Volume 14
Capítulo 15: Vingança Verdadeira
O Reino de Faunbeux.
Em uma sala do castelo em sua capital, eu reunia as outras quatro, e tinha uma reunião sobre a Lianne.
— ... E essa é a situação, então parece que ela se sente consideravelmente encurralada. Mas nesse ritmo, será problemático se Faunbeux for esmagado. Alguém tem alguma boa ideia?
Com uma cara rija, Aria olhou em volta às outras membras antes de retornar seus olhos para mim.
— O quê? A Princesa está nesse estado horrível?
Eu assenti. Ela havia tomado controle de Faunbeux pelos bastidores, e estava ardendo de vingança contra Rufus e Celes. Além disso, eu também expliquei como ela praticaria tortura com alegria.
Talvez a reação da Aria fosse a natural.
— Ela está consideravelmente pressionada. Penso que também seja por sua posição ter sido horrível quando retornou também.
A Princesa abandonada por seu noivo. É verdade que com base em como se fraseie isso, podia atrair pena, mas o mundo não era sempre tão caloroso. "Não foi por haver um problema com a Lianne?" havia pessoas que pensavam assim. Não só sua família. O país e seus oficiais, e escorrendo às bordas...
No meio de tudo isso, Lianne governou o país com sua habilidade. Não, ao invés de habilidade... talvez fosse parte da natureza dela.
— Achei que ela fosse uma Princesa real, mas ela de algum modo é diferente da minha imagem. Antes, ela era bem efêmera, ou devo dizer lamentável...
Clara levantou seus óculos um pouco e falou após corrigir a postura deles.
— Não está tudo bem desde que obtenhamos a cooperação dela? Ou será que está pensando em adicionar a Lianne-san ao harém?
É verdade, se fôssemos apenas derrotar a Celes, então não haveria problema nenhum com o modo como as coisas estavam indo.
Porém, isso seria deixar uma bomba no país conhecido como Faunbeux. Era mais assustador pensar em como, após a vitória, a Lianne ficaria letárgica, e não se envolveria nas políticas da nação.
Essa terra nutrindo tanto ódio contra a Casa Walt escutaria quietamente o que o nosso lado dissesse? Se de repente perdessem seu controlador e explodissem, eu teria problemas.
— O problema é o que vem depois da vitória. Você pode rir sobre como estou pensando no depois antes de sequer termos lutado, mas essa é a parte importante. A batalha não é o final.
Clara assentiu como se aceitando. Mas.
— Nesse caso, Faunbeux precisa da Lianne-san agora. Ou talvez façamos ela nos seguir. A Casa Walt causou muito ressentimento nela, então talvez aquela lá seja difícil em um nível emocional.
Ante a declaração de Clara, o Sétimo na Joia soou embaraçado.
『Hmhm, foi uma vitória bastante esmagadora... se poderia até mesmo chamar de nossa vitória completa. Nós tomamos o Príncipe da Coroa, e uma porção de nobres importantes como reféns, e fizemos uma fortuna com o resgate. Os problemáticos morreram em batalha, então levou dez anos para eles voltaram a ficar de pé... e aqueles feitos de prisioneiros certamente se sentiram envergonhados.』
Significando que o Sexto e o Sétimo eram a causa.
Não, eu sei. Perder estava fora de questão, e eles tinham que vencer. Mas o problema era em como a vitória deles foi tão esmagadora que deixou um trauma. Por causa disso, pelos últimos anos, Faunbeux foram grudados com a reputação de serem fracos em guerras.
Se eu estivesse na posição deles, definitivamente teria rancor.
Aria fez uma expressão de conflito.
— Huh? Nesse caso, é melhor a Lianne-sama ficar em Faunbeux, não é? Desconsiderando o harém, desde que você faça Faunbeux te reconhecer, já não é o final?
A Mônica que esteve escutando silenciosamente conferiu o conteúdo dos copos diante de nós, e preparou um refil.
— Fazer tantos nos reconhecerem também seria difícil, e o problema é a fruição da vingança dela... depois da vitória, a moça galante segurando Faunbeux no lugar perdendo sua motivação. Pelo bem do futuro, que tal apenas pegar logo ela?
Refutei a opinião da Mônica.
— Bahnseim possui terras consideráveis, não é? Administrar tudo será infernal. Se possível, eu gostaria de resolver todas as questões problemáticas antes que chegue a isso.
O Quinto concordou comigo de dentro da Joia.
『Exatamente. Tomar um país é chamativo, mas tenho certeza de que tudo depois parecerá bem chato. Ou melhor, teremos que exaurir o continente também, ou isso não funcionará. Guerras além de reclamar seu território... sinto que isso não é o bastante para Faunbeux parar.』
O Terceiro era da mesma opinião.
