Soul Eye Brasileira

Autor(a): ReaderBecameWriter

Revisão: Blame


Volume 2

Capítulo 85: Soluços

Sentada no sofá, Meimei parecia bem incomodada. Sua amiga Bingyue está passando por algum problema e ela não sabe o que é, nem como pode ajudar.

Virando o rosto para Baijian, Meimei perguntou:

“O que eu devo fazer? Ela não me atende.”

Acariciando Natsu, Baijian respondeu:

“É a sua amiga. Você disse que são próximas, o que você deve fazer está muito claro, mas por causa do desespero, sua mente está nublada. Eu não sei porque você está tão desesperada, até porque, embora sua amiga pareça bem desesperada, não é como se fosse acontecer algo tão rápido assim. Enfim, se acalme e pense com cuidado: o que você deve fazer?”

Meimei rapidamente percebeu que Baijian estava certo, ela estava nervosa demais e por isso não conseguia pensar direito.

Respirando fundo, ela se acalmou e começou a pensar:

“O que eu devo fazer?”

O telefone na casa começou a tocar, e Ye Hong rapidamente foi atender.

Depois de alguns minutos de conversa, Ye Hong foi até a sala e falou:

“Vamos sair.”

Inexpressivamente assentindo, Baijian se levantou.

Surpreso, Ye Hong perguntou:

“Não vai perguntar por que iremos sair?”

Assentindo, Baijian falou:

“Eu sabia que você ia explicar.”

Com um rosto um pouco preocupado, Ye Hong disse:

“Vovô foi internado no hospital de Pequim. Vamos visitá-lo agora, já que o problema parece ser feio.”

Assentindo, Baijian foi direto para o carro. Ele colocou Natsu no seu ombro, mas assim que Natsu se fixou em seu ombro, ele quase caiu.

Baijian o pegou apressadamente e percebeu que Natsu parecia estar em um sono profundo, ele nem consegue se manter preso ao seu ombro.

Durante esses meses, isso acontece de vez em quando, então Baijian não ficou muito chocado.

Colocando Natsu em cima da mesa da sala, ele foi para o carro sem falar nada.

Chamando Xu Fei, e levando Meimei que parecia um pouco pensativa, todos foram para o carro e logo se dirigiram para o aeroporto.

Sentado ao lado de Meimei, Baijian perguntou:

“Já descobriu o que você deve fazer?”

Assentindo, Meimei falou:

“Sim, eu não sei como não pensei nisso antes. Meu primeiro pensamento, assim que descobri que Bingyue estava com problema, deveria ser encontrar ela. Porque eu demorei tanto para perceber?”

Assentindo lentamente, Baijian falou:

“A nossa mente precisa estar sempre limpa de quaisquer coisas desnecessárias, senão, não conseguiremos pensar corretamente. Eu não sei porque você estava tão desesperada, mas isso nublou seus pensamentos.”

Meimei ficou em silêncio por um tempo e falou com olhos um pouco nublados:

“Eu só tenho Bingyue e Xue’er agora… Se eu perder qualquer uma delas, o que será de mim? Xue’er está… E Bingyue agora desse jeito…”

Colocando as duas mãos no rosto, Meimei começou a chorar.

Baijian não falou nada e ficou sentado inexpressivamente do lado.

Depois de alguns minutos de carro e algumas horas de voo, eles logo chegaram ao hospital em Pequim.

O Chefe da família Ye, obviamente ele terá o melhor hospital, melhores médicos e melhores equipamentos.

Chegando ao hospital, Meimei se virou para Ye Hong, Xu Fei, Baijian e falou:

“Eu estou saindo aqui, deem meus cumprimentos ao vovô Ye. Eu preciso encontrar minha amiga, ela está em Pequim agora.”

Assentindo, os três entraram no hospital, e Meimei chamou um táxi para ir para a casa de Bingyue.

Quando Meimei fala que ela é muito próxima de Bingyue, não é exagero. Na verdade, ela está sendo bem leviana.

As duas são tão próximas, que na maior parte do tempo que Meimei está no celular, ela está num bate papo com Bingyue e sua outra amiga, Xue’er.

As três são amigas que sabem praticamente tudo uma da outra. Meimei sempre assiste aos shows de Bingyue e muitas vezes as duas visitam Xue’er no hospital.

Então sua amizade é bem profunda, e elas se conhecem muito bem.

Portanto, o fato de que Baijian disse que Bingyue está com problemas foi um enorme choque para Meimei. Ela simplesmente não viu esse problema em Bingyue recentemente, ela parecia normal.

E Meimei não duvidou de Baijian, pois ela sabe o quão estranho ele é. Baijian quase não fala, e quando fala, normalmente são só coisas importantes.

Quando perguntam algo a ele? Suas respostas são tão contundentes que é bem estranho, ele nunca desperdiça palavras.

