Volume 2
Capítulo 172: Receptivos
Quando o líder local anunciou que iria apresentar aos convidados inesperados o local em que passariam a noite, o pessoal que compunha uma das dez Famílias Secundária não entendeu que era o jeito sutil de Oliver dizer para se afastarem e não criar confusão.
A empolgação de receber o Alquimista era tanta que eles esqueceram qualquer senso de decoro e começaram a seguir o grupo estrangeiro enquanto o cercavam. As pessoas se empurravam, cochichavam e grunhiam. Alguns até pareciam estar se controlando para não pular na frente da multidão e agarrar o jovem ocupando a posição de destaque.
Ali havia, sem nenhuma dúvida, mais de cem pessoas, entre elas, homens e mulheres que demonstravam admiração pelo novo gênio da Família. Alguns eram senhores e senhoras de idade que lutavam para conseguir uma visão clara. E também se notava diversas crianças que, apesar de não entenderem muito bem o que estava acontecendo, demonstravam grande entusiasmo.
Percebendo que não conseguiria conduzir os convidados em paz, Oliver se viu obrigado a tomar uma atitude. E assim sendo, delegou a tarefa de manter os outros afastados.
Ele chamou por um homem de estatura mediana que usava uma bandana de pano bege e disse o seguinte:
― Pedro, peça para eles não causarem problema aos convidados e diga para não se aproximarem do Alquimista sem permissão.
O sujeito que possuía braços fortes e mãos calejadas logo tratou de afastar os curiosos, fazendo gestos extravagantes com os braços e empurrando a multidão para longe.
Agora, tendo mais liberdade para andar e livre da preocupação do grupo da Cidade da Fronteira do Caos estar sendo assediado, o Sr. Oliver avançou em direção ao centro da pequena comunidade sem muita pressa. Sua bengala raspava o chão e ditava o ritmo à medida que percorria poucos metros após um grande esforço.
― Eu sinto muito por isso ― disse ele, desculpando-se pela atitude de seus colegas. ― A verdade é que ter o Alquimista aqui é muito especial para nós ― seu tom de voz era pesado e carregava um expressivo sentimentalismo.
Algo que não passou despercebido.
― Por quê? ― Quis saber Ning, que teve sua curiosidade despertada.
No entanto, a resposta não veio de imediato.
Quando ouviu a pergunta, algo que já era de se esperar, o Sr. Oliver olhou sobre o ombro, mirando, por um segundo, as jovens e aquele responsável por levantar o questionamento. Em seguida, virou a cabeça de lado, focando no 5
º Ancião, e, dessa vez, hesitou. Ele sabia qual era a verdade. Não precisava pensar nisso. Mas entendia que era um assunto delicado.
Foi apenas depois de alguns instantes de ponderação e um silêncio constrangedor que o líder do lugar resolveu abrir a boca.
― É um pouco constrangedor falar sobre isso ― admitiu ele, demonstrando certa culpa pelo que tinha a dizer. ― Mas nos últimos anos nós perdemos a fé na Família principal e na liderança atual. Temos enfrentado tempos difíceis e isso nos abalou.
O comentário de Oliver provocou uma mudez notável em Xiao Qiao, que preferiu ficar olhando para o chão de uma maneira incriminadora, como uma criança que sabe que errou. Por outro lado, tal culpa não foi compartilhada pelo preguiçoso.
― Eu ouvi dizer que estava sendo complicado para os ramos secundários acumular o valor dos impostos ― comentou.
― Tenho vergonha de admitir ― disse Oliver ―, mas por causa da instabilidade que enfrentamos nos últimos anos, começamos a duvidar da capacidade do Patriarca Enlai em administrar os negócios e passamos a apoiar o 1º Ancião Dong. Ouvi dizer que ele traiu a Família. É verdade? ― Existia uma enorme expressividade em seu rosto.
― Então já ficou sabendo? ― O Ancião Qiao assumiu uma postura rígida. ― Vocês receberam a carta?
― Sim ― confirmou o líder local, meneando a cabeça. ― Mas ainda é um pouco difícil de acreditar.
― Nós também ficamos chocados. E as investigações sobre o que motivou Dong e quem eram seus aliados continuam sendo feitas ― informou o 5º Ancião, dando a única resposta que estava autorizado a dar.
― Bem, é tudo muito estranho ― disse Oliver, compreendendo que era melhor não insistir no assunto no momento. Não importa o que perguntasse, acabaria recebendo uma resposta imprecisa. ― É uma pena o que aconteceu, mas graças a isso ficamos sabendo do Alquimista. E entendemos que estávamos sendo precipitados. Entendemos também que o Patriarca não estava jogando nosso dinheiro fora. Ele apenas havia encontrado algo que precisava priorizar.
Nesse momento, o simpático senhor de cabelos brancos olhou para trás e mirou Ning com olhos de gratidão.
