Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 17: Augúrio da Fome


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Se afastando o máximo que do Santuário, Erisu e Oinari finalmente se escondem entre a divisão de dois túneis, ela se agacha deixando Himeno encostada na parede, sem nem mesmo desviar o olhar dela por um único segundo.

— Temos que encontrar a saída agora — diz Erisu, levando a mão em seu abdômen dolorido pelas costelas quebradas.

— Não...

— Como assim não? — ele pergunta a encarando.

— Não vamos sair daqui ainda.

— Nós a encontramos, não é?! — grita Erisu, sem entender — por que quer continuar aqui? Isso é loucura! Se pegarem ela de novo ein?

— Eu não vou sair daqui até que o líder deles esteja morto! — diz Oinari, cerrando os punhos.

— Morto?! Você está maluca! Para que insistir nisso? Nós não somos assassinos!

— Você matou aquela mulher, não foi? Não seria a primeira também...

Erisu arregala os olhos ao ouvir tais palavras dela, colocando a mão no ombro de Oinari para fazê-la olhar para ele.

— Tudo bem! Eu sou um assassino! — ele encara os olhos dela sem desviar o olhar — mas você..., não há sangue em suas mãos, temos que focar na segurança da Himeno primeiro lembra?

Oinari afasta a mão dele de seu ombro, se curvando enquanto retira o véu do rosto de Himeno, mostrando para ele o olho roxo e as feridas em seu rosto.

— Risu..., eu confesso que lá dentro, eu não me importaria se você tivesse matado todos da maneira mais brutal o possível.

Ao ouvir tais palavras cruéis, vários pensamentos surgem na mente de Erisu, ele finalmente percebe as palavras que saíram anteriormente de sua boca, ele se assumiu realmente um assassino, ele concordou com isso, mesmo conhecendo sua amiga a anos, ele nunca esperou ouvir tal coisa vinda dela.

Ele abaixa a cabeça, vendo todos os ferimentos de Himeno, alguém que não tem nada haver com toda essa luta, não podendo esquecer da culpa que sente dentro de si.

— Esses malditos, machucaram a pessoa mais importante para mim, eu quero fazê-los pagar por isso! — No rosto de Oinari, diferente de todos os outros momentos está com uma expressão sério, com raiva em seu olhar.

“Faz meses..., talvez anos desde a última vez que vi esse olhar, eu realmente o odeio, esse olhar..., realmente me dá medo. ”— pensa Erisu, mordendo seus lábios, finalmente desviando seu olhar.

Sua mente está nebulosa, com pequenos fragmentos de memorias de tudo o que ocorreu nos últimos dias, ele lembra de cada detalhe do sequestro da Himeno, ele lembra da dor que sentiu em ver sua amiga em desespero, ele lembra de todas as batalhas que enfrentou, ele vê Shibo morrendo frente a sua irmã e questiona; “Shibo fez tudo por sua irmã, não foi?”

— Se não quer continuar, pegue a Himeno e saia daqui eu juro por tudo que vou matar todos! — Os olhos de Oinari se intensificam em algo ainda mais negro, não sendo possível ver algum reflexo deles.

Erisu se aproxima dela em sua expressão cruel, mesmo assim leva sua mão até seu queixo, puxando novamente seu olhar para ele, — Oinari...

Ela o encara outra vez, de certa forma surpresa pelo estranho ato vindo de Erisu.

— Se você vier a se tornar má, eu me tornarei mil vezes pior, sou seu guardião, então apenas diga a suas ordens que eu farei sem questionar.

Os olhos dela voltam ao seu normal, graças as palavras de amigo, fazendo sua expressão voltar como é de costume, a fazendo soltar uma leve gargalhada.

— Ei por que está rindo?! Estou falando sério porra! — exclama Erisu, afastando a mão do rosto dela.

— Por nada! Apenas não combina com você ser tão romântico assim!

— Sua cretina! Eu não estou sendo romântico!

— Relaxa, confesso que gostei desse seu lado — ela passa seus braços entorno do pescoço de Erisu, aproximando seu rosto — mas deixe os flertes somente comigo okay?

— Eu não estou flertando caramba!

— Eu sei que não — ela sorri, fechando seus olhos — de verdade Risu obrigada, você me salvou novamente.

Ele acena com cabeça em concordância, mesmo sério dentro de seu coração há felicidade, “Ela voltou ao seu normal..., que bom”.

— Sabe, realmente não vale a pena sair matando todos, não somos animais, mas ainda quero acabar com esse culto.

— E como vamos fazer isso?

— Precisamos encontrar alguém, a única pessoa que está por trais de tudo.

— O Avô?

— Exato! Se acabarmos com ele, todo culto é desfeito.

— E enquanto a Himeno? — ele olha para em transe.

— Enquanto você o procura, eu a deixo em um lugar seguro, te encontro assim que eu fizer isso.

— Muito bem... — diz Erisu, estralando seu pescoço com um sorriso — diga a sua ordem então!

Oinari sorri, erguendo levemente seu queixo apontando com o dedo indicador para Erisu, — Vá! Encontre-o! vamos fazê-lo pagar por tudo que fez meu querido guardião! —.

Rapidamente, Erisu acena com a cabeça correndo a procura de seu alvo, enquanto Oinari pega Himeno novamente em seus ombros partindo em direção oposta.

Minutos se passaram com a constante busca, Erisu mal podia contar quanto corredores, túneis e salas adentrou a procura do tal poderoso líder da SEIDAI, não tendo sinal de Oinari desde que se separou dela no início da busca.

— Mas que merda! Como pode essa droga de lugar ser tão grande?

Ele novamente encontra uma outra porta, que aparenta ser diferente das outras do qual já havia passado, sendo ela imensa e vermelho feita de ferro maciço.

