Volume 2

Capítulo 84: Propostas Certeiras

Alaric foi surpreendido por duas figuras que surgiram diante dele. A primeira, que estava mais próxima, aparentava ser jovem, na faixa dos vinte anos. Seus cabelos verde-claros, quase brancos, caíam em cascata, amarrados em um rabo de cavalo, assim como os olhos ansiosos. 

Seu rosto fino e delicado era característico da região. Vestia um hanfu exuberante, cuja parte superior apresentava mangas longas e amplas, largas que ondulavam como correntes de vento, enquanto a parte inferior era fluida, em tons suaves de verde, adornada com bordados intricados que evocavam símbolos do elemento vento. Ao meio um cinto de pano azul como o céu, prendia a peça na cintura dele. Uma vestimenta requintada, que indicava grande poder aquisitivo.

Na retaguarda, erguia-se uma figura mais alta e de aspecto maduro, com o rosto liso, porém sulcado pelas marcas do tempo, nada delicado como o do rapaz. Os cabelos curtos já exibiam reflexos grisalhos, e os olhos profundos eram da mesma tonalidade verde-claro do jovem à sua frente, embora expressassem uma determinação mais acentuada. 

Alaric notou como a postura dele era rígida, o que podia demonstrar uma segurança inabalável em suas ações, e ao seu lado direito, pendia uma bainha negra, que deu as respostas imediatas para Alaric de qual o papel dele, que no caso era protetor do jovem. Em relação ao traje, a única diferença notável era que seu hanfu era mais justo e inteiro fluido, sugerindo uma adaptabilidade maior para as funções como guardião.

— Alaric, não é? Precisamos conversar... — A voz não saiu firme; na verdade, estava carregada de nervosismo, evidenciado pelo olhar baixo do jovem.

— Desculpe, mas estou sem tempo — A resposta foi seca e ríspida, como um balde de água fria.

Sem mais palavras para trocar e já cansado de um dia exaustivo, Alaric seguiu seu caminho, passando pelos dois indivíduos que pareciam incapazes de reagir, pelo menos não de forma hostil.

 — Há algo que pode lhe interessar... — tentou novamente, virando-se para o jovem, seguido por seu guardião.

— Não tenho interesse em...

— É sobre os ataques que você tem enfrentado.

Alaric estava prestes a dar mais um passo, mas hesitou, estreitando os olhos desconfiado. Sua curiosidade o impedia de prosseguir, então ele voltou-se para os homens.

— Que seja rápido...

O rapaz percebeu a ameaça naquele tom e tremelicou ligeiramente, quase desistindo de falar. Porém, reuniu todas as suas forças e continuou:

— Existe algum lugar mais adequado para podermos conversar?

 

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Assim, Alaric os levou no melhor lugar possível para conversar: na taverna da vila, permeada por melodias envolventes e uma seleção de bebidas exímias. A atmosfera noturna pulsava com energia, quase todas as mesas ocupadas, tanto que Chen teve que pegar algumas do depósito e colocar ao lado de fora para acomodar os clientes. A agitação era alimentada, em parte, por murmúrios fervorosos sobre um iminente torneio na capital do Império Donfang, país onde Alaric temporariamente residia.

— Você realmente trouxe o jovem mestre para um lugar assim... um bar? — indagou o homem mais velho, um tanto indignado.

Ele permanecia de pé, ao lado do jovem que estava atrás de Alaric, já acomodado em um banco no balcão. O rapaz aguardava pacientemente, com expressão neutra, Chen chegar para atendê-los, sem fazer menção de responder à indagação do homem.

— Não é um bar, é uma taverna — corrigiu Chen, aproximando-se com um amplo sorriso. — Mas deixando isso de lado, são novos por aqui? Seus amigos Alaric?

O jovem encarou Chen, ainda sem ânimo, e lançou um breve olhar para trás, e então deixou os olhos vagarem entre os dois homens. Só então voltou sua atenção para o barista.

— É... eu acredito que poderia cha-

— Conhecidos, Sr. Chen. Nos encontramos há pouco tempo — interrompeu o jovem, sem hesitação, cortando a fala de Alaric. E, lançou um olhar repreensivo para seu guardião. — Não desrespeite os estabelecimentos alheios, Eian. É falta de educação.

