Volume 2
Epílogo: Depois do Felizes Para Sempre
DOIS DIAS SEM GRANDES ACONTECIMENTOS DEPOIS, e o novo semestre já estava sobre nós.
— Acabou... — suspirei enquanto me dirigia para a porta da frente.
As férias de verão finalmente tinham chegado ao fim. E junto com elas, o prazer de acordar sem despertador, passar as manhãs alternando entre videogames e mangás, gastar as tardes lendo light novels ou assistindo animes em exibição, fazer o mínimo de lição de casa possível antes de dormir e, no geral, viver o ócio abençoado pelo ar-condicionado.
Tive que conferir a data no celular três vezes antes de acreditar.
— Fazer o quê — murmurei para mim mesmo.
Me olhei no espelho do corredor de entrada. Mesmo uniforme de sempre. Mesmo corte de cabelo. O topete desajeitado podia ter recebido mais atenção.
— Já vai sair, irmão querido? — Kaju veio correndo com passos leves.
— Novo semestre. Não quero me atrasar e virar alvo logo no primeiro dia. — Nem eu estava convencido com minha desculpa. Afaguei a cabeça da Kaju. — Você também, tá? Cuidado com os carros.
— Você também, meu amado irmão. — Ela sorriu por um breve instante, depois franziu a testa. — Sua gravata tá torta.
Ela corrigiu o erro na mesma hora. Kaju e sua obsessão por aparência. Olhou pra mim, ainda segurando a gravata.
— O quê? — perguntei.
— Talvez seja só impressão minha, mas juro que vi você sorrindo.
— Sorrindo? Por ir à escola? — Eu disfarcei. — Só tô feliz de ver minha irmãzinha nessa bela manhã.
Kaju acreditou completamente e soltou uma risadinha.
— Sempre podemos fugir juntos.
— Tô de boa. Tenho aula.
Abri a porta e comecei a sair. Kaju calçou as sandálias correndo e veio atrás.
— O quê?
— Fica aí. Não se vire, por favor.
Ouvi dois cliques metálicos bem atrás de mim. Quando finalmente me virei, Kaju estava sorrindo de novo, com um pedaço de pederneira em uma mão e o riscador na outra.
— Pra dar sorte. Tenha um bom dia, meu amado irmão.
◇
Saí da estação Aidai-Mae e me juntei à multidão de estudantes uniformizados. O som das conversas formava um zumbido constante sobre o grupo, embora eu não fosse o único calado. Tantas pessoas diferentes. Tantos rostos. Quantos deles seriam verdadeiros, me perguntei.
Cortando o drama interno, me desviei da multidão e afrouxei a gravata que a Kaju quase usou pra me enforcar. Uma mão tocou minhas costas.
— Bom dia, Nukumizu.
Asagumo caminhava ao meu lado, no mesmo ritmo. Engasguei nas palavras umas duas vezes.
— Bo-bom dia.
— Não sabia que você pegava trem para vir à escola.
Se ela sabia que eu existia, já estava à frente da maioria. Não consegui pensar em nada pra responder, então ela ergueu o queixo com confiança e continuou.
— Antes tarde do que nunca, imagino. Mas tive uma conversa séria com a Mitsuki e a Lemon. Acho que foi produtiva. Estou confiante de que nossos relacionamentos vão melhorar bastante.
— Ah. Que bom — respondi. E era sincero. Olhei ao redor e me inclinei até o ouvido da Asagumo.
— Ei, queria te perguntar uma coisa...
— Perguntar o quê?
Baixei a voz.
— Você também colocou um daqueles rastreadores GPS na Yakishio?
Asagumo não demonstrou ter ouvido o que eu disse.
— Sabia que os rastreadores pequenos têm duração de bateria limitada? Normalmente só duram alguns dias.
— Interessante.
Era?
— Agora me diga: você ainda chamaria um rastreador de rastreador, mesmo sem a capacidade de rastrear? Ou sucata seria mais preciso? — Ela tocou o queixo com o dedo, de forma até exagerada, e me olhou. — O que você acha?
