Volume 8
Capítulo 19: Um Labirinto Murchando
— Por que... humanos precisam lutar uns contra os outros...
O oitavo andar subterrâneo.
Com o andar da caverna sendo submerso em água, o espaço havia ficado como canais subterrâneos
Eu me sentava na proa do bote-Portador, enquanto distraidamente encarava o vazio.
Eu girava as rodas d’água em seus lados e avançava. Afixado à sua traseira por uma corda, eu puxava outra embarcação.
Dentro da luz trêmula da lanterna do barco, eu fazia uma expressão desanimada, e mais ainda...
— ... Por que humanos precisam repetir seus erros repetidamente...
Quando falei isso, ouvi uma voz risonha da Joia.
Era o Quarto.
『Não, dessa vez foi uma bomba e tanto, sr. lyle. Oh, quero dizer, Lyle!』
Pendurei minha cabeça, e tomei uma postura com o arco normal em mãos.
Após lentamente me levantar no convés, peguei uma flecha da minha aljava.
Da beira-mar diante de mim, um Sahuagin saltou. Quando fiz minha mira e disparei minha flecha, ela atravessou sua cabeça, e lançou o monstro em queda para a água.
Isso foi acompanhado por um espirro que sacudiu o barco.
Me sentei de novo, e continuei propelindo o bote, enquanto Miranda, sentada atrás de mim desenrolava os fios de seus cinco dedos, e puxava o corpo do Sahuagin boiante da água.
Ela segurava uma adaga em sua mão direita, enquanto levantava seu corpo com a esquerda, e recuperava apenas as Pedra Mágicas do monstro perfurado.
Sem remover mais nada, ela o jogou de lado.
A Skill da Miranda 【Arame】 era uma que lhe permitia enviar fios de Mana da ponta de seus dedos. Mas não dava para dizer que isso era tudo.
Acima de tudo, ao regular a finura dos fios e sua força, ela era capaz de rasgar monstros em pedaços.
Quando ela se tornou capaz de usar uma Skill? O meu eu atual não estava no clima para fazer uma pergunta dessas no momento.
Eu podia apenas fitar de modo vago a água.
De dentro da Joia, o Sexto observava meu estado.
『Lyle, você parece bastante deprimido dessa vez, mas... você não vai receber consolo nenhum de mim.』
(Você raramente faz isso para início de conversa. Especialmente depois de rir tanto das minhas altas de Crescimento, você foi o primeiro a me provocar quando eu recuperei minha sanidade... só porque eu causei um pouquinho de problema pra ele, não precisava fazer isso.)
Eu só recuperei minha sanidade na manhã, após gastar um dia inteiro naquele estado.
Eu abri meus olhos, rezando que tudo tivesse sido um sonho, só para a Mônica me receber com um rosto desapontado. ‘Então seu momento febril chegou a um fim. Quantos meses até o próximo, me pergunto’.
Ouvindo isso, pude inferir que afinal não estive sonhando.
A Alette-san ainda estava fugindo de mim com um rosto tingido de vermelho brilhante.
Tocando seus lábios ocasionalmente, a Aria soltava um suspiro com uma expressão inadequada à sua disposição normal.
O rosto da Clara ficava vermelho até as orelhas sempre que me via.
A Eva me dizendo que estava aguardando pela minha confissão.
A Shannon me encarando penetrantemente.
A May se enchia nas barracas de comida como sempre. Mas veio e me entregou um único espetinho.
E o sorriso da Novem era mais refrescante e belo que o normal. Eu manterei isso apenas para mim, que essa atmosfera refrescante me parecia um pouco assustadora.
E por último, a Miranda atrás de mim estava rindo enquanto levava sua mão à boca.
— Lyle, eu me resolvi hoje, então está tudo bem se eu me enfiar na sua cama, não está? Você prometeu me explicar várias coisas, afinal.
Meus ombros estremeceram, e eu embaraçosamente me virei para ela.
— H-hoje não é um bom momento. Mais que isso, hm... bem...
A Miranda deveria entender tudo acontecendo, mesmo assim veio me provocar.
— Mesmo depois de você dizer que me faria feliz~?