Portanto, o fato de Baijian ter falado tanto sobre isso mostrou para Meimei que ele não estava mentindo, e isso fez um grande choque em Meimei.

Depois do que aconteceu anos atrás, mais o fato de Xue’er estar sempre no hospital vivendo com soro na veia…

Isso deu muito medo em Meimei. Ela não queria perder Bingyue.

Portanto, na sua mente, ela só queria desesperadamente falar com Bingyue, e a melhor forma é o celular, seja ligações ou pelas mensagens.

Mas Bingyue não atende o celular, e só ficou ela e Xue’er perguntando no chat de conversa o que estava acontecendo, ela simplesmente não respondeu.

Inconscientemente, Meimei percebeu que a forma mais rápida era ligar e esperar Bingyue falar pelo celular, do que ir diretamente até ela.

Afinal, ela estava em Xangai, ia demorar para chegar em Pequim, que é onde sua amiga mora.

Depois do lembrete de Baijian, ela se acalmou e percebeu que deveria ir lá, e acabou que Ye Hong, Baijian e Xu Fei estavam viajando para Pequim para visitar o velho Ye no hospital.

Depois de alguns minutos no táxi, ela chegou em uma mansão.

Digitando algumas coisas no celular, ela ficou em frente da mansão e logo alguém veio para recebê-la.

Por causa das câmera de segurança, e como amiga de Bingyue durante anos, a família dela a reconheceu rapidamente, e a trouxe para dentro.

Depois de andar por um tempo por corredores familiares, Meimei chegou em frente a um quarto.

Assim que ia bater na porta, a voz de uma menina veio de dentro:

“Entre.”

Abrindo a porta lentamente, Meimei entrou no quarto que estava totalmente escuro.

Percebendo o estado do quarto, Meimei percebeu que algo realmente ruim aconteceu, e ficou ainda mais nervosa.

Embora o quarto estivesse totalmente escuro, Meimei usou a luz que passou pela porta quando entrou para ver que Bingyue estava deitada na cama.

Se aproximando da cama, Meimei falou:

“Você irá me contar? Ou continuará me ignorando igual fez com as chamadas e as mensagens?”

Por algum motivo que Meimei não sabe, agora que viu Bingyue bem, ela começou a sentir raiva, e suas palavras refletiam isso.

Porque ela não sentiria raiva?

Sua melhor amiga a ignora quando passa por um problema. É como se elas não fossem tão amigas assim.

Parte dessa raiva é para ela mesma. Agora que ela viu Bingyue deitada no escuro mesmo que estivesse acordada, ela percebeu que Bingyue estava com problemas e ela não sabia.

Até ontem, ela estava conversando com Bingyue e Xue’er como sempre, totalmente normal.

Como ela não sabia o que pesava na cabeça de Bingyue? Ela se sente péssima por não perceber que a melhor amiga está com problemas.

Se não fosse o aviso de Baijian, o que poderia ter acontecido?

Ela não sabe.

A pessoa deitada na cama ficou em silêncio e não respondeu nada.

Depois de alguns segundos de silêncio, Meimei falou:

“Eu entendi errado então? Pensei que fossemos amigas. Mas do jeito que você está me tratando, me deixando de fora dos seus problemas, é como se não fossemos. Pensei que tínhamos uma relação mais próxima. Você lembra? Nós somos amigas nos bons e nos maus momentos…”

“Você agora está com problemas, e me deixa sem saber. Quando foi que deixamos de ser amigas?”

A pessoa deitada ficou em silêncio por um tempo, e então respondeu:

“Vai embora.”

Irritada, Meimei subiu o tom de voz e falou:

“Você sabe que eu não vou embora. No celular, Xue’er falou que queria vir aqui para falar com você também. Ela na verdade está agora implorando para o médico ajudá-la nisso. Do jeito que ela é teimosa, e sua família é poderosa, você sabe que é só questão de tempo até ela vir aqui.”

“Você quer mesmo que Xue’er saia do hospital? Nós duas sabemos melhor do que ninguém que se ela sair do hospital, sua condição vai piorar e ela vai passar os próximos meses sob tratamento no hospital, o dia inteiro fazendo muitos tipos de tratamentos.”

“Ela odeia esses tratamentos, é doloroso para ela, é isso que você quer?”

Assim que foi mencionado Xue’er, a pessoa debaixo das cobertas começou a se mexer.

Depois de um tempo, ela falou:

“Não use Xue’er para me convencer, isso é ridículo.”

Subindo o tom mais uma vez, Meimei falou:

“Eu não estou a usando, é a verdade.”

Puxando o celular, Meimei começou a reproduzir um áudio. Era de uma menina que tinha uma voz suave, mas que parecia nesse momento um pouco nervosa:

“Meimei, e aí? Conseguiu?”

“Se não conseguiu, eu vou até aí falar com ela.”