Eu chamaria isso de rastreador morto, mas algo me dizia que esse não era o momento certo para insistir. Deixei pra lá.
— Você não é nada do que eu imaginava quando a gente estava no cursinho.
— Mesmo? Como assim?
— Sei lá. Achei que você fosse toda certinha. Séria e refinada, e, bem...
Eu ri de mim mesmo. Dizer aquilo em voz alta soava estúpido. Fazer tantas suposições sobre alguém com quem eu nunca tinha sequer conversado. Asagumo segurou meu ombro e se esticou na ponta dos pés até o meu ouvido.
— Todos temos nosso lado sombrio, Nukumizu. Até eu.
— Disso eu já sei.
Asagumo conteve uma risada. Eu comecei a esboçar um sorriso quando uma mão tocou minhas costas — dessa vez, com um pouco mais de violência.
— Bom dia, Chiha! Bom dia, Nukkun! — saudou Yakishio. O sorriso no rosto dela não revelava nada do caos e drama da última semana. Retribuí com um sorriso meio sem jeito.
— Bo-bom dia.
— Bom dia, Lemon — cumprimentou Asagumo. Yakishio se enfiou entre nós dois.
— Não achei que fosse encontrar vocês juntos. Foi mal, Nukkun, mas a Chiha é minha.
Chihaya. Chiha. Ficaram próximas bem rápido, né?
— Pode levar — falei.
— E obrigada, aliás — disse Yakishio com uma piscadela, agarrando o braço de sua presa. — Vamos!
— Claro — assentiu Asagumo. — Vejo você depois, Nukumizu.
As duas apressaram o passo juntas.
— Então, Chiha, hoje eu posso pegar aquele xampu que você comentou, né?
— Não vou usar o frasco extra tão cedo, então é seu. Posso até te passar a rotina inteira, se quiser.
Se eu não soubesse melhor, diria que aquilo era química. Asagumo mexia no cabelo da Yakishio, e ela não parecia nem um pouco incomodada com isso.
Escandaloso. Imoral. Quero mais.
Enquanto eu observava respeitosamente, ouvi uma bicicleta frear atrás de mim. Um garoto alto desmontou e se aproximou.
— Bom dia, Nukumizu.
— Bom dia, Ayano.
Lá vem problema. A origem de tudo. O próprio buraco negro — Ayano Mitsuki. Um atrás do outro. Talvez aquele vendedor tivesse me transformado em um ponto de parada de rally de carimbos.
— E qual é a dessas duas aí? — perguntei.
— Queria poder te responder. Elas se deram super bem — suspirou Ayano. — Pode apostar que a Chihaya já ouviu todas as histórias vergonhosas que tenho. Fazer o quê, né?
Ah, ele estava se gabando humildemente de novo. Só aconteceu duas vezes, mas eu já estava de saco cheio. Anotei mentalmente ser um pouco mais gentil com a Yanami daqui pra frente.
— Legal. Da próxima vez, me avise antes de eu entrar no raio da explosão.
— Enfim — ele passou o braço pelos meus ombros. — Me avisa quando encontrar a certa. De verdade, dessa vez. Eu viro seu cupido.
Não conseguia pensar em uma única pessoa que eu quisesse menos como cupido. Como eu saberia que tinha encontrado a certa, afinal? Considerei minhas opções mais acessíveis...
Seria errado esperar por algo melhor? As garotas atrás da tela do celular não davam nem metade do trabalho. Yakishio e Asagumo avistaram Ayano e acenaram.
— Bom dia, Mitsuki! — gritou a primeira.
— Bom dia, Mitsuki — disse Asagumo.
O Sr. Popular retribuiu o aceno.
— Bom dia, meninas. Vamos alcançar elas, Nukumizu.
Aquilo soava absolutamente terrível. Eu já estava esgotado, e ainda precisava guardar energia pro que quer que a Yanami quisesse depois da aula.
— Vou devagar mesmo — falei. — Vai na frente.
— Você que sabe. Até mais.
