Volume 10
Prólogo
Prólogo
O Templo na capital de Zayin.
Aquele templo que diferia pouco de um castelo parecia estar cintilando quando banhado sob a luz do sol. Um céu azul se expandia, e em volta do castelo, os cidadãos da capital se reuniam.
Era um lugar que havia estado em guerra há não muito tempo. Mas agora, havia sido capaz de recuperar sua compostura.
Naquele espaço alvoroçado, os Cavaleiros Sagrados foram formalmente declarados a brigada oficial de Cavaleiros, e ao mesmo tempo, os Cavaleiros Divinos foram dissolvidos.
Como a Donzela Sagrada, Aura Zayin estava tentando construir um novo sistema de governo.
E na cerimônia, aqueles que realizaram serviços meritosos dessa vez se alinhavam.
Mas o Vice-Capitão dos Cavaleiros Sagrados, Creit-san, estava dirigindo um olhar descontente para seu lado. Onde seus olhos repousavam, Albano-san estava alinhado com uma expressão sorridente.
Os subordinados de Albano-san estavam alinhados ao lado dele, e eles estavam aqui porque seu trabalho nos bastidores foi altamente avaliado.
Tendo estado alheio ao trabalho deles, Creit-san parecia bastante irritado.
Usando uma armadura que servia apenas para manter aparências, eu adverti o Creit-san em uma voz baixa:
— Creit-san, nós estamos no meio de uma cerimônia.
Um aborrecido Creit-san olhou para frente, e me repreendeu.
— Lyle-kun, por que você convidou o Albano? Aquele lá não tem incentivo nenhum, e a lealdade dele não vale nada.
O sério Creit-san era definitivamente habilidoso. Mas se ele fosse administrar uma brigada de Cavaleiros, ele tinha a falha fatal de ser direto demais.
A fim de compensar por ele, pensei que Albano-san era uma necessidade.
— Mesmo assim, eu o convidei. E os trabalhos nos bastidores não se provarão difíceis para você? Coisas como investigações ou conferir rumores, há um bom número de trabalhos importantes que precisaremos que ele faça.
— Esse é exatamente o ponto! Deixar algo assim para aquele homem...
Durante a cerimônia, Creit-san esteve descontente do começo ao fim.
Eu estava bastante ocupado com o estabelecer da nova ordem de Zayin. Nós tínhamos poucos oficiais civis. Aqueles que tínhamos eram um grupo de novatos.
Além disso, havíamos dissolvido a Brigada de Cavaleiros Divinos, então precisaríamos formar uma nova unidade para isso.
(... Nós não temos tempo o bastante. É impossível. Se eu fosse até o fim com isso, custaria anos.)
Na Joia pendurada no meu pescoço, as Skills dos meus ancestrais estavam gravadas.
Sou grato por esses ancestrais darem seus conselhos, mas recentemente, havia algo que havia captado minha curiosidade.
(Mesmo assim, eles têm estado quietos ultimamente.)
Normalmente, eles eram mais que barulhentos o bastante, mas recentemente, a menos que eu os chamasse do meu lado, eles não responderiam.
Isso me deixava curioso, mas estava ocupado demais para perguntar as razões deles.
E eu estava tentando mover os planos para o estágio seguinte.
(Pois bem, a seguir é Selva. Os movimentos de Lorphys estão lentos, mas vai ficar tudo bem?)
Ao rapidamente obter vitória em Zayin, nós estávamos tentando alterar os objetivos de Lorphys na direção de manter um status quo.
(Hah, parece que terei que agir do meu lado.)
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Quando a cerimônia acabou, comecei imediatamente a processar documentos no meu quarto.
As pessoas me ajudando eram Novem, Miranda, Mônica e Clara. Em momentos assim, Aria e Shannon, e a Eva e a May, não eram de muita ajuda.
Uma montanha de documentos se empilhava sobre a mesa, e enquanto eu os analisava, ouvia a voz do Quarto:
『Hmm, esse daí é importante, então coloque dinheiro nisso. Oh, aquele ali não presta. Não é um erro de cálculo, foi relatado de forma errônea intencionalmente. A pessoa que elaborou esse é incompetente. Faça uma nota do nome dele, e o rebaixe. O próximo é... ah, aquele ali tem alta prioridade, mas é impossível por enquanto.』
Os documentos circulando claramente não eram coisas que eu deveria ter autoridade de ver. O trabalho relacionado a eles cobria uma ampla área, e todas as informações de Zayin estavam indo diretamente para mim.