― Quando descobrimos que o Patriarca estava patrocinando um Alquimista em segredo, nos sentimos aliviados. Entendemos que ele tinha um plano durante todo esse tempo. E isso tornou nossas perdas recentes mais aceitáveis. Ah, é aqui!
O grupo parou de frente a uma enorme casa de três andares cujas paredes eram feitas de bambus verdes, que pareciam terem sido colhidos ainda naquela manhã. Nas quinas era possível notar pilares gigantes e robustos de madeira que iam da fundação, também feita de bambu, até o telhado, composto por folhas de palmeira trançada. E no topo, marcando a altura máxima do edifício, em uma das pontas, ficava uma exuberante bandeira contendo um Long e um tigre.
O Sr. Oliver apresentou o local como sendo sua casa particular e que, quando necessário, também servia de casa de hóspedes. Antes de entrar, ele deixou avisado de que não precisava haver timidez ali e que o grupo podia se sentir à vontade para fazer o que quisesse.
O lado de dentro da residência era bastante simples. Ali havia poucos móveis e a decoração era carente de qualquer charme particular, pois não contava com quadros de nenhum tipo, jarros de flores ou peças artesanais. E talvez por isso, a apresentação do primeiro andar foi breve e precisa. O segundo não foi diferente, já que era ali que o dono da residência ficava.
O quarto dos hóspedes estava localizado no terceiro andar e foi lá que o grupo permaneceu por mais tempo. O anfitrião insistiu para que os convidados levassem seu tempo escolhendo o aposento em que passariam a noite. Porém eles não ficariam ali por um longo período e por isso acharam melhor não ser tão criteriosos.
Depois que cada um escolheu o lugar em que dormiriam para que assim pudessem partir descansados pela manhã, o grupo desceu de volta para o primeiro andar. Oliver sabia que a jornada até sua cidade não tinha sido fácil e que, provavelmente, seus convidados preferiam passar o resto do dia descansando. Mas ele estava muito ansioso para mostrar ao Alquimista e seus amigos um pouco da comunidade que comandava e que também fazia parte dos Xiao.
Entretanto, antes que pudesse arrastar o bando para fora da casa, Xiao Ning resolveu fazer uma pergunta sobre algo que estava martelando em sua mente.
― O que você quis dizer com: “Perdas recentes”? ― A maneira do velho falar, de quem ainda vive o luto, despertou o interesse do preguiçoso.
E o esclarecimento para essa dúvida veio logo em seguida.
― Nós temos tido muito azar ultimamente, sabe? ― O tom de Oliver era de lamentação. ― Quando a Família entrou em crise e os impostos começaram a aumentar, nós não tivemos dificuldade para pagar. Mas então, há dois anos apareceu aquela empresa que se chamava de “Projeto Ostra” e... perdemos mercado. ― Notava-se um grande constrangimento de sua parte em admitir isso.
― Esse ramo da Família é especializado em comercializar frutos do mar para sobreviver ― explicou Xiao Qiao ao notar a confusão na expressão de Shui e Corina.
― Nós éramos a maior referência na região ― disse Oliver, repleto de orgulho e nostalgia. ― Mas quando essa empresa chegou, perdemos a vantagem. Eles vendiam tudo o que vendíamos, só que muito mais barato. Não sei nem como se tiveram lucro. Tentamos competir. Porém, há pouco mais de sete meses, fomos à falência.
― Como assim? ― Tal declaração provocou uma reação imediata em Xiao Qiao que encarou o senhor de bengala com seriedade.
― Não tivemos mais como arcar com as manutenções dos barcos e continuar pagando os impostos da Família Principal, sem falar nas despesas da comunidade. Fomos obrigados a vender todos os nossos barcos para essa companhia.
― Todos!? ― O Ancião Qiao ficou espantado.
― Como vocês estão fazendo para se manter? ― Xiao Shui demonstrou a mesma surpresa. Sete meses é muito tempo para ficar sem sua principal fonte de renda, ainda mais levando em consideração quantas pessoas vivem naquele lugar.
― Tem sido difícil ― afirmou Oliver. ― Mas alguns de nós conseguiu empregos na cidade e os nossos cultivadores têm saído para caçar Bestas Demoníacas e vender no mercado. Além do mais, o Ancião Dong nos ajudou bastante enviando uma generosa doação todos os meses. Sem ele, não sabemos se vamos ser capazes de pagar todas as nossas dívidas ― suspirou, demonstrando um profundo pesar.
― Ele fez isso? ― Por outro lado, Xiao Ning estranhou a informação. Não parecia o tipo de coisa que aquele homem faria.
― Sim! ― Mas Oliver confirmou a generosidade do finado com muito vigor. ― O 1º Ancião nos ajudou bastante. Por isso estranhamos o que aconteceu. Eu mesmo tenho muito a agradecer. Ele até recebeu minha filha no passado e deu um emprego a ela. É uma pena que as coisas tenham acabado daquela maneira.
