Se der Ruim, Viro Ferreiro Japonesa

Tradução: Rudeus Greyrat

Revisão: Asura


Volume 3

Capítulo 56

A estação mudou e agora se tornou o momento ideal para estudar e aprender.  Eu voltei ao ritmo de me dedicar as aulas novamente, inclusive completei todos os exercícios de amanhã durante a aula de auto— estudo.

Cada dia era o mesmo, mas, novamente, estudar era o principal trabalho de um aluno. Se isso for feito, então todo o resto naturalmente se resolverá, ou assim dizem.

Todos os dias eu ia até a estufa do Toto após as aulas e isso acabou virando a minha rotina. Ele e Iris deveriam estar tentando criar alguma planta estranha lá dentro e com essa imagem nítida na minha mente, caminhei até o jardim da estufa.

Hã? Eles não estão aqui. — Olhei para dentro da estufa, mas não conseguia achá— los, até que dei uma volta nos arredores, encontrando a Iris.

— Uau!

Iris não estava sozinha, um cachorro enorme a estava acompanhando. Ele era feio, estava coberto de lama e era MUITO grande.

— Ei, Iris, de onde veio esse cachorro?

— AHH!?

Ela finalmente notou que eu estava aqui, mas seu rosto ficou estranhamente pálido.

—  Cachorro… não é um cachorro…

Não importa como eu veja, isso é um cachorro. Por que você será que ela está negando o fato? — Era um cachorro e com pedigree. Sua raça era algo próximo de um São Bernardo, daqueles que se vê em filmes, subindo as montanhas e dando conhaque para esquiadores perdidos na neve.

—  É um cachorro.

—  …Pode não ser um cachorro.

Do que você está falando? Por que está deturpando isso? Eu sei que está mentindo, garota.

—  Iris, tem alguma coisa errada com esse cachorro?

—  Quem sabe?

O que é isso? Tem algum problema que eu saiba que essa coisa é um cachorro?

—  Kururi, você realmente acha que isso é um cachorro?

Parece até que estou sendo testado. — Talvez eu não devesse admitir que aquela coisa fosse um cachorro.

—  Então, é um não-cachorro.

—  Isso mesmo! Um não-cachorro.

Sim, agora estávamos progredindo.

—  Então, o que você está fazendo com esse não-cachorro?

—  Esse ‘não-cachorro’ sempre vem aqui depois da escola. 

—  Hmm, é isso mesmo?

Olhando as roupas dela cobertas de lama, eles deveriam estar brincando à um bom tempo.

—  Esse ‘não-cachorro’ é tão obediente e incrível. Ele é gentil e inteligente também.

—  Oh, sim.

—  Além disso, mesmo que seu corpo seja tão grande, ele não machucaria uma mosca, sabe?

—  Sim, sei.

—  Ah, você é um bom menino, é um ‘não-cachorro’ que é útil aos seres humanos.

Sim, eu sei que você quer ficar com ele.

—  Será que eu posso cuidar dele?

Os grandes olhos de Iris pareciam estar dizendo “Eu quero um cachorro!”

—  Eu posso?

—  Não é proibido. Então, acho que tudo bem.

Ninguém achou que um aluno manteria um cachorro na escola então os regulamentos não dizem nada sobre isso.
Pode-se dizer que era uma espécie de brecha na lei.

—  Mas, será que posso mesmo?

—  Está tudo bem. Agora, vamos pegar um pouco de comida para ele na sala de jantar.

—  Mas…

—  Eu vou fazer uma casinha de cachorro aqui no jardim, já que há muito espaço disponível, afinal.

De alguma forma, podia-se dizer que eu também era um apaixonado por cães.  

Iris então puxou minhas roupas, parecendo querer dizer alguma coisa.

—  … Kururi não iria, não é?  

—  Iria o que?

—  …Você não iria comê-lo, certo?

—  Por que diabos uma pessoa comeria um cachorro!?

Depois que eu disse isso, ela veio vigorosamente para cima de mim.

—  Mas ouvi falar de pessoas comendo cães!

—  O que!?

—  Nobres comem cães como iguarias! Não minta, eu sei!

Sua percepção está confusa e o rosto está muito perto de mim. Distância pessoal, garota.

—  Não, eu não como, nem conheço alguém que comeria. Mesmo que haja nobres assim, eles estão em minoria.

