Volume 2
Capítulo 25: I’m Batman!
Tyler acordou cedo na manhã seguinte, ele tinha comprado várias passagens aéreas, ele iria fazer algumas pequenas viagens. Ele iria para Hollywood Califórnia, depois Detroit Michigan e por último New York City em New York.
Eram 2.500 quilômetros de Houston para Hollywood. Cruzando o país inteiro de leste a oeste!
O voo durava cerca de 3 horas, Tyler estava percorrendo o país inteiro para ver Denys T. Hynes, fundador da Hollywood Costumes.
Para explicar melhor a história de Denys devemos começar com seu pai Ronald. Ronald foi colega de classe de Tyler quando ele cursava engenharia mecânica no MIT.
Os dois fizeram uma boa amizade e Tyler constantemente ajudava Ronald com as matérias que ele não entendia, para falar a verdade Tyler era uma espécie de professor de reforço para muitos estudantes.
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Tyler ficou de frente a um grande galpão, o prédio tinha uma aparência desleixada, as letras que escreviam o nome da empresa estavam mal pintadas, e o ferro-velho nos fundos trazia o toque final da composição de abandono.
Biiip! Biiip! Tyler tocou a buzina do carro que ele tinha alugado.
Um homem jovem na casa dos 30 anos saiu de dentro do galpão, ele tinha as roupas sujas de graxa e o cabelo despenteado.
— Pode ir embora, eu não quero fazer assinatura de revista nenhuma. — O jovem resmungou, pelo visto isso acontecia sempre.
— Calma Denny, sou só eu. — Tyler saiu do carro para que o homem pudesse vê-lo.
— Tio Ty! — O homem disse com alegria enquanto caminhava para recebê-lo.
— Por um momento pensei que iria ser recebido a tiros. —Tyler riu.
— Eu nunca teria coragem, meu pai talvez, mas eu não. Hahahaha....
— É talvez seu pai tivesse coragem mesmo, onde seu velho está?
— Onde mais ele estaria? Pescando!
Os dois riram enquanto Denys levava Tyler para dentro do prédio.
— O que traz o senhor aqui, tio? — O jovem perguntou.
— Estou trabalhando para a uma emissora de televisão agora. — Tyler disse, ele já tinha arquitetado toda a história.
— Sério? Nunca imaginei o senhor trabalhando com esse povo.
— Como estão as encomendas? — Tyler perguntou.
— Haaa… — O rapaz suspirou. — Há uns 5 ou 6 anos atrás estávamos tendo vários pedidos para esses filmes de super-heróis, mas agora tudo é feito inteiramente no computador, hoje em dia eu tenho só um ou dois pedidos por ano.
Seguindo os passos do pai Denys também era engenheiro. Ele sempre gostou dos heróis dos quadrinhos e tudo que esse universo proporcionava, ele abriu uma pequena empresa que fazia trajes futuristas para os filmes de Hollywood. Por um tempo ele dominava o mercado, tendo mais pedidos do que era capaz de fazer. Senhor dos anéis, Batman e outros filmes assim tiveram os trajes feitos por ele.
Denys nunca tinha estado verdadeiramente satisfeito, pois ele não queria fazer algo apenas cenográfico, mas sim algo real e usável em batalhas, mas onde uma armadura poderia ser usada hoje em dia?
— Denny, eu estou trabalhando para uma emissora de televisão agora, embora eu não possa te dizer o nome dela eu posso te adiantar o que ela quer. Estamos estudando um novo reality show e ele será sobre gladiadores modernos lutando em uma ilha deserta.
— Hã?? — O rapaz fez uma cara estranha.
— Vou lhe explicar o conceito do programa. Serão 20 homens largado em uma ilha deserta, nessa ilha haverá 20 caixas com armaduras, cada um deverá encontrar a sua, o objetivo é lutar um contra o outro até apenas um restar.
— Eles vão se matar? — Ele perguntou incrédulo.
— Não, haverá uma contagem de pontos, mas o perigo sempre vai estar presente. Por isso meu jovem, a empresa quer algo bem realista.
— Quão realista? — Havia um brilho nos olhos do rapaz.
— Totalmente realista! Eu sei que esse foi sempre o seu sonho, aposto que tem grandes ideias prontas.
— Claro, esse sempre foi meu sonho. Venha eu vou lhe mostrar algumas coisas que eu tenho de amostra.
Tyler o seguiu até uma área com vários caixões de madeira. O rapaz abriu um deles, dentro tinham vários tecidos, e alguns diagramas.
— Essa é a arte conceitual de uma das minhas armaduras, o nome dela é Infinity.
Tyler pôde ver o desenho de uma armadura preta e dourada, ela parecia ter saído dos filmes de ficção-científica. O design era muito bonito e imponente, como o nome dela sugeria, no lado esquerdo do peito havia um símbolo estilizado do infinito em dourado, o símbolo era um pouco diferente em vez das voltas redondas do 8 normal elas eram fechadas e retas, mais se pareciam dois triângulos.
— É linda! — Tyler exclamou.