Ele e seu alegre grupinho passaram pelo portão da escola. Eu entrei no meu próprio ritmo. Ninguém mais iria me incomodar. Assim que eu pisasse na sala, alcançaria a paz interior.
— Garoto…
Parei. Alguém tinha falado comigo? Olhei em volta, mas não vi ninguém conhecido. Devia ter sido imaginação.
— Garoto… O garoto do clube de literatura…
A respiração de alguém fez cócegas no meu ouvido, e meu coração quase pulou pela garganta. Atrás de mim, colada nas minhas costas como uma sombra, estava ninguém menos que Shikiya, do conselho estudantil — com uma aparência ainda mais doente do que o normal.
— H-Há algo em que eu possa ajudar, Senpai?
Ela estendeu a mão até o meu pescoço, seus dedos finos apertando a gravata. Eu congelei.
— Oi...?
— Primeiro dia... e sua gravata já está frouxa.
Shikiya afrouxou o aperto de repente. Parecia quase envergonhada.
— Desculpe. Isso foi rude...
Ela tirou algo da minha gola e fechou minha mão em volta daquilo.
— Com licença.
Fiquei com um único fio de cabelo preto — da Kaju. Como aquilo tinha parado ali?
— Cabeça de vento.
Soltei o cabelo ao vento. Enquanto observava Shikiya se afastar, lembrei que nunca tinha devolvido o lenço dela.
— N-Nukumizu... Po-posso perguntar o que você está fazendo?
— Pelo amor de... — Eu já estava cansado de me surpreender. — Esquece. Oi, Komari.
Ela tinha chegado de bicicleta. O capacete branco caía bem nela. Uma melhora objetiva, na minha humilde opinião.
— A Shikiya estava mexendo no meu uniforme.
— A-Antes disso. Com o garoto...
— Aquele era o Ayano da Classe D. Ele já foi na sala do clube antes.
Komari não estava ouvindo.
— Primeiro o delinquente... — ela murmurou. — Depois... a aluna exemplar...
Aquele brilho apareceu nos olhos dela. Lá ia ela de novo.
— Hakamada não é um delinquente, para começo de conversa. E segundo, guarde suas fantasias pra você, por favorzinho.
— É um s-segredo?
Komari já estava em outra. Começou a corar e a sorrir, o que eu odiava porque era meio fofo.
— Não é segredo nem público porque não tem nada pra ser segredo ou público. Vou embora antes que você me faça chegar atrasado.
Deixei ela e fui em direção ao armário de sapatos.
O primeiro dia do novo semestre já estava me deixando exausto. Eu ia ter que começar a chegar mais cedo na escola.
◇
Depois da aula. A escada de incêndio do anexo antigo. Eu estava olhando o pátio ao lado da Yanami, a brisa agradável de setembro levando o resto do calor do verão.
— Então você não pensou em me avisar porque...?
Yanami rasgou a embalagem de um sanduíche de feijão doce de uma padaria local. Ela não estava nada feliz. Enfiei o canudo no meu leite.
— Você nunca perguntou. E, em minha defesa, não era uma informação minha pra compartilhar.
— Nunca passou pela sua cabeça que talvez eu tivesse algum interesse nisso? Tipo, eles meio que me envolveram nisso tudo.
Ela deu uma mordida agressiva e apoiou os cotovelos no corrimão.
— Tanto faz. Tudo termina bem, eu acho. Desde que a Lemon esteja feliz.
O time de atletismo estava se aquecendo no campo. Dava pra ouvir de longe uma bronca sendo jogada para uma certa garota bronzeada que tentava pular o alongamento.
— Ela com certeza está melhor — eu disse. — Pelo menos, agora ela consegue lidar com o resto sozinha.
Yakishio resolveu tudo do jeito dela, por conta própria. Não tivemos parte nenhuma nisso. Em questões de amor, seja lá qual for a forma, tudo sempre se resume aos envolvidos.
— E aí, cadê aquele papo de parar com os lanches?
Engolindo o último pedaço do sanduíche, Yanami juntou as mãos.
— Eu venci, Nukumizu.
— Parabéns.
Já sentia que isso não ia prestar. Mas Yanami não se importou.
