Volume 3
Capítulo 149: Sentimentos
Observando a pilha de papel na sua frente, Yanyan começou a olhar em volta da mesa procurando um grampeador para organizar a ordem das folhas e grampeá-las de acordo.
Se lembrando que não tinha um grampeador, ela pegou o celular para pedir que entregassem um grampeador em casa, mas de repente se lembrou que Ye Hong tem um escritório.
Lá deve ter um grampeador.
Descendo as escadas e indo até o escritório, ela procurou cuidadosamente e finalmente achou um grampeador ao lado de uma pequena caixa.
Olhando curiosamente para essa caixa, ela rapidamente pegou o grampeador. Curiosa, ela hesitou um pouco, mas finalmente decidiu abrir a caixa para ver o que tinha dentro.
É só uma caixa, não deve ter problema.
Assim que abriu a caixa, descobriu vários cartões de débito cuidadosamente empilhados.
Depois que tirou os cartões da mesa, descobriu que havia nove deles, todos eram aqueles cartões pretos ilimitados que Yanyan já cansou de ver na sua família…
Ela mesma tem um cartão desses.
Olhando curiosamente para esses cartões, a curiosidade dessa menina cresceu, e ela finalmente memorizou as informações desses cartões, e os guardou na caixinha.
Embora sua memória não seja tão absurda quanto à de Baijian, sua memória também é fotográfica. Contanto que se concentre em memorizar algo, ela consegue memorizar tudo quase que com uma olhada.
Correndo de volta para o seu computador, ela começou a digitar rapidamente, e muitos números, letras e códigos estranhos começaram a aparecer na tela.
Depois de alguns minutos, o rosto dela piscou em choque enquanto olhava atentamente para a tela.
“Tanto dinheiro…”
Ao somar a quantidade de dinheiro nos cartões, a quantidade era simplesmente astronômica.
Enquanto olhava para esses números enormes, de repente Yanyan pareceu ter pensado em algo e ela começou a mexer no computador rapidamente.
Depois de abrir vários arquivos diferentes, e olhar muitos números, ela ficou completamente parada em silêncio, pensando profundamente sobre o que ela tinha acabado de descobrir.
Se levantando, ela foi rapidamente procurar Baijian. Depois de procurar pela casa, e não o ver em nenhum lugar, ela foi perguntar para Meimei que nesse momento estava treinando…
E nada.
Ela foi perguntar para Xue’er que estava estudando…
E nada.
Quando foi perguntar para Bingyue, escutou bem fraco do lado de fora da porta do quarto dela o piano sendo tocado.
O quarto era à prova de som, mas ainda dava para escutar um pouco se ficasse do lado de fora da porta.
Como sabia que bater na porta não ia servir já que Bingyue não ia escutar, ela lentamente abriu a porta, e começou a olhar para dentro, tendo cuidado para não atrapalhar a prática de Bingyue.
Assim que ela abriu um pouco, viu que Baijian estava, nesse momento, tocando o piano ao lado de Bingyue.
Ela ficou bem surpresa, e rapidamente fechou a porta, deixando espaço suficiente para ela ver os dois do lado de dentro.
Enquanto observava dentro do quarto os dois se divertindo enquanto tocavam, ela colocou a mão no peito e pensou:
“Por que…”
A maioria das meninas ficaria com ciúmes ao descobrir que a pessoa que ama está com outra menina, mas ao ver essa cena dos dois felizmente tocando o piano, ela não sentia ciúmes. Na verdade, ela se sentiu um pouco feliz, porque parecia que Baijian estava feliz.
Suspirando, ela continuou observando os dois, enquanto se sentia complexa sobre isso.
Pensando nisso, ela nunca ficou com ciúmes de Baijian antes quando ele estava com as outras meninas. Ela não sentia medo de perdê-lo para elas, nem se sentia triste ao saber que seu amado estava feliz com outra menina.
Até mesmo naquele dia quando Liu Yu teve um “encontro” com ele, embora se sentisse desconfortável com aquela situação, não sentia ciúmes.