― O que aconteceu? ― Xiao Shui sentiu o pesar na voz do homem e resolveu perguntar. Mas logo percebeu que estava sendo inconveniente e por isso tratou de se desculpar: ― Sinto muito. Isso não é da minha conta.
― Tudo bem. Tudo bem. ― O velho abanou a mão livre de qualquer jeito. ― Foi há muito tempo. ― Ele parou por um segundo, suspirou e continuou: ― A verdade é que nem eu sei direito. O Ancião me disse em uma carta que minha filha estava voltando para me visitar, mas ela nunca apareceu.
― Eu... sinto muito! ― Shui se sentiu constrangida por ter feito uma pergunta sobre algo tão particular e, por consequência, por ter despertado uma lembrança ruim naquele gentil senhor.
E o mesmo foi partilhado por quase todo o grupo, que abaixou a cabeça e preferiu não falar mais nada que pudesse trazer lembranças desagradáveis. Entretanto, depois de tudo o que escutou, Xiao Qiao, responsável pelos assuntos externos da Família e também por dialogar com os ramos secundários, não conseguiu ignorar as informações problemáticas que recebeu.
― Por que você não relatou isso ao Patriarca? Tenho certeza que poderíamos ter feito algo para ajudar.
― Mas eu relatei ― defendeu-se o Sr. Oliver. ― Enviei diversas cartas, mas não recebi respostas.
Essa última parte deixou o Ancião ainda mais sentido, provocando nele uma sensação de responsabilidade. A expressão em seu rosto foi convertida para tristeza, com olhos semicerrados e sobrancelhas caídas.
E foi nesse momento que, ao perceber o que tinha causado, Oliver abriu um sorriso desgastado e falou:
― Ora! Isso não importa mais. Agora sabemos que o Patriarca só estava guardando dinheiro para ajudar o Alquimista e que não deve ter nos respondido, pois se encontrava muito ocupado. E se os impostos diminuírem no futuro, quem sabe a gente não consegue comprar um barco novo? ― deu de ombros. ― Ou usado. Para mim, qualquer coisa serve ― brincou.
― Mas e a empresa que você falou? ― Xu Xia, agora Corina, sabia que nada disso era da sua conta e por isso preferiu permanecer calada. Mas ela não pôde ignorar o fato de que seria quase impossível retomar os negócios agora que uma grande rival já havia se estabelecido e comandava todo o mercado.
― Ah! Sobre isso. Como eu disse, é tudo muito estranho. No começo desse ano, alguns de seus cultivadores Espirituosos navegaram até o mar aberto e afundaram todos os navios. No dia seguinte, qualquer rastro sobre eles já tinha desaparecido completamente.
Naquele instante, a sensação pesada de perda e negligência foi substituída por um mistério que envolveu os presentes. Ning quis debater algumas possibilidades e Corina também formulou suas próprias teorias. Entretanto, Oliver estava tão entusiasmado para mostrar o resto da comunidade para o Alquimista e seus amigos que pediu para deixar isso para mais tarde. E assim, ele “puxou” o bando para fora da casa.
Embora o lugar não fosse tão grande, o senhor de idade, que em dias normais estaria sentado em sua sala, revisando assuntos internos e descansando, fez questão de mostrar cada detalhe que tornava aquela comunidade tão especial. Ali não havia grandes instalações que representassem os Xiao como no ramo principal, tipo os Salões Espirituais ou o Pavilhão dos Aprendizes. Tanto é que, as crianças estudavam em uma escola na cidade até os dezesseis anos ou, no caso de se tornarem cultivadores competentes, eram enviadas para a Cidade da Fronteira do Caos.
Entretanto, na casa de Paulo, como muito bem apontado pelo líder de bengala, todos os dias era oferecido café da tarde de graça. Um gesto de eterno agradecimento que se iniciou após o povo da vila o ajudar a reconstruir a casa que pegou fogo depois de um acidente.
Ali não havia grandes representações que poderiam fazer o nome dos Xiao ser lembrado ou temido. Um exemplo disso era que a maioria das pessoas naquele local não eram cultivadores e os poucos que haviam se dedicado a essa prática não passavam do Reino do Despertar. Mas cada centímetro possuía histórias memoráveis.
Enquanto passeava pela comunidade, o Sr. Oliver fez questão de citar cada lembrança que tinha, desde as travessuras das crianças até as reuniões que aconteciam na primeira sexta-feira de cada mês.
Durante todo esse tempo, o grupo foi seguido de perto... ou melhor, de longe, pelos curiosos. As pessoas mantinham distância, mas seguia Ning com os olhos atentos. Os homens e mulheres apontavam a todo momento enquanto cochichavam entre si. E é claro que nada disso passou despercebido pelo Alquimista que disse o seguinte:
― Não sou nenhuma celebridade para manter o povo afastado. Se eles querem tanto assim perguntar algo ou só conversar comigo, deixe que venham.
