que os cervos não correrão perigo. O que acham, rapazes? —Ela perguntou aos animais que pastavam ao lado.

Os animais soltaram um pequeno relincho em resposta.

Tyler tinha ganhado a confiança de todos ontem, não apenas porque mostrou suas habilidades, mas também cuidou de cada um e não os deixou correr nenhum perigo desnecessário.

A ninfa novamente fechou com vegetação ao redor da trilha e deixou um caminho limpo. É incrível como esse tipo de armadilha funciona. Instintivamente qualquer animal, até mesmo as pessoas, seguem pelo caminho mais fácil de atravessar, a maioria dos caçadores começa fechando as várias passagens e afunila a vítima até onde a armadilha está.

Aqui não era diferente.

Tyler mal teve tempo de terminar o último cordame esticado quando a ninfa falou. —Eles estão vindo.

O som dos arcos sendo disparados, da vegetação sendo pisada indicava que o bando era bem maior.

Os animais já sabendo de seu caminho, pularam as cordas quase invisíveis, e quando o último goblin passou por Tyler ele atirou.

Quase nunca ele usava a função de tiro automático de seu fuzil, pois ao contrário do que o cinema ensina, a seleção de tiro automático só é usada em ocasiões bem específicas por exemplo: quando um carro está passando rápido e você tem que abate-lo. As rajadas rápidas são para quando você tem que pôr o maior números de buracos no seu alvo no menor tempo possível sem se preocupar onde vai acertar.

Era essa a situação de Tyler ele não tinha que mirar em cada goblin, havia uma multidão na sua frente.

Ele se ajoelhou para ficar na mesma altura e sentou o dedo!

Phoowww... Phoowww... Phoowww... Phoowww... o som alto e forte das rajadas soou.

Em menos de dois segundos Tyler teve que trocar o pente.

Phoowww... Phoowww... Phoowww... Phoowww...

Animado Tyler foi recarregar, mas infelizmente já estavam todos mortos.

Tyler teve a sorte do seu lado, os goblins eram pequenos e fracos, um tiro tinha o poder de atravessar vario deles e alinhados como estavam... pelas suas contas Tyler ainda usou menos de uma bala por cabeça.

—Vamos logo para a caverna, esse barulho com certeza alertou eles.

—Sim, claro. —A ninfa concordou.

A poucos metros da entrada Tyler foi se preparar.

Ele pôs apenas o equipamento de proteção e o colete com munição, ele iria usar uma arma nova que tinha comprado só para essa ocasião, era uma fostech origin. Era um rifle calibre 12 semi automático, Tyler tinha visto vídeos dessa arma e foi paixão à primeira vista.

Mas não era só isso, ele tinha duas razões importantíssimas para usar uma arma de calibre 12 nessa ocasião.

Primeira, a 12 não dispara apenas um único projétil, ela é bem variada pode atirar desde um único até várias dezenas! Então é como dar vários tiros de uma vez só, alguns caipiras a chamam de m². esse apelido é porque a pessoa não tem que “mirar” ela apenas aponta no rumo do alvo e atira, em uma distância de até 30 metros tudo que está em um metro quadrado do alvo é pulverizado.

E a segunda razão é que atirar com uma 12 é extremamente satisfatório! 

Tyler tinha 4 tambores com a capacidade de 20 munições e mais 10 de 5 munições cada. Era um peso razoável, porém nessa ocasião não fazia muita diferença pois o tempo da missão era bem curto.

Ele colocou duas lanternas bem fortes no capacete e mais uma em cada arma, na Glock e no Fostech. A razão disso era para atordoar o inimigo e também era mais leve que um óculos de visão noturna.

Tyler pôs o silenciador na pistola e foi em frente, os dois sentinelas na entrada da caverna nem se deram conta do momento em que tiveram seus miolos estourados.

Ele os matou com a Glock pois não queria chamar atenção desnecessária antes da hora.

No momento em que entrou ele sentiu aquele repugnante cheiro de novo, se fosse antes Tyler o descreveria como uma mistura de sangue, suor, fezes e outras secreções, mas agora ele diria que isso cheirava a desespero! 

Nunca mais ele se esqueceria dos olhos vazios das meninas que salvou.

Tyler entrou na escuridão e começou o seu abate.

1... 2... 3... 4...

Cada tiro mais um para o inferno!

Ghasss!!! —Infelizmente o elemento surpresa tinha acabado de ir para o ralo, quando um grupo de mais ou menos uns 20 apareceu de repente.

Parte de Tyler quis ficar chateado por ter muito mais resistência, mas quando ele lembrou que iria simplesmente varre-los!

Phoww!!! Phoww!!! Phoww!!! O rifle rugia dentro da caverna, o som perturbador e os clarões davam a impressão de que uma tempestade tinha chegado, uma tempestade de morte!