Enquanto olhava para os dois nesse momento, ela entendeu que não sentia obsessão por Baijian quando se tratava das meninas.
É como se ela sentisse que nenhuma das outras meninas pudesse roubá-lo dela.
Suspirando, Yanyan deixou os dois se divertindo no quarto, e voltou para o computador enquanto pensava profundamente.
***
“Quer ajuda?”
Numa mesa do lado de fora da casa, Baijian e Xue’er se sentavam silenciosamente. Vendo Xue’er parecendo incomodada com algo, Baijian perguntou suavemente.
“Eu preciso de ajuda sim. Nessa parte aqui…”
Se aproximando de Baijian com o livro, Xue’er apontou para uma parte do texto e falou. Olhando para a parte apontada no livro, Baijian rapidamente começou a explicar de forma que Xue’er pudesse entender.
Assim que ela terminou de escutar a explicação, Xue’er sorriu suavemente e voltou a estudar silenciosamente.
Baijian gostava de ver Xue’er estudando silenciosamente assim. Uma tarefa silenciosa como estudar, ler, pintura ou caligrafia…
Tudo isso parece se encaixar muito bem com sua personalidade.
Baijian passou a tarde inteira tocando piano com Bingyue, então quando deu de noite, ele decidiu ajudar Xue’er que estava se esforçando nos estudos.
Os dois novamente se sentaram na mesa do lado de fora da casa, e apreciaram o silêncio, a suave brisa noturna e os sons dos insetos em volta.
Horas se passaram desse jeito, e os dois não pareciam cansar dessa atmosfera calma e silenciosa. Quando era perto da uma da manhã, Xue’er, parecendo cansada, bocejou com uma mão na boca e trouxe o livro para próximo de Baijian:
“Eu estou tendo problemas nessa parte aqui. São sempre em partes assim que precisam de um conhecimento prévio de um assunto especifico que acabo ficando presa.”
Baijian se aproximou para olhar a questão e, assim que ia começar a explicar, ele sentiu o toque de algo no seu ombro.
Junto com o toque, ele sentiu um cheiro doce e suave que trouxe a ele um sentimento feliz.
Olhando rapidamente para o lado, viu que Xue’er adormeceu em seu ombro.
Vendo o quão profundo já era o sono dela, Baijian suspirou pensando que ela realmente estava com sono.
Puxando a cadeira para perto, ele acomodou Xue’er melhor em seu ombro, e se encostou na cadeira, enquanto olhava para o céu.
De vez em quando, ele olhava suavemente para Xue’er dormindo ao seu lado, se sentindo feliz com essa atmosfera.
Hesitando por um momento, ele acomodou o rosto de Xue’er em seu peito, e colocou seu braço em volta de Xue’er para ela ficar mais confortável.
Xue’er realmente se sentiu mais acomodada, já que se aconchegou mais perto de Baijian.
Baijian observou isso com um sorriso suave no rosto, e voltou a olhar novamente para o céu, apreciando a brisa suave da noite e o silêncio gostoso do ambiente.
Depois de alguns minutos, Baijian de repente olhou para a varanda da casa e falou lentamente:
“Por que está aí? Se quiser falar alguma coisa, pode vir.”
Depois que terminou de falar, não aconteceu nada por alguns segundos, então finalmente Yanyan abriu a porta de vidro da varanda e saiu da casa, se aproximando de Baijian e Xue’er que ainda estava dormindo.
Olhando silenciosamente para Xue’er dormindo no peito de Baijian, Yanyan olhou então para ele e perguntou:
“Como você sabia?”
Sorrindo ironicamente, Baijian falou:
“Não pense que pode escapar dos meus sentidos estando tão perto de mim.”
Yanyan então ficou em silêncio, e Baijian passou a perguntar:
“Você quer falar comigo? Você veio mais cedo no quarto de Bingyue. Eu pensei que ia entrar, mas você ficou na porta e no final foi embora. O que houve?”
Suspirando, Yanyan puxou uma cadeira e se sentou ao lado de Baijian. Olhando para Xue’er que continuava dormindo, ela falou:
“Eu estou me sentindo estranha. Logicamente, eu deveria estar com ciúmes ao ver vocês dois desse jeito… Mas não sinto nada.”
