Soul Eye Brasileira

Autor(a): ReaderBecameWriter

Revisão: Delongas


Volume 4

Capítulo 246: Improviso

Deitando no chão, num espaço aberto, Salon olhou para o céu estrelado e pensou:

‘As estrelas nesse planeta são tão bonitas… ’

Ele sorriu, e apreciou as estrelas em silêncio.

Baijian, que estava ao lado observando o estado do homem, simplesmente suspirou e se deitou ao lado de Xue’er.

Puxando-a para seus braços, ele falou perto do ouvido dela:

“Você escutou? Eu falei que vocês não precisavam se preocupar. Olha o estado dele. Eu falei que vocês eram especiais.”

Xue’er, que estava fingindo dormir até agora, abriu os olhos e observou o rosto de Baijian em silêncio.

Ela não falou nada, simplesmente ficou lá em silêncio, deitada no peito de Baijian.

De repente, Salon se levanta, e começa a rir de forma estranha:

“Hahaha, cinco garotinhas nesse planetinha com a Alma em Branco? Hahahaha! Essa é a piada mais engraçada que já ouvi na vida.”

“Hahaha, engraçado demais.”

Ele começou a andar de um lado pro outro, murmurando palavras parecidas, e de vez em quando rindo de forma estranha.

Vendo o estado de Salon, Baijian suspirou:

‘Não é uma atuação… Deve ter sido um choque muito grande. Mas é engraçado ele chegar nesse estado. Ele acredita em mim tanto assim? Normalmente, a primeira reação dele seria falar que estou mentindo.’

Salon conhece o filho o suficiente para saber que ele não é do tipo de mentir. Por causa disso, nesse momento, ele está em um conflito: A confiança no filho x O senso comum.

Quer dizer, que lógica absurda, certo? Cinco meninas com a Alma em Branco nasceram no mesmo planeta?

E pelo que ele ouviu até agora, todas nasceram no mesmo dia, no mesmo mês, no mesmo ano… Até as horas e minutos batem.

O mais absurdo é que não foram apenas elas, Baijian, seu filho, também nasceu junto com todas elas no mesmo momento.

Isso é algo absurdo, não importa como se olhe isso.

Parando um pouco, Salon finalmente esfriou a cabeça, e começou a pensar nos relatos que leu sobre as poucas pessoas que carregaram uma Alma em Branco.

De repente, ele se lembrou de algo. Com os olhos bem abertos, ele se aproximou de Baijian, colocou a mão em seu ombro…

Mas ele então soltou, e se afastou um pouco.

‘Se acalme, se acalme.’

Respirando fundo várias vezes, ele novamente se lembrou dos relatos. Sua mente correu a mil, lembrando cada detalhe que sabia.

Depois de pensar em tudo que podia pensar, ele olhou para Baijian, que nesse momento estava deitado ao lado de Xue’er, e finalmente desapareceu.

Acordando em um caixão de cristal, Salon saiu rapidamente do Caixão e falou em voz alta:

“Alzirr!”

Um homem apareceu perante Salon.

“Senhor.”

Salon assentiu com a cabeça e disse:

“Como está a situação lá fora?”

Alzirr, de forma respeitosa, respondeu:

“Por enquanto, está tudo tranquilo. Como instruído, para todos os convidados, eu disse que o senhor estava cultivando sua alquimia, mas creio que nenhum deles acreditou. Afinal, o senhor parou de praticar desde que perdeu para a Senhora Lua na Competição de Alquimia do Clã Igni. Todo mundo sabe disso, então acho que ninguém acreditou.”

Bufando friamente, Salon respondeu:

“Não importa se eles acreditam ou não, o que importa é eles irem embora.”

Alzirr assentiu com a cabeça e disse:

“Fora isso, o Senhor recebeu uma mensagem do Clã pedindo a sua presença perante o Patriarca o mais rápido possível.”

