Volume 1
Capítulo 15: Rainha do gelo
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Lanius: Área de pouso
No pátio da colônia espacial clandestina de Lanius, buscávamos naves quando nos deparamos com um problema literalmente gigantesco.
Fui de encontro ao peito maciço de Big Typhon, um antigo conhecido que, ironicamente, havia ajudado a capturá-lo. Ele era um homem de proporções colossais, careca e com um olhar sombrio. Sua barriga avantajada e seu corpo volumoso exalavam uma aura de imponência e falta de exercícios. Vestia uma camiseta cinza com a inscrição "I love violence", o que deixava claro que ele era alguém ao qual você não queria por perto, e tinha péssimo senso de moda, além da camiseta horrível, ele usava um shorts preto e luvas abertas da mesma cor.
— Big Typhon, faz um tempo desde que nos encontramos, mas preciso seguir meu caminho — Tentei contornar a situação, mas fui interrompido por sua mão em meu ombro, que parecia pesar uma tonelada…
— O que foi, Ezekiel? Temos algumas pendências para resolver — ele pressionou sua mão contra meu ombro com firmeza. — Afinal, graças a você, passei cinco anos atrás das grades...
"Só cinco anos?" Pensei comigo mesmo. Ele tinha cometido crimes muito graves, abomináveis, e mesmo assim, ficou apenas cinco anos na prisão. A justiça realmente deixava a desejar.
— É melhor você tirar a mão dele… — Poul interveio, tocando o antebraço esticado de Typhon com uma pressão significativa. — A menos que queira sentir sua carne gorda queimar...
O olhar perplexo de Typhon encontrou o de Poul, e ele expressou um sorriso desagradável.
— Se eu fosse você, ouviria ele, Big Typhon — acrescentei, sorrindo com confiança. — Você tem muita gordura para queimar, mas não desse jeito…
— Vocês estão se achando demais... — Seu olhar vagou até Suzuhara ao meu lado, e um sorriso malicioso brotou naqueles lábios nojentos. — Vou acabar com vocês e pegá-la como troféu... um belo troféu...
O olhar de Poul tornou-se incandescente, sua mão apertando o braço de cara com uma força que parecia esmagadora. Seus olhos alaranjados brilhavam intensamente, enquanto o cheiro de carne grelhada impregnava o ar.
— Aaaaah! — Poul estava aumentando a temperatura na palma que estava agarrada ao antebraço. — Seu merdinha!
Ele me soltou, desferindo uma mãozada na direção de Poul, que cruzou os braços para se defender. Ao ser golpeado, um estalo seco ecoou, o fazendo voar alguns metros, colidindo-se com uma nave. A nave recuou com o impacto, a área onde ele bateu foi amassada, e seu corpo caiu no chão, sentando.
Big Typhon era verdadeiramente uma mutante com uma força excepcional. Lancei minhas mãos ao chão, desferindo um coice em sua barriga, no entanto, senti sua gordura se movendo sob o impacto. E, ele me agarrou pela perna, se fosse uma perna comum, os ossos teriam se partido. De um instante para o outro, ele começou a girar, comigo ainda em suas mãos. Avistei a nave com Poul caído, e então giramos de volta. Na terceira volta, Typhon abriu a mão, arremessando-me para longe.
"Estou em apuros..." Vi o chão se afastando e me preparei para a dolorosa queda, mas como uma miragem, vi uma estrutura de gelo se erguendo na direção em que eu cairia. No topo, uma mulher agachada moldava o gelo, e quando me aproximei, ela me agarrou.
— Sofia... — Senti uma onda de alívio ao vê-la, mas sabia que precisava de sua ajuda para outra coisa. — Precisamos lidar com o Big Typhon...
— Eu sei — ela respondeu, segurando-me delicadamente enquanto olhava para a frente. Com leveza, ela pisou na estrutura de gelo que criara, e um caminho congelado começou a se formar até onde estávamos antes. — Desta vez, sou eu quem te segura no colo…
Sorri para ela, mas por dentro estava em choque; nunca a vi agir assim. Claro, a vi derramar uma ou duas lágrimas e ter algumas outras reações, mas agora ela estava até fazendo certas piadas, obviamente do jeito dela. Mas já era um avanço.