— Perdi 250 gramas em uma semana, provando a eficácia da minha estratégia.
Isso... não era muita coisa.
— Você tentou outra balança?
— Não entendeu? Isso dá um quilo por mês. O universo me concedeu a vitória, Nukumizu.
E me concedeu a derrota por ter aberto a boca. Eu só murmurei um "uh-huh", completamente desligado.
— Mas tem um problema. Em uma escala maior, isso significa perder doze quilos por ano, o que pode ser potencialmente problemático para a saúde.
Ela realmente tinha problemas. Na cabeça.
— Então aqui vai o plano — continuou Yanami, transbordando aquela pose pseudo-intelectual — eu continuo fazendo o que estou fazendo, mas, se eu compensar comendo o suficiente pra ganhar um quilo por mês, vou manter meu peso perfeitamente. Sou um gênio ou não?
— Yanami, pelo amor de Deus, pensa no que você acabou de dizer. Isso faz sentido pra você?
Infelizmente, eu era humano demais pra deixar ela no próprio delírio. Mais infelizmente ainda, Yanami assentiu sem um pingo de dúvida.
— A balança não mente, Nukumizu. E sim, eu fiz as contas. Um quilo de gordura equivale a mais ou menos 7.200 calorias. Isso dá pelo menos vinte copos de miojo. Tenho muita coisa pra recuperar.
Ela abriu um pacote de pão.
— Mheuhh basicamente mhinhh shhidyhndo... — disse, com a boca cheia.
Engoliu (uns segundos tarde demais, na minha opinião).
— Eu sou uma visionária, cara. Tenho os números pra provar. Sério, devia escrever um livro.
— Guarda um pra mim, quero seu autógrafo.
Um dia ela ia aprender. Os números não mentem.
Tomei um gole de leite, deixando a mente vagar. As aulas tinham começado de forma excepcionalmente normal. Tinham feito um bom trabalho em espantar a névoa das férias. De volta à rotina.
Por outro lado, a aposta da Amanatsu-sensei no Obon não tinha dado certo — ela continuava solteira e fez questão de nos lembrar disso.
— Esqueci que a Presidente disse que o jornal já tava pronto. Devia ir pegar um.
— Ah, já peguei pra você — disse Yanami, revirando a bolsa. — Aqui. Peguei um extra.
Na capa, dois homens se olhavam com saudade. As roupas pareciam feitas às pressas. Ficava a dúvida sobre qual teria sido a intenção original da artista.
Folheei o jornal.
— Uau, não acredito que a Tsukinoki realmente entregou o dela.
Continuei folheando até parar numa página. Era uma entrada do diário ilustrado da Yakishio.
A legenda falava sobre a gente indo visitar ela na casa da avó. A ilustração mostrava os cinco espremidos dentro de um carro, a caminho de algo que parecia um castelo de conto de fadas. Presumivelmente, os símbolos nas paredes do castelo representavam o emblema da escola Tsuwabuki. Preferi ignorar o fato de que a Yakishio nunca esteve de verdade no carro com a gente.
Virei a página. A história da Yanami vinha logo em seguida. A obra anterior dela tinha sido um conto agridoce sobre amor e espetinhos de karaage. Fiquei curioso com a nova. Sem o menor senso de privacidade — afinal, ela estava bem do meu lado — comecei a ler.
Relatório de Atividades de Verão do Clube de Literatura: Yanami Anna — Um Bom Dia
Aqui estou eu, lendo minhas revistas de novo na loja de conveniência.
Quer dizer, fingindo que estou lendo. Esse canto do 7-Eleven é de onde eu tenho a melhor visão do cruzamento por onde ele passa toda manhã.
Hoje eu vou falar "bom dia" pra ele. Eu sei que vou. E quem sabe? Talvez a gente até vá junto pra escola! Um cheiro irresistível passa bem na hora.
O atendente anuncia para a loja.
— Salsicha defumada arabiki! Aproveitem enquanto está quente!
O 7-Eleven é meu ponto fraco. Os lanches deles são bons demais.