『É uma questão profundamente enraizada. Acima de tudo, aqueles no poder são a geração traumatizada, então está tudo desnecessariamente emaranhado. Enquanto estamos nisso... por que não trocamos algumas cabeças?』
Que assustador. Ele realmente fala umas coisas assustadoras. Mas talvez uma mudança geracional seja o método correto.
Shannon tomava o chá da Mônica, parecendo um pouco perplexa.
— Ei, pelo que eu posso dizer, aquela Princesa ainda tem sentimentos pelo Príncipe, não tem? Não é por isso que ela não pode perdoá-lo?
Olhei para ela, e suspirei.
— É precisamente por isso que é tão problemático. Seu amor era profundo, então virou um ódio mais profundo.
Shannon olhou para mim, e voltou para o lado.
— E. Eu estou. Dizendo! O que eu quero dizer é, aquela Princesa vai definitivamente detestar quem quer que o mate. E nesse ritmo, não é uma Faunbeux sem ela, mas uma com ela que irá expôr suas presas.
Aria, Clara e eu olhamos para Shannon... Quando se pensa nisso, apesar de ser deplorável, Shannon tinha olhos que deixavam que ela capturasse as flutuações do coração de alguém pelo fluxo de Mana.
— ... Sério?
Transbordando de confiança, ela estufou seu peito inexistente, e assentiu.
— Hmm, os olhos desta Shannon-sama são incríveis. Ela o odeia por agora, mas ainda está profundamente apaixonada. É por isso que não consegue perdoá-lo, é isso que parece.
Aria engoliu em seco.
— Espera. Nesse caso, nosso próximo oponente seria a princesa que tomou um país por conta própria? Escuta aqui, eu realmente não entendo bastidores e essa área, mas acredito que a Lianne-sama é perigosa.
Clara agarrou minha manga com as pontas de seus dedos, e quando levantei meu rosto.
— Lyle-san... é hora do "sr. lyle". Faça a Princesa de Faunbeux se apaixonar. Ela definitivamente será problemática, aquela Princesa.
Mônica tocou seu queixo com a mão, e estendeu seu próprio ponto de vista.
— Hmm, mesmo se for lutar, ela não é do tipo que atua nas linhas de frente, mas sim se movendo nos fundos. Se o que você está dizendo é verdade, ela possui uma Skill problemática e elusiva. Não há dúvidas de que ela será problema. E muito pior que um humano usando Skills para manipular a psiquê. Com nossos membros atuais... ela pode ser um saco maior que a Ludmila. No mesmo nível que aquela megera da Novem. Não, se a fizer de clara inimiga, o nível de problema dela pode ser ainda maior. Não tem como se saber que métodos ela usará, afinal.
Shannon olhou para mim e falou:
— Aquela Princesa... é mais assustadora que a minha irmã. Não, se elas lutassem, minha irmã certamente venceria, mas não quero dizer esse tipo de assustadora... terror verdadeiro.
Então se derrotarmos a Celes, no pior dos casos, um monstro no nível da Celes nasceria. Não, era um tipo de diferente de ameaça, então eu não podia compará-las.
— ... Então o que devo fazer?
–
–
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De dentro da Joia.
Eu estendia meu braço direito ao LYLE. Ele reparava a luz azul brilhante correndo pelo meu braço enquanto fazia companhia às minhas reclamações.
『O quê? Uma Princesa assustadora dessa vez? Por que você continua puxando esses coringas? Quase todo mundo em volta de você é cheio de problemas assim.』
Dentro do quarto de memórias. O quarto em que uma vez fui confinado.
Sentado na cama, eu desviava meus olhos dele.
— ... E-elas são todas gentis comigo, então...
『Isso mesmo. Elas são gentis "com você", Lyle. Mas se você relaxar, parece que uma verdadeira batalha até a morte vai começar... oh, essa daqui também tá terrível. Como foi que ela destruiu tão completamente? Além do mais, foi abandonada por tanto tempo, é mais difícil de reparar do que eu jamais poderia ter imaginado.』
Meu fluxo de Mana rasgado em pedaços pela Celes. Tentando repará-lo, LYLE colocava uma mão nas minhas costas.
Aquela mão pequena me deu um tapinha.
『Vingança, huh. Ela não compreende verdadeira vingança. E um método que autodestrói não pode sequer ser chamado como de segunda classe. Verdadeira vingança é... uau, até aqui tá terrível.』
"Eu deveria ter te tratado mais cedo" falou ele e riu.