"Que controle incrível sobre o gelo..." Era de outro mundo o tipo de controle que ela tinha. Estava criando um caminho de gelo no céu, usando os pés como se fosse a coisa mais natural do mundo. Em segundos, estávamos próximos do nosso algoz, e ela começou a pisar no ar, formando degraus abaixo de seus pés a cada passo, até estarmos no chão.
Ela me colocou no chão e encarou Big Typhon. Ele a encarou de volta, com um sorriso convencido.
— Acha que uma mulher vai me vencer? — Ele me olhou com desdém. — Está brincando, né? Hahaha!
— Sabe, você deveria ter mais medo das mulheres da minha tripulação do que dos homens... — Respondi, com um sorriso confiante. Não estava mentindo; as mulheres da tripulação eram assustadoras e muito, mas muito fortes.
— Pare de falar besteira! — Ele avançou na direção de Sofia, punho pronto para desferir um soco poderoso. — Essa garota de cabelos prateados será a primeira a beijar meus pés!
Sofia ouviu o insulto e manteve sua expressão impassível. Ao ver o punho se aproximando, ela ergueu a mão e, Typhon desferiu o soco, mas com a mão erguida, Sofia congelou o punho dele.
— O que você... — E com um soco poderoso, estilhaçou o punho congelado em milhares de pedaços. — Aaaa-
Ela colocou a mão ao lado do pescoço dele, e sem piedade, congelou suas cordas vocais. Com um sorriso sádico, moveu a mesma mão com força, atingindo sua garganta e estilhaçando as cordas vocais. Ele agarrou o pescoço, apavorado, recuando desengonçado.
— Nunca mais irás proferir tamanhas asneiras ou insultar outra mulher — declarou ela, avançando com passos decididos em direção a ele. Ele recuava com crescente temor, enquanto ela se aproximava cada vez mais, sua determinação brilhando nos olhos. Com um movimento rápido e certeiro, desferiu um golpe devastador, atingindo-o em cheio nas partes sensíveis. — Nem fazer o que costumava fazer com as mulheres que sequestrava.
Sem hesitação, ela manteve seu punho firme, encarando-o com firmeza enquanto ele implorava por clemência. Mas ela não era indulgente; seu poder gelado irrompeu de sua mão, congelando instantaneamente as partes suas inferiores. Com um gesto hábil, afastou seu punho e, com um peteleco, despedaçou seus órgãos genitais, fazendo-o cair no chão em agonia, incapaz de emitir um grito sequer.
Ela o observava de cima, como uma deusa contemplando um mero mortal que ousara desafiá-la. Seus cabelos prateados dançavam ao ritmo do vento, enquanto seu olhar apático percorria o local, envolvendo todos os curiosos que se atreviam a observar. Com um sopro, o vapor branco do gelo escapou de seus lábios, anunciando sua vitória.
Aproximei-me de Sofia e toquei seu ombro, observando o estrago que ela havia feito.
— Nunca vou querer te irritar... — Cocei a cabeça, sem jeito. As pessoas começavam a se dispersar, não havia mais nada para ver ali.
— Ele era o único? — Sofia voltou ao normal, ignorando minhas tentativas de fazer piadas.
Levando em conta o que ela falou, comecei a observar ao redor, procurando qualquer sinal suspeito, mas nada de anormal nos cercava, nem mesmo o cara da máfia italiana que antes nos observava. Enquanto vasculhava o local com os olhos, notei Poul se aproximando de nós, com a ajuda de Suzuhara.
"Bem que tinha notado o sumiço dela..." Poul parecia bem, embora um pouco atordoado pelo impacto. Nesse momento, lembrei-me de algo que Sofia tinha dito durante a sessão de espancamento do Big Typhon.