— Sim eu a projetei do início ao fim! O tecido é feito de kevlar-carbono. As proteções rígidas são de polímero recobertos por uma fina camada de uma liga de titânio/ouro.
Tyler rapidamente pegou o fio da meada, se o rapaz usasse essa liga metálica que era quatro vezes mais forte que o titânio puro, a armadura seria muito poderosa.
— Como vai fazer para confeccionar esse traje? — Tyler estava curioso, não seria fácil
— Tenho uns contatos com a Universidade de Rice, eles querem desenvolveram a liga.
— Entendo, e o preço?
— Algo na casa do 40.000.
Shssss… Tyler não pode deixar de suspirar. Um dodge charger custava 30.000!
— Se eu fizer uma encomenda hoje, quando ela estará pronta?
— Tendo dinheiro, em duas semanas.
— Aqui tem 200.000 em dinheiro vivo, vou querer 50 delas, 10 eu vou querer em modelos femininos. — Tyler tirou um maço de notas de cem, de uma mochila que carregava.
— Ti... tio Ty isso é muito dinheiro.
— Não seja tolo rapaz, não é como se eu estivesse lhe dando.
— Mesmo assim...
— Tem algum modelo para as espadas?
— Sim tenho muitas!
Denys saiu de seu topor tão rápido que Tyler quase ficou atordoado, “Esse pirralho só quer saber de vender!” exclamou Tyler em seus pensamentos.
Denys abriu outra caixa e mostrou várias espadas diferentes, elas eram de todos os estilos. Katanas, claymore, longsword, floretes, sabres, khopesh.
— Essas aqui são todas de aço damasco, e tem uma têmpera seletiva muito boa.
— Mande todas elas para esse endereço, mas de agora em diante não importa o preço ou o material. Faça a melhor espada que puder, traga a tecnologia do século XXI para a fabricação de espadas. — Tyler deu o endereço do escritório onde os meninos estavam recebendo as encomendas.
— Sim, claro!
Tyler pegou uma espada longa e fez alguns movimentos. — Ela até que não é tão leve assim.
— E nem pode ser, embora podemos fazer espadas leves, não seria bom em uma luta, a falta de peso perderia a força na hora da pancada.
— Entendo… — Tyler ficou refletindo, tinha fundamento essa questão. Em uma troca de golpes uma espada muito mais leve seria jogada para trás.
— Contudo eu as desenhei completamente no computador, seu centro de gravidade é perfeito, a geometria do fio e o metal. São a soma do que se tem de melhor!
— Pode começar a trabalhar agora mesmo.
— Tio seria melhor se eu tivesse as medidas das pessoas.
— Eu quero uma para mim também, faça uma nas minhas medidas.
— O senhor?
— Sim claro, homem de verdade quer andar na rua de armadura, quem quer usar roupas da moda são os comunistas!
— Hahahaha. É a mais pura verdade.
— Qual o motivo dessas cores? — Tyler estava curioso, embora preto e dourado seja uma combinação bonita, não é tão comum.
— O tecido de kevlar/carbono é preto com amarelo. Achei que ficaria bom...
— É, e ficou mesmo. Como está pensando em fazer o capacete?
— Tenho esses modelos aqui.
Denys mostrou várias fotos de conceitos diferentes. Uns pareciam com o predador do filme, outras com a máscara do homem de ferro, alguns eram como demônios assustadores, iguais aos das armaduras dos samurais.
— Quero que elas sejam totalmente funcionais, tenham um filtro para não inalar gases, acesso a rádiocomunicação e uma câmera para gravar.
— Isso é até simples de pôr, elas serão totalmente fechadas e os olhos serão lentes de policarbonato.
As lentes de policarbonato, são as usadas em óculos táticos e esportivos. Elas suportam até tiros de armas de pequeno calibre!
— A mobilidade vai ser diminuída?
— Não, as proteções da coluna apenas restringem movimentações que poderiam fazer algum mal, é bem parecida com as proteções feitas para os motoqueiros. Mas nas pernas ou nos braços eles não se movimentam no sentido oposto ao da articulação.
Isso era uma coisa boa de se ouvir. Limitar esse tipo de movimentação era muito importante para evitar fraturas e torções nos membros.
Tyler ficou com Denys a tarde toda, ele tirou as medidas e deu algumas dicas sobre as adaptações que queria.
Tyler estava indo para um novo mundo, ele não estava pensando tanto em estar protegido contra as pessoas, mas desde que ele viu as feras e os trolls, achou melhor ter uma proteção extra. No final do mês ele tinha que se apresentar na capital para o início da competição pelo trono, ele tinha que estar preparado para tudo.
Ele estava tomando os comprimidos feitos com as frutas e estava se sentindo muito bem. Sua disposição havia aumentado muito. Antes, devido a idade ele sentia dores nas juntas, não era nada demais apenas incomodava às vezes, entretanto depois que começou a comer os morangos, e agora tomando as pílulas. Elas sumiram de vez.
Depois de muita conversa, Tyler se despediu, ele iria pegar ainda hoje um avião para Detroit.