Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Koto Tenske


Volume 2

Capítulo 30: Primeira prova.

Tyler tinha voltado tarde da noite para a casa de hospedes que o rei havia separado para ele.

Um mordomo estava esperando na frente da casa. — Lorde Newman, meu nome é Zetus, o rei me enviou para servi-lo durante sua estadia na capital.

— É um prazer conhecê-lo Zetus, por essa noite eu quero apenas algo para comer e então você pode ficar livre de mim.

— Ficar livre? Não diga isso meu lorde, é um prazer servi-lo! — O homem fez uma reverência e se afastou para cuidar da refeição.

Tyler achou interessante a forma como as coisas estavam progredindo, agora ele tinha um mordomo??? Ele era uma pessoa simples e nunca pensou em ter pessoas lhe servindo desta maneira.

Tyler mal se sentou à mesa e o mordomo trouxe uma tigela de prata com um caldo de aparência bastante apetitosa.

Ele começou a sorver grandes colheradas daquele caldo, o sabor era tão bom que ele não acreditou.

Embora Tyler não fosse um chef ele tinha vários cursos de culinária e era um apreciador ferrenho de bons restaurantes, mas aquilo estava fora de comparação!

O sabor não era parecido com seus morangos, entretanto a sensação de saciedade era bem parecida.

— Mande meus cumprimentos ao cozinheiro, diga que foi a melhor sopa que eu já provei! E se puder pergunte qual o segredo. Hahaha...

O mordomo curvou-se e saiu da sala.

Tyler falou isso como uma brincadeira, mas em poucos segundos o mordomo trazia uma senhora consigo.

Sem nenhuma palavra o mordomo simplesmente trouxe a senhora e colocou-a na frente de Tyler.

Se Tyler estava assustado com esse desenrolar de eventos, imagine a pobre mulher, ele podia ver pânico em seus olhos.

Coff... bem, eu só queria agradecer pela refeição, sua comida estava absolutamente maravilhosa.

— Ohh, obrigada, meu senhor, foi um prazer fazer essa refeição. — A mulher falou visivelmente aliviada.

— Eu também tenho o costume de cozinhar, posso saber qual o seu segredo para deixar tudo tão delicioso?

— O mestre também cozinha? — Ela perguntou incrédula.

— Posso não ser bom como você, mas sim.

— É bondade sua, mestre, o que eu fiz foi apenas utilizar bons alimentos, esse mesmo era um caldo com carne de besta, mais precisamente coelhos de chifre.

“Então a carne das bestas poderia ser usada assim?”

Tyler fez uma nota mental para experimentar o sabor da carne das feras a próxima vez que fosse caçar.

— Mesmo assim obrigado por seu trabalho duro.

— É sempre um prazer servi-lo. — A mulher se curvou, Tyler podia ver a felicidade no rosto dela, parecia que nunca tinha recebido um elogio assim.

Depois de terminar sua ceia, ele foi para o quarto, havia uma banheira com água quente e perfumada esperando por ele.

— Eu posso me acostumar com isso. —Tyler disse enquanto afundava na água.

Uma coisa ruim em ser velho, além do próprio fato de ser velho. É acordar cedo. É uma desgraça velho pode ir dormir às 4:59 que acorda às 5:00.

Mesmo Tyler indo dormir tarde ele levantou cedo, mal o dia tinha raiado e ele já estava de pé. Ele foi para a cozinha preparar seu café.

Para sua surpresa o mordomo estava em pé de prontidão para realizar qualquer ordem.

— Que diabos???!!!! — Tyler pensou alto se assustado com aquela assombração.

— Bom dia mestre. —O mordomo o soldou.

— Bom dia, esqueceu de dormir? — Tyler perguntou querendo rir, como esse homem estava aqui a essa hora?

— De forma alguma mestre, estou pronto e disposto a servi-lo.

— Pode ficar tranquilo então, eu só estou aqui para tomar meu café.

— Café? — O homem perguntou confuso.

— É uma espécie de chá, é muito bom de manhã cedo, ajuda a despertar.

— Nunca ouvi falar nesse chá.

— Vou fazer um pouco para você também.

— Não, eu não tenho tal ousadia mestre. — O homem falou espantado!

Pela primeira vez Tyler tinha visto uma reação natural nesse homem que normalmente agia como um robô.

— Não fique tão sério, eu apenas gosto de companhia de manhã.

Tyler tinha trago uma cafeteira tipo italiana, ela era muito prática e Tyler sempre usava, mesmo em casa. A única diferença era que em casa ele moía os grãos na hora e aqui era uns que ele tinha trago de casa.

Ele sempre gostou de café, mas quando foi ao Brasil e tomou um verdadeiro café, nunca mais se acostumou com aquela água preta que tomava na América, Starbucks então? Nem passava mais em frente.  Entrou para a categoria de estabelecimento de comunistas.

Tyler atiçou o fogo do fogão a lenha e em poucos minutos aquele cheiro maravilhoso invadia o ar. Tyler pegou duas xícaras e as encheu.