— Você lembra dos crimes que ele cometeu? — perguntei a ela, observando o saco de lixo no chão. — E das vítimas...
— Sim... Ainda me lembro daquelas garotinhas chorando enquanto as interrogávamos... — Foi uma pergunta tola minha; era impossível esquecer algo assim. O olhar de Sofia se estreitou enquanto observava o homem no chão. — Como alguém assim foi solto?
Olhei para ela, triste, uma revolta começou a crescer dentro de mim. Passei a mão pela boca, abaixo do nariz, tentando encontrar uma resposta, mas nem eu mesmo sabia por que ele havia sido solto. Então, simplesmente a encarei, sem ter o que dizer.
— Também não sei... O que está acontecendo com a justiça em Londres? — indaguei, perplexo. — Bom, ele nunca mais vai poder fazer isso novamente...
— Uma pena que isso não muda nada para as vítimas — lamentou Sofia, baixando o olhar.
Ela tinha razão, as vítimas iriam ficar marcadas pelo resto da vida... As garotinhas eram tão novas na época, agora deviam ter seus dezessete anos. E ele já estava solto...
— Sofia, devemos...? — Meu olhar já dizia o que queria falar, sem soltar uma sílaba.
— A morte seria um presente para ele — afirmou ela, fitando-o de cima com um tom apático e frio. — Ele já estava inválido, sem mão, voz e seus órgãos genitais. Isso o fará sofrer enquanto ainda vivo, e talvez alguém lhe dê o alívio da morte.
Sofia falou com uma determinação fria, como se estivesse decidindo o destino de um mero objeto, não de um ser humano, e talvez Big typhon realmente já não fosse um ser humano.
— Esse cara tinha o soco forte... — Ele massageava seus antebraços onde recebera o impacto. — Agora não tem mais a mão...
— Sofia-san, você é incrível! — Ela falava com admiração nos olhos. — Queria ter metade da sua força...
Poul avançou, colocando-se diante de Suzuhara e segurando suas mãos com determinação.
— Não se preocupe, madame, vou treiná-la de uma forma especial...
— Sério, Poul-san!? — Ela sorriu radiante, seus olhos verdes brilhando com ansiedade. — Estou empolgada!
Sofia passou por eles, tocando levemente a nuca de Poul e congelando-a brevemente, dando-lhe um tapa em seguida.
— Ai! Ei! — Ele começou a massagear a região atingida, claramente sentindo dor. — Meu corpo quente não será afetado por esse friozinho!
— Mais respeito com ela — disse, passando por ele e acariciando os cabelos verdes de Suzuhara. — Não se deixe enganar por esse falso cavaleiro.
— Hã? — Suzuhara estava confusa, os cantos de sua boca curvaram-se para baixo, revelando sua dúvida. — O que quer dizer…?
Eu me aproximei deles, com as mãos nos bolsos, e parei diante de todos.
— Desde quando você é tão inocente, Suzuhara? — questionei, era meio óbvio o que Poul queria dizer.
Ela pareceu finalmente ter entendido, olhando-o brava, cruzando os braços e fazendo biquinho.
— Olha o que vocês fizeram! — exclamou Poul, lançando um olhar firme para Sofia. — E, o que quer dizer com "Falso cavaleiro"!?
O apelido de "Falso Cavaleiro" atingia fundo para alguém que se autodenominava "Cavaleiro das Damas". Era como uma ferida na alma, mas Sofia não se importava. Às vezes, Poul merecia mesmo. Com um gesto de desdém, ela partiu, provavelmente retornando à nave.
Continuamos nossa busca por naves para comprar, avançando alguns metros até chegarmos a uma área repleta de barracas e bancadas de vendas. O local era uma explosão de luzes neon, telas holográficas e displays de realidade aumentada.
Ali, mergulhávamos mais fundo na atmosfera cyberpunk da colônia. Pessoas com implantes cibernéticos extravagantes exibiam-se por toda parte. Meus oficiais e eu também tínhamos implantes, mas optávamos por cobri-los com uma pele sintética que imitava perfeitamente a pele humana, escondendo assim o metal.