A razão de tais trabalhos serem passados para mim... uma grave falta de pessoal.
Uma batida veio da porta. Alguns oficiais do templo entraram no meu quarto com mais outras pilhas de documentos em mãos.
Quando meu rosto se apertou enquanto olhava para os papéis, os oficiais...
— H-hm... são ordens do Sumo Sacerdote Gastone. Chamar os sacerdotes das províncias parece que vai levar mais algum tempo.
Deixei minha cabeça pender, e os direcionei a colocar suas montanhas em um canto do quarto. Após dizer a eles para levar os formulários que haviam sido processados, dei algum trabalho para a Clara.
— Clara, deixarei a triagem dos novos documentos para você.
Ela se levantou de seu assento, olhou para as novas pilhas, e fez a expressão exausta que eu estava esperando.
Uma reclamação:
— Se ao menos esses fossem livros, eu seria capaz de prosseguir sem sentir essa fadiga.
Dizendo isso, ela começou a classificar os documentos. Agora a razão de haver tantas coisas que precisavam ser ordenadas, repousava no fato de que os Sumo Sacerdotes e Sacerdotes eram todos da facção oposta.
Eu havia pensando em apreendê-los, mas o Quarto ofereceu sua opinião.
『Ah, esses caras são todos inúteis. Eles serão problema, mesmo se enviá-los para as periferias. Deporte todos.』
Foi tudo porque ele havia dito isso.
E por causa disso, Gastone-san estava passando por noites sem sono, e meu grupo estava descansando em turnos. O fato da Mônica poder processar documentos mais rápido do que eu havia antecipado foi uma salvação.
Mas eles continuavam vindo e vindo, e não éramos capazes de dar-lhes vazão mais rápido que a taxa de entrada.
Mônica sacudiu suas marias-chiquinhas em uma bagunça.
— Por que isso é analógico!? Se fossem dados, já estaria terminado agora! Se fosse digital, eu seria capaz de administrar esse país sozinha!
Eu olhei para a Mônica.
— Está ficando cansada? Você já pode descansar. Faça rotação com a Miranda.
Miranda estava tirando um cochilo no sofá, e disse à Mônica para trocar com ela. Nisso, a Mônica se levantou, e abriu ambos seus braços.
— Que atitude é essa sua!? Por favor se importe mais comigo. Eu trabalhei realmente duro! Eu trabalhei por noites para fazer aquelas fantasias e armaduras, e até modifiquei o Portador... mesmo assim você ainda me trata trivialmente! Só porque ele está sendo chamado de Cavaleiro Sagrado do Amor, o Frangote evoluiu para um tengu!
Me irritei, enquanto me levantava, e apontava para ela.
— Eu não estou sendo chamado disso porque gosto! Tudo o que eu disse foi pra você descansar se estivesse cansada, então com o que você está insatisfeita!?
Mônica falou:
— Maldição! Como que eu deveria fazer meu esplendor atravessar esse seu maldito crânio de galinha!? ... Hah, eu vou preparar um pouco de chá. Um lanche leve também.
Talvez berrar a acalmasse, já que ela deixou o quarto para preparar chá.
Enquanto ela fazia a triagem dos papéis, a Clara...
— Eu gostaria de um sanduíche.
Enquanto indiferentemente passava pelos papéis, Novem também levantou seu rosto.
— O mesmo para mim. Porque isso certamente será mais fácil de se preparar.
Irritada pelas palavras da Novem, Mônica virou seus olhos para mim.
— ... Então sanduíches e bebidas para três pessoas. Não, vou preparar quatro.
Miranda lentamente levantou-se do sofá com seu cabelo bagunçado. Ela parecia bastante cansada, e enquanto se espreguiçava, a área do peito de sua camisa estava aberta, deixando seu sutiã visível.
Imediatamente desviei meus olhos, e o Quarto...
『Lyle, seu rosto está vermelho. Se agitar por uma coisa dessas vai te dar o quê?』
Quando pensei que ele estava barulhento, o Quinto relatou sua condição.
『... Não, seu rosto está tão vermelho quanto, sabia? Se a mama estivesse aqui, ela te bateria.』
『Não conta pra ele!』
Dei as costas para os papéis diante de mim. Enquanto eu fazia isso, Mônica deixou o quarto, mortificada.
