Volume 3
Capítulo 170: Sinal cortado
Assim que subiu as escadas e falou com Mary, Baijian pegou a menina e desapareceu, reaparecendo em cima de um prédio nas proximidades.
Sabendo que para uma menina dessa idade isso pode ser assustador, Baijian a colocou no chão e, assim que ia se desculpar por assustá-la, ele percebeu incrivelmente que o semblante dela continuava sem emoção.
Ela não parecia nem um pouco preocupada, enquanto colocava o tabuleiro no chão cuidadosamente e falava:
“Vamos continuar.”
Vendo isso, Baijian sorriu ironicamente, achando que essa bela menina era ainda mais incrível. Assim que ela arrumou as peças, Baijian começou a jogar com ela, enquanto esperava uma coisa acontecer.
Alguns minutos depois, um homem lentamente subiu as mesmas escadas e observou enquanto Mary saía e aquela mulher entrava no camburão aberto.
Esse homem então pulou um muro de uma das casas por perto, e desapareceu.
Vendo isso, Baijian olhou para a bela menina e falou:
“Vamos continuar depois.”
A menina levantou o olhar e, guardando cuidadosamente as peças dentro do tabuleiro dobrável, ela simplesmente se levantou e ficou olhando silenciosamente para Baijian.
“Essa menina é muito adorável.”
Baijian pensava enquanto sorria. Ela não ficou brava que a partida ia parar, e simplesmente arrumou para que pudessem sair.
Pegando ela no colo, ele desapareceu, seguindo logo atrás daquele homem que não tinha alma de antes.
Mais tarde, Baijian se arrepende da decisão de seguir esse homem e deixar a resolução da situação no subterrâneo para a mulher da Interpol.
‘Por que eu não fiquei e resolvi eu mesmo?’
Só que não existe remédio para o remorso.
***
Assim que o rapaz foi embora, a mulher entrou rapidamente no camburão e começou a pensar no que fazer em seguida.
‘A melhor coisa a fazer seria conseguir as chaves desse carro.’
Como precisava ficar dentro de um carro por causa dos seus próprios motivos, e como esse lugar não era seguro, ela obviamente precisa usá-lo para sair daqui…
Mas assim que ela olhou dentro do carro, percebeu que as chaves não estavam em lugar nenhum, e isso a fez ficar um pouco nervosa.
‘Vou lá dentro do prédio procurar? Mas a cada segundo lá fora aumenta o perigo… Na verdade, a essa hora, eles já sabem a minha localização real, então preciso me apressar.’
Depois de hesitar por um momento, ela rapidamente saiu do camburão e entrou no prédio para procurar a chave.
Dentro do prédio havia dois homens, que também estavam desmaiados no chão. Eles estavam na cozinha do prédio, parecia que iam comer alguma coisa antes de desmaiar.
Se agachando no chão, ela começou a olhar os bolsos dos dois homens, sem sucesso.
Vendo uma torrada em cima do prato, ela hesitou por um momento antes de pegar e continuar a procurar pelo prédio.
‘Não como faz horas, isso vai ajudar.’
Enquanto mordia a torrada lentamente, ela cuidadosamente procurou pela casa, antes de finalmente encontrar uma caixa de madeira na parede da cozinha.
Dentro da caixa, tinha alguns ganchos, e num deles havia uma chave de um carro.
“Bingo!”
Sorrindo alegremente, ela pegou a chave, correu para fora da casa, e entrou no camburão.
Ligando o carro, ela então olhou para o portão que estava fechado e suspirou:
“O que eu faço?”
Ela não sabe como abrir o portão.
“Normalmente, tem controles remotos dentro do carro para abrir.”
Ela então novamente começou a procurar pelo carro, dessa vez em busca do controle remoto. Depois de olhar no porta luva, ela encontrou um pequeno controle remoto preto que tinha dois botões.
Apertando um deles, o portão do edifício lentamente se abriu e ela rapidamente deu a partida no carro, acelerando para sair logo desse lugar.
Assim que saiu pela rua na frente da casa, seu coração pesado lentamente se acalmou, e ela começou a dirigir cuidadosamente, já que não estava acostumada a dirigir.
Assim que ela estava saindo dessa rua, de repente, o carro que estava a mais ou menos 20 km/h de repente parou, assustando um pouco a mulher.
Depois da confusão, ela olhou atentamente e descobriu que na parte de trás do carro tinha um homem alto e musculoso segurando o camburão com uma mão.
Assim que viu esse homem, o rosto da mulher empalideceu tremendamente e ela rapidamente pisou no acelerador, tentando acelerar o carro para fugir desse homem.
Mas foi em vão.
Alguns segundos depois que o carro parou, um outro homem musculoso apareceu ao lado da porta do motorista e tentou abri-la.
A menina foi rápida já que estava atenta ao espelho retrovisor. Assim que viu o outro homem, ela fechou a porta enquanto continuava pisando no acelerador…
Mas realmente foi em vão.
Vendo que a porta estava fechada, o homem fez um pouco de força e arrancou diretamente a porta do camburão.
Puxando a mulher para fora do carro, ele a pegou pela cabeça e fez um ligeiro movimento para o lado, que fez a mulher desmaiar ali mesmo.
O homem então suspirou enquanto pegava a mulher no colo, parecendo extremamente abatido.