“Uguh!”
Minhas orelhas estavam quentes de vergonha, e dei fim à conversa ao me virar para a frente.
Vendo o meu comportamento, a Miranda parecia estar se divertindo.
De dentro da Joia, o Quinto:
『Mas dessa vez as coisas prosseguiram bem. Você recebeu os benefícios de um crescimento, e o grupo está parecendo melhor que antes.』
Amarrando cordas a outros botes e jangadas, nós havíamos aceitado a tarefa de puxar coisas através do oitavo andar submerso.
Pessoas, bens, carregar tais coisas de ponto A até ponto B era nosso atual trabalho. Havia uma razão para isso. Tendo experimentado a falsa batalha real na Joia — começando com a Clara — as que ficaram para trás na batalha contra o chefe haviam começado a passar por Crescimentos.
Clara, Shannon, Eva. A May não mostrava os sinais, mas de qualquer jeito, com a maioria de nossos membros tendo passado por Crescimentos, decidimos nos acostumar com nossas especificações elevadas por um tempo.
Após passar por aquela Batalha Real, apesar de algum ressentimento ainda existir entre membros do grupo, elas emanavam uma sensação de que o assunto estava resolvido por enquanto.
Eu relembrei como todas com exceção da Shannon pareciam tão revigoradas depois.
Agora quanto a Shannon. Ela estava na parte mais traseira da popa, me encarando de modo penetrante.
A Miranda falou, irritada:
— Já chega disso, Shannon. Sinto muito por deixar você ser arrastada, mas eu estava de mãos cheias cuidando de mim mesma. E já que você superou isso, não acha que já é hora de você começar a acumular algumas habilidades próprias?
A Shannon seria deixada sozinha na superfície, então não pudemos deixar de trazê-la junto. Entretanto, ela insistiu que participaria do serviço de transporte.
Ela me olhava:
— O Lyle não sabe de nada! Eu não tenho palavras para descrever! Isso não é uma coisa tão tépida quanto ser puxada para uma baguncinha, tá ouvindo! Aquilo foi o inferno! Caos! Largando uma garotinha nas chamas do inferno, e então acordando ela com um sorriso!?
(Aquilo não fui eu. Apesar de quem fez isso definitivamente ter sido eu, aquilo não era eu!)
Eu não conseguia entender aonde eu estava tentando chegar comigo mesmo.
Mas aquele estado não era normal.
Talvez fosse mais preciso chamar de estupor. Uma sensação de que você pode realizar qualquer coisa, que desencaminhava o julgamento e pensamentos da pessoa.
Como resultado, acabei beijando todo mundo...
Eu me pus de joelhos.
— ... Posso apenas dizer que sinto muito.
Quando falei isso, a Miranda:
— Ah~, a Shannon fez o Lyle chorar~.
Quando a Miranda fez pilhéria, sua irmã Shannon começou a balançar seus braços. Por causa disso, o bote começou a sacudir.
— Sou eu quem quer chorar aqui! Depois daquilo, todo mundo parecia estar fazendo uma cara revigorada, mas... isso é definitivamente anormal!
Miranda esfregou seu cabelo, enquanto se sentava com as pernas cruzadas.
— Você deveria tentar bater em alguém algum dia. Isso sopra pra longe suas queixas diárias, sabia? Você tem alguém em mente que gostaria de bater?
Nisso, a Shannon falou muito ousadamente:
— Uma vez é o bastante. Onee-sama, eu gostaria de te esbofetear toda.
E por ter dito uma coisa dessas, a Miranda sorriu, e estendeu sua mão à cabeça da Shannon. Ela colocou sua palma nela, e continuou a sorrir.
“Ai! Isso dói, Onee-sama!
Ela começou a apertar forte o bastante para produzir rangidos.
O Sétimo:
『É por ela dizer coisas desnecessárias que sempre acaba assim. Mas para essas garotas, algo desse nível ainda é afeição, tenho certeza.』
Ouvindo isso, o Terceiro...
