Volume 1
Capítulo 40: Como pude ser tão cego?
Por trás da porta, outro labirinto o esperava.
Baijian não ficou surpreso.
De acordo com seus cálculos, haveriam quatro ou cinco labirintos de cores diferentes.
Dessa vez o labirinto era amarelo.
Os formatos dos corredores, as paredes, o teto e o chão eram iguais aos dois labirintos anteriores, a única coisa que mudava era a cor das paredes de cristais.
Ele andou familiarmente pelos corredores, encontrando muitas armadilhas.
Todas eram armadilhas mais difíceis que as anteriores.
Muitas das armadilhas levaram horas para que Baijian conseguisse passá-las.
As armadilhas do segundo labirinto tinham conceitos simples, mas eram difíceis de passar.
Mas as armadilhas desse terceiro labirinto eram complicadas, Baijian teve que usar diversos métodos para entender como funcionavam, e muitos outros métodos para conseguir passá-las.
Muitas vezes ele nem sabia que haviam armadilhas… Parecia um corredor normal, mas quando ele botou os pés, as armadilhas ativavam.
Por exemplo, um dos corredores era bem complicado, porque Baijian andou por ele, mas por mais que andasse, não parecia haver fim.
Ele andou e andou e parecia estar andando infinitamente.
Ele só percebeu depois que tinham muitos espelhos em diferentes lugares estratégicos.
E esses espelhos eram combinados de uma forma que ele ficasse andando em círculos.
Mesmo depois de entender isso, foi bem complexo para Baijian passar a armadilha.
Isso ilustrava como esse labirinto era bem mais complexo que o outro.
Levando em conta que o primeiro labirinto, o azul, não teve nenhuma armadilha e só corredores e mais corredores.
E o segundo labirinto, o labirinto vermelho, teve armadilhas, mas eram bem simples…
Então o fato das armadilhas desse labirinto amarelo serem mais complicadas mostrava que a cada labirinto, a dificuldade aumentava e o mesmo vale para os desafios.
Baijian achou bem fácil os desafios do primeiro labirinto… O do segundo labirinto também foi fácil, mas com certeza mais difícil que o do primeiro labirinto.
Então ele estava antecipando a dificuldade desse terceiro labirinto.
Na verdade, ele percebeu uma coisa intrigante.
Ele pensou que os labirintos seriam sempre do mesmo tamanho, mas o primeiro labirinto de fato foi bem grande… O segundo, em comparação, foi bem menor.
Então a lógica aqui é que a mãe dele colocou a dificuldade do primeiro labirinto na própria existência do labirinto.
E no segundo labirinto ela diminuiu o tamanho e colocou a dificuldade como as armadilhas.
Por isso, o que levou tempo mesmo no segundo labirinto foram as armadilhas.
De acordo com o seus cálculos, o segundo labirinto era metade do primeiro em tamanho.
Então ele achava que esse também seria metade do tamanho em relação ao segundo. E, em troca, as armadilhas seriam bem mais complexas e difíceis.
Baijian levou exatos cinco meses para achar todos os salões contendo os desafios e o salão principal que continha a porta para o próximo labirinto.
Eram três desafios novamente.
E então ele começou a realizar os desafios mais uma vez.
Mas uma coisa que o deixou chocado aconteceu.
Assim que ele entrou no primeiro desafio, uma enxurrada de informações apareceu na sua mente.
Essa enxurrada de informações não eram puramente palavras, ou imagens, nem muito menos números.
Eram memórias.
Muitas memórias.
Depois de analisar um pouco essas memórias, ele entendeu.
Dessa vez ele estava vivendo no corpo de um jovem, e todas essas memórias eram justamente desse jovem.
Ele não estava mais nos tempos antigos igual ao dos últimos desafios e sim vivendo na época do mundo real.
O jovem que ele encarnara era o filho de um empresário fracassado.
Ele sempre fora orgulhoso que seu pai era bem sucedido, mas há um ano os negócios começaram a piorar e estava na iminência de ser destruído.
Seu pai era uma pessoa que se perdeu nos negócios, alguém que, embora o amasse, passava pouquíssimo tempo com ele e sua mãe.
Sua mãe por dentro tinha enorme angústia para com o pai dele, e ele mesmo, embora orgulhoso de seu pai, se sentindo distante… Como se eles não fossem pai e filho.
Ele era um jovem de 25 anos, acabara de terminar a faculdade e tinha como objetivo entrar no negócio para ajudar o seu pai.
Mas o pai estava à beira de ser destruído nos negócios.
Um grande conglomerado tinha feito de tudo para destruir sua empresa e isso o fizera ficar com um péssimo humor.
Assim que se apresentara para seu pai para ajudá-lo no que fosse, o pai de mau humor o expulsou.
Pensando que seu pai estava só de mau humor, esperou uns dias antes de voltar.
Quando voltou, embora de mau humor, seu pai não o expulsou. E, depois de uma conversa, o pai dele o incumbiu de algumas pequenas tarefas.
E agora ele acabou de terminar as tarefas e está indo falar com seu pai.
Baijian encarnou na frente da porta do escritório.
Vendo todas as memórias, Baijian ficou chocado… Ele tem memórias até de quando o jovem era bem pequeno.
Quando Baijian olhou para o seu corpo, descobriu incrivelmente que ele estava no corpo de um adulto.
Não precisou pensar muito para ele perceber que isso foi um aumento no realismo e consequentemente um aumento na dificuldade.
Ele se moveu um pouco e achou estranho, afinal, seu corpo antes era pequeno e agora ele tinha pernas e braços longos.
Depois de se acostumar, Baijian rapidamente encarnou o personagem e entrou no escritório.
Mas, assim que ele entrou no escritório, viu seu pai totalmente abatido, olhando para o teto sem vida.