Olhando silenciosamente para Yanyan, Baijian respondeu:
“Vocês são como irmãs, não tem como sentirem um sentimento tão repugnante quanto o ciúmes uma com a outra.”
Olhando silenciosamente para Xue’er, Yanyan perguntou:
“É assim mesmo? Os ciúmes… É um sentimento repugnante?”
Baijian então olhou para o céu e disse suavemente:
“O ciúmes é o sentimento que uma pessoa tem ao ver a sua pessoa amada com outra pessoa…”
“Esse sentimento vem do medo de perder a pessoa amada para essa outra pessoa. O medo de essa pessoa amada deixar de gostar de você porque começou a gostar de outra pessoa…”
“Esse é um sentimento normal, eu não vou depreciá-lo porque o acho correto e justo. Embora eu o descreva como repugnante, ele é algo inevitável e normal, é impossível fugir desse sentimento. Porque esse sentimento demonstra que você realmente ama essa pessoa.”
Baijian então ficou em silêncio e, olhando para Yanyan, falou:
“Se eu te visse com outra pessoa, me sentiria desconfortável, mas não sentiria ciúmes. Você sabe por quê?”
Yanyan balançou a cabeça, sem saber a resposta para essa pergunta. Baijian então falou:
“Isso porque o ciúmes é baseado no medo de perder o afeto de uma pessoa para outra pessoa… E quando se trata dos sentimentos de vocês quatro…”
Ele então ficou em silêncio e continuou:
“Eu sei dizer o quão profundos são, e eles provavelmente nunca mudarão.”
Yanyan não ficou envergonhada ao escutar isso, mas se sentiu curiosa sobre porque Baijian tinha tanta certeza disso.
Sorrindo suavemente, Baijian falou lentamente:
“Eu também não sei explicar porque eu sei disso… Eu simplesmente sei.”
“Eu sei que… se eu tiver que descer até o inferno, vocês me seguirão.”
“Eu sei que… se eu cair em desespero, vocês me levantarão.”
“Eu sei que… se eu perder tudo, ainda terei vocês…”
Olhando silenciosamente para o céu, Baijian continuou falando:
“Eu não sei por que sinto que será assim… Simplesmente sei. É por isso que eu não vou sentir ciúmes. É por isso que, mesmo que tenhamos problemas no futuro, sei que iremos resolvê-los e seguir caminhando juntos.”
Olhando profundamente nos olhos de Yanyan, Baijian sorriu levemente e, colocando suavemente a mão no rosto dela, ele falou:
“Eu estou errado?”
O coração de Yanyan nesse momento estava batendo tão rápido que ela estava tremendo ligeiramente, sentindo como se fosse desmaiar ali mesmo.
Mas assim que olhou nos olhos de Baijian, seu coração batendo rapidamente se acalmou, e colocando a mão por cima da mão de Baijian, ela sorriu suavemente e falou:
“Sim.”
Fechando os olhos, Baijian continuou falando:
“É por isso… que vocês não sentem ciúmes sobre mim.”
Sorrindo suavemente, Baijian abriu os olhos novamente e falou:
“É porque sabem que, assim como os sentimentos de vocês são assim, os meus também.”
“Se eu precisar descer até o inferno para ir atrás de vocês, eu descerei sem hesitação.”
“Se vocês caírem em desespero… eu estarei lá naquele momento para estender uma mão e levantá-las.”
“Mesmo que percam tudo… ainda terão a mim.”
“Os mesmos sentimentos que vocês têm… Eu também tenho.”
“Eu não sei quando esses sentimentos começaram, nem sei quando os percebi, tudo que sei é que nesse momento eu entendo esses sentimentos completamente e os aceito com todo o meu coração.”
Fechando os olhos, Baijian segurou firmemente Xue’er, que há muito tempo havia acordado, segurou suavemente a mão de Yanyan e, abrindo os olhos, ele olhou para cima e viu em uma das janelas Meimei e Bingyue que olhavam silenciosamente para eles.