— Perdão, jovem mestre, mas este local não é apropriado para alguém de sua posição! — A exclamação veio carregada de preocupação. Apesar disso, o jovem manteve seu olhar repreensivo, sem ceder. Percebendo que não havia outra opção e que o rapaz não mudaria de ideia, suspirou resignado: — Ahh… Tudo bem. Peço desculpas por minha falta de modos. Nunca foi minha intenção desrespeitar seu estabelecimento... Espero que compreenda.

Os dois homens, apesar de sua aura de prestígio e poder, curvaram-se humildemente, à espera do perdão. Alaric observou a cena com um misto de incredulidade e desinteresse, pois não via necessidade para tamanha submissão. 

Enquanto isso, Chen sentiu-se ainda mais desconfortável, sem saber ao certo como lidar com a situação. Ele nem havia se ofendido.

— C-claro, vocês estão perdoados! — gaguejou Chen, apontando para os dois assentos vazios ao lado de Alaric, que exibia uma expressão menos surpresa do que antes, demonstrando apenas indiferença. — Por favor, sentem-se. Eu irei servi-los.

Os homens ocuparam os assentos designados à direita do jovem. Alaric notou a compostura deles ao sentarem-se, eretos como verdadeiros nobres.

— Acho que devo me apresentar, não é mesmo? — disse o jovem, dirigindo um olhar gentil ao rapaz, ainda com certa hesitação na voz.

— Não que me importe... — respondeu Alaric.

— Mais respeito ao meu mestre! — interveio Eian, o guardião, lançando um olhar estreito ao jovem.

— Acalme-se, Eian. — O rapaz tocou suavemente no ombro do guardião, tranquilizando-o. Em seguida, voltou-se para Alaric. — Meu nome é Fēng Zhi. É um prazer conhecê-lo...

Diante de tamanha cortesia e educação, Alaric não teve escolha senão ceder, expressando menos apatia.

— Você já sabe meu nome... Então acredito que não preciso me apresentar.

— Está correto... Este é... — Ele estendeu a mão na direção do guardião para apresentá-lo. — Meu guardião pessoal, Liu Eian. Pertencemos ao clã do vento: Fēngyì.

"Clã do Vento?" Alaric quase arqueou uma sobrancelha ao ouvir essa expressão, mas se conteve. Em uma conversa como aquela, manter-se enigmático era o mais adequado; não revelar suas verdadeiras intenções era essencial. 

Ainda assim, o termo "clã do vento" intrigava-o. Nunca havia ouvido falar de algo assim. Ele sabia o que era um clã, é claro, mas um relacionado especificamente ao vento era novidade. No entanto, isso praticamente confirmava que o jovem, Zhi Fēng, estava ligado a algum tipo de nobreza. 

— O que uma pessoa aparentemente importante faz por aqui? — indagou, mantendo o interesse velado. 

Mesmo que estivesse curioso sobre o clã mencionado, Alaric optou por não questionar diretamente o rapaz. Revelar ignorância poderia ser prejudicial. Ele já havia lidado com muitas pessoas influentes o suficiente para saber que uma conversa era como uma dança, e a cada passo em falso do outro, o adversário poderia tirar vantagem.

— Podemos dizer que estamos em busca de algo — respondeu, mantendo o mistério. Zhi Fēng também demonstrava habilidade em jogar esse jogo, dançar essa dança.

Alaric abaixou um pouco as pálpebras, descontente. O jovem revelava-se perspicaz, apesar de sua fala carregar um certo nervosismo e hesitação. Ainda assim, escolhia cuidadosamente as palavras.

— Bom, vamos direto aos pontos então. Como sabe meu nome e o que sabe sobre os ataques? — Alaric direcionou a conversa, ansioso por respostas.

