Soul Eye Brasileira

Autor(a): ReaderBecameWriter

Revisão: Delongas


Volume 3

Capítulo 174: Desmaio

Assim que Baijian saiu, a mansão antes silenciosa e pacífica ficou bem animada e turbulenta.

Isso porque, algumas horas após a saída de Baijian, muitos caminhões começaram a entrar na mansão. Devia ter no mínimo uns oito caminhões grandes.

A pessoa que recebeu os caminhões, por incrível que pareça, foi Shuang’er que sorria alegremente com a chegada dos caminhões.

O mais chocante de tudo era o conteúdo que os caminhões carregavam:

Animais.

Sim, animais.

De acordo com Shuang’er, ela gosta muito de animais, e como estaria morando ali por um tempo, e não queria estar longe dos seus animais de estimação, ela decidiu trazê-los todos da sua casa.

As outras meninas não sabiam se riam ou choravam, até porque eram muitos animais, alguns até bem estranhos e diferentes.

Havia os que são animais de estimação normais como pássaros, cachorros, gatos, coelhos… Havia alguns um pouco diferentes como tartarugas, hedgehogs, algumas aves de rapina e camaleões…

E também havia alguns bem estranhos como um leão e uma leoa, um tigre macho, uma ursa fêmea, um crocodilo, um lobo e até mesmo algumas cobras exóticas…

Vendo esses animais exóticos, as meninas só podiam sorrir amargamente, se sentindo extremamente conflitantes.

Ter animais tão perigosos por perto dá a elas um pouco de medo, e por isso foram um pouco contra no início.

Mas ao lembrarem que agora são cultivadoras com centenas de quilos de força física e ouvirem que esses animais são todos mansos, elas hesitantemente aceitaram toda a situação.

Animada com a chegada dos seus queridos, Shuang’er começou a organizar lugares para todos eles, e junto com a chegada de mais um caminhão, alguma coisa começou a ser feita num dos cantos do enorme quintal da mansão.

Depois de horas ajeitando tudo, Shuang’er finalmente arranjou um lugar para quase todos os seus animais, a não ser, é claro, o crocodilo e as cobras.

As cobras tudo bem, já que elas podem ficar em qualquer canto, só precisa de algumas pedras e colocá-las num canto que as cobras podem dormir lá, mas o crocodilo precisa de um ambiente especial.

Por isso que ela chamou uma empresa para construir um pequeno lago artificial em um dos cantos do quintal.

O lago de água escura tinha mais ou menos uns 50 metros de tamanho e não era muito fundo. Quando o crocodilo entrou, era difícil reconhecê-lo em meio à água escura, e ele parecia gostar muito do lugar.

Uma coisa curiosa é que os animais de Shuang’er parecem gostar muito dela. Gostam tanto que os animais voadores, que normalmente estariam em gaiolas, estão soltos por todo o quintal, e não iam embora.

Quando Shuang’er ia do lado de fora, os animais por perto se aproximavam e interagiam com ela, como se Shuang’er fosse a Deusa dos Animais.

Os pássaros pousavam em sua cabeça e cantavam, as aves de rapina pousavam em seus braços e esfregavam sua cabeça nela, os coelhos, gatos e cachorros ficavam todos animados enquanto pulavam de um lado pro outro…

Até mesmo o leão, a leoa, o tigre, as cobras e o crocodilo eram muito gentis com ela, e gostavam muito de sua companhia.

As meninas, de começo, não queriam se aproximar dos mais perigosos, mas elas gostavam muito dos menores como os pássaros, os cachorros e os gatos.

Os animais no começo eram um pouco tímidos com elas, mas à medida que se passava o tempo, por algum motivo, os animais começaram a gostar muito delas e se comportavam com elas como se comportavam com Shuang’er.

Vendo esse fenômeno, Shuang’er não teve muitos pensamentos, já que ela tinha um palpite do porque isso acontecia, mas Xue’er foi a mais curiosa. Ela se aproximou de Shuang’er, que nesse momento tinha uma cobra em volta do seu pescoço, e perguntou:

“Por que eles gostam tanto da gente?”

Shuang’er sorriu levemente e, acariciando suavemente a cobra em seu pescoço, explicou:

“Animais são puros. Eles não mentem, e todas as suas ações são baseadas em seus instintos. Por serem tão puros, eles obviamente também gostam de coisas puras. Nunca teve nenhum animal de estimação antes não?”