O crepúsculo envolveu a cidade, intensificando o brilho dos neons que se destacavam em tons vibrantes de roxo e vermelho.
— Fiquem aqui, vou tentar conseguir informações — pedi, já me afastando, enquanto esperava sinceramente que eles me obedecessem.
Caminhei em direção a uma bancada repleta dos mais diversos produtos, que iam de armas a doces, em uma mistura caótica e fascinante. O brilho dos neons refletia nas embalagens, criando um espetáculo de luzes que contrastava com a crescente escuridão da noite na colônia.
Enquanto aguardava, um homem com um moicano pontiagudo vermelho e um visor escuro sobre o rosto apareceu diante de mim. Ele exibia uma arma, limpando-a com um pano branco, seus movimentos precisos e calculados.
— Chegue mais, bem-vindo à lojinha do Zero. Temos de tudo, e se não tivermos... — Ele fez um gesto em direção a dois homens postados do outro lado da rua, cujos punhos se fecharam e sorrisos sinistros se formaram em seus rostos. — ...Adquirimos, se é que me entende. A clientela da lojinha do Zero nunca sai insatisfeita!
— Estou atrás de informações — falei com determinação, e ele sorriu de forma enigmática.
— Informação... É algo valioso, você sabe. Dependendo do que estiver procurando, o preço poderá variar... — Ele se aproximou, seu olhar penetrante fixou em mim, enquanto continuava a limpar a arma com cuidado. — Então, o que deseja?
— Estou procurando informações sobre onde posso comprar naves…
— Naves, entendo. Posso providenciar algumas para você, eu mesmo... — Ele soltou a arma sobre a mesa, lançando-me um olhar inquisitivo. — Quantas serão? E mais importante, para quais serviços?
Sua maneira de falar era incisiva, típica de um vendedor habilidoso. Se ele realmente pudesse conseguir as naves para mim, seria perfeito, economizaria meu tempo e esforço. Enquanto ponderava sobre a quantidade necessária, sorri confiante, erguendo uma sobrancelha.
— O suficiente para comportar duzentas pessoas.
— Uma nave média de mais de sessenta metros seria suficiente, então... — Ele desviou o olhar brevemente, contemplando a ideia, antes de voltar sua atenção para mim. — Você deve saber que naves assim são difíceis de conseguir...
— Difícil para outras pessoas... — Respondi, mantendo meu tom confiante, enquanto estendia o dedo em camaradagem em sua direção. — Mas não para o Zero, não é?
Ele me encarou por alguns segundos, sua expressão indecifrável me deixou tenso por um momento, mas então um sorriso se formou em seus lábios.
— Gostei de você! Hahaha! — Ele fez um gesto com a mão, chamando os dois homens que estavam do outro lado da rua. — Vejam só este sujeito. Ele é um cliente especial, e como tal, será tratado como rei.
Os homens balançaram a cabeça concordando, e não sei o que havia feito, mas aparentemente consegui a simpatia daquele sujeito.
— Quando as conseguir, pode me avisar? — Quis inicialmente colocar as mãos nos bolsos, mas a presença de pessoas armadas me fez desistir, então cocei a cabeça em vez disso. — Minha nave está...
— Eu sei onde está sua nave — afirmou ele com convicção, um sorriso irônico dançando em seu rosto. — Relaxa, assim que conseguir seu pedido, mandaremos um aviso.
Ele era perspicaz, sua fala direta e afiada revelava um verdadeiro mestre nas artes da venda. Com isso em mente, lancei um último olhar para a bancada e apontei para um pote cheio de pirulitos, claramente disponíveis para venda.
— Pode me dar uns cinco?
Ele olhou na direção que eu indicava, desrosqueou a tampa do pote e retirou cinco pirulitos, entregando-os em seguida.
— Ex-fumante? — ele indagou, soltando os pirulitos em minha mão.