— Acon-

— Três canecas, contendo a famigerada bebida dos deuses chegando! — interrompeu Chen, habilidoso ao trazer as três canecas com a bebida local. Com um gesto ágil, as colocou no balcão. — Bebam e se divirtam. E qualquer coisa, me chamem…

Zhi Fēng e o guardião agradeceram toda a hospitalidade, mas o "me chamem" não foi para eles, e sim para Alaric. Nem mesmo Chen estava relaxado com a presença daqueles dois.

— Jovem mestre, não acho você deva beber... — tentou orientar Eian Liu, com um tom de preocupação evidente na voz.

— Eian, já tenho dezenove anos... — Ignorando os alertas do guardião, Zhi Fēng pegou uma caneca e deu uma bela golada, apenas para fazer uma careta impagável em seguida. Porém, para não perder a pose de responsável por seus próprios atos, disfarçou e olhou para Eian. — Viu? Tudo bem…

— Por favor, apenas não exagere... — Ele consentiu meio decepcionado e pegou sua própria caneca, dando um gole, que parecia mais amargo que normal. — O senhor nunca bebeu na vida, seu corpo não deve estar acostumado com isso...

— Ei, pare com isso... — Ele começou corar, sentindo as bochechas esquentarem, sem saber onde se enfiar. Não tinha nem coragem de encarar o próprio guardião, tampouco Alaric. — Está me envergonhando…

Com essa cena, Alaric conseguiu discernir duas conclusões cruciais. Primeiramente, percebeu que Zhi Fēng não era tão enigmático e confiante como tentava parecer; sua pose era puramente uma farsa, algo que Alaric já havia suspeitado devido à hesitação perceptível em suas ações e falas.

Em segundo lugar, Alaric observou a dinâmica entre Zhi Fēng e seu guardião, Eian Liu, percebendo uma proximidade que passava a relação entre um soldado e seu comandante. Assim, Alaric concluiu que Eian Liu não era apenas um guardião, mas também desempenhava um papel semelhante ao de um pai para Zhi Fēng.

— Desculpe por isso… — Zhi Fēng pediu desculpas, enquanto Alaric apenas assentia com a cabeça, indicando que não se importava. — Antes de te contar o que preciso, tenho que pedir que escute tudo antes de tirar conclusões e agir…

Alaric sentiu-se confuso com essa declaração, mas manteve a expressão serena e pegou sua caneca.

— Certo… farei o possível…

Ainda um tanto intrigado, levou a borda da caneca aos lábios, deixando o paladar se envolver pelo amargor da bebida âmbar.

— Antes de tudo, saiba que todos os ataques foram orquestrados por mim…

Alaric quase engasgou, arregalando os olhos. Os dedos que seguravam a alça da caneca apertaram-se com vigor, quase a partindo ao meio. Percebendo a crescente tensão, Eian Liu ficou alerta, colocando a mão na bainha da espada sem tirar os olhos do jovem.

— Mas há um motivo… — Isso, juntamente com o pedido para que ele escutasse tudo, o fez relaxar um pouco, apesar de ainda sentir a raiva consumindo-o.

— Estou todo ouvidos. Conte-me e dependendo do que disser, sua vida poderá estar em risco.

— Você está o ameaçando!? — Eian Liu levantou-se do banco e, ameaçou avançar na direção de Alaric, mas foi detido pela mão firme de seu mestre. — Jovem mestre?

Ele olhou confuso e um tanto descontente para Zhi Fēng e, ao rapidamente desviar o olhar para Alaric, percebeu a súbita mudança na expressão deste. Os olhos claros se estreitaram e os lábios se curvaram em uma expressão que denotava crescente irritação. O clima, que nunca fora amigável, agora tornara-se pesado, como se uma confrontação estivesse prestes a acontecer.

No entanto, Zhi Fēng permanecia calmo e confiante de que tudo se resolveria. O fato de não permitir que o guardião agisse era uma prova disso. Diante dessa confiança, Eian não teve escolha senão baixar a guarda e voltar a se acomodar no banco. Mesmo assim, sua mão permanecia próxima à bainha, pronta para agir se necessário.

— Alaric, já ouviu falar do torneio que acontecerá na capital imperial? — Ele semicerrou os olhos, inclinando-se em direção ao jovem com um leve sorriso nos lábios. — Tem alguma informação sobre os organizadores, os participantes e, o mais importante, os prêmios em jogo?