Se virando para o homem que estava segurando o camburão, ele deu a ordem:
“Dois minutos. Faça a limpa.”
O homem assentiu com a cabeça e então saiu correndo em direção ao subterrâneo. Junto com alguns sons, várias outras pessoas apareceram de diferentes lados e também entraram no subterrâneo.
***
As pessoas que criaram o Paraíso Hedonista tem muito dinheiro e por isso são muito bons quando se trata de se protegerem.
É por isso que Mary estava sozinha perto do lugar, vigiando tudo de forma extremamente cuidadosa para que ninguém a achasse.
Por ter um cargo relativamente alto na Interpol, ela tem uma equipe completa de espiões que são especialistas em diferentes coisas. Pessoas que são bons atiradores, bons lutadores, bons hackers…
É uma equipe completa.
Ela estava esperando um bom momento para tentar qualquer coisa, mesmo que achasse que provavelmente esse bom momento nunca ia acontecer e…
De fato aconteceu.
Um bom momento.
Um momento perfeito.
Um garoto de quinze anos veio e fez o trabalho mais perigoso.
Por isso, a prioridade de Mary era descer lá embaixo com sua equipe e capturar todos os funcionários e até mesmo os ricos que estavam apreciando esse local.
Um lugar como esse quebra tantas leis que ela nem precisa escolher uma para prender quem quer que esteja lá dentro.
Com o aval do garoto, ela precisava contatar sua equipe, mas por algum motivo, não conseguia por telefone nem por rádio.
Dando instruções para a mulher se esconder em um prédio próximo, ela saiu rapidamente para ir se encontrar com sua equipe.
Com medo de que sua equipe, que ocupava três camburões, chamasse atenção, ela falou para eles ficarem uns cinco quarteirões longe do alvo, e por isso levou um tempo para chegar até o lugar.
Chegando lá, os três camburões ainda estavam bem, e depois de bater na porta de um deles, um homem abriu e, assim que viu Mary, falou:
“Senhora, perdemos contato, pensamos que tinha acontecido alguma situação.”
Ouvindo isso, os olhos de Mary se estreitaram se perguntando o que pode ter causado a interferência. Depois de algum momento de deliberação, ela falou:
“Vocês, se equipem e me sigam lá.”
Ouvindo isso, outro homem que estava por perto comentou:
“Mas nós não temos gente suficiente…”
Impaciente, Mary respondeu:
“É uma ordem. Vamos logo.”
Eles só podiam suspirar enquanto se equipavam e seguiam atrás enquanto ela os levava até o local.
Era ela e mais onze soldados, todos usando equipamentos da SWAT com colete, capacete e semiautomáticas.
Depois de correr rapidamente até o local, eles pularam o muro e conseguiram chegar até a entrada do Paraíso Hedonista.
Mary olhou em volta, esperando descobrir onde aquela mulher de antes estava, mas com pressa, ela rapidamente desceu as escadas para baixo.
Ao chegar lá embaixo, apareceu uma cena que Mary nunca esqueceria em toda a sua vida.
“Todos… mortos.”
Todas as pessoas estavam mortas. Sejam os clientes, os funcionários, as prostitutas e até mesmo os que foram sequestrados…
Ainda dava para ver na arena os dois irmãos deitados abraçados com dois furos na cabeça.
O coração de Mary subia e descia, sentindo que isso era simplesmente inconcebível, e uma realidade cruel demais.
Ela não se preocupava com os funcionários, nem com os clientes, mas as prostitutas provavelmente faziam esse tipo de coisa porque não tinham escolha, sem falar em todas as pessoas presas nas jaulas que foram sequestradas e estavam agora deitadas em poças do seu próprio sangue…
Suspirando, Mary guardou sua pistola em sua cintura e começou a hesitar.
“Não foi aquele menino, certo?”
Mas pensando sobre aquela mulher que falou que as pessoas estavam desmaiadas, ela começou a duvidar, pensando que talvez tenha mais alguma coisa nisso tudo.
Puxando seu celular, ela descobriu que o sinal estava bloqueado.
“Agora que percebi porque não conseguia contatá-los… Eu estava muito nervosa. Mas por que o sinal está bloqueado? Alguém o bloqueou? Pra quê?”
Mary e seus subordinados passaram então a olhar em volta para ver se tinham sorte de encontrar alguém vivo, mas não conseguiram nada.
Quando ela finalmente encontrou a sala do chefe, tinha sangue no chão assim como em outros lugares, mas o que realmente chamava a atenção era que na sala tinha um enorme buraco na parede que dava a um pequeno quarto cheio de monitores destruídos.
Analisando esse pequeno quarto, ela suspirou:
“Era onde ficavam as gravações das câmeras de segurança… Seja lá quem fez isso, foi bem meticuloso ao acabar até mesmo com as gravações…”
Nesse momento, Mary está com uma ligeira dúvida:
“Devo ligar para o número que o menino falou?”
Tinha a chance de que quem fez isso foi o menino, mas ela honestamente não queria acreditar que um menino de quinze anos massacrou todas essas pessoas…
Depois de hesitar um pouco, ela puxou novamente o celular, e o sinal ainda estava bloqueado.
Mandando os subordinados continuarem a investigar esse lugar, ela se sentou numa cadeira por perto e esperou que o sinal voltasse.