— Mesmo quando ele não mostra uma resposta quando ofereço alguns leves lampejos... seu maldito frangote!!
Ela fingiu chorar enquanto deixava. Mas ela fechou a porta propriamente atrás dela. Que garota cuidadosa.
A sala havia se aquietado, e Miranda deixou a sala para lavar seu rosto. Sem nenhuma palavra trocada, reiniciamos nosso trabalho.
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... Castelo real de Lorphys.
Nele, Lombolt havia reunido os ministros para realizar uma reunião.
— Alguns dias antes, Zayin havia enviado um mensageiro formalmente para pedir a formação de uma aliança. Isso é bom. Ao mesmo tempo, eles nos disseram para dar prosseguimento com aquele assunto.
Havia se passado alguns dias desde que May havia entregado a carta.
Um mensageiro oficial havia seguido para se desculpar, e dizer que em seu estado atual, Aura não podia deixar seu posto. Com as coisas como estão, Lorphys não havia nem requerido um pedido de desculpas dela.
Em primeiro lugar, Aura tinha pouca relação com todas as hostilidades entre Lorphys e Zayin. Além do mais, do lado de Lorphys, ela era mais como uma aliada.
Mas o problema era o assunto em questão... a questão da parceria para invadir Selva.
Um ministro falou:
— Se não pudermos recuperar terras de Zayin, então há uma necessidade de tomarmos algumas de Selva para recuperar nosso poder nacional. Qual a necessidade de hesitar!? E tenho certeza que ambos os lados já concordaram.
O Capitão dos Cavaleiros também:
— Nós já reunimos massas de mercenários em Lorphys. Se os agitarmos mais, eles podem causar problemas dentro do país. Eu suporto a invasão de Selva.
O Primeiro Ministro Lombolt havia concluído um acordo com Gastone.
Após a retomada de Zayin, eles invadiriam Selva Juntos, e a terra ganha seria dada a Lorphys. Em troca de não devolver as terras que Zayin havia tomado de Lorphys, o assunto foi resolvido com a conclusão deles liderarem tropas.
Mas até aquele ponto, Lombolt não havia pensado que eles venceriam.
Se fosse para falar, eles queriam invadir, e recuperar o poder nacional do país. Mas apesar de todos compreenderem que Selva estava se movendo nos bastidores...
— A Princesa Real recusou. A guerra já acabou, foi o que ela disse. E não tem intenção nenhuma de anular seu casamento com o Daria, pelo que parece.
O alto escalão batia suas cabeças pelo país. Um deles bateu seus punhos na mesa.
— Mas o que é que ela está pensando!? Após aqueles bastardos terem feito tantas coisas, qual o significado de oferecer perdão a eles!? Primeiro Ministro, tem certeza que não falhou em educar aquela garota!?
O Capitão dos Cavaleiros encarou o ministro furiosamente.
— Irei fingir não ter escutado essa declaração. Mas não haverá próxima vez.
Em sua irritação, o ministro desceu seu punho de novo. Todos compartilhavam o mesmo sentimento. Após um tempo se passar sem ninguém abrir suas bocas, Lombolt...
— Eles venceram demais. E tão claramente. Se encerrarmos tudo aqui, então as baixas serão mantidas no absoluto mínimo.
A vitória do Lyle foi tão clara, que Lorphys foi lerda para responder.
Acima de tudo, eles tinham antecipado que levaria alguns meses... ou até alguns anos. Eles nunca haviam pensado que ele realizaria isso em tão pouco tempo.
Após o país ter sofrido algum dano, Lombolt havia pretendido virar os sentimentos das pessoas... suas insatisfações, para Selva. Mas a guerra havia terminado com apenas umas duas escaramuças.
Um dos ministros.
— Corta essa merda! Eu sei que ela valoriza o sentimento das pessoas. Mas deveria saber muito bem em que tipo de situação nós estamos! Que emoções fomos forçados a suportar... nossos Cavaleiros se tornaram aventureiros para ganhar dinheiro para suas famílias, abandonaram suas espadas, e alguns até pegaram enxadas.
Mas de vinte anos antes...
Zayin havia tomado terras de Lorphys. Isso fora na época em que o Forte Noinyl ainda era a linha de frente principal.
Mas com o passar do tempo, e a princesa tendo nascido após isso ter acontecido, é verdade que ela pode ter considerado isso como natural.
Lombolt soltou um suspiro.