Mais e mais goblins avançavam em direção de Tyler, porém ele ficou firme e manteve a posição. Não importa o que acontecesse, ali seria o seu álamo.

Diferente de antes esse goblins pareciam muito mais espertos e armados, em alguns momentos Tyler teve até mesmo que se proteger de flechas e lanças jogadas contra ele. Contudo nada tirava o fato dele estarem indo de frente contra um velho louco armado até os dentes.

Tyler mal mirava, ele apenas tentava manter seus disparos na altura deles. quando Tyler libertou as amigas de Krinna, os goblins ficaram inteiros, mais ou menos, porque aqueles que não foram desmembrados tinha no mínimo um rombo do tamanho de uma laranja. Mas agora a destruição tinha sido elevada a um nível totalmente novo!

Quando um tiro acertava no meio do tórax de uma criatura... bom, digamos que eles ficavam divididos em duas partes, uma eram os pés salvos e ilesos no chão e a outra era o resto do corpo transformada em névoa.

Tyler pintou de vermelho vivo as paredes, não havia um simples local sem sangue. Até mesmo ele estava se tornando a imagem viva da morte.

Depois de obliterar cada horda ele avançou, tomando cuidado para não escorregar nas tripas que cobriam todo o chão.

Essa caverna era bem mais complexa que a primeira, mas caverna era caverna, mesmo em um mundo diferente. Tyler com uma experiência de fazer inveja, não se perdeu nem por um momento.

Depois de enfrentar algumas hordas seguidas Tyler não encontrou mais nenhuma, por excruciantes 10 minutos ele não viu mais ninguém.

—Não será possível, já matei todos? —Pelas suas contas ele tinha matado mais ou menos a metade.

—Será que as contas estavam erradas?

Ele nem teve tempo de pensar nisso direito, pois no instante em que fez uma curva recebeu uma flechada direto em seu ombro esquerdo!

—Que merda! Sua cria de Stalin!

Tyler voltou e colocou apenas o cano do rifle para fora.

Phoww... Phoww... Phoww...

Tyler descarregou o tambor inteiro! Ele se arriscou e colocou a cabeça para ver, era um salão enorme, com dezenas de pilares espalhados. 

Todos os goblins restantes estavam naquela área. Tyler simplesmente jogou o tambor vazio no chão e trocou pelo cheio, na volta ele pegava, agora não era hora de levar peso desnecessário.

Ele correu para a coluna mais próxima atirando como o Rambo!

Agora não havia mais nenhuma grande estratégia sendo seguida. Era só corra, atire e se esconda. Corra, atire e se esconda.

Andando de coluna em coluna ele ia exterminado linha por linha dos goblins.

Do tambor ele passou para os pentes. “Tenho que começar a racionar!” Tyler pensou.

Arrggg!! —Um grito feroz soou atrás das criaturas.

—O ogro! —Tyler disse feliz quando finalmente encontrou a fera.

Ele procurou exatamente onde o ogro estava, infelizmente não havia uma linha de tiro clara.

Tyler redobrou seus esforços para avançar, mas o ogro não o deixou fazer o que queria. Tyler teve que começar a se proteger também de grandes pedras lançadas por ele.

—Tenho que matar esse infeliz.

Para sua sorte agora só tinha uns trinta goblins vivos.

Tyler começou a trocar com mais velocidade de coluna, depois de mais alguns pentes gastos apenas um grupo de 5 goblins estavam ao redor do ogro.

—Ei Shrek, está feliz em conhecer o tio Sam? —Tyler gritou.

Phoww... Phoww... Tyler derrubou dois.

—Peço desculpas pela bagunça, será mais difícil fazer reuniões do partido depois que não tiver mais ninguém lá! Hahahaha!

Phoww... Phoww... Phoww... Tyler eliminou todos os goblins restantes.

Quando ele foi tentar trocar o pente do rifle teve que desviar rapidamente de uma enorme clave que queria esmagar sua cabeça!

Tyler rolou no chão e desviou para longe.

Ele recarregou e atirou nos tornozelos do monstro. 

Haaaaaa!!! —Tyler ouviu o grito de dor

—É, parece que aguenta um tiro de 12, mas será que aguenta dez?

Sem dó Tyler encheu o peito da criatura de chumbo!

—Sherek, acho que sua próxima reunião do partido vai ser no inferno, mas não se preocupe Stalin vai estar lá.

Tyler pegou uma espada jogada no chão, ela era velha, enferrujada e até havia pedaços faltando, mas era perfeita para a tarefa.

Tyler decepou a cabeça do ogro!

Depois de terminar ele ficou assustado quando percebeu que tinha apenas mais dez munições!

—Foi por pouco, agora vamos ver o resto.



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