Finalmente frente a porta, ele estende seu braço para a porta, empurrando com força, sentindo o grande peso em seus ombros.

Lá dentro Erisu vê uma figura de frente para porta, um esqueleto pútrefo de um velho homem sentado em uma espécie de trono.

Erisu se aproxima vendo a imensa mesa do conselho de cães divinos, vendo três nomes familiares na mesa, sendo elas de Shibo, Yume e Lisandra.

Caminhando até o homem morto, ele sente o fedor em seu nariz, o fazendo colocar o braço por cima do nariz chegando cada vez mais perto.

— Que merda! Esse velho aí morreu faz dias, talvez meses! O que esses fanáticos têm na cabeça?

— Yudi, finalmente você chegou, por que demorou tanto? Lembra temos trabalho a fazer! — diz a voz firme de Yoshiaki, entrando pela porta de entrada da sala que está aberta.

Erisu toma um susto, tendo acreditado por alguns instantes que o esqueleto teria falado com ele, enquanto Yoshiaki percebe que a sua frente não está Yudi, mas sim um garoto do qual nunca viu na vida.

­— Puta que pariu seu merda! Não precisava falar isso do nada?! Caralho que susto! — grita Erisu, levando a mão em seu peito.

— Quem é você e o que faz aqui? — Yoshiaki ajeita sua gravata, parando de costas para a porta.

— Quem sou eu?! Você e seus fanáticos de merda sequestram nossa amiga, nos prendem e ainda por cima não sabe quem sou eu?

— Ah, entendo, é você o invasor herege que roubou o avô e invadiu nosso esconderijo e enfrentou dois dos nossos?

Erisu gargalha estalando seu pescoço, — Foi eu mesmo! Hehe! Por um acaso você é o Avô?

— Não, eu não sou o profeta celestial, mas você está do lado dele.

— Que? — Erisu olha novamente para o homem morto — esse velho aqui? Eu imaginava que para ser profeta ele deveria ao menos estar vivo.

— E ele estará vivo — exclama Yoshiaki, desabotoando os botões do terno em seu pulso — o grande profeta morre e em questão de dias, ressurge ainda mais poderoso revelando ser um próprio deus.

— Caralho que merda ce tá falando? Esse negócio de reviver só existe em quadrinhos.

— Ele já teria surgido das cinzas como uma fênix, se não fosse por vocês ladrões impuros.

Ei, ei, não bota essa bomba pra cima de mim não porra!

— O filho perdido que roubaram, não é normal, ele foi dado por um garoto como você a nós como garantia que reviveria nosso avô.

— Olha, odeio ver as pessoas tristes, mas se foi um garoto como eu duvido que seja verdade.

— Escória... vou pedir somente uma vez, talvez assim eu ao menos deixo sua amiga viver.

— Parando para pensar agora, se foi isso faz sentido vocês estarem tão desesperados por causa do filho perdido — Erisu sorri sadicamente — bem não se preocupe sobre minha amiga, ela já deve estar bem longe daqui!

— Como? A Lisandra estava cuidada dela.

O sorriso de Erisu se desfaz, levando sua mão até a nuca, sentindo o peso do sangue em suas mãos, — Aquela mulher bonita né? Eu sei disso... bem se não existe mais avô, acho que vou ter que acabar com você no lugar.

Os olhos de Yoshiaki se cobrem de fúria com todos seus músculos se repuxando.

— Você sabe? O que você fez com ela?

— Droga... se quer tanto saber, eu a matei — Erisu o encara de forma seria, como nunca fez.

— Você?! Isso não é possível! O que ela disse a você?

— Eu sei lá, ela ficava gemendo e falando besteiras quando lutamos, mas suas últimas palavras ela disse que estava feliz se isso que quer perguntar.

Yoshiaki abre ainda mais seus olhos, com a imensa cicatriz em seu rosto, começando a sangrar de uma hora para a outra.

— Justiça..., todos que cometem afrontas ao correto passarão pela espada da justiça e o peso de sua alma será pesada na balança de bronze...

— O que? ce tá bem cara? Ficou doido?

— Eu sou a justiça do Avô! Seus pecados vão ser julgados! Pela morte de Lisandra! Eu condeno sua alma!!! — Yoshiaki grita com sua cicatriz sangrando ainda mais — Gashadokuro!!!

Ao gritar tal palavra, Yoshiaki leva seus dedos até sua cicatriz afundando seus dedos em seu rosto fazendo força enquanto rasga a pele de seu próprio rosto em uma cena brutal e sangrenta, ele não aparenta sentir dor, ele não hesita, ele apenas abre sua pele mais e mais enquanto grita.

— Ah justiça tem fome!!!

Com o som da pele sendo rasgada, ele abre por completo seu rosto revelando algo assustador, não há crânio algum em seu rosto. Erisu encara até mesmo assustado sentindo um intenso arrepio percorrendo sua espinha.

Ele permanece parado, com a pele de sua face caída como se fosse uma máscara, mas para a surpresa de Erisu, uma imensa mão esquelética surge saindo para fora de dentro dele, em seguida outro braço somente com ossos sai, não são ossos humanos, são quinze vezes maiores do que os corpo de Yoshiaki que de pouco a pouco sai de dentro dele.

Tenebroso e medonho no fim, um crânio esquelético gigante sai de dentro do corpo o fazendo cair no chão como uma roupa. O esqueleto tem dentes podres e ao invés de olhos existe somente o vazio intenso, de seus orifícios uma nuvem negra se forma cobrindo todo o teto, em sua mão direita ele segura uma espada de ferro, já em sua mão esquerda uma balança de bronze.

Erisu dá alguns passos para trás, com espanto em seus olhos se preparando para o que vem a partir daquele momento, — Puta merda!

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