O Sr. Oliver ficou hesitante quanto a isso, pois pensou que poderia causar confusão. Mas como percebeu que o Ancião Qiao não tinha nenhuma objeção para apresentar, ele decidiu que, mais tarde, deixaria os curiosos livres para fazerem o que quisessem.
Entretanto, assim como havia previsto, essa decisão gerou um grande problema. Durante à tarde, quando o pessoal local teve permissão para se aproximar, falar e perguntar à vontade, Xiao Ning foi cercado por uma multidão incontrolável.
No começo, parecia até que o líder da comunidade precisaria intervir outra vez. Mas para a sua surpresa, o Alquimista foi muito paciente e respondeu tudo com a máxima gentileza. Depois de duas horas sendo confrontado por perguntas invasivas e pedidos inadequados, era de se esperar que o rapaz de cabelo comprido e olhar desleixado já estivesse cansado. Porém ele continuou sorrindo e brincando sem demonstrar o menor sinal de desgaste.
Talvez fosse por isso que a conversa se alongou por horas e mais horas. Pois depois de um tempo, já não havia muito assunto para discutir e o exibido tinha feito uma demonstração com a sua Chama da Essência mais básica, deixando qualquer expectativa de espetáculo para trás. Quase tudo que podia ser dito ou mostrado referente ao assunto: “Alquimia na Família Xiao”, já tinha sido feito, sobrando apenas questões mundanas para serem debatidas. E esse poderia ser o fim de todo o debate. Mas vendo o quão espirituoso e receptivo Ning se mostrou, as pessoas passaram a contar sobre o seu dia a dia e a perguntar como era viver no ramo principal.
Todos, sem exceção, mostravam-se bastante interessados na Família Principal e em como era viver na Cidade da Fronteira do Caos.
O comportamento acolhedor e atencioso de Ning, conquistou a empatia do povo da comunidade que o tratou com grande respeito e admiração. Contudo, aquilo gerou estranheza em Shui que resolveu perguntar por que ele estava agindo daquela maneira.
E a resposta que recebeu foi a seguinte:
― Eles precisam de algo para se distrair.
Pelas horas seguintes, Xiao Ning continuou entretendo o povo com piadas nada engraçadas e exibições exageradas do 1º estágio das Chamas da Essência. Quando enfim se cansou, já era quase noite. E naquele momento, Oliver propôs fazer um banquete para comemorar a chegada do grupo. Porém, essa ideia foi recusada pelo próprio Alquimista que alegou ser melhor deixar a festa para quando eles retornassem em segurança.
Para Oliver e o resto do pessoal da comunidade, aquilo foi como uma sugestão para que economizassem e planejassem para que a comemoração fosse ainda mais memorável. E então, eles começaram a planejar.
E embora essa não tenha sido a intenção de Xiao Ning, ele não interferiu. Estava tão cansado que preferiu se retirar quando teve a oportunidade. E assim, o breve período em que se hospedou em uma das Famílias Secundárias, a primeira que conheceu em toda a sua vida, passou, e a manhã em que a viagem continuaria chegou.
Nota do Autor
Gente, recentemente eu anunciei que teria uma alteração no Apoia.se e nas recompensas. Enfim, resolvi empregar essas mudanças essa semana e elas já vão valer a partir desse mês.
Essa decisão foi feita pensando em uma forma de me manter através das novels que eu posto, para que eu possa continuar escrevendo e postando.
A verdade é que eu tenho enfrentado muitas mudanças recentemente e elas estão acabando com o meu tempo de escrita e tem ficado cada vez mais difícil conseguir continuar escrevendo e postando. Por isso, para poder continuar com Um Alquimista Preguiçoso e O Condenado sem problema, eu reformulei o Apoia.se.
Basicamente a mudança atual é a seguinte. Para quem contribuir, dependendo do valor, terá a oportunidade de se manter a um determinado número de capítulos à frente dos capítulos postados aqui na Novel Mania. Segue abiaxo uma tabela com essa relação. Mas, desde já, gostaria de dizer que qualquer valor é bem-vindo e que eu estarei trazendo outros tipos de recompensas também.
R$ 3 = 1 capítulo na frente
R$ 6 = 2 capítulos na frente
R$ 9 = 3 capítulos na frente
R$ 12 = 4 capítulos na frente
R$ 15 = 5 capítulos na frente
R$ 18 = 6 capítulos na frente
O Apoia.se aceita pagamentos tanto pelo cartão quanto por boleto. Os valores lá estão abertos e nçao tem uma recompensa fixa, por isso, mesmo se você contribuir com menos de três reais, saiba que também receberá recompensas.