『Ela parecia verdadeiramente feliz quando você a beijou. Que bom, não é, Lyle? Você está arrumando mais esposas a cada minuto. Mais importante, você está planejando direito como realizar aquela confissão por conta própria, não é? Estou esperando grandes coisas de você, então pense em algo esperto.』
Não havia uma única pessoa para me confortar.
Por causa daquela tempestade de sangue que eles tiveram que testemunhar calados, os ancestrais estavam assumindo uma atitude fria comigo.
Enquanto eu soltava um suspiro, o ponto de destino apareceu em vista.
A sala do chefe do oitavo andar.
Eu trouxe a bagagem para o pedaço de terra lá. Havia várias luzes preparadas, e era um espaço usado como base temporária por aqueles desafiando o nono andar.
Novem e as outras estavam no aguardo lá. Aria e Clara, Eva e Mônica, e a Mônica estavam realizando trabalhos em volta da base temporária.
Nós havíamos trazido o portador, encaixotamos e etiquetamos as pedras Mágicas e materiais coletados por outros grupos, e os carregamos.
A seguir, coletamos materiais e pedras próprias enquanto retornávamos, e transportávamos via barco os grupos retornando para a entrada do oitavo andar.
Quando nos aproximamos, a Eva assentiu com sua mão.
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... Décimo subsolo.
Na sala do chefe, o grupo encabeçado pela Alette confrontava o Chefe.
Cavaleiros com protetores de metal por seus corpos cercavam a cobra gigante enquanto usavam suas armas para cortá-la.
Protegida por duras escamas, os olhos da cobra emanavam uma luz vermelha nas trevas. Ela contraiu seu corpo por um momento, e usou o recuo para se lançar ao alto; flutuando por um tempo e abrindo sua enorme boca enquanto caía de volta do céu.
Sua mira era naquela dando ordens: Alette.
Alette puxou a longa espada em suas costas, e murmurou:
— Puxa vida... 【Aerolâmina】
Quando ela ativou uma Skill, vento começou a escapar da enorme espada de duas mãos. Enquanto o vento soprava pela sala, seus subordinados se distanciaram do monstro.
— Para trás! A capitã está usando uma Skill!
Seu ajudante fez todos recuarem, e observou a Alette enquanto ela estava prestes a ser engolida. Sua expressão sob o elmo não tinha o menor pedaço de impaciência.
O monstro fechou sua boca com a mulher dentro, mas...
— Acabou.
Quando o ajudante disse isso, sangue espirrou dos olhos da cobra.
E um corte vertical começou a correr por seu corpo, partindo a fera ao meio.
Sangue de monstro voou pela área, mas os Cavaleiros encharcados nele levantaram seus punhos ao céu, e deram berros de alegria.
Segurando sua espada em uma mão, Alette a balançou antes de retorná-la à sua bainha nas costas dela.
Caminhando de volta ao seu ajudante, ela foi cercada por seus homens.
E os suportes em aguardo por perto enxamearam para desmontar o cadáver.
Removendo seu elmo, Alette ofereceu uma palavra:
— Eu gostaria que meus homens houvessem o derrotado, mas talvez tenha sido prudente demais.
O ajudante:
— Ainda é cedo demais: Acredito que derrubar aquele dali ainda seria uma tarefa dura para novos recrutas. Em alguns meses, uma parte deles vai retornar para o país, então eu também gostaria de fazê-los derrotar o chefe e ganharem alguma confiança, mas isso não terá sentido se eles morrerem no processo.
Alette planejava deixar o assunto aos seus subordinados, mas como havia sido um inimigo mais problemático que o esperado, ela foi forçada a levantar sua mão.
A câmara mais profunda.
Com a derrota do chefe, a atmosfera no Labirinto mudou.
Como havia perdido seu ar sufocante característico, Alette olhou em volta.
— Parece que começou a murchar. Não acho que vá colapsar antes de conseguirmos sair, mas não há absolutos. Vamos nos apressar e coletar as Pedras Mágicas e materiais, colocar nossas mãos no tesouro, e partir.
Quando ela deu essas ordens, seu ajudante partiu para dar instruções mais detalhadas.
Seu subordinado que havia confirmado o tesouro correu até ela.
— Capitã! O tesouro é...