E se dirigiu a mim:
『... Lyle, eu falei não foi? Eu quero que você salve minha família. Agora aqui vai a questão. Para a "minha e sua" família, o que você acha que é salvar?』
Enquanto dava batidinhas nas minhas costas e perguntava, eu abaixei os olhos e respondi:
— Matá-los. Sem dor, para que não sofram mais.
Eu não podia ver que expressão ele estava fazendo. Mas tenho certeza que ele não parecia muito alegre.
『Correto. E para meus pais manipulados, esse é o maior nível de salvação que podemos oferecer. Embora haja a possibilidade de oferecer-lhes abrigo também. Mas os pais que conheço não aceitariam isso. O pai que considero como mais nobre que qualquer um. A mãe bondosa e orgulhosa. Se os dois fossem libertados da Celes, tenho certeza que escolheriam morrer. Essas são as pessoas que eles são.』
Ouvindo as palavras de LYLE, me senti triste.
— Mas eu não tenho essas memórias. Ei, você não pode devolvê-las? Eu... só tenho vagas memórias deles. Eu quero memórias da minha família. Eu quero me lembrar deles!
LYLE não respondeu. E colocou a mão nos meus dois ombros. Senti meu corpo esquentando, e após um momento de silêncio, ele abriu sua boca.
『... Me desculpa.』
— Eh?
Levantei meu rosto. Eu tentei me virar, mas com ele prendendo meus ombros, não pude olhar em volta. Mesmo se eu virasse apenas minha cabeça, ele estava de olhos baixos, e eu não podia discernir sua expressão.
『Acredito que devolver suas memórias seja a coisa certa. Eu sou as memórias seladas pela Celes que a Joia libertou apenas para esse fim. Eu sou as próprias memórias. Para pessoas, memórias são vitais. Vitais o bastante para... influenciar sua vida.』
— Se é assim... !
『É precisamente por isso!』
LYLE levantou sua voz:
『É precisamente por isso que não darei as memórias para você. Eu não quero. O que é importante para a Joia não é o atual Lyle. É o Lyle capaz de derrotar a Celes. Por essa razão, ela se harmonizou fortemente a você. Mas não é assim que deveria ser. Eu...』
LYLE retirou suas mãos dos meus ombros.
Quando me virei, o interior do quarto tinha ficado cinza, e começado a se desfazer como areia. Quando a tempestade de areia cinzenta parou, o que restou do quarto foi uma sala recriando o interior da Joia.
Em sua recriação, o Primeiro, Segundo, Quarto e Sexto sentavam-se em suas próprias cadeiras. Esse interior cinzento da Joia.
Mesmo se eu olhasse em volta, os quatro não mostravam reação a mim.
A mesa redonda se estendeu, e quando ficou como uma arena, LYLE agarrou seu sabre em sua mão direita. O sabre que tinha recebido em seu aniversário. O Sabre que eu carregava.
Uma forma de dez anos de idade. Tal ‘eu’ assumiu uma postura com seu sabre.
— ... O acordo de sempre, se eu vencer, você devolve elas, não é?
Estendendo minha mão à frente, manifestei a Katana que estive usando. Agarrando sua bainha, peguei o cabo com minha mão direita, e puxei a lâmina.
LYLE riu.
『Agora, seu tratamento acabou. No seu estado atual, deve ser capaz de soltar quatro ou cinco. Venha para cima de mim para valer. Se quer suas memórias tanto assim, então me derrote e as tome!』
Poder maior que antes entrava em meu corpo. Esse poder que eu mal podia conter estava começando a se ajustar ao meu corpo. Eu sentia aquelas linhas de luz azul correrem pelo meu corpo.
O mesmo para o LYLE. Se aproximando de mim em um instante, ele deu uma estocada com seu sabre. Mas eu agarrei sua lâmina sob minha axila, e imediatamente soltei um chute.
Rapidamente largando o sabre, LYLE saltou para o lado, e aterrissou no chão.
— Eu consigo ver!
Até aquele ponto, não era fácil de seguir, mas meus olhos podiam acompanhar a velocidade do LYLE. E quando bati a bainha em minha mão esquerda nele, ela acertou o chão e partiu parte dele.
Saltando, LYLE agarrou seu sabre e o desceu sobre mim.
O aparei com minha Katana da mão direita, deixando fagulhas voarem.
『... Próximo nível. Lyle, você ainda não entende. Você também pode usar as armas dos ancestrais desse jeito!』
O que LYLE manifestou em sua mão foi a alabarda do Sexto. Balançando-a horizontalmente, eu a recebi com a bainha. Segurando-a pelo seu cabo, tentei chutá-lo para longe, quando LYLE puxou a alabarda de volta.