— Se quiser pode pôr um pouco de mel para adoçar, eu prefiro um pouco amargo. —Tyler sorriu e disse.

Zetus pegou a xícara curioso e a tomou.

A surpresa nos olhos dele foi algo incrível de se ver. — Está bom? — Tyler perguntou.

— É de longe o melhor chá que já tomei. — O homem disse sincero.

Tyler comia algumas carnes secas e queijo junto com o café, não era a melhor combinação que existia, entretanto era melhor do que nada.

A empregada que Tyler soube depois que seu nome era Naara, não resistiu ao aroma agradável do café e pediu um pouco. 

Depois de conversar um pouco com os dois ele partiu de volta para a casa dos sábios.

Embora Tyler esperasse que já houvesse pessoas lhe esperando ele não acreditou quando viu a multidão na porta do instituto. Era mais que o dobro das pessoas de ontem!

Tinha velhos, jovens, homens e mulheres. Parece que quem veio ontem trouxe a família hoje.

Ontem eles tinham debatido em uma sala de aula comum, mas hoje eles já tinham preparado um auditório para ele.

Tyler não sabia quem organizou tudo, mas viu que já tinham preparado o ambiente com um pano branco atrás e luz baixa. Como dessa vez existiam pelo menos 300 pessoas ele decidiu usar um microfone.

Por alguma razão o aparelho que amplificava a voz não teve uma reação de grande impacto nos seus ouvintes. “Acho que ainda estão anestesiados com os vídeos de ontem.” Tyler riu.

Os tópicos variaram muito, anda tinha muitas pessoas interessada na gestação e outras queriam saber de outras coisas.

— Mestre o homem pode voar? — Um jovem que estava sentado no chão perguntou.

— Naturalmente não, talvez com o uso de magia, contudo não sei de qualquer magia que possa fazer um homem voar. Mas com o conhecimento que tenho podemos fazer carruagens que andam pelo céu.

Aquilo que Tyler falou sobre a magia era na verdade uma proteção para ele mesmo, afinal ele não conhecia os limites ou a abrangência da magia nesse universo.

— Uma carruagem que voa?

— Como isso é possível?

— Ele está brincando.

— Não pode ser.

Uma discussão sem fim começou. Uns acreditaram enquanto outros ficaram céticos.

— Fiquem atentos a minha explicação, as perguntas podem ser feitas posteriormente.

Tyler pegou várias imagens e começou do básico, mostrou o formato que uma asa deveria ter, os conceitos de empuxo e sustentação. Ele até pediu para que alguém trouxesse um pássaro empalhado para que ele pudesse mostrar os conceitos. Porém o Gran Finale foram os vídeos com aviões voando.

Tinha gente chorando!

— Querem ver uma máquina voadora? — Tyler perguntou aos curiosos.

— O mestre tem uma? — Muitas pessoas perguntaram ao mesmo tempo.

— Na minha casa eu tenho uma que pode levar quatro pessoas, a que eu tenho aqui comigo é uma que serve para fazer pinturas.

Tyler montou o drone e o fez voar sobre a plateia! Alguns correram com medo e outros ficaram assustado, mas todos tinham a boca aberta.

Tyler pousou ele e mostrou as fotos tiradas.

Foi outro alvoroço com as fotos mostradas.

Eles acabaram tarde da noite como no dia anterior. Contudo não tinha outra “aula” como hoje, amanhã era o início da competição pela coroa.

****

No mesmo salão onde Tyler teve sua festa de comemoração. Ele estava reunido com todos os nobres do reino.

O rei entrou depois que todos os nobres já estavam no local.

— Serei muito breve nas minhas palavras, minha primeira missão é descobrir a causa dos problemas que assola a região da floresta da perdição ouve sumiços por lá. Quem descobrir a causa do problema ganha 50 pontos na competição e quem resolver o problema vai ganhar mais 50.

Todos olharam sem entender essa história de pontos.

— A coroa será dada para aquele que tiver mais pontos, cada prova terá um número de pontos diferente, e cada apoio de nobre vale 10 pontos. Um nobre só poderá apoiar um participante, mas poderá mudar seu apoio de candidato durante a competição.

Um esquema de pontos? Tyler ficou surpreso, nunca que ele iria imaginar algo desse tipo.

E pelas expressões dos outros, ninguém tinha imaginado também!

— Nesta prova o nobre candidato deverá ir sozinho. Tenho olheiros por todos os lados, não tentem trapacear. Quem está disposto a aceitar a prova deverá assinar seu nome neste papel, até amanhã.

O rei parecia ser um homem de poucas palavras. Ele deu seu recado e saiu.

Tyler não esperou o tumulto dos nobres discutindo entre si, ele simplesmente avançou e escreveu seu nome.

— Amanhã começa meu caminho ao trono. — Tyler suspirou e saiu da sala sem dar uma palavra a ninguém.



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