— Talvez — Respondi, guardando-os no bolso e me preparando para sair, mas antes, decidi lançar-lhe uma última pergunta: — Preciso saber de uma última coisa. Onde posso encontrar Flaco?
Um breve silêncio pairou no ar após minhas palavras, enquanto as luzes neon iluminavam meu corpo e a noite caía sobre nós.
— Você não vai encontrar o Flaco por aí; é ele quem chama as pessoas até ele. Mas posso te dizer que os homens dele costumam perambular pelo centro da colônia.
— Vou guardar essa informação para quando for pagar pelas naves — respondi, colocando uma mão no bolso e me preparando para partir. Com um gesto casual, acenei para trás com a outra mão. — Afinal, informações como essas têm seu preço, não é mesmo?
Embora não tenha visto seu rosto. Imagino que um sorriso brilhante tenha se iluminado em sua face. Ao me aproximar de Poul e Suzuhara, percebi que eles obedeceram e ficaram à espera.
— Dubois? Há quanto tempo, cara! — uma voz alegre ecoou.
Enquanto avançava, observei alguns homens cumprimentando Poul à medida que passavam por ele, exibindo rostos animados e sorrisos nostálgicos. Poul, por sua vez, parecia desconfortável, forçando um sorriso que não alcançava seus olhos. Cheguei ao seu lado e toquei seu ombro.
— Você é famoso por aqui, né? — murmurei, mantendo uma expressão serena enquanto o observava.
— Mais do que eu gostaria. O passado nunca pode ser apagado — ele respondeu, abaixando a cabeça e massageando as sobrancelhas. — Infelizmente…
O peso do passado era algo que podíamos tentar ignorar, mas jamais apagar; estava entranhado na linha irrevogável do tempo. Restava-nos apenas conviver com ele ou tentar fugir para longe. No entanto, o passado sempre encontraria uma maneira de nos alcançar, e o de Poul era um labirinto complexo e grande demais para ser evitado com facilidade.
— Bom, agora que já resolvemos o problema das naves — começou Suzuhara, tentando desviar o foco do clima tenso que pairava sobre nós. — Vamos atrás de suprimentos!
Olhei ao redor, observando além da fina névoa branca que pairava no ar, iluminada pelos intensos tons de vermelho e roxo dos letreiros de neon. As pessoas, cada vez mais modificadas pela tecnologia cibernética, moviam-se pelas ruas agitadas da colônia.
À medida que nos afastávamos da área do pátio das naves, adentrando na região de vendas, seguindo uma rua que se estendia em linha reta em direção ao centro da colônia, ficava evidente a atmosfera sombria e caótica que permeava as ruas. O piche sob nossos pés contrastava com os emaranhados de fios elétricos suspensos no ar, criando um cenário urbano desolador.
Nesse labirinto de ruas, ocultava-se uma miríade de perigos, principalmente envolvendo grupos armados como máfias e gangues.
— Precisamos encontrar o Flaco. Ele deve ser capaz de nos fornecer os suprimentos necessários — afirmei, observando-a
A expressão dela ao ouvir, tornou-se temerosa, como se algo a enchesse de ansiedade e, talvez, pavor.
— Vamos nos envolver com uma gangue…? — indagou ela, com sua voz carregada de receio.
— Se não quiser ir, não precisa, Suzuhara — respondi, e notei seu olhar baixar momentaneamente antes de se erguer novamente.
— Eu vou com vocês! — disse, abrindo um sorriso simpático. Seus olhos, quase fechados, transbordavam determinação. — Afinal, estou com vocês dois. Não tenho motivo para temer!
Com isso, continuamos nossa caminhada pelas ruas sinuosas da colônia espacial, as luzes dos neons piscando acima de nós, criando um ambiente surreal. Esperávamos ansiosos que o grupo de Flaco nos encontrasse e nos guiasse até ele, adentrando cada vez mais no coração pulsante dessa sociedade distópica. Nossa aventura nessa colônia, cheia de perigos, ainda estava longe de chegar ao fim…