Xue’er sorriu amargamente. Ela já quis ter animais de estimação, mas nunca tentou realmente ter um. Durante sua vida, os contatos com animais que teve são pequenos e escassos. Contatos prolongados como o que teve hoje é a primeira vez.

E isso é o mesmo para as outras meninas.

Vendo o sorriso amargo de Xue’er, Shuang’er puxou a cobra do seu pescoço e se aproximou de Xue’er, que instintivamente deu alguns passos para trás, com medo.

Sorrindo, Shuang’er começou a explicar:

“Não precisa ter medo. Cobras são animais muito puros. De todos os animais, eles são provavelmente os animais mais puros que existem.”

Xue’er hesitou, e então perguntou:

“Mas o estereótipo de cobras é que elas são animais malvados e traiçoeiros. Malvados porque qualquer um que se aproxima é atacado, e traiçoeiros porque são animais que atacam sem aviso prévio.”

Ouvindo isso, Shuang’er suspirou antes de explicar:

“Eu não gosto desses estereótipos errados. Cobras são animais extremamente puros, isso é um fato. Elas caçam para comer, e não igual a nós, humanos e outros animais, que caçam para comer e para sentir o gosto.”

“Cobras engolem o alimento, então nem sentir o gosto sentem. Na verdade, elas nem têm o sentido do paladar.”

“Sem falar que são animais muito dóceis quando domesticados. O motivo de atacarem quando alguém se aproxima é principalmente por medo. Cobras veem tudo além dos seus semelhantes como presa ou predador. Na verdade, algumas cobras veem os seus semelhantes como presa, embora em raras ocasiões como a Muçurana.”

“Por causa desse senso de: ou é presa, ou é predador, as cobras são cautelosas com tudo que é grande e que não podem engolir. Por isso, a maioria das cobras nunca vão atacar humanos diretamente. Afinal, humanos são muito grandes para a maioria das cobras, embora sempre existam exceções.”

“E por o humano ser grande, quando cobras o veem, acha que é um predador. Com medo, quando um humano se aproxima muito, se sente ameaçada e acaba atacando.”

“Quanto ao ataque da cobra, não é algo traiçoeiro. A principal arma da maioria das cobras é o veneno, então o estilo de luta delas se adequa a essa realidade.”

“Os que conhecem os hábitos das cobras sabem quando elas vão dar o bote por causa de seus corpos característicos, é fácil discernir quando vão dar o bote e quando não vão.”

“Por esses, e muitos outros motivos, o estereótipo de cobra ser traiçoeira e malvada é totalmente errado. Por isso, não tenha medo. Essa é uma píton albina, o nome dela é Mika.”

Terminando sua explicação, Shuang’er estendeu a cobra e cuidadosamente colocou em volta do pescoço de Xue’er, que, ainda nervosa, aceitou.

Mika era uma píton albina, e era bem bonita, tendo uma cor branca e amarela com detalhes bem bonitos.

Ela era extremamente dócil, e gostava de estar perto de Shuang’er. Quando foi enrolada em volta de Xue’er, ela começou a cuidadosamente verificar Xue’er, e depois de alguns minutos, se enrolou suavemente em volta de Xue’er e descansou sua cabeça em seus ombros.

Ainda com medo, Xue’er deixou a cobra fazer o que quiser, e depois de alguns segundos, ela cuidadosamente começou a acariciá-la.

Quanto mais acariciava, menos medo sentia, até finalmente conseguir suspirar e se acalmar.

Respirando fundo, ela finalmente tirou o último pedaço de medo que ela tinha de cobras do seu coração, e começou a interagir com Mika, que era extremamente dócil.

Observando Xue’er se acalmar, Shuang’er sorriu levemente e foi buscar outras cobras, fazendo a mesma coisa com as outras meninas.

Vendo o quão dócil Mika era, Xue’er sorriu e finalmente a desenrolou do seu corpo.

Carregando essa cobra que era bem grande e pesada, ela a levou até uma parte do quintal e cuidadosamente a colocou enrolada em cima de um toco de árvore.

Essa parte do quintal é a parte que Xue’er cuidadosamente fez depois do seu tempo nessa casa. Xue’er gosta muito de flores e pintar, e por isso ela escolheu uma parte do quintal e criou um pequeno lugar cheio de muitas flores diferentes e exóticas.