“Ela deve estar com problemas sérios já que está sendo tão teimosa em não falar conosco.”

“Provavelmente ela não vai dar o braço a torcer.”

“Eu não sei se posso ajudar a convencê-la, mas eu estou indo aí em breve.”

“O médico está tentando me segurar, esperando que meu irmão venha para me convencer a não sair.”

“Mas eu deixei claro que, se Bingyue não contar o que está acontecendo, mesmo que papai venha aqui, eu irei vê-la.”

“Mesmo que eu tenha que passar os próximos meses fazendo os tratamentos, eu vou sair do hospital.”

Parando um pouco, Meimei falou:

“Essa é de 2 minutos atrás:”

“Meimei, eu estou saindo já, o médico me liberou.”

“Estou sendo medicada, e em 5 minutos eu saio do hospital.”

Escutando a última frase, a pessoa na cama se levantou rapidamente e gritou:

“Tá bom, fala para ela que eu vou falar.”

Assentindo, Meimei digitou no celular e em silêncio começou a olhar para a pessoa em pé ao lado da cama.

Assim que Meimei terminou de digitar, a pessoa ao lado da cama correu em direção a Meimei, tomou o celular da sua mão, e o tacou na parede.

Com um rosto chocado, Meimei olhou para a pessoa em pé ao seu lado e gritou:

“Porque você fez isso?”

Respirando fundo, Bingyue voltou para a cama, se deitou e falou:

“Daqui a pouco o irmão dela aparece no hospital. Do jeito que ele é, e prezando pela segurança de Xue’er, ele provavelmente vai mandar o médico sedá-la. Mais tarde o pai aparece e a convence. Mesmo que não possa convencê-la, e ela fique teimosa, o pai dela tem autoridade para impedir que faça qualquer coisa, mesmo que à força.”

Com raiva, Meimei gritou:

“Porque você está fazendo isso? Acha que fará Xue’er feliz? Ela só ficará mais angustiada. Mesmo que seu pai a impeça de sair do hospital, do que adianta? Ela já é infeliz 90% do tempo que passa no hospital, o fato de você estar fazendo isso é o mesmo que torná-la mais infeliz ainda.”

“Porque você não fala com a gente? Nós não somos amigas?”

Quando chegou na última frase, em vez de uma voz alta e com raiva, Meimei falou com uma voz rouca e seus olhos começaram a acumular água.

Bingyue, deitada na cama, não falou nada e apenas ficou em silêncio.

Meimei, respirando fundo, se acalmou e sentou no chão.

Depois de alguns segundos, ela falou:

“É o seu pai? A única coisa que consigo pensar que pode te fazer tão infeliz é o seu pai…”

Depois de alguns segundos de silêncio, ela continuou:

“Aquele homem que não merece ser pai fez o que dessa vez? A última vez que falou com ele, se não me engano, foi há dois anos.”

Depois de alguns segundos, Bingyue falou:

“Não. A última vez que falei com ele foi um ano atrás.”

Com olhos brilhantes, Meimei escolheu bem suas palavras e perguntou:

“O que aconteceu?”

Bingyue hesitou por alguns minutos, mas no final ainda falou:

“Ele queria que eu parasse de cantar.”

Se levantando rapidamente, Meimei gritou:

“Como ele pode exigir que você pare de cantar? Ele não merece nem ser chamado de pai, que direito ele pensa que tem de mandar em você?”

Bingyue ficou quieta por um tempo antes de responder:

“No final, ele não deixa de ser meu pai…”

Falando alto, quase gritando, Meimei respondeu:

“Ele pode ser seu pai, mas você não deve reconhecê-lo como. Tal homem não merece o respeitoso papel de um pai.”

Bingyue se levantou da cama, olhou para Meimei com um rosto choroso e falou:

“Já faz anos que eu vivo sem o dinheiro dele. Meu tio que sustenta essa casa, com dinheiro do próprio trabalho dele. Eu estou ganhando bastante dinheiro como cantora, e posso até viver sozinha agora se eu quiser.”

“Eu falei isso, disse que ele não tinha mais controle sobre a minha vida. Eu sou independente, e ele não tem o direito de dizer o que eu devo e o que eu não devo fazer.”

“Mas você sabe… Ele é muito poderoso. Ele é o chefe da família Yue, uma das doze super famílias da China… Como eu posso lutar contra ele?”

Pausando por um tempo, ela de repente começou a chorar e, em soluços, gritou:

“Ele me ameaçou. Falou que se eu não fizesse o que ele manda, iria matar meu tio. Ele disse que iria destruir a minha carreira como cantora usando a influência da família Yue, não só acabando com a minha imagem, bem como destruindo qualquer oportunidade de cantar que eu tenha.”

Bingyue estava chorando tanto que suas palavras eram entre soluços.

Soluços desesperados de uma pessoa desesperada.



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