Levantando as sobrancelhas, Salon perguntou:

“O que o Patriarca quer? Na mensagem é mencionado o motivo?”

Alzirr balançou a cabeça, e depois de Salon pensar um pouco, ele disse:

“Vá nos Registros Universais, e desenterre todas as informações referentes às Almas em Branco.”

Alzirr assentiu com a cabeça, e Salon avisou:

“Quero o máximo de discrição possível. Mesmo que eles saibam que você está indo lá, quero sigilo absoluto sobre que informações você vai pegar.”

De repente, apareceu na mão de Salon um pequeno broche:

“Use esse broche quando for lá. Vestindo ele ao ir nos Registros Universais, você vai ter o máximo de respeito. Peça para eles te darem uma sessão particular com o máximo de sigilo possível.”

Alzirr pegou o broche solenemente ao perceber que essa era uma missão importante, e finalmente desapareceu.

Salon estalou os dedos, e um portal apareceu na sua frente. Passando pelo portal, ele finalmente desapareceu.

Salon abriu uma porta enorme, e entrou em um Salão extremamente quente. O Salão era extremamente requintado, com paredes douradas, cheios de símbolos, estátuas e desenhos místicos.

O teto era extremamente bonito, com um Vitral antigo com vários desenhos de pássaros dourados.

O chão estava pegando fogo o tempo inteiro, tornando tudo ainda mais belo, e estranho.

Salon andou em meio ao fogo, e se encontrou de frente para um púlpito.

Nesse momento, no Salão, havia mesas do lado esquerdo, do lado direito, e na frente, cercando quase que completamente o púlpito em que Salon estava.

Nessas mesas, vários homens velhos estavam discutindo em voz baixa, de vez em quando olhando para Salon.

No mais alto assento no Salão, um velho descansava silenciosamente com os olhos fechados.

Vendo que todos estavam fazendo suas próprias coisas, Salon se sentou ao lado do púlpito, e começou a meditar, esperando os vários idosos pararem de conversar e dizer o que queriam.

Alguns minutos depois, as conversas começaram lentamente a desaparecer, até que finalmente o Salão ficou em silêncio. O velho sentado no mais alto trono de repente abriu os olhos e falou:

“Podemos começar?”

Os outros velhos sentados nas mesas abaixo fizeram uma reverência em direção ao velho, e Salon finalmente se levantou e se colocou atrás do púlpito.

Vendo que tudo estava pronto, o Velho falou em direção a Salon:

“Salon.”

Salon cumprimentou o velho respeitosamente e disse:

“Sobrinho-Neto cumprimenta Patriarca.”

O velho assentiu com a cabeça, e se dirigindo a um velho sentado na mesa, disse:

“Fale o que você reportou a mim.”

O velho em questão se levantou de sua cadeira e falou calmamente:

“Patriarca, chegou aos meus ouvidos que a esposa do sobrinho Salon, Lua Anima, estava grávida quinze anos atrás.”

Salon levantou a sobrancelha ao ouvir isso, e os outros velhos começaram a discutir entre si sobre isso. O velho continuou:

“O Sobrinho Salon é, atualmente, o cultivador da geração jovem mais poderoso no que diz respeito a poder de combate. Ninguém na sua geração dentro do Clã é páreo para ele, e mesmo em outros clãs e seitas, menos de cinco podem ser mencionados na mesma frase, sendo Lua Anima um deles.”

“Por causa de seu grande talento, poderosa linhagem, e grande poder de combate, o Sobrinho Salon é um dos Príncipes do Clã, um dos cem candidatos a ser o próximo Patriarca. Por causa disso, o casamento com Lua Anima, que tinha 0% de chance de produzir um herdeiro, ia de encontro à vontade do Clã.”

“Creio que esteja fresco na memória de todos aqui presentes o incidente que fez com que este conselho tivesse que aceitar os dois juntos.”

