Until Death? Americana

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Heaven / BravoED


Volume Único

Capítulo 68: Se Há Luz??


Eu estou vagando pela cidade do Conselho. É um lugar lindo, eu tenho que admitir. Mas estou ainda tentado a nuka-la¹ ao oblívio².

Os medos do Nicosar estão passando pela minha cabeça. Meu avô tem um ponto se ele não acredita na paz. Após uma exaustiva conversa com Lada, nós sabemos de uma coisa com certeza.

Lada quase nunca tocou nenhuma das instalações da cidade. Em primeiro lugar, ela não gosta de tecnologia e realmente não a entende muito. Em segundo, ela nunca ficou dentro da cidade por muito tempo.

Ela tinha vários lugares através do multiverso em que gastava a maior parte de seu tempo com pessoas mortais. Os curandeiros acham que essa é a razão da sanidade dela apesar de sua idade. Então ela nunca sentiu o desejo de ficar na Cidade do Conselho, em que apenas deuses que se separavam do mundo real residiam.

Após a luta, vários deuses de todo o multiverso apareceram e nós ainda estamos tentando resolver a bagunça.

No momento nós assumimos a posição de que todos devem continuar a manter um olho em seu próprio mundo. Nós tiramos de serviço todos do governo anterior e os jogamos dentro de uma zona vazia. É a prisão perfeita para o momento. Algumas pessoas de casa vão cuidar deles um por um.

Após eu investigar o método de selamento dentro do buraco negro do Conselho, eu o descartei completamente. O dispositivo que era usado para isso, é uma sala de aspecto funesta, pertencendo a cidade.

Você tem que ficar no topo de uma plataforma, enquanto numerosos cristais mostram suas pontas para você. Canalizando o fluxo de mana do próprio planeta através da sua alma, você é mandado diretamente para o buraco negro com uma força inacreditável.

Essa é só a descrição vinda dos ocupantes da cidade. Eu descartei a ideia porque não havia alguma possibilidade de remover a pessoa de lá de novo. Quem sabe o que acontece com uma alma dentro de um buraco negro?

E toda a máquina também não tinha uma aparência muito agradável para mim. Eu não consigo explicar, mas eu tive um mal pressentimento enquanto eu a estava olhando.

É claro, Arthur e todos os outros queriam descer até a cidade também e dar uma olhada nela, mas eu proibi isso.

Apenas magos anima ³ experientes e guardas absolutamente necessários são permitidos aqui embaixo. Se as suspeitas do Nicosar são verdadeiras, ninguém sem conhecimento de magia mental deve ficar nesta cidade.

Eu também inspecionei várias outras instalações e depósitos de armas dentro dessa cidade. As armas de luz são uma delas. Há todo um complexo de instalações que as estão produzindo sem parar, hora após hora, e as armazenando em depósitos subterrâneos. Elas parecem ser intermináveis atualmente, apesar do processo de criar uma arma de luz custar uma enorme quantidade de tempo e mana.

As armas de luz parecem ser uma parte muito avançada da tecnologia de cristais. Elas também são mana concentrada, mas elas não têm semente.

É claro, eu dei uma olhada na Esfera de Visão também. Mas quando eu dei um passo na sala com ela dentro, eu dei um passo para trás e fechei a porta de novo. Os avisos do Nicosar não deixam minha cabeça.

A esfera não seria o lugar perfeito para montar uma armadilha de limpeza mental? Não seria lógico para nós, a utilizar para procurar pelos membros do Conselho desaparecidos?

Estou sendo cuidadoso demais? Lada não foi influenciada e ela visitou essa cidade regularmente. Então você está seguro se apenas olhar e não tocar?

Hah! Poderia esse meu mal pressentimento ser medo? Eu não senti medo por uma eternidade, eu não me lembro como é temer algo. Eu acho que é normal perder essa emoção se você já sabe que você vai apenas reencarnar de novo.

Mas esta situação não é assim. Ter sua mente amassada como a da Enyo é equivalente a morrer. Não tem graça! Não tem nenhum pouco de graça!

Mas por que eu estou sentindo medo? Existe algo a temer? Eu tive uma vida realizada. Eu fiz tudo que eu já quis fazer e vivi mais do que qualquer mortal alguma vez poderia sonhar.

Por que eu temo a morte? Há alguma lógica por trás disso? Hmmmm.

Eu faço uma volta completa e olho ao redor. Esta é uma grande praça. Não há pessoas ao redor. Tudo isso é um enorme saco. Nem mesmo os habitantes desta cidade foram de qualquer utilidade para desvendar os segredos dela.

Em primeiro lugar, eu quero saber onde a semente está! A semente é o núcleo de toda tecnologia de cristal. Como com meu palácio e minhas fortalezas, a semente é algo como o computador central nuclear. Ela foca a mana e permite ao cristal de mana crescer e se desenvolver.

Mas não há semente nesta cidade. Isso é impossível. Deveria haver um cristal pulsante com enorme energia. Como alguém pode viver por milênios dentro desta cidade e não saber de algo notável assim.

Essa coisa toda não faz sentido nenhum!

Então eu vou ter que tentar? Dar uma olhada na Esfera? Eu acho que não há escolha. Eu olho acima, para as fortalezas acima da cidade e me concentro.

-Arthur, consegue me ouvir?-
-Sim?-
-Envie dez dos seus melhores magos-mentais para a sala com a Esfera de Visão. Eu quero dar uma olhada nela, e eles terão que me checar assim que eu sair da sala.-
-…. entendido.-

Eu cancelo a conexão e piso em um caminho que me leva diretamente para frente da sala com a Esfera de Visão.