Ela gosta muito de pintar flores.

Hoje, como ela aprendeu algo sobre as cobras, e como começou a gostar da Mika, ela decidiu pintá-la para se lembrar desse dia.

Só que depois que Mika foi colocada no toco de árvore, ela tentou sair dali para ir até Xue’er. Com pressa, Xue’er suavemente falou:

“Eu quero te pintar. Por favor, fica aí.”

Por algum motivo, Mika se enrolou e ficou no toco silenciosamente enquanto encarava Xue’er e dardejava sua língua bifurcada.

Sorrindo levemente, Xue’er rapidamente entrou na casa e trouxe seus instrumentos de pintura.

Colocando seu cavalete de frente para a cobra, ela pegou uma tela nova, puxou um banquinho, e se sentou enquanto usava seu pincel para suavemente pintar a tela.

A pintura de Xue’er era muito boa, e parecia extremamente real. Quanto mais pintava, mais real a cobra na tela se tornava.

Suas habilidades eram incríveis.

Eram seis horas da manhã. Xue’er, com sua bela figura, ao lado de um jardim de flores, e pintando de forma concentrada, criava uma cena incrível de uma menina bela e perfeita de outro mundo.

Suas belas sobrancelhas suaves, seus olhos que pareciam amansar até a mais furiosa das feras, e seus golpes suaves de pincel criavam uma bela cena.É uma pena que não havia ninguém para apreciar.

Depois de horas pintando vários animais diferentes de Shuang’er, o celular de Xue’er tocou e ela atendeu enquanto ainda dava algumas pinceladas na tela:

“Xue’er, é o tio. Vocês aí estão bem?”

Sorrindo levemente, Xue’er continuou pintando e respondeu:

“Nós estamos bem. Shuang’er nos trouxe uma agradável surpresa e por isso a casa está bem animada.”

Surpreso, Ye Hong perguntou:

“Agradável surpresa?”

Xue’er sorriu e respondeu:

“Shuang’er trouxe um monte de animais para a casa… Tem até um leão e um tigre, acredita nisso?”

Os olhos de Ye Hong alargaram e ele exclamou:

“Não tem problema não? Eles estão atacando vocês?”

Ouvindo isso, Xue’er sorriu ironicamente, sabendo que essa era uma reação normal de uma pessoa. Olhando para o leão que nesse momento estava deitado na sua frente, ela continuou pintando no quadro e respondeu:

“Está tudo bem. São animais de estimação de Shuang’er. Todos eles são muito fofos e dóceis.”

Dando um pequeno suspiro de alívio, Ye Hong respondeu:

“Isso é bom.”

Lembrando do objetivo da ligação, Ye Hong começou a falar:

“Xue’er, Baijian me ligou agorinha pedindo para que eu ligasse para vocês. Ele quer saber se estão bem, e quer que você veja se Yanyan está bem. De acordo com ele, já faz uns dias que ela não dorme direito, e ele está preocupado.”

Surpresa, Xue’er parou de pintar e perguntou:

“Ele que ligou?”

Pensando por um momento, ela de fato percebeu que por esses dias Yanyan parece não ter dormido… Graças ao cultivo delas, as meninas ultimamente tem ficado mais tempo acordadas, muitas vezes varando a noite sem dormir, então Xue’er não percebeu que já faz um tempo que Yanyan não dorme.

Sabendo que Baijian não ligaria se não fosse de fato preocupante, ela rapidamente parou de pintar e se levantou:

“Está bem Tio Ye, eu vou dar uma olhada.”

Xue’er então desligou o telefone e foi verificar Yanyan. Depois de fazer várias perguntas, ela descobriu que de fato já faz vários dias que ela não dorme, e mesmo Yanyan não sabe quanto tempo.

Xue’er tentou, de todos os jeitos, fazê-la dormir, mas percebendo o quão teimosa Yanyan era, ela suspirou e foi fazer um chá para acalmá-la. Ela resolveu passar um tempo com Yanyan para vigia-la.

Duas horas depois, Xue’er estava lendo um livro ao lado de Yanyan, quando, de repente, Yanyan que estava mexendo no computador subitamente caiu da cadeira.

Assustada, Xue’er foi dar uma olhada, e percebeu que Yanyan tinha desmaiado. Ligeiramente em pânico, ela ligou rapidamente para Baijian e falou:

“Baijian! Yanyan desmaiou!”



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