“De acordo com minhas informações, Lua Anima conseguiu engravidar, o que é obviamente uma grande notícia para o Clã. Essa é a primeira ligação sanguínea que teremos com o Clã Anima desde o início dos tempos.”

“Mas mesmo que algo assim tenha acontecido, algo que obviamente é uma grande notícia, o Sobrinho Salon não reportou isso ao Clã, e por isso decidi chamá-lo para perguntar o motivo para esconder uma ocasião tão feliz.”

Salon não tinha nenhuma expressão por fora, mas por dentro ele estava bufando friamente.

‘Foi você que mandou assassinos atrás de mim e Lua quando planejávamos voltar ao Clã para proteção, por que será que estou escondendo?’

O Patriarca então olhou para Salon, e perguntou:

“Salon, pode responder o motivo? Embora nunca tivéssemos esperanças, deixamos bem claro que, caso um milagre acontecesse, era para ser reportado ao Clã.”

“Isso é uma coisa muito importante para o Clã. Ter uma ligação de sangue com o Clã Anima é algo extremamente importante, algo que nenhum dos outros grandes poderes conseguiu. Eles geralmente escolhem os parceiros de forma ainda mais rígida que o nosso clã, então é praticamente impossível isso acontecer.”

Salon assentiu solenemente com a cabeça, e respondeu:

“Sim, Patriarca, Lua engravidou, e meu filho nasceu.”

Ouvindo isso, os olhos do Patriarca brilharam, e ele gargalhou em voz alta:

“Bom, bom, isso é muito bom. Hahahaha! Muito bom! Ainda bem que você não desistiu, Sobrinho-Neto. Essa é uma coisa muito boa.”

Salon sorriu gentilmente e respondeu:

“Eu nunca desistiria, sempre foi nosso maior desejo.”

O Patriarca acenou com a cabeça repetidamente, e muitos outros anciãos presentes sorriram de orelha a orelha.

Quanto ao velho que pediu pela audiência, ele ficou em silêncio, e não reagiu de forma muito entusiasmada, simplesmente deu um pequeno sorriso.

Vendo o pequeno sorriso do velho, Salon pensou de forma sarcástica:

‘Achou que eu não ia falar? Normalmente, eu não falaria. Afinal, falar isso pro Clã não é inteligente. Agora que o Clã sabe, eles irão, a todo custo, tentar trazer meu filho para o seio do Clã.’

“Baijian já disse que não quer se envolver, então isso obviamente vai contra a vontade dele. Sem falar que, no seio do Clã, ao descobrirem seus talentos, ele será cercado de inveja. Mesmo muitos dos anciãos do Clã que hoje gostam de mim, ou são neutros, poderão acabar nutrindo inveja, isso é perigoso.’

‘Mas depois que vi com meus próprios olhos o talento do meu filho, e fiquei sabendo de minhas noras, já tomei minha decisão.’

O Patriarca levou vários minutos para se acalmar, e finalmente fez a pergunta chave:

“Onde está a sua esposa e a criança?”

Com uma expressão solene, ele respondeu:

“Patriarca, tenho algo a relatar.”

O Patriarca deu sua permissão ao assentir com a cabeça, e Salon disse solenemente:

“Durante minha viagem até o Palácio para dizer as boas novas, fui atacado por um grupo de cultivadores extremamente poderosos. Eu tentei bloqueá-los, e fiz Lua fugir, afinal, ela estava grávida.”

“Mesmo bloqueando, vários a perseguiram. Ela lutou muito para sobreviver, e finalmente fugiu.”

“Eu fiz de tudo para ir atrás dos rastros depois, usei tudo que eu podia, incluindo o Talismã que me liga à Lua. Procurei por cinco anos inteiros, e não a encontrei.”

O Patriarca levantou as sobrancelhas, e disse:

“Me empreste o Talismã.”