Alaric recuou ligeiramente, sentindo o rosto de Zhi Fēng muito próximo ao seu. Então, arqueou uma sobrancelha, meio confuso sobre a conexão entre os assuntos.

— Onde quer chegar com isso? Isso não explica por que organizaram uma caçada contra mim.

— Tudo começará a fazer sentido. O torneio está sendo organizado pela casa imperial, o que significa que o imperador está diretamente envolvido. — Ainda sorrindo, Zhi Fēng endireitou-se e pegou sua caneca, apontando para Alaric com ela. — Os oito grandes clãs foram encarregados de encontrar os participantes, seus campeões.

Depois de falar por um tempo, Zhi Fēng sentiu a garganta ficar seca e deu um gole na bebida, fazendo Eian Liu torcer o rosto, mas não disse nada. Alaric começou a juntar os pontos e chegou a uma conclusão.

— Hmmmm, me deixe adivinhar…. eu sou o campeão que você escolheu?

— Perspicaz da sua parte, está correto. — Ele não parecia mais tão hesitante, talvez devido ao efeito do álcool no sangue. — Ouvi falar de um jovem com muitos feitos de força e decidi testá-lo...

— Mandando bandidos para me atacar... — Alaric suspirou profundamente, desacreditado com tamanha ousadia. — Tinha maneiras menos extremas de testar minha força, sabia?

— Qualquer outro método seria artificial demais. Situações reais nos fazem usar nossas verdadeiras forças. — Ao falar, olhou para o próprio pulso, onde havia uma enorme cicatriz, pareceu ficar abatido por alguns segundos, até voltar a atenção para Alaric, que disse:

— Todo esse trabalho para uma só resposta… — Alaric levou a caneca à boca e, num só gole, a virou inteira, deixando os dois que assistiram boquiabertos. Ao terminar, bateu-a no balcão. — Não irei participar de torneio algum.

Parecia um xeque-mate; no fim, tudo estava nas mãos de Alaric, já que não podiam nem teriam capacidade de forçá-lo. No entanto, o semblante de Zhi Fēng sugeria algo mais. Ele colocou a caneca com cuidado sobre o balcão, envolvendo-a com as duas mãos enquanto observava o líquido ondular, perdido em seu próprio reflexo.

— Nem mesmo se eu garantir que você ficará com todos os prêmios?

— Não me interessa — respondeu Alaric, erguendo-se e deixando algumas moedas sobre o balcão. — Chen! O dinheiro está aqui. — Seu olhar desceu até Zhi Fēng, ainda absorto na contemplação do líquido, e se estreitou. — E quanto a você, não ouse tentar me atacar novamente.

Com o aviso dado, Alaric se pôs a sair. Mesmo que ficasse com todos os prêmios, nada poderia valer seu tempo, o tempo que ele usaria para buscar força, para conseguir finalmente a vingança que tanto sonhou.

— Não há nada que você deseje? — iniciou Zhi Fēng, sentido Alaric a afastar-se. — Status? Dinheiro? Ou... Poder? — Alaric congelou, e o jovem o olhou de soslaio, confiante. — Sabia, Alaric, que os prêmios são verdadeiramente especiais? Alguns diriam divinos, e entre eles há aqueles que poderiam conceder-lhe grande poder…

Alaric permaneceu imóvel, a saída já não estava distante. Bastava abrir as portas e ir embora, e tudo acabaria. No entanto, por que então ele se virou? E por que optou por se sentar novamente no banco? As respostas escapavam-lhe, e com certeza, ele iria se arrepender no futuro.

— Você tem dois minutos — proferiu Alaric, fixando seu olhar à frente.

— Bem, serei breve. Há muitos prêmios, alguns ainda ocultos e outros de natureza, no mínimo, peculiar. No entanto, há um em particular que todos já ouviram falar: o "Coração de Buda".

— Coração de Buda? E o que seria isso? — indagou Alaric, seu interesse agora despertado, mas ainda assim, mantendo o olhar fixo adiante.