— O que aconteceu? Era ouro? Então trazer de volta ao país vai aliviar os problemas financeiros um pouco...
De seu rosto usado para brincar com o homem, sua face mudou para séria.
— ... O que você achou?
Talvez buscando pelas palavras certas, a boca do Cavaleiro abriu e fechou. E após ter estabilizado sua respiração, ele reportou o tesouro que havia aparecido.
— É mithril! Além do mais, considerando a quantidade, não é algo apropriado para esse Labirinto!
(Em uma hora dessas, por que é que tinha que ser logo mithril entre todas as coisas!?)
Enquanto Alette escutava o relatório de seu subordinado, sua cabeça começou a doer...
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Em volta da entrada do oitavo andar, eu pude instantaneamente dizer que a atmosfera havia mudado.
Mudanças repentinas começaram a brotar na Skill do Quinto, 【Mapa】.
Os movimentos de monstros inimigos desapareceram da 【Busca】 do Sexto.
Me levantei de minha postura sentada, e parece que a Miranda também havia notado.
— O ar mudou. De certo modo, ficou quieto.
Mônica olhava para as nossas ações.
— Há alguns tremores peculiares. E algumas salas desmoronaram. É como se o espaço estivesse se contraindo... então isso é um Labirinto.
Clara levantou seus óculos com seu dedo indicador e corrigiu a posição deles, enquanto pegava seu cajado.
— Entrei em um Labirinto algumas vezes, mas essa é a primeira vez que estou experimentando o murchar de um.
Murchar... quando um aventureiro completava um Labirinto, e os monstros e tesouros desapareciam, isso era referido como murchar.
Variava enormemente de acordo com o próprio Labirinto, mas havia vezes que as salas desprovidas de pessoas começariam a entrar em colapso. E no caminho de volta, não importando quantas dezenas de andares você houvesse descido, era relatado que as pessoas podiam se encontrar repentinamente de volta na entrada.
A Shannon olhou para a superfície da água, e exclamou:
— Ah! O nível da água está cain... e se foi.
A água secou, e o bote caiu liso no chão.
Para os barcos em volta era basicamente a mesma coisa.
Eu falei para Novem:
— ... Nós estaremos recuando mais cedo do que pensei. Comece a carregar a bagagem no Portador.
Nisso, a Novem:
— Nós já terminamos essas preparações quando o grupo da Alette-san partiu para enfrentar o chefe. Devemos começar a nos mover imediatamente?
Eu assenti. Esperar pelo grupo dela aqui não teria significado nenhum.
Seria mais produtivo fazer os preparos para recebê-los do lado de fora.
— Sim, partiremos imediatamente. A estrada de volta está segura. Nenhum monstro. Vamos para fora, e fazer as preparações para retornar.
O mundo acima agora era uma cidade completa.
Não havia necessidade nenhuma de retorná-la ao estado em que a encontramos, então tudo o que precisávamos fazer era a viagem de volta para Beim.
(Então agora participamos em uma Subjugação de Labirinto, mas os ganhos foram muito maiores que o esperado. Usaremos esses fundos para reunir informação e equipamento, eu acho.)
Eu também amontoei algumas memórias que não desejava relembrar, mas por enquanto, vamos apenas dizer que cumpri meu objetivo, e encerrar o dia. Quando retornarmos para Beim, precisarei de algum tempo sozinho.
Eu preciso de algum tempo.
Tempo para curar as feridas do meu coração...
A Novem olhou para mim com um sorriso forçado.
— Hm, não acho que você precisa se encurralar assim. É algo que todo mundo experimenta, e mais ou menos, todos passam por falhas durante isso.
Da Joia, o Terceiro soltou sua voz.
『A Novem-chan realmente é bondosa. Mas as falhas do Lyle, ou talvez as ações do sr. lyle, estavam certas de certo modo. Lyle, você deveria se esforçar para ter esse nível de dinamismo em base regular.』
Definitivamente não.
Eu sacudi minha cabeça, e falei para a Novem:
— ... Se eu pudesse esquecer isso, quão feliz eu seria.
Dizendo isso, entrei em preparações para a retirada.