— ... Não é que estejamos hesitantes em atacar Selva. O que realmente tememos é Zayin. Eles vão assumir as linhas de frente na invasão de Selva, então como podemos dizer que eles não vão tomar Lorphys enquanto estão nisso? A outra parte era um homem que havia tomado Zayin com apenas cem em suas fileiras. Se for agora, ele não será capaz de tomar Lorphys em suas mãos?
Com essas palavras, os líderes reunidos fecharam suas bocas.
Quando o viram na câmara de audiências, eles não haviam sido tão cônscios dele. De acordo com Alette, ele era um aventureiro habilidoso... do modo que ele se portava, haviam pensado que ele era um Cavaleiro caído.
Mas quando tentaram investigá-lo, o nome da Casa Walt do país de Bahnseim aparecera.
Eles eram apenas Senhores dentro das terras daquele país, mas seu território em muito excedia o que Lorphys possuía. Ele realmente era o filho dos Walts; da casa mais forte de Bahnseim?
Era isso que eles se perguntavam, mas agora tais coisas eram irrelevantes.
Tão incrível quanto fosse derrotar um enorme exército com uma pequena força, Lyle havia tomado um país com cem pessoas. Essa verdade provocava medo em Lombolt.
Nisso, o capitão dos Cavaleiros abriu sua boca:
— Mas é verdade que aceitamos o acordo. Se anularmos nosso contrato unilateralmente, ele pode usar isso como uma razão para nos atacar. Ainda há brigadas mercenárias restando em Zayin.
Não importava o que eles fizessem, os líderes sentiam como se estivessem dançando na palma da mão do Lyle. Honrar suas promessas era assustador. Quebrá-las também.
E sem uma decisão ter sido tomada, a reunião chegou à sua conclusão...
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— Lorphys não está se movendo.
Deixando-me cair sobre a mesa, eu sentia vontade de chorar na pilha de documentos inacabados.
Novem começou a afagar minhas costas.
— E-está tudo bem, Lyle-sama. Tenho certeza que eles só estão em pânico no momento, e que começarão suas preparações em breve.
Quando levantei meu rosto, senti desespero enquanto olhava para as montanhas de papéis diante de mim.
— ... Eu prometi ajudar aqui até a próxima guerra. Se ela não vier, então vou ser deixado com serviços de mesa pelo resto da minha vida?
Nisso, Miranda se levantou, e de modo vacilante caminhou para fora.
— Miranda?
— Vou pegar a Aria e o resto. Estamos com pouca mão de obra. Se eu apenas ensiná-las um pouco, então algo no nível de papelada vai...
Ela não era a Miranda serena de sempre. Ela se parecia com uma vingadora tentando arrastar todos para as profundezas do inferno junto consigo mesma.
Eu a impedi.
— Relembre o primeiro dia. Nós não vamos aguentar se tirarmos o tempo para ensinar a Aria, foi isso que todos nós decidimos, não foi? Mesmo se alguém se exaurir tentando ensiná-la, havíamos concluído que levariam algumas semanas, não é?
Nisso, a Miranda se virou, e começou a chorar.
— Mas se não houver mudanças na situação, nós nunca vamos sair desse trabalho!
Ela estava encurralada. Todos nós estávamos encurralados a um nível maior àquele que encontrávamos em qualquer campo de batalha.
Novem também olhava para a montanha de papéis.
— A Mônica-san também tem trabalho em outras áreas. Ela está cuidando do trabalho que nós não podemos fazer. Aura-san e Thelma-san estão ocupadas. — E Gastone-san está na mesma situação, ou até pior que nós.
Ele chamara de volta os sacerdotes da mesma facção para colocá-los para trabalhar. Mas eles não chegavam a tempo.
Eu virei meus olhos para o documento no topo.
Era a caligrafia do Creit-san.
Nele estava uma proposta para a unificação dos armamentos entregues aos soldados dos Cavaleiros Sagrados, e ele tinha o desenho todo preparado.
O Quinto soltou sua voz. Era uma voz seca, e risonha:
『Ahahaha... rejeitado. E Lyle, que tal aumentar o treinamento e trabalho dado para o Creit-san e o resto? Parece que eles ainda têm tempo para trabalhar em coisas triviais como isso.』
Decidi aumentar a carga de trabalho do Creit-san no futuro, enquanto pensava:
(Por que Lorphys não está se movendo!? Nesse ritmo, nunca seremos capazes de escapar desse inferno!)