— Como o próprio nome sugere, é o coração de um ser humano que transcendeu seu corpo mortal, ascendendo ao status de divindade.

Zhi Fēng, ainda com as mãos ainda apoiadas na caneca sobre o balcão, observou o próprio reflexo no líquido, esboçando um singelo sorriso. Eian Liu parecia mais calmo também, vendo que as coisas estavam se encaminhando bem. Até bebeu mais alguns goles da própria bebida. 

— Bom, o que eu faria com um coração? O que isso tem a ver com poder? — Alaric começou a franzir a testa, visivelmente irritado com toda aquela conversa enrolada, que não parecia levar a lugar algum.

— Bem, pelo que ouvi dizer, o coração de Buda é mais resistente do que o de um humano comum. Quase imortal. — Zhi Fēng retirou uma das mãos da caneca e levou-a aos lábios. — ...Não se cansa, não sofre paradas cardíacas... alguns acreditam que ele prolonga a vida e aumenta o poder.

Os olhos de Alaric se arregalaram por um momento, mas ele rapidamente se recompôs, evitando demonstrar muito interesse. No entanto, se aquilo fosse verdade, poderia ser a solução para a habilidade "Estrela Divina", permitindo finalmente a ativação de mais de uma estrela sem preocupações com o coração frágil de um ser humano, como o dele.

Contudo, mesmo que os olhos permaneceram arregalados por breves instantes, tão rápido que uma pessoa comum não perceberia, Zhi Fēng percebeu. Sua perspicácia notou aquela breve surpresa. Com a tarefa concluída, ele ergueu-se, e seu hanfu ondulou graciosamente com o movimento, como se dançasse ao ritmo de sua aparente vitória. Logo após, o guardião também se ergueu.

— Parece que nossos negócios estão concluídos por enquanto. Aguardarei sua resposta. Quando tiver uma, siga o assobio do vento e me encontrará... — Ele retirou algumas moedas, discretamente ocultas em suas vestes, e as depositou com leveza sobre o balcão. — Ah, e por favor, transmita meus cumprimentos ao proprietário. Sua cerveja é nada menos que magnífica.

Com um movimento decidido, se virou e partiu, seus passos ressoando no chão de pedra enquanto avançava até a saída. Eian Liu, o guardião, seguiu seus passos, logo atrás, ecoando o ritmo de seu mestre. Enquanto isso, Alaric continuava a observar o nada, com um misto de perplexidade e reflexão, perdido em seus próprios pensamentos.

 

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Do lado de fora, afastados da agitação da taverna, Zhi Fēng e Eian Liu encontravam-se escondidos atrás de uma casa, buscando segurança longe de olhares curiosos. O jovem mestre estava com as mãos apoiadas nos joelhos, respirando pesadamente, enquanto Eian, o guardião, o observava com atenção, pronto para oferecer apoio.

— …Como você acha que me saí… Eian? — A imponência e confiança na voz de Zhi Fēng haviam desaparecido completamente, substituídas por uma ansiedade evidente.

— Você superou todas as expectativas, jovem mestre — respondeu Eian, com um sorriso orgulhoso iluminando seu rosto.

— Que alívio… — Ele fechou os olhos, expirando lentamente todo o ar de seus pulmões. — Espero que tudo dê certo… Não quero passar por outra conversa tão tensa com aquele cara… ele é assustador…

Zhi Fēng endireitou-se, inspirando profunda e lentamente todo ar para acalmar seus nervos, relaxando os músculos tensos.

— Aquele rapaz... Ele deve ter sofrido muito... — A expressão de Eian começou a se desfazer em compaixão, sentindo a dor que Alaric carregava consigo.

— É por isso que precisei mostrar confiança... — o jovem levou a mão à cabeça, sentindo-se tonto. — A bebida ajudou nisso... nunca me senti tão confiante na vida... Mas agora...

— Vamos voltar para o acampamento, jovem mestre.

Zhi Fēng concordou, e os dois começaram a se dirigir para a floresta, acompanhados pela luz da lua cheia. No fim, talvez tenham conseguido algo, talvez tenham encontrado um campeão.



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