Não leva muito tempo e dez pessoas chegam uma por uma no local de encontro. Eles são todas pessoas que eu vi em uma reunião anterior. Na época nós definimos as regras para investigar a cidade.

“Eu quero dar uma olhada na Esfera e vocês terão que me checar depois para descobrir se alguma coisa deu errado.” Eu ofereço a eles a versão resumida.

“E se algo estiver errado?” Uma jovem mulher em robes azuis me pergunta.

“Então vocês vão me contenham e peçam por ajuda.” Eu estremeço diante do pensamento.

“Mas e se nós não conseguirmos dar conta disso?” Outra pessoa pergunta.

Eu dou um riso zombeteiro pra eles. “Vocês são dez pessoas e eu estarei sozinho. Vocês ainda querem me dizer que não serão capazes de me restringir?”

Todos eles me olham com expressões duvidosas.

“Que seja! Tragam a Celes e Nicosar aqui embaixo se vocês tem tão pouca confiança em suas próprias habilidades.” Eu me viro e entro na sala.

Lá dentro, eu fecho a porta com uma batida e me viro em direção a Esfera de Visão. Ela ainda dá uma sensação ominosa.

Lentamente eu dou uma volta ao redor da coisa toda sem chegar perto demais. É uma esfera sólida feita de cristal de mana. Está girando constantemente enquanto fica perfeitamente centrada dentro da sala.

Você deveria supostamente tocá-la e ver alguma coisa em sua superfície? Ou você tem que conectar sua mente a ela? De acordo com a Lada, a Esfera era um mistério para ela. Ela só viu o a Amaru ficando de pé diante dela por horas e dias.

Quando ele repentinamente se moveu de novo, ele tinha a informação pela qual estava procurando. Então é uma conexão mental?

Eu me preparo e me sento de pernas cruzadas para me concentrar. Fazendo isso direito não pode machucar. Após minha mente estar clara, eu começo a definir e configurar minhas defesas.

Uma boa obstrução mental tem que consistir de múltiplas camadas e garantias para o caso de algo dar errado.

Após gastar outros colossais vinte minutos com a configuração de cada truque que eu conheço, eu lentamente estico minha mente para a esfera.

A princípio parece mórbida e fria. Mas então eu me acostumo com a Esfera. É um condutor gigantesco para magia de visão. Esse tipo particular de magia pode ser usado para procurar por algo perdido. Mas eu nunca ouvi falar dela sendo usada em tal escala.

A Esfera canaliza meu poder mágico e o forma em um feitiço predefinido. De repente minha percepção aumenta e eu tenho que ofegar. quase me sobrecarrega, mas eu lentamente estou pegando o jeito disso.

É assim que onipresença deve sentir? Eu sei que não é onipresença real, mas chega bem perto disso. Eu posso ver as pessoas em frente da sala. Eles realmente chamaram o Nicosar, a Celes e até o Arthur. Tanta baixa autoestima.

Acima de mim estão outros mundos. Ao me focar em um, eu posso procurá-lo em segundos. E lá existem faíscas de puro poder em todo lugar.

Após me concentrar em uma das faíscas, eu percebo que eu estou olhando por cima dos ombros de um deus. Ele está pregando uma pegadinha imoral em um mortal. Seeesh. É só isso que um ser ascendido pode fazer pra matar tempo?

Seguindo em frente eu volto o foco da minha atenção para a Cidade do Conselho para observar seus habitantes. Então eu me foco no exterior de novo em uma tentativa de encontrar os membros desaparecidos do Conselho.

Mas não há como distinguir todas as faíscas umas das outras. Por onde devo começar? Os membros do Conselho conhecem toda e cada faísca? Então se um novo deus aparecer, eles sabem que é um novo deus?

Então eu fico ciente de uma forte presença. Está me observando. E está perto. Eu procuro por ela e encontro sua origem dentro do buraco negro.

É ominosa e sombria. A mesma sensação que eu tive da sala de selamento e da esfera. De repente eu sinto um forte puxão em todo o meu ser e eu sou puxado em direção ao buraco negro.

-Quem é você?-

Eu tento resistir, mas minha alma cai em direção ao buraco negro e toda resistência é fútil.

-Venha!-

Algo negro e viscoso arrebata para meu corpo mental e eu o ataco mentalmente. Aquilo estremece de dor, mas ainda continua me envolvendo enquanto eu luto. Eu estou sendo puxado para baixo! Para baixo em direção a escuridão!

E há dentes!

-Fresco!-

A coisa arranha dentro da minha mente e começa a comer! Todas as minhas defesas caem ou são sopradas de lado como fumaça.

E tudo que eu posso fazer é gritar…

-NÃOOOOOO! TRAÍÇÃO!-


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Podem acessar por aqui.

Ou Aqui.


Notas:

1. Nukar: É relacionado ao Nuke, que eu já mencionei em um capítulo anterior. Foi o melhor método que encontrei de manter a informalidade da conversa…. E só para relembrar, é o “nuke” é o apelido carinhoso disso.

2. Oblívio, refere-se geralmente ao esquecer; apagar da memória; etc. Nesse caso está se referindo a eliminar a algo totalmente, até que não sobre nem sinais de que um dia existiu… E assim caindo para sempre no esquecimento.

3. Magos especializados na alma.

4. Nuclear com sentido de núcleo, não de radiação.



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