A porção de machado cortou minha mão esquerda, sangue escorreu.
Lançando seu sabre para baixo, LYLE balançou a alabarda que segurava em ambas as mãos. Soltei a bainha, e quando ela acertou o chão, se despedaçou como vidro, e desapareceu.
— M-mas o quê?
『Eu falei, não foi? Você não é o único que pode usá-las. Eu também sou "Lyle Walt", sabe. Até eu posso usar as armas deles.』
A alabarda nas mãos de LYLE tinha uma aparência estranha. A forma do machado e lança, e o comprimento do cabo... tinham mudado.
Enfiei minha Katana no chão, e tentei pegar a alabarda também. O cabo com a forma que eu estava acostumado se manifestou para mim.
Lyle se aproximou, habilidosamente balançando sua alabarda. Inversamente, eu que tinha sido aproximado, fui devagar para reagir.
— Seu alcance é...
『Diferente, não é? Isso mesmo. A alabarda do Sexto pode mudar do comprimento de seu cabo à forma de sua lâmina. Por que você nunca notou?』
Ouvindo isso, tentei encurtar o cabo para contrapô-lo, mas dessa vez ele estendeu... estendendo mais de dez metros para baixo, e subindo tão alto quanto o teto da sala, lá ele mudou a alabarda ao arco.
Instantaneamente preparei as adagas do Quarto e as implantei na minha frente. As adagas giravam para traçar um círculo, mas ele não mirou suas flechas em mim, LYLE atirou em tudo mais... e quando estavam prestes a acertar o chão, elas mudaram de direção.
— Kuh!
Usei as adagas nas minhas duas mãos para derrubar algumas, mas meu braço direito e coxa esquerda foram perfurados.
『Você não dominou o arco do Segundo. Com base em como o utiliza, pode até mesmo fazer algo assim. E...』
O que LYLE agarrou foram as adagas do Quarto. Sentido ele ativar uma Skill, usei uma abruptamente também.
『... Devagar demais.』
Quando notei, as adagas prateadas tinham se enfiado por todo o meu corpo. Caindo de joelhos, as lâminas desapareceram, e os ferimentos se recuperaram.
Após conseguir me levantar de algum modo, vi o LYLE de pé sobre as adagas flutuantes. Fazendo elas de chão, e após se impulsionar para cima, ele pegou a espada gigante dessa vez. A espada que a Primeira Geração usava era uma arma especializada em destruição.
Também a preparei. Quando aquela espada enorme... aquele naco de metal se encontrou com outro, fui mandado voando.
Rolar pelo chão foi tudo o que pude conseguir para não largá-la.
LYLE apoiou a espada sobre seu ombro. Aquela criança carregava uma espada maior que seu próprio corpo, e olhava para mim.
『As Skills e as armas... você realmente é terrível em usá-las. Elas são todas tão poderosas em essência que você mal pensou em como usá-las além disso. Você realmente pretende derrotar a Celes assim? Não parece que posso devolver as memórias ainda.』
Cerrei meus dentes e me levantei. Enfiando a espada do Primeiro no chão, e ficando de pé, as memórias do Fundador estavam perto. Tive a sensação de que sua atenção estava dirigida a mim.
— Falando o que bem quer... como se pudesse entender. Minhas memórias foram roubadas, e sequer pude ter noção desse fato; eu não sabia de nada! Só causei problemas para todos em volta, e até isso não foi bastante para mim... São minhas memórias, não são!? Devolve elas!
LYLE não falou nada. Ele simplesmente abaixou a espada enorme de seu ombro, e assumiu uma postura. Sugando sua Mana, aquela lâmina ameaçadora mudou sua forma.
Eu não pude entender. Ele tinha sido feito com um objetivo de devolver minhas memórias, deve haver alguma razão para negar isso...
Mas se eu tivesse que adivinhar:
— Você só não quer desaparecer, não é? Se devolver essas memórias pra mim, não dá pra saber o que vai acontecer com você, afinal!
LYLE deu uma risada triste:
『É, isso mesmo. Isso mesmo. Até eu tenho medo de desaparecer! Então se quiser elas de volta, então tente me matar! Tente me apagar!!』
Imitando LYLE, fluí minha Mana na espada. Ela emanou uma luz azul, e sua forma mudou. Uma mudança diferente daquela do LYLE. Nós dois usamos todas as nossas Skills para dar um passo à frente.
Quando as duas espadas colidiram, um choque intenso assaltou a sala.
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