A salsicha arabiki é natural. Dá pra perceber pela textura e pelo estalo da capa quando você morde. Sem falar do aroma defumado... desperta o apetite como nada mais. E nem são pesadas demais pra um lanche matinal.
Normalmente acabam cedo. Quase nunca estão frescas tão tarde no dia.
Ainda não vejo ele, então corro pra comprar. Logo hoje tem fila no caixa. Parece uma eternidade até chegar a minha vez.
— Uma salsicha arabiki, por favor!
— 116 ienes.
— Acho que tenho trocado certinho.
Abro a carteira pra conferir, e as portas automáticas se abrem. Ouço a risada dele. Ele está esperando no cruzamento com os amigos.
O sinal fica verde.
— Sem sacola, por favor!
Pego a salsicha no palito e tento guardar a carteira, mas não consigo. Estou com as mãos ocupadas. A cada segundo perdido, ele se afasta mais.
Coloco a salsicha na boca e saio correndo pelas portas, que já estavam se fechando. (Nota da autora: Não corram com comida na boca.)
Tenho que dizer isso.
— ***, bom di—!
A salsicha cai da minha boca, mas consigo pegá-la no ar. O sinal fica vermelho e meus ombros caem. Ele já foi, rindo com os amigos.
Mais uma manhã sem um "bom dia".
A salsicha não teve o mesmo gosto depois disso.
◇
Fui subitamente dominado por um desejo inexplicável de comer salsichas.
— Gostei da sua história — falei. — Sua paixão por salsichas realmente transparece.
— Sério? Que bom que fui experimentar por conta própria, então, pra pesquisar — disse Yanami, terminando o pão antes de ficar séria de repente. — Ei, Nukumizu.
— O quê? Que foi?
— Agora eu tenho um namorado.
Uau. Ok. Isso foi repentino.
— Parabéns?
— Quer dizer… não tenho — suspirou. — Acho que exagerei na pescaria no Instagram. Agora todo mundo acha que estou namorando alguém e quer conhecer o cara...
— Então diz que você não tem namorado.
— Não dá! — retrucou ela, indignada. — Fui fundo demais. Joguei migalhas demais como isca, agora preciso sustentar a história ou todo mundo vai achar que fui dispensada de novo!
— Dispensada? De novo?
Pelo que eu lembrava, ela nunca nem tinha chegado tão longe. Ela me encarou com um brilho malicioso nos olhos.
— Então pensei numa coisa. Por que não arrumar um "namorado de fachada"?
— Um namorado de fachada?
— Um namorado de fachada. Só alguém pra mostrar e falar tipo "Heh", sabe?
Ah, o velho clichê do namorado falso. Em qual comédia romântica eu já tinha visto isso mesmo?
Definitivamente eu não estava interessado... mas, ao mesmo tempo, talvez um pouquinho. Se é que isso faz sentido.
— Sabe muito.
— Né? Então, na real, queria te pedir um favor.
Me chama de maluco, mas já tinha uma ideia bem clara de onde isso ia dar. Por mais desinteressado que eu estivesse em fingir ser o namorado de alguém, uma parte inocente de mim achava tentador viver uma situação que parecia saída direto de uma light novel.
— Que tipo de favor? — perguntei, inclinando a cabeça num ângulo perfeito de quarenta e cinco graus. Perfeito. Yanami se inclinou na minha direção.
— Eu sei que tô pedindo muito.
— U-Uh-huh?
Ela se aproximou ainda mais.
— Pode perguntar pro Ayano se ele toparia? Ele é bonito e inteligente! Seria literalmente perfeito!
— Você tá falando sério agora?
E, pelo jeito, estava mesmo.
Apoiei os cotovelos na grade e deixei que os primeiros ventos do outono acariciassem meu rosto. Que verão tinha sido aquele. Rezei para que esse novo semestre fosse metade menos agitado.
— Então? — Yanami se encostou na grade ao meu lado. — Acha que consegue fazer isso por mim?
Eu sabia exatamente o que achava. Dei meu sorriso mais educado e respondi.
— Que tal você arrumar seu próprio namorado?
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