Depois de tentar falar um pouco com ele, simplesmente não havia resposta.
Então Baijian o empurrou para o lado e começou a checar o que estava acontecendo.
Depois de ler no computador e no amontoado de papéis um pouco, percebeu que ele falira.
Não é apenas a empresa, até o seu dinheiro…
Ele faliu e acabara de descobrir isso.
Ele estava tão sem vida justamente por causa disso.
Ele se distanciara da família e se jogou nos negócios… Então perder tudo é a mesma coisa que perder a própria vida.
Foi um enorme choque. Baijian simplesmente não sabia o que fazer.
Ele pensou, ao ver as memórias do rapaz, que o objetivo aqui era melhorar a empresa.
Mas agora que, assim que ele entrou no desafio, a empresa faliu… Ele não sabia o que fazer.
Então ele se sentou na cadeira e começou a pensar profundamente.
Depois de muito tempo, a única coisa que conseguiu pensar foi em criar outra empresa e vingar o pai.
E foi exatamente o que ele fez.
Levou um ano para isso.
Ele criou uma empresa do mesmo ramo que a antiga empresa do pai e colocou o mesmo nome.
Ele aumentou a empresa rapidamente, e conseguiu construi-la em uma empresa ainda maior que a antiga do seu pai.
Quando o enorme conglomerado tentou destruí-lo, ele não deixou barato e conseguiu fazer a empresa crescer e…
Em menos de um ano, ele conseguiu fazer a empresa se tornar maior que o próprio conglomerado.
E então começou a retaliação.
Dois meses depois, ele finalmente conseguiu terminar as retaliações e o conglomerado faliu da mesma forma que a empresa do seu pai… Por enorme pressão.
Ele pensou que isso faria o desafio terminar, mas descobriu incrivelmente que uma luz brilhou e o mundo voltou ao normal.
Em cima do pedestal, uma caneta estava lá.
Ao ver isso, Baijian entendeu…
Eu falhei o desafio.
Não foi falhar de morrer igual antes… Foi falha de fazer o que não deveria ter feito, sendo contrário ao objetivo do desafio.
Mas eu não entendi. O objetivo era destruir a empresa e vingar o meu pai, certo?
Baijian não entendia.
Foi então que ele olhou profundamente para a caneta em cima do pedestal.
Baijian não perdeu as memórias do rapaz que encarnou no desafio, então ele sabia que caneta era essa.
Sempre nos desafios, um objeto seria vinculado ao desafio em si.
Por exemplo, o desafio de estabilizar o reino… O objeto era a coroa.
O objeto desse desafio é uma caneta, e ao procurar nas memórias do rapaz sobre essa caneta, descobriu que foi algo dado por seu pai quando tinha apenas 10 anos.
Essa caneta foi carregada por ele seja na escola, na faculdade, ou até mesmo quando ele foi falar com seu pai na empresa.
Essa caneta foi dada à ele pouco antes de seu pai começar o negócio 15 anos antes…
Seu pai deu a caneta e disse:
“Cuide bem dela, essa caneta foi dada à mim pelo meu pai quando eu era jovem. Ele a deu a mim como incentivo para no futuro eu ser que nem ele, um empresário bem sucedido. Mas no final, ele não conseguiu e morreu. Eu guardo essa caneta até hoje. Essa caneta é muito importante e nos próximos anos eu vou estar me tornando um empresário. Então, assim como meu pai, vou presentear ela à você…”
“Você pode até não querer se tornar um empresário no futuro, você pode fazer o que quiser da sua vida… Mas ainda darei essa caneta para te incentivar… Não com o objetivo de te fazer se tornar um empresário, e sim para seguir os seus sonhos. O meu sonho sempre foi me tornar um empresário bem sucedido, então é esse o caminho que sigo agora.”
“Mas e você? Qual o seu sonho? Pense bem sobre ele.”
As memórias do rapaz eram extremamente vagas em muitas coisas… Não é que nem a memória de Baijian que é excelente e lembra-se de tudo.
O rapaz lembra só de coisas importantes.
E mesmo sobre coisas importantes, as memórias são meio difusas.
Mas essa fala do pai…
É extremamente clara.
Ele gravou palavra por palavra na sua memória, isso porque esse dia foi muito importante para ele.
Pois aquele foi o dia do seu aniversário e foi nesse dia que seu pai finalmente começou a sorrir.
Antes disso, suas memórias de seu pai eram bem rabugentas, ele nunca foi amável.
Mas assim que começou seu negócio como empresário, ele ficou radiante, isso porque estava seguindo o seu sonho.
Então, em muitas maneiras, essa memória foi muito especial para o rapaz e, portanto, ele lembrava cada palavra que seu pai falou.
Ao ver isso, Baijian finalmente entendeu:
O objetivo estava na minha frente desde que comecei o desafio, mas eu simplesmente o empurrei para o lado…
Assim que Baijian começou o desafio, ele encontrou o pai do rapaz totalmente sem vida sentado na cadeira.
Ele tentou falar com o homem, mas não conseguiu.
Depois disso ele simplesmente o empurrou para o lado e começou a mexer no computador e ler os papéis.
Ele não pensava que o homem tinha algum papel no desafio.
Depois disso, ele começou seu plano de criação da empresa, e quanto ao homem?
Ele não se importou muito.
Mais tarde, por sua mente ter quebrado, ele foi colocado num hospício e Baijian nunca foi encontrá-lo.
Isso era normal, Baijian não via todos esses desafios como se fosse algo real.
Então obviamente ele não levou a sério o homem e estava sempre com o objetivo de destruir aquele conglomerado.
Nunca passou por sua cabeça que o objetivo nesse desafio fosse outro.
Ao perceber isso, Baijian ficou bem chateado.
“Como pude ser tão cego?”