—  Não minta! Apenas diga que você quer comê-lo!

—  Eu não vou comê-lo.

—  Claro que você não vai! Este é um ‘não-cachorro’ depois de tudo, então não pode comê-lo.

—  Ei, EI! Iris!

—  Esse é um ‘não-cachorro’. Este é um ‘não— cachorro’.

—  IRIS! Você está fazendo lavagem cerebral na pessoa errada!

Depois que a agarrei pelos ombros e a sacudi com força, ela respirou fundo e saiu da paranoia. As pessoas se desesperam para proteger as coisas que amam. Então, tenho que declarar isso na frente dela.

— Eu juro que não como e nem comeria cães. Juro por Deus e tudo o que há de mais sagrado.

— E quanto ao Arc-sama e a Eliza-san?

Sei que Eliza não, mas não faço idéia quanto ao príncipe. Bem, vamos fazer esse pequeno favor a ele …

— Não se preocupe, posso garantir que eles não iriam comer um cão.

— Então, posso ficar com ele?  

— Sim, você pode.

Ela realmente quer esse cão, hein? Ah, talvez essa seja a razão pela qual Toto não está por aqui. Acho que vou ter que explicar algumas coisas para ele amanhã.

— Pode ser bom ter um cão de guarda para proteger a estufa e as nossas plantações.

Este cão seria um grande assistente para o plano de vegetais gigantes da Iris.

— O que você quer dizer com isso? Quer que este cachorro lute!?

Estávamos falando de um cachorro enorme, que nem o Vaine, então era óbvio que ele iria lutar.

— É apenas uma tática de intimidação, na verdade ele não vai lutar. Vamos deixar ele solto assim, se alguém realmente atacar, ele poderá fugir.

— Sim, você ouviu isso? Fuja, Alfredo, fuja.  

O que? Alfredo? Esse cachorro coberto de lama acabou de receber um nome com tamanha nobreza?

— Alfredo? Esse não é o nome dele, certo?

— Claro que é, foi o nome dei a esse cachorro.  

Com esses olhos brilhando tal uma criança que acabou de receber um presente de Papai Noel, não tive coragem de refutar.

— Talvez eu devesse dar um banho nele.

— Excelente ideia, Iris.

Ela usou a água destinada às plantas para lavar o Alfredo. Tendo o corpo inteiro molhado, o pulguento começou a chacoalhar. Alfredo parecia confortável, com seus olhos estavam brilhando e a boca estava aberta. — …Esse cara definitivamente não é um ‘Alfredo’, ele é um ‘Goro’.

— Quem é o não-cachorro mais bonito desse mundo? Quem é, não é, Alfredo?

Sua pele ficou fofa depois que Iris o secou e agora, ela o estava abraçando. Eu queria abraçá-lo também, mas só quando não tivesse mais ninguém olhando.

— Vou pegar os materiais para a casinha na escola.

— Direi à tia no refeitório para garantir comida para ele todos os dias!

— Eu também vou fazer uma coleira e gravar o símbolo  de um Cavaleiro!

Cavaleiro dos Campos? Isso soa engraçado e legal. Eu também farei alguns acessórios de escudo em sua coleira. — Já fazia muito tempo desde a última vez que havia me animado para forjar algo.

— Bem, siga-me Alfredo, preciso medir o seu pescoço.

Comecei a andar mas não vi Alfredo atrás de mim. Quando olhei para trás para ver o que estava acontecendo, ele ainda estava ao lado de Iris.

Bem, isso foi inesperado. 

— Oh Alfredo, vamos lá. Vou fazer uma coleira para você, uma excelente.

‘Dane-se’ era o que o rosto dele dizia.

Hã!? — Fiquei surpreso. Eu estava tão animado em cuidar do cachorro com a Iris que esqueci de algum muito importante.  Ele havia acabado de me conhecer, então, ainda não estava apegado a mim.

O que há com esse mal-entendido embaraçoso? Quero dizer, pensando calmamente, ainda sequer fiz carinho nele.

 — Alfredo, vamos ao quarto do Kururi juntos ♥.

Quando Iris saiu, Alfredo a seguiu direitinho enquanto balançava a cauda. Em meu coração, decidi que esse cachorro pulguento se chamaria Goro e o acessório da coleira não será um escudo, mas sim uma batata.


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