Salon assentiu e entregou o Talismã para o Patriarca, que o segurou em silêncio por alguns instantes. Depois de um tempo, ele falou:

“Sem nenhuma reação…”

Salon assentiu com a cabeça, mas por dentro, ele estava rindo:

‘Claro que não tem nenhuma reação, Lua ativou o Talismã dado pelo Avô dela. Aquele Talismã é muito especial, e consegue bloquear tudo de encontrá-la. Usar esse Talismã com certeza não daria certo.’

O Patriarca ficou em silêncio pensando, e então perguntou:

“Esse é o único Talismã que é possível usar para encontrá-la?”

Salon assentiu com a cabeça, e depois de algum pensamento, o Patriarca falou:

“Vou tentar criar uma formação para procurar melhor. Ela pode ter entrado em alguma fenda de algum mundo, ou entrado em algum lugar perigoso que consegue bloquear as ondas desse Talismã.”

Salon assentiu com a cabeça. De fato, existem muitos mundos/lugares diferentes, com diferentes propriedades. Ter um lugar que pode bloquear as ondas desse talismã não é impossível.

O Patriarca então acenou com a mão, e várias bandeiras se espalharam pelo salão. As bandeiras tinham diferentes cores, e depois de se espalharem, começaram a brilhar.

O Talismã flutuou até ficar no meio das bandeiras, e todo mundo ficou em silêncio, esperando o trabalho do Patriarca.

Depois de dez minutos, o Patriarca entregou o Talismã de volta para Salon, e falou:

“Não encontrei.”

Salon assentiu com falso pesar, mas o Patriarca continuou:

“Mas não encontrar também dá algumas pistas. Esse Talismã é do tipo que liga duas pessoas através da alma. Por isso que eles são quase indestrutíveis. E se um for destruído, o outro também será. Se uma das pessoas ligadas morrerem, seu talismã será destruído, e consequentemente o outro também, o que significa…”

“Que Lua Anima ainda está viva, já que o seu Talismã está inteiro.”

“E o fato de eu não encontra-la mesmo usando a minha formação significa que existem poucos lugares no universo em que ela pode estar.”

“Salon, me diz, onde termina o rastro de fuga dela?”

Salon acenou com a mão, e mostrou um mapa tridimensional estranho que tinha várias rotas nele.

O Patriarca analisou com calma, e finalmente falou:

“O rastro dela acaba nesse lugar… O que significa que ela desapareceu dali, sem deixar rastros. Um tesouro de teleporte intersetorial?”

Salon pensou por um momento e então falou:

“Lua gosta de colecionar tesouros, mas tesouros assim, que teleportam alguém para um setor longínquo, ela nunca encontrou.”

Salon pensou internamente:

‘É um dos tesouros que ela mais gosta, provavelmente usou um, muito relutantemente, e caiu perto da Terra.’

‘Esses tesouros são raros, e de uso único, ela só usaria um tesouro assim se estivesse muito desesperada…’

O Patriarca ficou em silêncio, analisando o mapa tridimensional, e finalmente disse:

“Não existe nenhuma zona especial perto do ponto onde ela desapareceu, o que significa que só tem duas possibilidades: Ou é uma zona especial que não conheço, e nunca foi encontrada antes…”

Salon de repente falou:

“Eu investiguei a área por completo, não encontrei nada de diferente.”

O Patriarca assentiu, e então concluiu:

“Ou ela foi para o Outro Lado.”

Por fora, Salon ficou surpreso, mas por dentro, ele estava radiante de alegria:

‘Boa, consegui enrolar o velho. Huhuhu.’

‘O portal pro Outro Lado foi destruído recentemente. Se o Velho acreditar firmemente que Lua está no Outro Lado… Pelo menos até o portal se regenerar por conta própria, o Clã vai ter que esperar de braços cruzados Lua achar um caminho de volta.’

‘Huhuhu, pensei nesse plano agora pouco, ainda bem que o improviso deu certo.’



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